Se você vasculhar a história da humanidade, parece que temos estado envolvidos num banho de sangue praticamente interminável. Guerra após guerra, nossas civilizações se desenvolveram. A tecnologia é desenvolvida principal, embora não exclusivamente, para fins militares e somente então é ela alternada para o uso civil em áreas tais como a ciência, medicina e recriação. Tudo o que a humanidade faz parece ser motivado por um desejo de dominar, manipular, subjugar e eventualmente destruir ou escravizar os outros. Isto se aplica a cada forma de relações humanas, desde a política internacional à unidade familiar. É a natureza humana.
Na viragem do século anterior vimos exponencial intensificação do ego. Durante as últimas duas décadas nos tornámos incapazes de comunicar, isolados nas nossas conchas pessoais. Ao mesmo tempo a realidade está a desenvolver-se na direcção oposta — apertando juntos cada vez mais, nos tornando cada vez mais interdependentes e interligados. Porém, por não nos conseguirmos suportar uns aos outros, ocorrem colisões!
Este conflito de forças entre nosso desejo de estarmos sozinhos e nossa conectividade obrigatória devem ser suprimidos e entorpecidos então nos apressamos para as drogas. Hoje, a maioria das pessoas no mundo ocidental tomam certo antidepressivo, sejam medicamentos receitados, canábis “medicinal,” ou outras forças de abuso de substâncias. Damos o nosso melhor para escapar à realidade pois não conseguimos tolerar estarmos juntos, todavia não conseguimos sobreviver sozinhos.
E quando as pessoas não se conseguem acalmar, elas não têm escolha senão desafogar suas frustrações. É então que se tornam agressivas e violentas.
É como um casal que viveu junto durante algum tempo. De vez em quando precisam de “descomprimir” para acalmar as pressões do relacionamento. Nós tratamos tais disputas domésticas simplesmente como parte do relacionamento, mas elas são na realidade reflexos dos nossos egos incongruentes. Exprimimos nossos desacordos, temos brigas e continuamos a avançar. Inversamente nos divorciaríamos.
Similarmente, nossa sociedade humana ficou cansada do desenvolvimento das guerras onde inteiros exércitos são mobilizados e dezenas de milhar são mortos. Se tomarmos em consideração que hoje, qualquer guerra entre dois países é provável arrastar outras nações para o conflito, aumentando a probabilidade de uma terceira guerra mundial e recordemos o risco muito real que a parte perdedora pode optar por armas nucleares em face da derrota, torna-se demasiado arriscado nos permitirmos nos envolver em guerra à grande escala. Deste modo, por todas suas consequências dolorosas, ataques terroristas tais como aquele que tomou lugar no Aeroporto Ataturk de Istambul Ataturk parecem ser a opção menos sangrenta.
Isto é, a menos que mudemos de curso juntos.
Sem uma mudança é claro que nos tornaremos cada vez mais alienados e hostis uns para os outros até que nos encontremos envolvidos numa batalha engolindo toda a humanidade. Ou, podemos tomar um caminho diferente. É simplesmente uma questão de quão cedo escolhemos dizer, “Já chega!”
Quanto mais cedo decidirmos mudar, mais fácil e rápido isso será. Tudo o que precisamos é decidir que uma vez que não podemos exterminar nossos egos, devemos tentar avançar acima deles! Por exemplo, se usarmos o desejo de domínio para beneficiar a sociedade, tal como galvanizar comunidades para ajudarem outras comunidades, isso vai evocar amizade em vez de hostilidade e competição entre comunidades e vai aumentar a coesão dentro da comunidade solidária. Se as pessoas querem fama, faça-as famosas por fazerem o bem às outras. Nunca ninguém que ajudou os outros se sentiu mal. Precisamos de nos sintonizar essa força positiva que existe em cada um de nós e utilizá-la para nosso benefício.
Podemos escolher construir sociedades exemplares e os céus na terra, ou evitar qualquer acção e deixarmos nossa má vontade na liderança. O resultado será o mundo que hoje vemos: reflectindo nossa má vontade.
Porém, se aceitarmos o facto de que já estamos conectados e o usarmos para nosso benefício, para construir comunidades coesas, então não nos vamos ressentir da nossa conexão e não teremos desejo de adormecer nossos sentimentos usando drogas. Seremos capazes de jubilar na nossa conexão uma vez que há tanto que ela nos pode dar. A ciência provou que pessoas socialmente conectadas são tanto mais saudáveis como felizes, dentro da sociedade há uma força da qual os solitários se afastam e perdem seus benefícios. Através da auto-doutrinação podemos aprender a usar nossa natureza egoísta para o bem comum para que a sociedade inteira possa beneficiar do desejo de todos por estima e reconhecimento. Quando nossas concretizações são compartilhadas, elas são multiplicadas. Tal como no dizer, “Um problema partilhado é metade do problema,” uma alegria partilhada é alegria multiplicada.
Quanto mais rápido entendermos este princípio e começarmos a construir a sociedade de acordo com ele, mais rápido mudaremos o curso de nossas vidas. Nosso futuro depende desta decisão—não só nossa felicidade, mas nossa própria sobrevivência física. Então quanto antes nos começarmos a conectar, melhor. Esta é nossa única protecção verdadeira e duradoura contra o terror e a guerra.
Publicado originalmente no Jewish Business News