Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Caixa de Mensagem da Economia

Do livro “Os Benefícios da Nova Economia”

1) Um mundo global integral:

  • Global: “Globalização” refere-se às relações cada vez mais internacionais que envolvem a cultura, as pessoas e a atividade econômica. Na maioria das vezes ela se refere à economia: a distribuição planetária de locais onde bens e serviços são produzidos, viabilizada por meio da redução das barreiras ao comércio internacional, tais como as tarifas, as taxas de exportação, e as quotas de importação. A globalização tem acompanhado e contribuído para o crescimento econômico nos países desenvolvidos e em desenvolvimento por meio da especialização e pelo princípio da vantagem comparativa (a capacidade de uma pessoa ou de um país produzir um determinado bem ou serviço a um custo menor). O termo também pode se referir à circulação transnacional de ideias, línguas e da cultura popular.
  • Integral: inteiro, completo, total. Além disso, consistindo ou composto de partes que juntas constituem um todo.

Esses dois processos, a globalização e a integração, estão interligados e descrevem o novo mundo global-integral. O desenvolvimento da tecnologia, a internet, a comunicação celular, o comércio mundial e os mercados financeiros têm acelerado a evolução da humanidade em direção a um mundo novo e conectado.

A roda não pode girar para trás, é impossível resistir ao processo de integração global. As crises recentes fez que a humanidade percebesse que nossas vidas nunca mais serão como eram antes. A aceleração da globalização e da transformação do mundo em uma aldeia global, onde a interdependência e mútua influência um sobre o outro são crescentes, obrigam-nos não só a sermos ateciosos uns com os outros, mas a realmente sentir empatia e participarmos totalmente  da vida uns dos outros..

A crise mundial teve origem em nossas conexões atuais, baseadas no individualismo, na competição e no egoísmo, em relação ao tipo de conexões que agora são necessárias em um estado de interdependência em um mundo global integral. A solução para a crise global começa com o estabelecimento de novos tipos de conexões entre nós, que irá se enquadrar melhor ao mundo em que hoje vivemos.

Porque a crise é um problema sistêmico, se as pessoas se conectar em responsabilidade mútua e solidariedade, e trabalhar em reciprocidade na direção de um objetivo comum – estar em equilíbrio com o mundo global integral – criaremos um mundo iluminado. Esse mundo vai sustentar todos nós com abundância e tranquilidade, enquanto mantivermos a harmonia entre nós e entre nós e a natureza.

Na economia e finanças, a nossa dependência mútua é especialmente óbvia. É indiscutível. Os mercados de ações ao redor do mundo têm uma estreita correlação que só aumenta em tempos de crise. O mercado de títulos é um mecanismo global pelo qual os países levantam enormes quantias de dinheiro um do outro, com o fim de financiar as economias um dos outros. A  própria economia reflete as estreitas relações transfronteiriças, e muitas empresas se tornaram corporações globais que fabricam em muitos países e vendem os seus produtos em todo o mundo. Hoje, nenhum país é autossuficiente, e a crise econômica global prova isto a cada dia.

2) A responsabilidade mútua: O mundo global integral exige uma transformação na maneira como percebemos as relações humanas. Essas relações devem ser baseadas no cuidado com os demais e interesse mútuo, assim como em uma família. Em primeiro lugar e acima de tudo, esta transformação implica em uma mudança pessoal na forma como nos relacionamos com os outros. Esta, então, será traduzida em um tratado social e econômico, lidando com todas as questões e necessidades nos níveis indivídual, comunitário, estadual, internacional. A economia de responsabilidade mútua vai contar com uma transição da relação de competitividade, individualismo, e lucro egocêntrico que visa maximizar o ganho pessoal, mesmo em detrimento do prejuizo dos outros, para uma economia equilibrada, que provê as necessidades básicas de cada pessoa. O objetivo desta economia será o bem-estar comum e extinguir as lacunas socioeconômicas com o consentimento de todas as partes e com total transparência.

