Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Posfácio

Do livro “Conectados Pela Lei da Natureza”

Um  novo motor para a Vida

Por milênios, a humanidade foi se perguntando: “Para onde estamos indo? Onde estamos evoluindo? O que devemos mudar para melhorar as nossas vidas? E para onde a Naturezahumana está nos conduzindo?

Encontramos maneiras de nos desenvolver, mas estávamos sempre atraídos para a mesma direção.

Após milênios de desenvolvimento, chegamos a uma situação muito interessante: A força egoísta que nos motivou a nos desenvolver culminou, e começou a declinar. Essa força nos levou a aumentar o nosso nível de vida, aprender mais, entender mais, e lutar pela felicidade ou riqueza e fama. Mas por causa da diminuição da confiança do ego, uma sensação de fadiga e cansaço tomou conta, ao ponto de depressão e desespero generalizado.

Estamos vivendo o “agora”, e não queremos desenvolver ou investir no futuro. Na verdade, nós já estamos mudando, mas nós estamos indo na direção oposta ao processo que sempre nos conduziu.

Estamos vivendo uma crise global que afeta todos os aspectos de nossas vidas. Esta crise não é exclusiva de um determinado país ou cultura. É uma crise global que afeta todos os aspectos de nossas vidas.

Parece que esgotamos nossas energias e habilidades, que temos em demasia. Chegamos espaço sideral e as profundezas dos oceanos, mas, ao mesmo tempo, estamos esgotando os recursos da Terra. Nós podemos destruir a vida na Terra com o apertar de um botão, mas ainda estamos à mercê da Mãe Natureza. Mas o pior de tudo, perdemos nosso rumo.

Não é como se a direção que íamos era boa, mas pelo menos estava nos empurrando ao desenvolvimento. Agora, nem mesmo isso existe. Estamos começando a perguntar: “O que está acontecendo aqui?” “Qual é o sentido da vida?”

As perguntas feitas nos dias de hoje são de todos nós, não apenas de filósofos ou pensadores. Chegamos a um ponto em que não podemos nos desenvolver mais, mas também não podemos ficar parados, porque ao fazê-lo, vamos perder o desenvolvimento que já alcançamos. A indústria que desenvolvemos ao longo dos séculos está desacelerando, a ciência tem chegado a um impasse, e a cultura e a vida social têm atingido o fundo do poço, como visto na TV, que reflete nossos valores atuais. Tecnicamente, não podemos fazer quase nada, mas o conteúdo que preenche nossa vida está diminuindo e se tornando fraco e superficial, em dissonância completa com as nossas capacidades tecnológicas.

A vida em família raramente foi pior do que é agora. As pessoas se sentem sozinhas, como se fossem cegas, procurando o seu caminho de parede em parede dentro de uma sala. Não estamos conhecendo ou encontrando outras pessoas, e não temos capacidade de nos conectar com outras pessoas de forma adequada, agradável e desejável. As pessoas estão adiando o casamento e a idade para ter filhos está sendo postergada. Estamos incertos sobre nosso futuro porque a nossa Natureza, o ego, esse mal geral que nos controla, já não nos tem como objetivo uma direção em particular.

Estamos passando por uma profunda crise e de grande desespero. A depressão é a doença mais comum em todo o mundo, a principal causa de muitas outras doenças. Estamos em constante incerteza sobre o presente, e tememos o futuro, quer por catástrofes naturais ou do ego humano que causa desastres, uma vez que está totalmente fora de controle.

Nós sabemos e entendemos tudo isso, e muitos cientistas já reconheceram estas tendências. Até mesmo que a maioria do público reconhece o que mencionamos acima. No entanto, além de diagnosticar os sintomas há pouco que podemos fazer. Somos impotentes quando se trata de resolver esta crise enorme.

