Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

De Cães-de-Guarda a Cães — Como os Media Se Tornaram uma Fraude

Os media estão tão tendenciosos que ninguém espera que eles relatem com honestidade. Mas sem a honestidade dos media, perdemos contacto com a realidade

Os jornalistas gostam de apresentar os media como os “cães-de-guarda da democracia.” A Wikipedia descreve este tipo de jornalismo como “verificação de declarações de oficiais públicos, entrevistar figuras públicas e desafiá-las com problemas ou preocupações” e “jornalismo de investigação, que envolve a reunião de informação de uma única história durante um período longo de tempo.” Mas aquilo que os media nos esquecem de dizer é que este cão-de-guarda, tal como qualquer outro cão, guarda somente aqueles que o alimentam. Assim que Hillary desaparecer eles não vão lamentar por ela. Estarão demasiado ocupados a procurar um novo senhorio para os alimentar, um novo mestre para quem serem os “cães-de-guarda.”

Foto: Dreamstime, Licença: N/A2016-11-17

De Cães-de-Guarda a Cães Foto: Dreamstime

Os media de hoje se tornaram tão abertamente tendenciosos que ninguém espera sequer que relatem com honestidade. Quando o The New York Times anuncia orgulhosamente o seu apoio por Hillary Clinton, quem seria tão ingénuo para assumir que seu relato é verdadeiro, tanto quanto o mais imparcial? Ou, quando a imprensa ignora o facto de que o Presidente Obama com conhecimento usou o servidor secreto de Hillary e então mentiu sobre isso, isto não é “verificação de declarações de oficiais públicos” e isto não é um cão-de-guarda da democracia. Isto é simplesmente um cão leal ao seu dono.[*]

Outro exemplo da manipulação dos media da atenção pública envolve a economia. Quando os eleitores claramente afirmaram que o estado da economia era a sua preocupação número um, com estonteantes 84% dizendo que ela é “muito importante para eles,” os media virtualmente ignoraram-o. A ABC, por exemplo, deu duas vezes a quantia de transmissão ao vivo ao divórcio Brangelina que à economia americana. Aparentemente, relatar sobre a economia é mau para a economia (da ABC), então eles usaram a separação do casal famoso como cortina de fumaça para evitar discuti-la. Isso pode ter feito com que os leitores sentissem que viviam em Hollywood, mas os problemas que na realidade têm impacto nas suas vidas permanecem sem resposta.

E aquilo que é verdadeiro para a política nacional e economia é verdade para os negócios estrangeiros. Quando a CNN relatou sobre “Novas medidas de segurança consideradas entre a violência continuada em Israel” devido à enchente de apunhalamentos, tiroteios e atropelamentos, ela esqueceu-se de mencionar que em todos estes casos, os autores eram Palestinianos e as vítimas eram civis Judeus, homens, mulheres e crianças de todas as idades.

Viver numa Bolha

O problema com o jornalismo tendencioso é que ele nos desconecta da realidade. Frequentemente ouvimos falar de bolhas financeiras, mas nos esquecemos que vivemos numa, criada pelos media. Os repórteres de hoje não são julgados (ou contratados) pela sua integridade ou profissionalismo, mas pela sua habilidade de verbalmente manipular a visões e emoções dos leitores. Eles se tratam cada vez menos de relatar eventos e mais de “vender” um ângulo sobre eventos que seus editores executivos e donos querem enfatizar. Para a imprensa de hoje, a verdade em si é insignificante.

A democracia finge dar espaço para todos se exprimirem livremente. Ela pretende consagrara a liberdade de expressão, quando na verdade, a elite governante, que concede as licenças comerciais e regula todas as coisas, permite que os media apresentem somente essas visões que servem os seus interesses. Não pode ser o inverso num governo cujo povo é motivado pelo direito pessoal.