3) A mesa redonda: A fim de atender às necessidades básicas de todas as pessoas, temos que realizar discussões em mesas-redondas, onde todos são iguais, assim como em uma família. Políticos, economistas, sociólogos e especialistas de várias disciplinas irão colocar suas cabeças para pensar juntos e ponderar a melhor forma de servir a nossa extensa família. Esta é a única maneira de formular a ordem correta de prioridades, através de amplo consenso para ser então implementadas nos orçamentos nacionais e nas relações internacionais. A transparência nas discussões de mesa redonda irá manter a legitimidade do mecanismo e apoiar a confiança do público de que as decisões são tomadas tendo em mente o bem-estar comum.

4) Informação e Educação: A chave para a mudança pessoal e para adaptar nossas relações a um aumento da dependência mútua e um fortalecimento das interconexões é a educação e a prestação de informações. Esta é a única maneira de avançarmos na direção da responsabilidade mútua.

O currículo incluirá, entre outros temas:

  • Finança Pessoal
  • Competências de vida, destinadas a ajudar as pessoas a atuar em seu ambiente próximo econômica e financeiramente, e lidar com as ramificações da crise na vida pessoal.
  • Informar as pessoas sobre os diferentes aspectos da vida em um mundo global integral, compreendendo a natureza da realidade, em um mundo assim, suas causas, as conexões entre a globalização e as mudanças necessárias nas relaações um com os outros, e ressaltando a influência do ambiente social sobre a pessoa. A transição para uma vida de solidariedade e de responsabilidade mútua é impossível sem o apoio do ambiente social e encorajamento desse processo.
  • A responsabilidade mútua como um modo de vida – incultindo as habilidades sociais necessárias para uma vida sustentável e calma em um mundo globalizado e conectado.

A Crise Econômica Global

1) A economia expressa a natureza das relações humanas: A economia é uma expressão da natureza humana e reflete nossas relações humanas. É por isso que deve corresponder ao nível de desenvolvimento da humanidade. Assim, devemos entender as características da realidade global, integral, onde todos são interdependentes. A realidade integral enfatiza a necessidade de se alcançar a responsabilidade mútua, a fim de obter a prosperidade econômica e social e utilizar as vantagens de ajustar as relações humanas ao sistema global integral. As leis da nova economia de responsabilidade mútua irão refletir essa transformação nas relações humanas. Somente tal processo irá garantir que a economia seja estável, eficiente e mantenha um equilíbrio sustentável.

2) A razão para a crise econômica é a lacuna entre o sistema existente e aquele que é necessário em um mundo global integral: A crise é antes de tudo uma crise das relações humanas, resultante do abismo entre a natureza individualista e competitiva do nosso sitema de vida moderno e dos sistemas necessários no mundo global e conectado. Esse mundo exige que nos conectemos criando laços de responsabilidade mútua, cuidando das necessidades um do outro, e cooperando para o benefício de todos, incluindo nosso próprio.

3) A economia abalada não é a razão para a crise, mas seu resultado: Lidar com a crise global deve ser de forma completa, enfrentando não apenas os sintomas, mas mudando os valores fundamentais da sociedade e das relações humanas. Somente uma mudança assim levará à construção de uma nova economia, uma economia simplesmente, mais prosocial e equilibrada. Somente quando entendermos que a solução está em nossas relações uns com os outros, seremos capazes de encontrar as soluções certas para a crise

4) A necessidade de um novo paradigma: nem o método nem os sistemas econômicos e teorias existentes foram construídas ou destinam-se a lidar com uma realidade global integral. Assim, os paradigmas devem ser alterados a partir da raiz. Uma nova teoria econômica global é necessária, baseada na premissa de que as pessoas conduzem as relações de responsabilidade mútua, e aspiram por um modelo socioeconômico altruísta que demonstra os estágios avançados de uma sociedade que adotou tais relações como um estilo de vida. Se permanecermos no atual paradigma capitalista, baseado no princípio da “mão invisível”, estaremos impedindo nossa capacidade de realizar a mudança necessária porque os economistas e teóricos apoiam a intervenção mínima do governo nas forças do mercado. Eles assumem que o equilíbrio ideal vai evoluir naturalmente, para o benefício das pessoas a quem estes modelos se destinam a servir.

