Enquanto criança crescendo na Bielorrússia, estava sozinho maioria das vezes. Não era que não tivesse amigos. Pelo contrário, eu tinha muitos. Mas frequentemente os deixava a jogar pingue-pongue no quintal da minha casa enquanto eu ia nadar no lago. Gostava dos meus amigos de infância, mas uma vez que eu tinha perguntas que não conseguia resolver com eles, frequentemente tomava banhos que por vezes duravam duas horas sem parar, de costa a costa.
As perguntas que me incomodavam mais, até aos dez ou onze anos de idade, eram sobre a vida. Eu tinha tudo, mas era infeliz. Enquanto crescia, continuava a buscar. Procurei na ciência, na religião e na filosofia. Mas nada; a resposta não estava lá.
Até minha imigração para Israel era parte da minha busca de sentido.
Eventualmente, achei a resposta. E como todas as verdadeiras respostas, ela era simples, acessível e escondida dos olhos até que estivesse ponto para a descobrir.
Agora é minha missão de vida a ensinar a quem quer que queira escutar.
Numa palavra, a resposta é “Dar!”
Se você quer ser feliz, dê.
Mas quando olhei para dentro de mim mesmo eu não via dar. Para me tornar dador, assim aprendi, tinha na realidade de o praticar. E a coisa engraçada é que quanto mais você pratica mais se apercebe da natureza do seu verdadeiro eu. Mas no final, a recompensa está sempre lá.
Quando eu primeiro me cruzei com esta chave para a felicidade, pensei, “Quem quer ser dador?” Mas gradualmente, soube o que Arianna Huffington escreveu numa recente publicação, “Become a Gift”: “quando estamos envolvidos em prestar serviço e voluntariado,” nós estamos a “expandir os limites do nosso próprio ser.”
Agora tudo fazia sentido. Dar é óptimo: faz-o sentir-se bem acerca de si mesmo e faz os beneficiarios da sua doação sentirem-se muito melhor e especialmente, sentirem-se amados! Mas e se você fosse tão inerentemente egocêntrico que não conseguisse ver dar como desejável? Estaria então você destinado a uma vida confinada dentro do seu ego?
E como vamos remendar a sociedade e curar as crises que caem sobre o mundo a um ritmo inconcebível, se alguns de nós nunca serão capazes de mudar? Então estamos condenados?
Não de todo. Para tais pessoas, a mensagem de ampliar os limites é a chave.
É um conceito muito simples: Todos estamos conectados em cada nível do nosso ser — física, emocional, intelectual e espiritualmente. A ciência comprovou isto numerosas vezes. Olhe só para o livro inovador de Christakis e Fowler, O Poder das Conexões e você verá que não podemos evitar a responsabilidade compartilhada do destino da humanidade.
Mas o que é ainda mais interessante é que quando damos, nós invertemos a direcção das suas conexões de uns para os outros, então em vez de procurar constantemente onde podemos beneficiar, começamos a procurar onde podemos beneficiar os outros! Gradualmente, nos tornamos mais conscientes, mais sintonizados com as necessidades e até pensamentos dos outros. Abreviadamente, nós expandimos nosso ser.
Para entender que bem valioso esta expansão é, pense no seu próprio corpo. No seu corpo, certos dez triliões de células funcionam em perfeita harmonia o permitindo ler esta publicação. Se não funcionassem, você não a estaria a ler. De facto, você não seria; ponto. As células se desintegrariam de um único organismo numa pilha de células em competição, muito como a humanidade de hoje.
Agora pense num tumor cancerígeno. As células do tumor crescem sem verificação, “roubam” vasos sanguíneos de órgãos próximos, corrompem a funcionalidade dos órgãos afectados e eventualmente causam a morte da pessoa que elas exploraram, conduzindo à eventual morte do tumor, também. E contudo, as células cancerígenas são tão egocêntricas que não conseguem “entender” que ao matarem seu anfitrião, elas se estão a matar a elas mesmas. Se isto lhe soar desagradavelmente semelhante à nossa própria sociedade, não é coincidência.
Num corpo saudável, é precisamente o oposto: as células todas trabalham em harmonia, o corpo fornece a cada uma delas abundância de oxigénio e nutrientes e remove o desperdício dos produtos do CO2 e outros químicos rápida e facilmente. Quando o cérebro dá uma tarefa ao corpo, tal como estudar, exercitar ou falar com amigos, as células no corpo trabalham para apoiar a execução da tarefa para que a pessoa desfrute disso tanto quanto o possível.
A razão pela qual podemos fazer tudo isto é que as células não se concentram em si mesmas, mas no corpo em que habitam, essa colónia de células conhecida como Sr. ou Srª X. As células, parece, têm uma percepção mais expandida que sua própria existência. Todavia isto é somente possível pois elas se concentram em dar, em vez de receber.
Há uma máxima que o amor é como uma maçã: colha-o quando está maduro, ou ele em breve vai apodrecer e cairá. Nós, a raça humana, fomos abençoados com a habilidade de fazer tais escolhas conscientemente, assim nos tornando conscientes do profundo processo de crescimento que atravessamos. Mas devemos trabalhar para tirar proveito desta bênção ou ela se transformará numa maldição tal como essa maçã demasiado madura.
Muito assim, não temos tempo a perder. Nós precisamos de colher o fruto de dar enquanto ainda pudermos, porque nosso mundo está desesperadamente em necessidade disso.
Mas mais importante, se dermos não só pelo bem de dar, mas pelo bem de nos conectarmos ao nosso todo maior, a toda a humanidade, todos entrarão a bordo e a sociedade humana mudará para sempre para o melhor.
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