Se os media relatassem com verdade, perceberíamos que nossa situação é de longe pior que pensávamos. Reconheceríamos que andamos em círculos e não chegamos a lado nenhum. Enquanto nos ocupamos a procurar o próximo prazer imediato, negligenciamos o facto de termos estado a declinar social e economicamente durante décadas. Costumávamos sonhar com criar uma família numa casa nos subúrbios com uma vedação de estacas brancas à volta do jardim e um automóvel na garagem. Hoje, a maioria dos americanos esperam simplesmente que seus filhos sejam capazes de ganhar a vida num mundo que cada vez mais se torna violento e inóspito.

Foto: Dreamstime, Licença: N/A2016-11-17

Como os Media se Tornaram uma Fraude Foto: Dreamstime

Sintonizar a Linha Média

Agora, finalmente, as pessoas estão a aprender a desconfiar na imprensa e a procurar a verdade. Mas na minha visão, as pessoas não a vão achar porque os próprios jornalistas não têm conhecimento da verdade. A verdade, como qualquer cientista vai confirmar e como eu aprendi dos meus professores, Baal HaSulam e Rabash, é o caminho da união. Você pode estar certo se incluir ambos os lados de um problema e explicar como eles se fundem em um. Interessantemente, na Cabala, chamamos-lhe o “modelo de três linhas,” que inclui a “linha esquerda,” “linha direita” e a “linha média” resultante. Somente quando você inclui ambas a linha direita e esquerda pode criar a linha média e esta será a verdadeira.

O jornalismo honesto pode ocorrer somente quando as duas linhas se encontram no meio. Os jornalistas são considerados os educadores do público por uma boa razão. Sua influência sobre a opinião pública é enorme. Porém, se eles não merecem o estatuto, eles causarão a queda do país.

Uma transformação desta magnitude não pode acontecer da noite para o dia, mas um despertar já está a ocorrer. Além da ostentação da demagogia, Trump expôs algumas verdades que incomodam sobre a sociedade americana. Em vez dos media rapidamente as varrerem para baixo da carpete do modo que sempre fazem com as verdades inconvenientes, eles devem transmiti-las e falar delas abertamente. Isto não deve ser feito em prol de provar que alguém está certo e alguém está errado, mas em prol de criar união acima dos problemas.

Dificuldades devem ser tratadas como problemas numa família que se ama. Naturalmente, a inteira família vai procurar uma solução em conjunto. Cada membro vai apresentar um ângulo diferente e a solução resultante não será a aceitação completa de qualquer ângulo em especifico, mas se fundirá naturalmente enquanto os membros de família compartilham seus pensamentos e procuram respostas enquanto uma unidade, em vez de partes conflituosas.

Se olharmos para a natureza, é fácil ver como as forças conflituosas criam a harmonia. Dar e receber no reino animal são muito evidentes. A harmonia criada quando dar e receber se fundem resulta naquilo a que chamamos de “vida.” Porém, na sociedade humana carecemos do elemento de dar, somos impulsionados somente pelo nosso desejo egoísta de receber. Para chegar à linha média, precisamos de aprender como nos elevarmos acima de nossos egos e nos conectarmos com os outros, tal como na alegoria da família. Os media, que até agora só promoveram a parte egoísta de nossa natureza, devem agora se elevar a si mesmos ao nível de um verdadeiro guia. Eles devem introduzir a linha média: a fusão correcta de ambos os lados da natureza humana.

Introduzindo a Educação para a Conexão

Mas não devemos depender somente dos media para reformar nossa sociedade. Durante décadas abandonamos a educação de nossas crianças e deixamos-a nas mãos da TV e da Internet. Consequentemente, as crianças de hoje reflectem aquilo que absorveram desde a infância – violência, mentira e abuso.

Portanto, a educação deve atravessar uma reforma, também. Ela deve começar a inculcar valores em vez de mera informação. Ela deve dedicar tempo para ensinar como praticar relações humanas positivas. Quando deixamos a escola para o liceu ou para o mercado de trabalho, podemos ter adquirido informação, mas somos absolutamente ignorantes acerca de formar relações humanas saudáveis. E todavia, é impossível manter um emprego, sustentar uma família, ou até nutrir amizades duradouras se não conseguirmos formar conexões positivas com as pessoas. Nossas escolas deixam de fora o elemento mais crucial da vida adulta: nossas conexões com os outros.

