Do livro “A Psicologia da Sociedade Integral”
Alguns pais proibem os filhos de jogarem tipos especificos de jogos. Há tal coisa como um jogo prejudicial e se houver, o que é?
– Um jogo é uma imitação de um estado futuro. Imitando os adultos ou inventando cenas e situações independentemente, uma criança imagina que ela está nesses estados futuso. Parece-lhe a ela que está realmente a fazê-lo.
É claro, ela não entende por que estes impulsos existem nela ou como a controlam. Eles estão instalados em nós pela Natureza para que nos possamos desenvolver e preparar para os estados futuros e nos prepararmos para estados futuros representando as mais diversas situações e nosso comportamento nelas antes do tempo. Se um jogo é correcto ou incorrecto, útil ou prejudicial, isso depende to tipo de criança que pretendemos como resultado.
Nós temos de observar muito cuidadosamente que jogos uma criança joga e com que crianças ela se associa, o que ela vê lá, o que ela percebe e entende e o que a influencia. Estes jogos tomam lugar em grupos mistos de meninos e meninas, ou os meninos e meninas jogam separadamente? As crianças têm a mesma idade? As crianças pertencem a diferentes estratos sociais? Tudo deve ser considerado.
Se nós queremos alcançar uma sociedade integral e percebemos que esta meta foi colocada ante nós pela Natureza e se sabemos que para alcançá-la temos de nos elevar acima do nosso egoísmo e estabelecer a conexão certa entre nós, nós temos de verificar se todos os jogos da criança conduzem a esse estado?
Somente os jogos que ensinam como alcançar esta meta sublime podem ser considerados úteis.
– A proibição mais amplamente aplicada pelos pais é sobre jogos de “aventuras”. Estes jogos são jogados individualmente ou em grupos e o jogador ou jogadores têm de superar vários obstáculos para avançar de um nível para o próximo. Os pais acham que este é um jogo prejudicial e proíbem jogá-lo. É realmente prejudicial? E se é, o que há de prejudicial nele?
– Eu vejo que as crianças são muito atraídas para este tipo de jogo. Na vida elas também estão constantemente a gatinhar, saltar, a superar algo e trepando para cima de algo. Isto é útil para o seu desenvolvimento físico. Se elas dejarem ver a mesma coisa num jogo virtual e se testarem a si mesmas lá, penso que é útil.
O inteiro problema reside em no que se baseia exactamente a superação da criança? Se ela atinge ou destrói alguém, ou se ela supera obstáculos junto com seus colegas, aprendendo sobre integração com os outros durante o processo?
Penso que não devemos retirar inteiramente este tipo de interacção e da necessidade de superar dificuldades. Pelo contrário, deixemos-os ficar confusos e procurarem a saída, pois isto é natural para a pessoa. Nossa inteira vida é uma busca da melhor possibilidade de entre várias e um processo contínuo de superação de obstáculos.
Não transformemos uma criança num observador passivo. É muito útil interagir com aquilo que está a ocorrer, então este tipo de jogo é necessário. O inteiro problema é o significado destes jogos, o seu conteúdo, para onde eles conduzem a criança e o que a criança obtém do jogo no final.