Onde eu vivo (Israel), quase todos os que conheço estão ocupados a tentarem fazer sentido de uma situação insana. Não é que alguém tenha ficado surpreso que a violência tenha irrompido novamente no nosso atormentado pedaço de terra. Não se trata da incompreensível crueldade demonstrada por crianças de 13-15 anos de idade alimentadas pelo ódio, ou o louvor de suas odiosas acções de suas famílias. Mais que alguma coisa, as pessoas de Israel estão a começar a perceber que entraram num beco sem saída. Quando se torna claro que dividir a terra em a nossa e a deles, ou permanecermos firmes e mantermos a regra militar também não resultará, está na hora de começar a pensar fora da caixa.
Mas primeiro devemos olhar para as anteriores tentativas para ver o que não resultou. Tentámos aplicar a força militar para esmagar os terroristas tanto dentro como fora de Israel. Isto não reprimiu o terrorismo. De facto, hoje há mais jiadistas dispostos a abdicarem de suas vidas em prol de levarem as nossas que em qualquer tempo na recente história. Tentámos manobras políticas, tentámos acordos de paz, na realidade vários e nem sequer um ainda é na realidade válido (embora nem todos tenham sido oficialmente denunciados pelos nossos co-signatários herdeiros). Quando acordos falharam, tentámos a retirada unilateral (de Gaza), com consequências apavorantes. Até tentámos desenvolver um Novo Médio Oriente, confiando no empreendorismo tecnológico e na ampla força de trabalho barato de Gaza que procurava sustento. Nenhuma dessas ideias funcionou. Nos nossos dias, ninguém sequer espera que elas funcionem, certamente não permanentemente.
A coisa que é comum a todas as citadas soluções é que elas necessitaram, ou pelo menos dependiam, da boa vontade da outra parte. Mas na ausência de tal vontade, todo o acordo que você tentar implementar está condenado antes de sequer ter começado. Deste modo, não precisamos de olhar para os acordos que podemos ou não alcançar com nossos vizinhos, mas em vez disso olhar para os acordos que conseguimos alcançar connosco próprios!
Desde a aurora da nossa tribo até aos nossos presentes tempos, união, responsabilidade mútua e camaradagem têm sido equivalentes ao nosso sucesso. Durante as eras, desenvolvemos aptidões cientificas e acadêmicas além de todas as outras nações. Apresentamos o mundo ao monoteísmo, humanismo, socialismo e numerosas invenções que salvam vidas e descobertas surpreendentes. Mas enquanto desenvolvendo todas essas, negligenciámos o único princípio do qual o mundo mais necessita hoje e que está por completo ausente do nosso planeta inteiro: união.
Quando digo união, não pretendo dizer união de uns contra os outros, para derrotar um adversário. Este tipo de aliança nos trouxe até onde nos encontramos, duas guerras mundiais atrás de nós e uma terceira possível a caminho. A união à qual me estou a referir é simplesmente isso: união pelo bem da união.
Melhor ainda, uma vez que devemos ter uma razão para tudo o que fazemos, chamemos-lhe “união pelo bem de a dominar e compartilhar.”
Nossa tribo está fracturada e dividida além do reconhecimento. Se não soubéssemos, provavelmente nunca assumiríamos que Judeus Ortodoxos e liberais do Partido Trabalhista, por exemplo, pertencem à mesma fé, ou que os colonos Judeus e votantes de Meretz compartilham a mesma origem? Até as relações entre Israel e a Diáspora estão cheias de discórdia e a própria Israel é vista por muitos como um elemento de divisão entre os Judeus da Diáspora.
Contudo, nós somos ainda descendentes de Abraão, Isaac e Jacó, cujo legado de misericórdia é encarnada nas palavras imortais de Rabbi Akiva, “amai teu próximo como a ti mesmo.” É aqui que nossa força reside, em união acima de todas as diferenças.
Contudo e penso que isto é importante então repetirei as minhas palavras acima: Esta união não deve ser em prol de derrotar alguém, mas simplesmente em prol de superar nossos egos explosivos e criar um tecido social viável e sustentável onde os Judeus possam viver lado-a-lado em paz e harmonia entre eles e com seus vizinhos. Subsequentemente, nossa meta deve ser compartilhar esta união com qualquer um que esteja interessado em abraçá-la. Isto, em si mesmo, consegue dissolver a campanha global para demonizar Israel aos olhos do mundo.
Nosso lema deve ser algo como, “Quando as coisas ficam difíceis, as coisas correm bem,” porque isto é tudo o que precisamos, dar uma mão amigável uns aos outros, sem fazer perguntas. Como nos foi dito milhões de vezes antes, esta união desencadeará todos os poderes que necessitaremos em prol de solucionar nossos problemas: sociais, econômicos e políticos tanto interna como internacionalmente.