Mudarmos nossas prioridades deve começar na escola primária, continuar no liceu e todo o percurso até à universidade e mercado de trabalho. Este é um processo vitalício, mas é um cujos frutos vamos colher instantaneamente e continuamente.

No meu livro, Interesse-Próprio versus Altruísmo na Era Global, elaborei sobre a capacidade da educação pró-social de transformar a sociedade. Dominar a “linha direita,” o lado positivo da natureza, para nosso benefício vai equilibrar nossa sociedade. Esta força consegue levantar-nos acima do sórdido discurso público criado pela imprensa “livre” e nos vai introduzir numa realidade de entendimento e preocupação de uns pelos outros.

Gostemos ou não, os estados vermelhos e azuis estão todos num país. Mas para a América prosperar, ela se deve tornar uma nação. Somente ao fundir a esquerda e direita através da linha média que une acima das diferenças, será a América grande de novo.
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[*] Uma excepção notável é o modo como o Haaretz trata minhas colunas. Apesar das evidentes visões políticas penderem à Esquerda a respeito do conflito Israelita-Palestiniano e seu evidente apoio de Hillary Clinton, o jornal não altera nem me requer alterar qualquer das minhas colunas e publica o conteúdo tal como o envio.

Publicado originalmente no Haaretz

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O Retorno do Capitalismo Sano?

 Quando a bolha financeira rebentou em 2008, muitas pessoas sentiram na pele. Quanto mais se enche a bolha, mais dói quando ela rebenta. A vitória estonteante de Donald Trump rebentou uma bolha que tem inchado durante décadas. Consequentemente, o despertar que muitos americanos liberalistas agora enfrentam é muito doloroso. Se Trump for sábio, ele vai ajudá-los nisso. Se, em vez disso, o conflito de classes irromper na América, isso pode ser muito perigoso.

Da Produção à Manipulação

A América Pós-Segunda Guerra foi verdadeiramente um superpoder. Sua robusta economia era baseada em produção de bens que ajudaram a reconstruir e alimentar os cidadãos americanos, bem como a recuperação da Europa. Mas desde praticamente os anos 70, a manufactura começou a movimentar-se para países onde o trabalho era mais barato, tais como a China, Índia e México, devastando a classe trabalhadora da América quando a produção migrou. Em vez de produzir bens, a América começou a imprimir dinheiro. Assim, manipulações financeiras dominaram e Wall Street tornou-se sinónima de riqueza e poder.

Hoje, somente aqueles que sabem como manipular as bolhas financeiras podem ganhar de tal feitiçaria. O resto da América, pessoas que cresceram a acreditar que o trabalho duro e honesto podia podia fornecer uma vida decente, foram deixadas somente com suas ilusões. Para elas, o capitalismo deixou de fazer sentido quando o trabalho se tornou escasso e os pagamentos se tornaram humilhantes.

Dois dias depois da eleição, Joan Williams escreveu no Harvard Business Review que “se você quiser conectar-se com os eleitores brancos da classe trabalhadora,” você precisa de “colocar a economia no centro.” Donald Trump reanimou as esperanças da classe trabalhadora americana ao prometer trazer de volta o trabalho e produção de volta para os EUA. Foi por isso que ele venceu os estados indecisos de Ohio, Michigan e Pensilvânia. Até se ele não o apresentar, ele mostrou que entende o problema e isto foi suficiente para lhe dar uma maioria.

Fale Directamente e Dê As Prioridades Correctas

Outra deformidade que Trump endireitou foi o politicamente correcto. Quando os media determinam aquilo que é permitido dizer e aquilo que não é, é mais fácil desviar o discurso público de problemas que importam de verdade. Quando os media ridicularizam os apoiantes de Trump como racistas por ressentirem o facto de que os seus cuidados de saúde são aumentados em prol de pagar os cuidados de saúde dos migrantes, só podemos esperar repercussão. Trump é um orador mais directo e as pessoas valorizam isto. Ele sabe que o problema dos banheiros transgenero não é mais importante que, por exemplo, o facto da classe média americana estar a deslizar para a pobreza e ele não tem medo de o dizer. Trump vê que a América se está a tornar um país do terceiro mundo e ele tem o estômago para falar nisso.

