A divisão social na América está a aumentar violentamente. O turbilhão de acusações entre a Esquerda e Direita política continua numa espiral descendente. Parecemos estar a atingir novas mínimas numa base diária.
Fazer sentido deste cenário político está a tornar-se cada vez mais difícil, porque cada lado recusa se envolver com o outro. Esta atmosfera geral de polarização social também conduziu a uma alarmante onda de actos de antissemitismo, que conduziu a ainda mais acusações e discussões.
O famoso versículo do Livro de Ester, “A cidade de Shushan está perplexa”, soa certo para a América de hoje.
O forro de prata, todavia, é que a confusão e incerteza apresentam sempre uma oportunidade para reavaliarmos nossos valores e prioridades. A divisão cega entre a direita e a esquerda mantém-nos confinados a nossos instintos primordiais, mas a confusão pode ser um passo em frente para nos ajudar a achar o consenso de novo.
Discernimentos da história de Purim
A história de Purim tomou lugar na antiga Pérsia, num tempo em que os Judeus se encontravam em perigo de existência.
Hamã sabia que os Judeus estavam divididos e que ele podia usar isto para se livrar deles. O Meguilá nos diz que “há uma nação dispersa entre as outras nações e Hamã disse que na sua opinião, eles terão sucesso em se livrar dos Judeus pois eles estão num estado de separação uns dos outros.”
Mas o herói da história, Mordechai, trabalhou para corrigir esta divisão e isto no final redimiu o povo Judeu: “Os Judeus se uniram e com isso foram salvos.”
A antiga história de Purim contém um grande significado para os Judeus de hoje e para a América no geral. Mas quem é o Hamã dos tempos modernos? Quem é o verdadeiro autor da divisão?
Alguns facilmente culparão o Presidente Trump, enquanto outros vão culpar os Democratas e liberalistas. Todavia além das acusações e personificações, podemos também dizer que o Hamã de hoje é a mentalidade da divisão, o desejo de procurar poder a qualquer custo, que nos escraviza, nos prejudica e nos cega de ver aquilo que estamos a fazer uns aos outros.
Mudar de caminho
Entre esta turbulência social, devemos achar a voz dentro de nós que evoca um propósito e conexão compartilhada, pois isto é precisamente a coisa que vai aproximar a América e o mundo da paz e harmonia.
Cada vez que os Judeus foram ameaçados com o extermínio, foi nosso compromisso para a união que nos permitiu prevalecer e sobreviver. Hoje, os Judeus devem se lembrar desta história e dar um exemplo positivo a todos.
E embora os Judeus tenham uma responsabilidade primária de serem um modelo de escolher a conexão sobre a divisão, os americanos de todos os géneros devem escolher este curso de acção antes que seja tarde demais. Nosso destino está nas nossas mãos.
Feliz Purim para todos.
Publicado originalmente no Algemeiner