5) Substituir a caixa de ferramentas econômica: A tradicional caixa de ferramentas econômicas para lidar com crises nos jogou nesta crise. Todas as medidas, programas de resgate e os incentivos dados em todo o mundo se basearam em uma única escola econômica, antiga e familiar, pela qual a solução para a crise está em diferentes combinações de expansões monetárias e fiscais (dependendo do país). Todas as medidas e programas de resgate desde 2008 não apenas falharam, mas também agravaram a crise por que nos impediram de tratar a sua causa, embora tenham tentado combater os sintomas. Devemos urgente assumir um novo paradigma, pois o nosso paradigma atual é inadequado para a nova rede – o novo sistema global socioeconômico no qual o mundo evoluiu e a interdependência que esta rede criou.

6) A crise como uma oportunidade: A crise econômica e financeira está levando especialistas e tomadores de decisão a perceber que há uma necessidade de ajustar as relações humanas e os sistemas socioeconômicos derivados deles a uma forma exigida de relações em um mundo global integral. Esse mundo está aproximando as pessoas cada vez mais, estimulando-as a cuidar uns dos outros e cooperar sinceramente. Ele está levando-as para a coesão social, exigindo de nós a substituição da competição agressiva e exagerada pela concordância com as leis do sistema global integral. O estreitamento das lacunas entre os sistemas irá resultar no alívio imediato da crise.

 

Características de uma Economia Equilibrada

1) Novas relações de lucro e utilidade: A realidade requer de nós o ajuste dos atuais sistemas econômicos e sociais aos sistemas baseados em consideração mútua, colaboração, sinergia, compartilhamento de informações e recursos, e consumo equilibrado. Devemos também unificar mecanismos econômicos, fiscal e monetário. Estes novos sistemas expressam a responsabilidade mútua, enquanto a economia atual é baseada na maximização da utilidade pessoal e do lucro, na competitividade e no estimulo ao conflito inerente entre as pessoas e os países.

2) Separar Rendimento de Consumo: Cada pessoa será capaz de comprar produtos e serviços de acordo com a necessidade para um padrão de vida razoável, independentemente da renda, desde que todo mundo trabalhe e contribua para a sociedade de acordo com sua capacidade. Em outras palavras, todo mundo vai fazer pela sociedade tudo o que puder, e irá receber da sociedade o que eles precisam para seu sustento. A reciprocidade e da transparência terão um papel-chave aqui. Retirar o rendimento do consumo se aplica a todos, mas isso não significa que a renda, a posse de bens e propriedades, ou a contribuição para o bem comum será igual entre todos.

3) Igualdade, relativa e idiossincrática: A economia de responsabilidade mútua vai trazer com ela o estreitamento drástico da desigualdade socioeconômica até que esteja completamente aniquilada. A sociedade não precisa forçar a igualdade entre todos através da distribuição arbitrária de recursos monetários, serviços e bens materiais. Em vez disso, a distribuição deve ser relativa e individualista – a cada um segundo as suas necessidades particulares básicas para uma vida razoável. Um padrão de vida razoável será determinado como “aquele que garanta para cada pessoa a provisão das necessidades da vida, e permita uma vida confortável de acordo com as necessidades específicas de uma pessoa ou de uma família.” Este padrão estará de acordo com o padrão de viva normal em seu ambiente próximo, ou seja, um padrão de vida acima da linha de pobreza para todos. Esse padrão será determinado por consenso de mesa redonda (veja neste capítulo, seção “Geral”, item 3). A igualdade irá se manifestar na distribuição justa dos recursos, na total transparência do processo de tomada de decisão, na participação plena do indivíduo no esforço para proporcionar a si e para a família, e na contribuição com o melhor da habilidade de cada pessoa para o bem-estar geral da sociedade.