Ganhar a América de Volta

Salientar os problemas é uma coisa, mas solucioná-los é um jogo de bola totalmente diferente. Wall Street não são apenas alguns magnatas financeiros. Além dos bancos, fundos e empresas de investimento, você tem a imprensa, a maioria dos políticos e os gigantes do Silicon Valley e numerosas organizações que beneficiam do mecanismo de fazer dinheiro de Wall Street. Estas instituições controlam o governo e os media e elas acreditavam que sempre o fariam. Se Trump quer transitar a economia americana da ingenuidade financeira dúbia de volta à produção autêntica, ele terá de colher o apoio dos presentes suseranos da riqueza e poder.

Os magnatas dos media (sobre os quais vou elaborar na minha próxima coluna) actualmente apoiam Clinton pois ela terá fortalecido seu domínio no discurso público. Implementar a ideologia de Trump, por outro lado, vai envolver rebentar a bolha dos media e regressar à vida real, nos media, na sociedade e na economia.

Educação — a Chave para o Sucesso de Trump

Na minha visão, a chave para o sucesso de Trump em alcançar uma transição bem sucedida é a educação. No presente, os media servem como o principal educador da América e advogados do ódio e divisão. Isto tem de mudar. A sociedade americana alcançou níveis perigosos de desconfiança entre grupos étnicos e entre alguns grupos étnicos e as autoridades. Se o governo quer ganhar o povo de volta, ele deve fazer isto ao oferecer educação acessível, senão gratuita para todos e instar a promoção extensa de coesão social.

Tal como a natureza opera duas forças, uma positiva e uma negativa, ou dar e receber, para a sociedade americana se curar a si mesma, ela deve introduzir o lado positivo na sociedade. Tal como pormenorizado no meu livro, Interesse-Próprio versus Altruísmo na Era Global, quando receber é o único modo operativo, como é o caso no presente na América, a sociedade esgota seus recursos e eventualmente colapsa. Por esta razão, programas que façam avançar a solidariedade social são determinantes para a saúde da sociedade americana. Eles devem começar nas escolas primárias, continuando até às universidades e liceus e se estenderem até aos locais de trabalho na América. Até os beneficiários do desemprego e dos Cupões Alimentação devem ser contingentes em passar nos cursos de coesão social.

Todos os canais dos media, que no presente promovem divisão, devem ser requeridos a transmitir certa percentagem de media que promova a coesão social. É o espírito da esperança que tornou Trump o Presidente eleito e é esse mesmo espírito que tornará possíveis as mudanças positivas. A uma grande medida, tal mudança depende dos media e apoia o processo.

Também, a educação pró-social deve enfatizar que construir a solidariedade social e regressar a uma economia baseada em produção não apetites deste ou daquele presidente. Estas são a base de qualquer sociedade saudável pois são baseadas em leis naturais de relações humanas em vez de ideias fantásticas. A natureza dita que se você produzir, você pode vender. Ser capaz de ganhar vastas quantias de dinheiro sem produzir coisa alguma é desnatural e insustentável.

Por outras palavras o presente sistema financeiro é uma aberração. Ele é uma invenção fictícia elaborada em prol de produzir enorme riqueza para os poucos que governam. O novo sistema beneficiará todos os americanos, independentemente da afiliação política. Na verdade, esta seria uma economia muito mais democrata e liberal que a actual. Não fossem as tácticas de diversão que os media empregaram incessantemente, Trump teria tido de longe mais votos que ele obteve, principalmente entre apoiantes de Sanders e sua vitória não teria surpreendido ninguém.

