Do livro “A Psicologia da Sociedade Integral”
– Atualmente, o processo de formação e educação é estruturado sequencialmente, assim, se uma criança sair do processo em algum estágio devido a uma doença ou a alguma outra circunstância, é frequentemente muito difícil ou até mesmo impossível para ela retornar.
O método sobre o qual estamos falando é aberto? Quer dizer, uma criança pode começar a participar dele em qualquer dado momento? Ou nós deveríamos ter certeza de que o nível de preparação da criança é aproximadamente o mesmo?
– Nós definitivamente temos de levar o nível de preparação da criança em consideração! Se uma criança fica doente ou algo lhe acontece e a obriga a faltar por um período de tempo, temos, então, de fazer todo o grupo, toda a classe participar disso. É melhor não chamar de classe, porque isso leva a uma associação negativa com classe social, com algum tipo de separação. Um grupo é algo amigável, um lugar onde cada um é amigo e igual. Sempre que qualquer pessoa ficar para trás, todo o grupo deve dar suporte a seu amigo.
O grupo deveria ser mais ou menos homogêneo. E mesmo que alguém se junte a ele depois de ele ter sido formado, isso deveria ser feito apenas quando não houvesse mais opções, e muito cuidadosamente. Será necessário dar a essa criança algum tempo de preparação, um “curso intensivo”, assim ela poderá se ajustar ao fluxo geral e ao método, e irá entender a perspectiva sobre a vida do grupo, e isso não é fácil fazer.
Nós, no entanto, temos tido casos de crianças de fora se juntando ao grupo com sucesso. Elas passam por um conflito, mas o superam e se tornam parte do grupo.
E mais, eu acho que esse período traumatiza ambos, ela e o grupo. Fica claro quão difícil é para todos e para ela. Isso deixa uma cicatriz que permanece lá, não importa o que se faça.
Nós entendemos que vida é vida e estamos em um período de transição de um mundo egoísta para um mundo integrado, mas temos de tentar proteger os grupos que estamos criando e liderar as crianças cuidadosamente, então estarão abertas a todos, abertas precisamente porque conhecem e entendem umas às outras. É muito difícil para as crianças, porém, permitir que alguém se junte a elas.