4) Assegurar um padrão de vida razoável: Um padrão de vida garantido será assegurado para todos, o qual seja sifuciente para manter um nível razoável. Serviços e produtos irão incluir habitação, saúde, educação desde o nascimento até a morte, alimentação, vestuário, e todas as coisas que os indivíduos e as famílias precisam para viver confortavelmente de acordo com as capacidades econômicas da sociedade em geral. Isto implica em um padrão de vida que está acima da linha da pobreza, conforme descrito no item acima. Como resultado, alguns indivíduos ou famílias vão melhorar seu padrão de vida, e alguns vão declinar. No entanto, todo o processo será realizado com o consentimento de todos e um senso de responsabilidade mútua ea preocupação com o outro, como é adequado para uma sociedade que adotou a responsabilidade mútua como um modo de vida. Informar, educar, e a influência do ambiente são elementos necessários em inculcar as mudanças necessárias em direção a uma relativa igualdade e garantir um padrão de vida razoável para todos.

5) Uma economia equilibrada: o consumo equilibrado é imperativo nesta nova economia equilibrada. Adaptar as inter-relações humanas à dependência entre eles no mundo global- integral irá mudar todo o paradigma econômico, não só o consumo. Irá passar de uma economia competitiva, exagerada, egocêntrica desperdiçadora, a uma economia equilibrada, estável, funcional e colaborativa, e em estágios mais avançados, ela irá mesmo se tornar altruísta. Todos os sistemas econômicos – de produção, comércio, consumo, o sistema financeiro e o sistema social serão adaptados para o tamanho necessário exato para prover a humanidade com tudo o que ela precisa para um consumo razoável, não menos, e não mais.

6) Crescimento: A busca do crescimento econômico como objetivo principal da sociedade não serve o bem-estar comum. Ela cria pressões e causa muitos danos econômico e social. A transição para uma economia equilibrada tornará o sistema que venera o crescimento irrelevante. Vamos parar de medir o sucesso econômico de um país pelo percentual de crescimento do seu PIB. O novo objetivo econômico de um país será prover todos os seus cidadãos com o que eles precisam para sustentá-los. Além disso, todos os recursos nacionais e pessoais serão destinados a desenvolver e realizar o potencial pessoal e coletivo dos cidadãos.

7) Os excedentes na nova economia: Uma economia baseada em responsabilidade mútua irá produzir excedentes substanciais de recursos financeiros, econômicos e naturais. Quando sabemos que há alguém para cuidar de nossas necessidades em qualquer circunstância, não será necessário manter as reservas em bens ou dinheiro. Empresas e países também seguirão esse princípio, e os excedentes irão se manifestar em uma abundância de recursos naturais, um aumento de terra livre e apartamentos rentáveis, e os recursos liberados devido à interrupção do consumo excessivo de alimentos pré-cozidos e produtos agrícolas que são atualmente jogados fora em vez de ser distribuído. Também se manifestará no aumento dos excedentes das pessoas, junto com a divisão justa da renda, mudanças voluntárias entre os magnatas, que trabalharão para diminuir a desigualdade, e departamentos do governo que não precisam manter reservas para si. Devido à importância deste conceito na nova economia, dedicamos o capítulo, “Excedente e Melhorado Bem-Estar Comum”, inteiramente a esse tópico.

