Do livro “A Psicologia da Sociedade Integral”
Escrupulosamente analisamos qualquer situação ou qualquer personagem, depois os representamos e experimentamos e eles permanecem na pessoa. Dezenas ou talvez centenas de tais personagens compõem o mecanismo de comunicação que permite à pessoa se conectar com o mundo. A pessoa se torna multifacetada e multicamada no seu entendimento de qualquer pessoa e portanto consegue entrar em contacto com qualquer um.
Este entendimento não é em prol de manipular as outras pessoas ou achar lucro de comunicar com elas, nem é para achar um modo conveniente e egoísta de posicionar o seu “Eu” segundo o princípio “uma senhora que é prazenteira em todos os aspectos.”
Nós dizemos que a coisa mais importante é a habilidade da pessoa trazer todo o personagem à vida no seu “Eu.” É assim que entraremos em contacto com toda a humanidade, criando um único todo. Depois, cada um de nós criará um “campo” de personagens ao seu redor, pelo qual vamos alcançar a humanidade integral.
É assim que a sociedade humana gradualmente se desenvolve para o ponto em que cada pessoa é composta de todas as pessoas que existem. Também, este processo não é difícil. Os psicólogos sabem que não há muitos protótipos de pessoa. Quantos contaram os psicólogos?
– Vinte.
– Então qual é o problema? Se uma pessoa adoptar estes personagens, através deles ela será capaz de entender e entrar em contacto com qualquer pessoa. Ela vai entender-me também. Ela me verá numa boa luz e terá boa disposição para comigo. Portanto, nós vamos evocar uma boa e favorável integração no mundo.
– Quem deve ensinar a representação às crianças? Podem ser convidados actores famosos para fazer isso? Ou, podem as crianças ser instruídas por outras crianças que são 2 ou 3 anos mais velhas?
– Não acho que crianças mais velhas sejam capazes de gerir este processo. Este tipo de trabalho requer um indivíduo maduro. Estou seguro que até os melhores actores e directores não serão capazes de dirigir o trabalho nas nossas salas de aula a menos que entendam nossos objectivos. Mestria profissional não é assim tão importante para nós.
Primeiro de tudo, toda a acção realizada pelos nossos educadores tem de ter um claro objectivo: entender os amigos, unir-se com eles da maneira certa e criar um todo comum com eles.
Um forasteiro não será capaz de nos ajudar pois estas tarefas simplesmente não estão no seu campo de visão. A coisa mais importante para um actor profissional é arte realista e convencedora. Mas isso não importa para nós. Nem toda a criança será capaz de se exprimir a si mesma total e agudamente. E isto não é necessário.
Mas no seu lugar, nossas crianças começarão gradualmente a entender ao que elas devem aspirar e que oportunidades se abrem ante elas. Elas trarão o seu desejo à sua concretização lógica e começarão a se entender uma à outra.
Elas se lembram do seu comportamento natural numa situação especifica e cada uma delas representa o papel do seu amigo. Depois disso elas retornam aos seus personagens iniciais e reproduzem o seu comportamento natural.
Por exemplo, eu culpo você de algo e você me culpa. Depois uma vez mais eu retorno às minhas qualidades naturais, representando a situação inicial.
As crianças colectam todas estas imagens dentro delas e discutem como isso as ajudará a se unirem, a se tornarem uma humanidade integral.
Eu começo a entender a natureza do meu amigo e ele começa a entender a minha. É assim que ascendemos acima da nossa natureza e decidimos como podemos unir todas nossas qualidades. A conclusão desta discussão é a parte mais importante do nosso trabalho.
Toda a pessoa tem de incluir o mundo inteiro dentro dela.