Do livro “A Psicologia da Sociedade Integral”
– É este campo de informação algo estranho dentro de nós, ou simplesmente temos que revelar o que é depreendido dentro de nós?
– Está instalado dentro de nós. Esta capacidade foi expressa em determinados indivíduos em diferentes momentos. São pessoas que aspiram a este estado, que desejam pesquisá-lo, para propagá-lo e, de alguma forma, realizá-lo.
Eles são os filósofos do passado, os utópicos e, em parte, os socialistas. Eles são cientistas, pesquisadores, políticos e empresários. Como sabemos, o núcleo do Clube de Roma consistiu em empresários e políticos bem-sucedidos. Essas pessoas são completamente diferentes, mas como regra geral, elas são educadas e avançadas. São pessoas com uma visão ampla, que podem se elevar acima de seus interesses pessoais e sentir uma certa pressão interior. Hoje, existem muitas pessoas no mundo que são assim.
É necessário criar uma organização mundial que inclua todas essas pessoas independentemente da origem ou convicções políticas e sociais para que possam se juntar, desenvolver um único sistema de educação integral e oferecê-lo ao mundo.
A nossa organização está a trabalhar nisso, e gostaríamos de colaborar com quem apoia este pensamento. Não colocamos condições prévias.
– Você disse que teremos que realizar os princípios da integralidade na prática nos próximos 10 anos. O que devemos fazer especificamente, e como podemos começar a perceber o que você refere?
– A realização deve acontecer ao longo de vários canais. Temos que considerar a mentalidade de cada grupo na população e abordar cada um deles de forma diferente, considerando o tipo de atividades que eles fazem e a sua idade. Temos de envolver todos os meios de comunicação, gradualmente desenvolvendo-os e realizando seminários diários nos locais de trabalho das pessoas. As pessoas que não trabalham terão que frequentar eventos especiais e clubes onde possam estudar. Será como uma universidade mundial onde cada pessoa na terra deve ter este tipo de curso para se tornar um “novo ser humano”, dizendo-lhe, em termos simples, tudo sobre o qual falámos. Também é necessário participar em todos os tipos de estudos práticos.
Metade das nossas horas escolares devem ser dedicadas a tais estudos. Tem que se tornar o mais importante na sociedade. Essa ideia deve permear cada pessoa em todas as direcções usando a comunicação, conexão, interacção e ajuda mútua. Mas primeiro, uma pessoa deve estar internamente disposta a isso. Temos que reconstruir gradualmente todo o sistema.
A indústria e a produção precisam ser reformadas porque contrastamos da Natureza, não apenas nos nossos pensamentos, mas também ao nível material. Temos que mudar para o consumo razoável, levando da Terra apenas o que precisamos para a existência. Não precisamos existir de forma restrita, mas ao nível do consumo de uma pessoa normal, e não além. É assim que teremos misericórdia da “mãe terra”.
Temos que ensinar as pessoas. Gradualmente, através da escola, do trabalho, da TV e da internet, todos começarão a entender o que significa integralidade. Tudo deve trabalhar em direcção ao nosso objectivo: a sobrevivência.