Podemos pensar nesta crise como uma doença que afeta toda a humanidade. Seus sintomas são a disfunção em diversas áreas, como um corpo que está parcialmente funcional devido a algum desequilíbrio em seus sistemas. Da mesma forma, a sociedade humana não está funcionando corretamente; ela está em desarmonia e seus sistemas estão desequilibrados. No entanto, tudo o que podemos fazer é reconhecer que somos governados pelo egoísmo humano, má vontade, inveja, ódio, luxúria, e pela busca de poder e respeito. Nós somos como um ser que está prestes a destruir-se, juntamente com toda a civilização, mas não pode parar por si mesmo. É como se soubesse o resultado de sua conduta com antecedência, mas se inclina ao suicídio.

Devido à crise econômica, o desemprego está em ascensão. Temos indústrias que fabricam produtos feitos para suprir necessidades que realmente não existem causando o consumo redundante de produtos. Pior ainda, para aumentar os lucros fabricantes fazem produtos que param de funcionar muito mais cedo do que deveriam, apenas para nos manter comprando produtos novos.

A sociedade não pode acompanhar a produção, e quando a sociedade diminui seu consumo, os fabricantes entram em colapso junto com o sistema financeiro, os bancos, as companhias de seguros e as empresas de investimento. Especialistas acreditam que, no futuro próximo, apenas dez por cento da população mundial terá de trabalhar a fim de fornecer para as nossas necessidades, enquanto o resto do povo será redundante. Centenas de milhões estarão, portanto, fora do mercado de trabalho para sempre.

Os milhões que estão sendo expulsos do mercado de trabalho precisam ser aproveitados em uma nova ocupação relacionada com a sociedade. Eles precisam induzir uma mudança social, uma transformação no comportamento humano, e levar a humanidade a um equilíbrio com a Natureza. Nós devemos nos engajar na construção de um novo ser humano adequado para a nova era para qual estamos avançando. Se o único problema que podemos ver na situação atual é nosso ego, podemos supor que, na medida em que mudarmos, vamos subir para um nível mais elevado do que o ego.

Esta é a forma como a humanidade sempre evoluiu. Depois de cada crise, uma situação nova surgiu que parecia melhor, mais justa e mais avançada, e parecia oferecer uma nova vida. Posteriormente, uma vez já estabelecida na nova estrutura, encontramos mais uma vez que nem tudo era como esperávamos.

À medida que evoluímos, o nosso desenvolvimento nos traz estados de sofrimento e situações negativas. Quando as sensações negativas e discernimentos chegam a um ponto crítico, em que não podemos mais tolerá-las, nos revoltamos ou declaramos guerra. Alternativamente, podemos criar a mudança através de nosso intelecto através de novas percepções e consciência. Quando isso acontece, novos valores e filosofias surgem, permitindo-nos evoluir para uma nova fase.

Parece que agora estamos diante de tal situação. Nós já esgotamos a situação anterior, vemos e entendemos que a causado nosso sofrimento é o ego, e não podemos continuar a deixá-lo arruinar nossas vidas. Portanto, a nossa Natureza exige mudança.

Esta é a singularidade da nossa situação. Nós nunca mudamos a Natureza humana, só mudamos para o próximo nível do nosso desenvolvimento, como mudanças de marcha em um carro. Estamos já na marcha mais alta, temos pressionado o pedal até o fundo, e o motor está perdendo a força.

Agora nós temos que mudar o nosso combustível ou mudar o motor. Temos que mudar nosso curso, os nossos valores e os nossos objetivos. O velho motor não vai funcionar na nova área para a qual estamos nos “conduzindo”, então, precisamos de um novo. Ou seja, é preciso mudar a Naturezahumana, o motor egoísta que até agora tem nos tem empurrado para o desenvolvimento, descoberta e percepção. Para resumir, temos que mudar a nossa Natureza.

Há duas forças da Natureza, a força de recepção, o nosso ego, e a força de doação. Estas duas forças criam a vida. As combinações, equilíbrio e harmonia entre eles vai tornar nossa vida melhor, mais pacífica, e movendo-se para a frente. Chegamos a um ponto em que a força de recepção, o ego, parou de funcionar, daí a sensação de desespero, que é sentida em todos os domínios da vida.