Satisfação em doar: Em uma economia baseada em responsabilidade mútua, o materialismo ocupará o seu lugar natural, para prover as necessidades. A satisfação e a motivação para o trabalho virão do desejo de fazer parte de uma sociedade que vive pelo princípio da responsabilidade mútua entre as pessoas, sem renda adicional ou posses. Em vez disso, a gratificação virá de prover as necessidades dos outros e de contribuir para o bem-estar geral. Nossas conquistas virão da nossa contribuição para o novo tratado sócio- econômico, a partir do desejo de ajudar no desenvolvimento dos outros e da reciprocidade das relações humanas.
A satisfação de doar é o resultado de uma mudança interior gradual, através da influência do ambiente, a prestação de informação e educação para a responsabilidade mútua.

8) Um plano de emergência para lidar com o desemprego: O desemprego continuará a subir, devido à crise e por causa da transição necessária de uma economia consumista, competitiva em uma, equilibrada e funcional. Centenas de milhões de pessoas vão ficar desempregadas e, portanto, exigem atenção imediata. Esta bomba-relógio socioeconômica tem o potencial de destruir famílias, aumentar a desigualdade, dividir a sociedade, e pode deteriorar-se em violência e instabilidades sociais e governamentais. O plano de emergência para lidar com o desemprego de acordo com o princípio da responsabilidade mútua, no âmbito do mundo global integral, vai incluir o pagamento de um seguro- desemprego justo, desde que a pessoa participe de um quadro educacional, a ser estabelecido pelo estado. A participação será considerada como um trabalho. Para mais detalhes sobre o conteúdo e as vantagens do plano de emergência para o estado e para o povo, ver o capítulo “Plano de Emergência para o desemprego.”

9) Unificando governo e mecanismos financeiros: Atualmente, várias instituições internacionais, principalmente na educação, economia e saúde, tais como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, ou a UNESCO refletem o reconhecimento da comunidade internacional da necessidade de assistência mútua, compartilhando informações, e colaboração transfronteiriça e intercultura. A nova conexão entre as pessoas no âmbito do tratado sócio-econômico chamado de “responsabilidade mútua” vai acelerar a colaboração internacional.

Estamos vivendo dentro de um único sistema econômico fechado no qual um país não pode agir apenas para seus próprios interesses, mas sim com um sentido de responsabilidade e de conexão com os outros países. Portanto, é natural que a colaboração internacional irá aumentar e se aprofundar, incluindo a unificação dos instrumentos monetários e fiscais de acordo com as leis do mundo global integral, reconhecendo que um sistema integral só pode ter um chefe.

10) O magnata social: Em um sistema socioeconômico baseado em responsabilidade mútua, os magnatas terão seu lugar de direito. A igualdade necessária em um sistema harmonioso é uma igualdade relativa e idiossincrática – de acordo com as necessidades da pessoa e na medida em que ela cumpra sua potencial contribuição para a sociedade.

Educar a humanidade para responsabilidade mútua vai alterar os valores dos magnatas de querer dominar e maximizar seus ganhos em detrimento dos consumidores até chegar a outros novos os valores pró-sociais. Os magnatas receberão a aprovação social da sociedade não por causa de seus carros de luxo, jatos particulares, ou suas mansões, mas por causa de sua contribuição para a sociedade, para o meio ambiente, para o país e para o mundo. Ao mesmo tempo, os magnatas serão capazes de continuar usando suas habilidades únicas para que a sociedade possa se beneficiar de suas habilidades em produzir riqueza. Isto irá prover os magnatas com gratificação, assim como em uma família, o principal provedor goza de sua capacidade para proporcionar o bem-estar de toda a família.

11) O índice de garantia mútua: Hoje há mecanismos para medir a desigualdade ou a qualidade de vida. Quando o índice de garantia mútua for desenvolvido, também seremos capazes de medir o grau ao qual as firmas, países e organizações implementam o princípio de garantia mútua e a economia equilibrada descrita neste livro. O índice também medirá nosso progresso para a garantia mútua.

