Do livro “A Psicologia da Sociedade Integral”
– Quando uma pessoa cria uma certa nova faceta dentro de si mesma, ela descobre quão multifacetada ela é. Quantas facetas podem haver dentro de uma pessoa? E em que idade isto pode ser ensinado a uma criança?
– Isto não pode ser ensinado a crianças muito jovens pois a “sensação de rebanho” não é exprimida nelas antes dos 3 anos de idade. Até aos 3 anos de idade a sua pequena individualidade não imagina que existe outra pessoa à parte delas, com outras necessidades. Nessa idade a criança não comunica e está direccionada somente para a recepção.
Mas entre os 3-6 anos de idade, as crianças desenvolvem entendimento rudimentar da doação e interacção. Entre as idades dos 6-9, este entendimento é fortalecido e permanece desse jeito para o resto das suas vidas. Durante esta idade delicada, a Natureza nos oferece uma oportunidade única para instalar numa criança a atitude certa para o meio circundante.
– É possível ensinar isto a uma criança através da representação?
– É isto que estamos a tentar fazer. Nós entendemos que esta representação tem de ser dualista. E eu quero que seja ensinado às crianças a habilidade de representar dentro da estrutura da nossa associação educativa.
Nós temos de mostrar à criança que é possível sair de si mesma e ascender acima das suas próprias qualidades. Inicialmente, as crianças podem se dessintonizar dos seus problemas e preocupações deste modo. E mais tarde lhes ensinamos um papel diferente. Uma criança é como um actor com o seu próprio mundo interior: Inicialmente ela aprende o papel que ela tem de representar e então ela começa a representá-lo. Por quê? A pessoa cria a sua própria imagem interior da outra pessoa e estuda como interagir com ela correctamente, aprendendo a entrar na realidade da outra pessoa.
Para esta finalidade é bom ensinar às crianças a arte da representação profissionalmente. Nos nossos estudos as crianças já representam estes papeis, tentando entrar nas personalidades dos seus amigos. Desse modo elas começam a se a se entender umas às outras melhor e se tornam parte de algo comum. O personagem compartilhado do grupo inteiro começa a viver dentro de cada uma delas.
– É melhor para uma criança representar o personagem de um dos seus amigos especificamente, ou é também possível trabalhar com as outras imagens que são mais remotas delas?
– É necessário trabalhar com todos os fenómenos do campo de visão das crianças.