A decisão unânime do CSONU indica que se uma votação fosse feita para estabelecer um estado Judeu hoje, Israel não existiria.
Apenas há duas semanas atrás, a Primeira Ministra do Reino Unido, Theresa May declarou, “Não poderia ser mais claro: O movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções está errado, ele é inaceitável e este partido e este governo não terão permuta com aqueles que o apoiarem.” Há menos de duas semanas atrás, o governo Britânico fez uma volta de 180 graus e votou a favor de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSONU) iniciada pelos EUA que abre a porta para sanções indiscriminadas e boicotes contra Israel.
Desde a sua inauguração, Barack Obama colocou mais e mais “luz” entre os EUA e Israel, como denominou à sua política de distanciamento dos EUA de Israel. Sua última manobra com fraca cobertura dos media para expor Israel às sanções do CSONU, é provavelmente não a última que vemos dele, a menos que o consigamos evitar.
Todavia, Obama não é o maior problema de Israel. Surpreendentemente, o pior e o único verdadeiro problema de Israel é a própria Israel. A decisão unânime no CSONU indica que o mundo inteiro, quase cada um dos 193 estados membros da ONU, tem uma visão negativa de Israel. Nenhum outro país, nem sequer o Irão, Síria, Arábia Saudita, ou qualquer outro país governado por tiranos conseguiu tão “notável façanha”, de unir o mundo inteiro contra ele. Tivesse a votação sobre o estabelecimento do estado Judeu sido feita hoje, Israel nunca teria chegado a existir.
Além do mais, se uma votação para revogar o estabelecimento do estado de Israel fosse trazida ante a Assembleia Geral da ONU hoje, ela teria sido aprovada pela maioria que aprovou a recente resolução do CSONU e ao som dos mesmos aplausos dos estados membro.
Por Quê o Ódio?
Primeiramente, deve ser claramente declarado que a iniciativa do governo dos EUA para prevenir a construção de Israel na Cisjordânia não deriva dos esforços do duo Obama-Kerry para promover a paz na região. Faz parte do esforço da presente administração de eliminar o estado Judeu. Os Palestinianos, como sabe Obama perfeitamente, nunca foram parceiros para a paz pois eles nunca aspiraram a ela. Desde os Motins de Jafa em 1921, eles lançaram ondas periódicas de ataques assassinos contra os Judeus em Israel e pelo mundo fora e formaram alianças com qualquer um que lhes tivesse prometido ajudar a exterminar ou a tirar os Judeus de Israel, incluindo a aliança com a Alemanha Nazi. Quando o “primogenitor” do terrorismo árabe, a Organização para a Libertação Palestina (OLP), foi fundada em 1964, não haviam “territórios ocupados” para devolver, eles foram retirados três anos mais tarde na Guerra dos Seis Dias de 1967. Ainda mais, o território capturado nunca pertenceu aos Palestinianos, ele era um território Jordano.
A presente administração dos EUA sabe tudo isto, como sabem os mais de 100 estados que reconhecem o OLP como o único representante legítimo do povo Palestino. Em palavras simples, a vasta maioria dos países concordam com a posição árabe de que Israel não devia existir. A administração Obama arrancou para colocar esta posição em prática e fará tudo o que puder para realizar a sua agenda no tempo que sobra até à inauguração de Donald Trump e mais além. Anteriormente alertei que a resolução da UNESCO para negar a história Judaica no Monte do Templo era apenas a ponta do icebergue. Agora que Obama está incomodado com os resultados da eleição, vemos a realização da ameaça para a existência do Estado de Israel.
Em 2013, publiquei o livro, Como um Feixe de Juncos: Como a União e a Responsabilidade Mútua São a Necessidade do Momento. Alertei que as catástrofes do Holocausto e da Inquisição Espanhola não eram eventos isolados, mas parte de um processo que tem de ser completado. Agora vemos o começo da revelação da próxima fase desse processo. Como escrevi em “Por Que as Pessoas Odeiam Judeus”. Este não tem de ser um processo traumático. Se nos concentramos no ódio e o que precisamos de fazer acerca disso, em vez de lamentarmos o facto do mundo nos odiar, vamos passar por esta fase rápida e agradavelmente e no processo eliminamos o ódio para Israel e exterminamos o antissemitismo.
