Nós temos celebrado o Dia da Independência de Israel há 68 anos. Com nossas próprias mãos construímos um forte exército, forte economia, tecnologia avançada e medicina moderna. E todavia, apesar de concretizações impressionantes, parece que não nos tornámos verdadeiramente independentes. Para onde foi nossa visão da independência?
Há uma quinta-feira à noite em 1974 que nunca vou esquecer. Jantávamos numa casa de hóspedes em Vilnius quando o telefone tocou. Atendi-o e escutei a novidade com que sonhava há anos. A tensa voz no outro lado da linha, dizia, “Sr. Laitman, foi lhe permitido imigrar para Israel” Meu coração começou a bater e meus olhos a lacrimejar com emoção. Passados anos de desejo, os últimos quatro dos quais como refusenik (uma pessoa a quem é negada permissão para imigrar da antiga União Soviética), as notícias haviam chegado que me era permitido fazeraliyah (imigração de Judeus para Israel).
Tinha sonhado fazer aliyah há anos, então assim que recebi o “vá em frente,” não desperdicei um momento. Para a maioria das pessoas, obter as assinaturas para todos os papeis e fazer todos os arranjos necessários para a partida leva cerca de dois meses. Mas não no meu caso. Dois dias depois desse telefone ter tocado eu estava num comboio para Viena, onde entrei a bordo de um voo directo para o aeroporto Ben Gurion.
Centenas de Judeus estavam nesse comboio, todos deixando a URSS em busca de uma vida melhor. Entre essas centenas só a minha família e mais uma outra escolheram Israel como destino. No que me dizia respeito, não haviam outras opções. Bem no fundo, senti que o lar dos Judeus é o estado de Israel.
A Quebra de um Sonho
Israel dos anos 70 ainda tinha um rasto da visão dos pioneiros. Todavia em vez de fortalecer nossa união, cada facção se segurava a suas próprias características e cada grupo de olim (novos imigrantes) se guardava para si mesmo. Como consequência, em vez de se tornar uma nação forte e unida, nós “encomendámos” nosso exílio connosco para Israel. A luta conjunta de um país independente havia gradualmente se tornado uma luta de uns com os outros, causando a divisão e segmentação.
Passaram 68 anos desde o estabelecimento de Israel, mas em vez de celebrarmos nossa independência, nós celebramos o aniversário de nosso país. Nós contamos os anos de vida no estado de Israel como uma nação “livre”, mas a nossa situação melhorou? Será que o forte exército, robusta economia, tecnologia avançada e medicina nos fizeram mais felizes na nossa terra? Parece que somos dependentes do mundo de tudo! Num dia assim, devíamos parar e nos questionar: “Que tipo de independência precisa realmente Israel?”
Uma Nação em Construção
Não há nações independentes no mundo globalizado onde vivemos, em dependência mútua entre os países. Se anteriormente, os países eram independentes pois eram fortes por dentro e rodeados por um muro, a independência de hoje é medida somente pela qualidade das relações internacionais desse país, os países que o apoiam e o volume do seu comércio e economia. Lamentavelmente, para o estado de Israel quase não há apoiantes; nós estamos isolados no mundo e somos frequentemente boicotados.
Para sermos independentes, devemos “conquistar” o mundo com uma atitude amigável e ganhar o favor das nações que não há muito tempo atrás eram nossos aliados de confiança e o favor de todas as nações no mundo. Na humanidade de hoje, a malvadez e o ódio se estão a intensificar a um ritmo alarmante. É uma força impiedosa e egoísta que nos separa e ameaça destruir tudo. Terrorismo mundial, guerras, crises financeiras e ecológicas, ondas de refugiados e inumeráveis outros eventos horríveis estão a acontecer entre as pessoas, nações e países. Hoje, a coisa que o mundo mais necessita é um método de conexão acima de todos os conflitos e disputas.
Uma Fonte de Poder
O mundo não se senta parado enquanto ele sofre golpes. Subconscientemente, as pessoas sentem que sua situação é culpa dos Judeus, ou mais precisamente, culpa de Israel. Por que é assim? É porque nós temos o método de conexão. Há 3500 anos atrás nós o recebemos de nosso antepassado, Abraão. Nesse tempo, uma “praga” de separação se havia espalhado entre os residentes da pátria de Abraão e induziu uma crise semelhante a aquela que hoje experimentamos. O pai de nossa nação ensinou às pessoas como se unirem e fez delas a base do povo de Israel. Desde então, a chave para uma boa vida para nós e para a humanidade nos foi confiada.
Nosso papel é sermos “uma luz para as nações,” darmos um exemplo de união e solidariedade que inspire as nações e as permita adoptar conexões que por fim as conduzam à independência. Nesse caso, em vez de nos culparem por suas aflições, as nações nos vão valorizar e até desejarão aprender o método de conexão que herdámos de nossos sábios.
Publicado originalmente no Jewish Business News