Do livro “A Psicologia da Sociedade Integral”
– Se a percepção do mundo é infinitamente polimórfica, então por que este o método correcto de entre todos os outros e por que é que todos o têm de usar?
– Porque é assim que funciona a Natureza. Ela é integral. Nós somos os únicos na Natureza que não somos integrais, ou seja as únicas criaturas egoístas. A Natureza é nosso berço, mas nós nos excluímos dela e nos posicionamos fora dela e até acima dela.
Esta minúscula e insignificante pessoa tem a ideia que ela está destinada a conquistar e quebrar toda a Natureza, como se ela soubesse o que está a fazer. Apesar do facto de que ela continuamente descobre que não sabe coisa alguma e que ela está a arruinar e a mutilar todas as coisas, ela tem esta sensação.
Este método nos foi dado para que o possamos rejeitar e segundo a lei da “dupla negação,” concluímos que somos a única parte não-integral da Natureza. A humanidade é como um tumor canceroso dentro da Natureza, ela se consome a si mesma e ao inteiro organismo. É assim que nos tratamos uns aos outros e a tudo que nos rodeia, o organismo único da Natureza.
Quando entendermos ao que nos assemelhamos de verdade, vamos descobrir a fonte e a razão para todo o sofrimento na nossa natureza humana. Então começaremos a mudá-la, consciente ou involuntariamente, sob a influência dos problemas que surgirão.
Este problemas serão revelados num futuro próximo em toda a sua horripilante, ameaçadora e toda-envolvente dependência de nós e eles nos exigirão que mudemos. Esta exigência da parte da Natureza nos forçará a mudar. Porém, nós o faremos sem aniquilar a Natureza egoísta, mas ascendendo acima dela! É exactamente isto que falta à sua amiga na Índia.
Há métodos psicológicos que suprimem o egoísmo, o desligam ou o nivelam, ou nos colocam num humor como se ele não existisse, “Sejamos como pequenos animais ou como plantas. Vivamos a vida como se não tivéssemos egoísmo. Vamos jogar jogos num campo verde e dançar em círculos de mãos dadas.” Tudo isto está incorrecto!
Por vezes assisto a performances de orquestras nacionais que tocam o acordeão e cantam. Tudo isto é lindo e bonito enquanto performance e evento cultural, mas não pode ser um exemplo para o comportamento diário das massas. Estes são costumes, a essência interior da nação. Mas hoje não se pode exprimir deste jeito. Isto é apenas bom no palco em eventos da cultura tradicional.
Nós não devemos erradicar nosso egoísmo e descer para este nível ingénuo. Pelo contrário, a chamada dos tempos é por um crescimento enorme e constante de egoísmo e nossa integração acima dele.
– Uma pessoa normal provavelmente questionaria, “Mas para que preciso disto no sentido prático, no sentido de receber prazer? O que me dará isto e aos meus filhos?”
– A resposta curta é que você vai alcançar a eternidade e perfeição. E posteriormente é possível explicar os detalhes disso.
Ao nos interligarmos com todos os outros como partes de si mesmo, você vai achar os elementos em falta que o transformam num organismo eterno e perfeito. Você perde o seu pequeno “Eu” egoísta, mas você adquire uma tremenda sensação do único “Eu” que existe. E quanto aos outros? Não há outros. Eu e os outros nos transformamos em “NÓS,” em um, todo comum. Então a imperfeição, deficiências e problemas do nosso mundo, nossa presente percepção, desaparecem.