Do livro “A Psicologia da Sociedade Integral”
– Praticamente toda a pessoa considera algo “sagrado.” Pode ser uma bandeira ou a insígnia de um pelotão. É um conceito de algo que é sagrado e estático. Há alguma coisa neste método que possa ser chamado de sagrado?
– As pessoas sempre tiveram uma necessidade disto. Elas declararam estátuas, árvores e rochas sagradas ou certo adulto ou criança. Sempre houve uma necessidade de um modelo que pode até não ter um nome. Na realidade, esta é a necessidade de revelar a força superior, Deus, o Criador, algo superior.
Hoje esta necessidade não é exprimida com tanta claridade, mas ainda está lá. As religiões não estão a morrer. Elas foram se esconder durante um período e depois elas vêm novamente para a superfície e até para a linha da frente da vida. As religiões na sua forma normal e fanática ainda não foram exprimidas. Isto ainda está no futuro.
Aquilo que precisa de ser sagrado na sociedade humana é a integração, nossa total equivalência com a Natureza. Se nós alcançarmos isso, vamos entrar num estado onde nada nos pode magoar ou tocar, nada nos pode movimentar deste nível perfeito e eterno.
Quando entramos nesse nível, toda a Natureza será incluída em nós. Faremos um circuito completamente fechado dela dentro de nós e a percepcionamos como um todo eterno, perfeito e infinito. Os problemas da vida e da morte vão desaparecer, bem como as dificuldades e sofrimento pois não existiremos individualmente, mas no sistema comum, análogo e integral. Este modelo é exactamente aquilo que tem de se tornar sagrado.
O que significa sagrado? Tenho eu de experimentar qualquer movimento que eu realizo do ponto de partida de como eu posso criar, achar e formar uma acção dentro de mim pelo bem de realizar este modelo? Como posso ajudar os outros, na medida que os percepciono como existindo fora de mim, a ver este modelo, entendê-lo e concordarem que este é o nosso único estado futuro correcto? Isto é santidade, o futuro e perfeito estado da humanidade, que nós podemos criar hoje voluntariamente.
– Podemos jogar com esta coisa sagrada de algum modo?
– Ela é criada dentro de nós! Não sou eu ou você, ou outra pessoa, mas aquilo que todos criamos juntos. Nós não desenhamos uma espécie de pequeno deus ou alguma coisa que seja inaceitável para os outros, todavia agradável para o nosso próprio egoísmo. Nós criamos o Absoluto! Nós criamos esta força superior acima de nós e nós somos ela.