“Até então o homem tem estado contra a Natureza, de agora em diante ele estará contra a sua própria natureza.”
-Dennis Gabor, Inventando o Futuro, 1964
Os níveis do mar estão subindo, secas estão a espalhar-se, o inverno é mais frio, o verão mais quente, as camadas polares estão derretendo e o clima geralmente tem saído do controle. Há a gripe das Aves, gripe suína, as abelhas estão desaparecendo e os insetos estão consumindo florestas inteiras. Na verdade, a Terra está se inclinando mais e mais para fora do equilíbrio.
O Conselho de Consultores sobre Ciência e Tecnologia do Presidente Obama alertou que se os EUA e outros países não agissem rápido o suficiente para parar a mudança climática, mudanças às quais os cientistas se referem como “o ponto de ruptura” ocorrerão:
- “A Terra pode estar perto de, em torno de seis anos, perder o gelo marítimo no verão Ártico, ele disse, e isso tem o potencial de alterar o clima de maneira imprevisível.
- A liberação de metano gelado do degelo do permafrost na Sibéria.
- Mais e maiores incêndios florestais mundiais. “
Os assessores de Obama alertaram também sobre severas secas e a subida do nível do mar. A situação é tão séria que John Holden, o assessor-chefe para ciência de Obama, sugeriu considerando “disparar partículas de enxofre na atmosfera superior,” para resfriar artificialmente a atmosfera.
Mas como é que a Terra chegou a tal estado? Nós gostaríamos de oferecer uma abordagem diferente para responder a essa pergunta, uma que lida com a raiz do problema em vez das suas manifestçaões.
Equilíbrio e Reciprocidade
Para compreender porque a terra está pendendo para o desequilíbrio, vamos brevemente olhar para o termo “Natureza.” A primeira imagem que vem à mente com o pensamento da palavra “Natureza” pode ser uma de árvores, paisagens, ou animais. Estas são todas partes da natureza, mas elas são apenas elementos de um sistema muito mais amplo. Uma perspectiva mais aberta revela que a Natureza é muito mais do que plantas, animais e montanhas. Natureza é um sistema regulador que é responsável pela funcionalidade adequada e bem-estar de todas as suas partes. Este sistema regulador engloba a realidade inteira e almeja trazer todos os seus elementos para equilíbrio e harmonia.
Se nós isolarmos elementos na natureza e os examinarmos separadamente, eles irão parecer-nos como se estivessem funcionando independentemente. Mas se considerarmos a sua funcionalidade dentro do sistema inteiro, veremos que cada elemento renuncia ao benefício próprio para contribuir para a criação de um sistema harmonioso no qual todos trabalham pelo bem comum.
Uma visão panorâmica da Natureza revela que este sistema regulador se aplica a cada elemento da Natureza. Ele é um corpo compreendido de uma miríade de órgãos e a harmonia entre eles permite a continuidade de toda a vida.
Uma colônia de formigas, por exemplo, consiste de milhões de formigas que agem em perfeito uníssono.Mas a colônia é apenas uma parte de numerosos outros elementos, que frequentemente parecem competir, que juntos formam um ecossistema equilibrado.
Exemplos de fascinantes correlações na Natureza abundam: abelhas polinizando flores, abutres comendo carcaças deixadas a apodrecer por predadores, escaravelhos se alimentando das fezes dos outros animais, etc..
Então há o homem. Exemplos de como os humanos abusam da Natureza são tão onipresentes que parece redundante até os mencionar. Na realidade, seria bastante seguro dizer que não há um único setor de envolvimento humano no qual nós não desequilibramos a Natureza.
O Elo Que Faltava
Enquanto um leão caça uma Zebra apenas para encher o seu estômago, o homem tem prazer da sua superioridade sobre os outros. A raça humana é a única criatura que deseja explorar o meio ambiente para o seu interesse próprio. Nós nunca nos acomodamos com o que temos, retiramos do ambiente muito mais do que precisamos verdadeiramente e temos prazer nas dores dos outros.
Na base do comportamento social humano encontra-se o ego, que prefere sempre o interesse próprio ao partilhado bem comum. Mas se estamos ou não conscientes disso, somos parte da natureza, e o fato de que sentimos que estamos “acima” dela coloca-nos numa situação precária. Se nos queremos ajudar a nós mesmos, devemos começar com a única causa que viola o equilíbrio da Natureza: nós.
Medidas Práticas
1) Em Relação à Terra
Devemos ter mais consideração pela Terra, compreender que estamos vivendo num pequeno planeta e que somos todos interdependentes. Não temos outra Terra para onde fugir assim que tenhamos esgotado e poluído esta além do possível, então devemos comportar-nos agora com o entendimento de que se não agirmos responsavelmente, as nossas crianças não terão lugar algum para viver.
2) Relações Humanas
Refrear as emissões de CO2 e reciclar para ajudar a ecologia da Terra são todas ações importantes e dignas que devemos tomar. Todavia, na nossa presente estrutura mental egocêntrica, elas são tão eficientes como aspirina para o câncer. Estas medidas podem fazer-nos sentir melhor momentaneamente mas elas não resolvem o verdadeiro problema.
Apenas quando começarmos a mudar as relações humanas começaremos a restaurar o equilíbrio geral da Natureza. Se mantivermos em mente que o único elemento no mundo que está desequilibrado é o nosso egoísmo, não esqueceremos que ele é também a única coisa que requer remendo.
Para resolver isso, devemos cultivar programas educacionais que promovam consideração mútua, igualdade e mais importante, o entendimento da Natureza em geral e da natureza humana em particular.Devemos delegar instituições educativas para iniciarem estes programas em cada país e a nível mundial por meio de um esforço globalmente coordenado. A infraestrutura e instituições para induzir esta mudança já existem, devemos simplesmente decidir juntos que queremos que aconteça.
Quando nós criamos relacionamentos de consideração mútua e cuidado, estaremos em uníssono com a Natureza, e assim invertemos o presente caminho descendente da humanidade para um brilhante futuro de harmonia e paz.