 

Benefícios da Nova Economia

1) Padrão de vida igual para todos: Uma política econômica baseada na consideração mútua levará à alocação de recursos públicos necessários para elevar as classes de renda mais baixa acima da linha da pobreza. Ao mesmo tempo, seminários e treinamento em habilidades de vida e finanças pessoais irão ajudar a desenvolver a independência pessoal e econômica. Vivendo além de suas posses, o excesso de consumo, e o uso imprudente de crédito tornaram-se uma pandemia global que requer tratamento. Estes têm desempenhado um papel importante na crise econômica global que vem acontecendo desde 2008, se não antes.

2) Redução do custo de vida: Quando a ganância não for mais a base das nossas relações comerciais e econômicas, quando cada um de nós se contentar com um lucro razoável e não se esforçar para maximizar os lucros à custa dos outros, os preços dos produtos e serviços cairá em direção ao seu custo real. Os principais beneficiários da deflação serão as classes de baixa renda. A redução do custo de vida vai reduzir a desigualdade e as disparidades sociais e econômicas.

3) Diminuição da desigualdade e das lacunas sociais: Um fenômeno que se tornou mais evidente na economia global é o aumento constante da desigualdade. Este é o principal motivo para a agitação social mundial. Quando nos relacionarmos uns com os outros como uma família, não seremos capazes de tolerar a desigualdade entre nós ou entre os países da comunidade internacional. Em vez de tensão e medo de revolução ou violência, a economia de responsabilidade mútua produzirá amplo consentimento sobre a necessidade de diminuir as disparidades econômicas, mantendo assim a estabilidade do sistema. Diminuir a desigualdade significa, entre outras coisas, concessões econômicas e sociais por parte das classes altas, educação e influência do meio em direção à responsabilidade mútua, e um mecanismo de deliberação eficaz, conhecido como “a mesa redonda.” Isso vai garantir que as decisões sejam tomadas com transparência e justiça, refletindo o consenso social e econômico exigido pelas relações de responsabilidade mútua entre todas as pessoas.

Em troca, aqueles que podem contribuir com bem-estar social de todos receberão elogios e reconhecimento. Ao mesmo tempo, aqueles que recebem assistência irão desfrutar de uma vida digna e irão apreciar o novo sistema por ter melhorado sua condição econômica e social. Além disso, a economia de responsabilidade mútua irá garantir que as lacunas existentes hoje não sejam reproduzidas no futuro, porque o sistema será equilibrado, estável, e baseao na elevada coesão social.

4) Uma reforma genuina no orçamento: O único elemento que nos permitirá criar justiça social na responsabilidade mútua, ao mesmo tempo em que garante o bem-estar de cada indivíduo na sociedade – sem estourar o orçamento – é a sensação de que estamos todos no mesmo barco e devemos cooperar para benefício mútuo. Temos que determinar uma ordem de prioridades mais equitativa nos orçamentos nacionais com amplo consenso, em vez de agir como lutadores em um ringue. Deve haver uma economia gerenciada com transparência, que permita a todos entender e influenciar na forma como as decisões são tomadas.

5) Melhorar as relações humanas no trabalho e as relações indivíduo-empresa-estado: Em uma economia baseada na responsabilidade mútua, sistemas políticos e econômicos se tornarão amistosos com as pessoas sob a égide da responsabilidade mútua – considerando mais os cidadãos do que os governos. Melhorias semelhantes terão lugar no tratamento das autoridades das empresas e nas relações entre o setor empresarial e as autoridades fiscais do Estado.

6) Confiança: A transição para esta outra economia será gradual. Primeiro, haverá dinâmica de mudança e esperança, um novo espírito na sociedade, um sentimento de coesão e segurança pessoal. A ansiedade e o medo de ser usado e abusado dará lugar a concessões e gestos voluntários em diversas áreas, tais como nos preços de venda e aluguel de casas, nos acordos salariais que sejam justos para todos os lados; em uma burocracia mais simples e mais eficiente que sirva verdadeiramente o público, em bancos justos e honestos, ou estacionamentos que taxam apenas o que exige a taxação e a um custo razoável. Todos estes exemplos têm uma coisa em comum – um sentimento de confiança nos outros, um sentimento que é tão desesperadamente necessário nestes tempos insanos.

