Do livro “A Psicologia da Sociedade Integral”
– Quão confortável deve ser esse tipo de lugar? Deverá ser um hotel de cinco estrelas ou uma barraca em campo aberto? E, consequentemente, deveria haver voluntariado lá?
– Claro, é melhor ter o máximo de voluntariado possível, desde que o tempo não seja usado apenas para servirem-se a si próprios.
Se escolhermos um “campo aberto” e colocar tendas lá, então todo o nosso tempo será gasto apenas na liquidação. Portanto, tudo deve ser preparado, planejado e realizado, mas com a participação das crianças.
Temos de adoptar o servir-nos a nós mesmos de uma forma que esta atividade sirva de base para a união, dando-nos a oportunidade de trabalhar em conjunto. O nosso objetivo tem que justificar todo o trabalho.
Se descascar batatas ocupa o tempo que precisamos para estudar, então as coisas devem ser organizadas para que outra pessoa vá descascar as batatas. Mas se arranjarmos as coisas para que o descascar batatas se torne uma atividade conjunta de união e um estudo interessante, é claro que vamos usá-la. Qualquer trabalho que façamos deve ser definido por quão benéfico é para a educação.
– Podemos introduzir atividades de trabalho? Por exemplo, podemos providenciar para que as crianças façam trabalhos agrícolas no campo por várias horas, o que pode ser a primeira vez que elas fazem algo assim nas suas vidas?
– Claro. Por que não? Mais importante é que qualquer trabalho seja sentido como comum, para que todas vejam que o sucesso depende de cada pessoa individualmente e de todos juntos, apoiando-se mutuamente. Isso é necessário. É possível trabalhar em uma linha de montagem onde o resultado depende de todos. Vale a pena pensar sobre quais ocupações podem ser organizadas para elas.