Cientistas e pesquisadores estão começando a perceber uma solução: Nós precisamos mudar o nosso combustível e adaptar o motor para trabalhar na força de doação, por isso a força de doação está na liderança, empurrando-nos para a frente, com a força de recepção sendo sua subsidiária.

A sociedade humana evoluiu. Nós desenvolvemos a educação, a cultura, a indústria e, especialmente, o comércio. Desta forma, utilizamos a força de doação como um meio para receber ainda mais.

Agora, estamos mudando para um novo modus operandi, onde a força de doação é o fator de destaque, e a força de recepção é apenas um meio para um fim. Ou seja, estamos nos movendo para um novo modo de trabalho, novas conexões e novos relacionamentos. Estamos mudando a força que lidera.

Precisamos construir este novo motor para que ele funciona de acordo com a força de doação. E uma vez que o motor é a sociedade humana, teremos que lidar com a mudança de cada pessoa, bem como a mudança da sociedade como um todo. Não precisamos mudar a indústria ou da ciência, mas as pessoas que estão envolvidas nelas e as relações entre nós, e então tudo ficará bem.

Para mudar a nós mesmos, precisamos primeiro de uma nova maneira de educar as pessoas. A nova educação vai ver as pessoas como indivíduos e como um grupo global chamado “humanidade”. As perguntas que precisam ser feitas em relação à nova educação são: “Quem somos nós? O que somos? Como evoluímos ao longo dos milênios para o nosso estado atual, e como devemos evoluir a partir de agora? Que tipo de mudança devemos sofrer, e por quais meios? Como gradualmente deve essa mudança ser implementada em cada um de nós pessoalmente, e em todos nós nos níveis sociais, nacionais e internacionais? “Esta alteração irá afetar toda a civilização humana.

Além do aprendizado, para os quais contamos também com os estudos de cientistas, biólogos e sociólogos, precisamos desenvolver a parte educacional: como podemos mudar e por que meios. Em outras palavras, como chegaremos a uma situação em que a força de doação nos controla e nos impulsiona a avançar, ao invés da força de recepção? Como podemos perceber essas mudanças nas pessoas e na sociedade? Como, e em que ordem, devem ser feitas mudanças com crianças, adultos, homens, mulheres, e em cada sociedade de acordo com a sua mentalidade, a religião e tradição?

Hoje, milhões estão sendo demitidos das “lojas de suor” fabricação de produtos sem valor, redundantes. Essas pessoas irão mudar para um novo emprego, mudar a sociedade humana.

Vamos dividir o trabalho razoavelmente entre todos, para que todos possamos viver com dignidade, assim como animais sociais fazem na Natureza. Entre as formigas ou abelhas, por exemplo, algumas são trabalhadoras, algumas são reprodutoras, e algumas são responsáveis pelos alimentos. Quando dividimos tarefas entre nós da mesma forma, nós vamos ter que trabalhar apenas algumas horas por dia, talvez nem mesmo todos os dias. Vamos passar o resto do tempo, mantendo a sociedade humana boa, adequada e em um estado de bem-estar. Aqui, todos receberão o que precisam para uma vida digna. Mas a principal ocupação será a transformação pessoal de cada um de nós, e para todos nós enquanto sociedade.

Assim, vamos formar uma nova educação e uma nova sociedade. A mídia será preenchida com este novo conteúdo, e as indústrias de cinema e música, televisão, literatura e revistas serão preenchidos com notícias relativas a transformação do homem e da sociedade.

Hoje, este é o nosso dever, mudar a humanidade. É por isso que iniciamos uma série de livros publicados pela Ari Publisher, e estamos produzindo conteúdo de mídia visual, como videoclipes e filmes para crianças e adultos. Nosso objetivo é nos aproximar ainda mais das mudanças que todos teremos que nos submeter.

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