7) Um processo de tomada de decisões eficaz: A nova economia será conduzida com transparência. As pessoas serão capazes de ver como são tomadas as decisões e serão capazes de influenciá-las. Um sentido de transparência, junto com envolvimento nesse processo, criarão a simpatia com as decisões tomadas. Muitos estudos no comportamento organizacional demonstram que quando participamos num processo, temos tendência a apoiar decisões até quando não concordamos completamente com elas. Este é o caminho para essa sensação de que tanto sentimos falta, a sensação de justiça, nossa capacidade de abordar os decisores e a necessidade de justiça social. Este é o único caminho para que as transformações na sociedade e na economia sejam bem sucedidas. Haverá uma política de bem-estar progressista e a desigualdade será nivelada através de deliberação pública e amplo consentimento. Colaboração, partilha e tomada de decisões transparente contribuirão para a estabilidade e sustentabilidade do sistema sócio-econômico.

8) Consumo equilibrado: O consumo excessivo, que se tornou uma parte tão importante de nossas vidas, com o incentivo do nosso ambiente social, gradualmente, e por meio do consentimento amplo, abrirão caminhos para o consumo equilibrado.O consumo privado deverá voltar à normalidade, em vez de o consumo exagerado que se baseia em anúncios publicitários e de pressão social, cujo único propósito é nos convencer a comprar produtos e serviços que não precisamos. Muitos produtos e serviços redundantes desaparecerão, e o consumo vai contar com cálculos práticos de utilidade e serviço em nossas vidas diárias em um nível razoável de que é a norma em nossos respectivos ambientes. Marcas como status social serão substituídas por contribuições para a sociedade e participações na vida da comunidade e trabalho para o bem comum.

Após a queda da demanda, o custo de vida vai cair e um padrão de vida razoavelmente digno e será acessível a todos. Esse processo já começou e está ligado à crise e à transição gradual da humanidade, de uma economia competitiva e do desperdício sendo esta auto-centrada e desigual, à uma economia equilibrada e funcional, cujo objetivo é prover as necessidades básicas de cada pessoa.

9) Melhorar as condições Ecológica e Naturais: A mudança da economia de exploração e excesso de consumo que esgotam os recursos naturais e causam danos ao homem e á terra na economia do consumo equilibrado irá reduzir a quantidade da produção industrial e do número de produtos desnecessários. Estes processos irão contribuir significativamente para melhorar a ecologia do planeta: a poluição do ar e da água vai diminuir, as montanhas de lixo serão reduzidas drasticamente, e os desperdícios de energia e de recursos naturais irão cessar. O retorno à normalidade da produção e consumo, à igualdade e à equidade na repartição dos recursos, irão garantir que o uso dos recursos naturais serão feitos em um ritmo que permitirão à terra o tempo necessário para reabastecer seus tesouros.

Há uma abundância de recursos na terra suficientes para suprir as necessidades de toda a raça humana e de todas as espécies na terra por um longo período de tempo. A economia de responsabilidade mútua é uma economia equilibrada e harmoniosa, e, portanto, será amigável para o Planeta Terra, do qual nossas vidas dependem.

Uma grande vantagem da responsabilidade mútua é que em um sistema equilibrado e harmonioso, a probabilidade de conflitos entre nações e países, até mesmo da diplomacia agressiva, é praticamente inexistente. Lutas pelo poder, protecionismo, tarifas, guerras monetárias que exploram os pontos fracos de outros países. Um novo caminho irá se abrir na nova economia, baseada no espírito da responsabilidade mútua.

Publicado em Artigos