Israel, o Judeu entre as Nações
Abraham Foxman, o antigo director da Liga Anti-Difamação (LAD), disse que Israel se tornara “o Judeu entre as nações.” Quão verdadeiro. Não há diferença fundamental entre as acusações que Israel enfrenta e as alegações que os Judeus enfrentaram durante a história. A diferença é que agora há um alvo, o Estado de Israel, o Judeu entre as nações. Agora todos podem direccionar seu ódio para uma clara entidade e inventarem libelos de sangue e falsas acusações tal como anteriormente haviam feito para os Judeus. Mas como frequentemente vemos nos protestos do BDS, a raiva para Israel é meramente um pretexto tenuemente coberto para exprimir antissemitismo.
Quando tentamos compreender as raízes do mais profundo e mais duradouro ódio na história da humanidade, temos de retroceder às nossas raízes, uma vez que foi aí que tudo começou. Nós, Judeus, ao contrário de qualquer outra nação. Somos a única nação na história da humanidade a quem foi dada a tarefa de salvar o mundo ao dar um exemplo disso. Nós somos a única nação cujo nascimento foi declarado por Deus, mas não antes de termos cumprido a condição de nos unirmos “como um homem com um coração.”
Nós fomos declarados como escolhidos pelo Deus que todas as três religiões Abraâmicas adoram e esse Deus nos deu a tarefa de sermos “uma luz para as nações.” Não importa o que as pessoas dizem, é um facto de que quanto mais escuro o mundo se torna, mais ele aponta o dedo de acusação para nós.
Está escrito no Talmude (Masechet Shabat, 31a) que quando um gentio foi até Hilel e lhe pediu que lhe explicasse a lei Judaica, Hilel respondeu, “Aquilo que odeias, não faças ao teu próximo. Esta é toda a Torá.” Esta lei era suposta ser a luz para as nações, mas se os progenitores desta lei e seus destinados percursores, não a implementam entre eles e não dão um exemplo que os outros possam seguir, como podemos culpar o mundo por nos odiar? Como não conseguimos entender o mundo quando ele diz que somos culpados de todas as guerras, quando não fazemos o mais ligeiro esforço para superar nosso ódio recíproco e nos unirmos?
A lei mais fundamental da nossa antiga sociedade era a responsabilidade mútua. Como é isto implementado entre nós hoje? De que modo somos responsáveis uns pelos outros? Adoptamos a cultura Helenista competitiva e egocêntrica, a própria cultura a qual é destinada que ofereçamos uma alternativa, todavia ficamos ofendidos quando o mundo nos diz que somos dispensáveis.
O Windsor Star citou o Primeiro Ministro de Israel, David Ben Gurion, dizendo, “Não importa o que dizem as nações, mas aquilo que os Judeus fazem.” Isto é verdade, o ódio das nações deriva da nossa ociosidade para a união, para a responsabilidade mútua, para reacender o laço que fez de nós uma nação em primeiro lugar. Sem nosso exemplo, as nações não serão capazes de fazer a paz entre elas e elas nos culparão por isso. O processo que anteriormente citei é um de desenvolvimento da desconexão para a conexão, da separação para a preocupação mútua. Todavia, sem nós iluminarmos o caminho para as nações ao darmos um exemplo, elas não serão capazes de alcançar a conexão e deste modo não necessitarão de nós.
Quando as nações passam das palavras a acçõs contra os Judeus, como tantas vezes fizeram durante a história, será tarde demais para fazermos aquilo que devemos. Devemos nos unir antes das palavras se tornarem acções. Agora é a hora de agir.
Quando discutindo as ferozes disputas entre os Judeus, escreveu Baal HaSulam nos anos 30: “Eu sei que até se os atarmos juntos num cesto, um não se vai render ao outro sequer um pouco e nenhum perigo vai interromper alguém de levar a cabo sua ambição.” Ele tentava nos alertar sobre o Holocausto iminente.
Estou a tentar fazer o mesmo. Não gosto de ser o desmancha prazeres na festa de celebração da vitória de Donald Trump, quem eu havia esperado que venceria. Todavia, se não nos unirmos acima das nossas diferenças em breve, nosso futuro será negro. O mundo já está a tomar acções concertadas contra nós, não devemos esperar ou será tarde demais.
Nossos antepassados, os Macabeus, tiveram sucesso em superar a separação entre eles, deste modo derrotando as forças de separação. Através da sua união, eles expulsaram o inimigo da terra de Israel, embora fossem poucos contra os muitos. Vamos aprender do seu exemplo aquilo que a união consegue alcançar se verdadeiramente nos direccionarmos para ela.
Publicado originalmente no Haaretz