E finalmente, o mundo precisa de uma América forte não menos quanto a América precisa do mundo. É minha esperança que Donald Trump tenha sucesso a retornar a América ao capitalismo saudável, pelo bem da América e pelo bem do mundo.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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A Morte do Liberalismo Totalitário

O fim do “liberalismo totalitário,” cheio de ódio começou com Netanyahu, se espalhou para os EUA e vai continuar na Europa

Durante a campanha eleitoral de 2015 em Israel, as sondagens previram um calor de morte entre o Likud na direita e a União Sionista na esquerda. O Likud venceu com uma grande margem. Durante o referendo de Junho de 2016 sobre o Brexit, as sondagens previram que uma maioria de apoiantes no Reino Unido votasse permanecer na UE. O Reino Unido votou na separação. Durante a campanha eleitoral de 2016 nos EUA, as sondagens previram uma vitória para Hillary Clinton sobre Donald Trump. As sondagens estavam novamente erradas; Donald Trump é o Presidente eleito dos Estados Unidos.

Foto: Dreamstime, Licença: N/A2016-11-15

Migrantes do Médio Oriente esperam na fronteira Húngara Foto: Dreamstime

Em 2017, a Holanda, França e Alemanha todas terão eleições gerais. Já está claro que lá, também, os partidos inclinados à direita vão ganhar poder substancial, se não tomarem o leme do governo por completo. Subsequentemente, o abandono da UE estará no topo da lista de prioridades, pelo menos na Holanda e França.

Esta não é uma coincidência. durante décadas, as elites governantes têm tentado nos persuadir que extinguir as fronteiras e promover o pluralismo e multi-culturalismo (outro modo de dizer “nenhuma cultura de todo”) são o caminho a seguir. A imprensa se tornou seu instrumento de educação, afirmando que se você pensar que Jerusalém deve ser parte inseparável de Israel então você odeia árabes e é possivelmente genocida. Ou, se você pensar que milhões de jovens predominantemente homens e saudáveis que marcham para a Europa sem qualquer intenção de se integrarem com sua sociedade e cultura é na realidade uma invasão, então você é Islamofóbico. Finalmente, a imprensa nos tem dito que se você é um americano preocupado com a migração de milhões de pessoas que não têm respeito ou entendem o sentido de uma sociedade livre, então é um intolerante, um xenófobo e um perigo para a democracia.

Uma Receita para o Caos

Através da chacota e boicote aos pensadores independentes que não se conformavam à visão “adequada”, o “liberalismo” totalitário impôs sua visão sobre o discurso público. Hoje, a única visão “legítima” é aquela que acolhe migrantes indiscriminadamente, independentemente do custo que os Europeus e agora os Americanos, tenham de pagar. Isto não vai resultar.

Como já escrevi anteriormente, tentar impor fusão de culturas sem preparação prévia é incorrigível pois isso contradiz a natureza humana e portanto não terá sucesso. Tal como a Rússia Soviética falhou fundir sua miríade de nacionalidades numa única entidade apesar de usar a opressão, fome e genocídio, a Europa não será capaz de absorver silenciosamente os Muçulmanos, nem a América. A tentativa é uma receita para o caos.

Primeiro a Educação

Em toda a história, houve somente um exemplo de diferentes nacionalidades que se fundem com sucesso: o povo de Israel. Os primeiros Judeus não se fundiram de uma localidade, nem compartilhavam ascendência biológica. Eles se tornaram uma nação quando nossos antepassados os levaram por um processo gradual onde poderiam usar os conflitos que surgiam entre eles como meios para aumentar sua conexão mútua.

Em 2017, a Holanda, França e Alemanha todas conduzirão eleições gerais Foto: Dreamstime

Embora o nascimento “oficial” do povo Judeu tenha sido no pé do Monte Sinai, quando se concordaram unir “como um homem com um coração,” colisões e conflitos continuaram a surgir entre eles durante muito tempo posteriormente. Os primeiros Judeus aprenderam a “cobrir” seus conflitos com amor, deste modo aumentando sua união, muito do mesmo modo que os apaixonados fazem depois de uma discussão.

Os Judeus aprenderam de seus antepassados que o ego sozinho não consegue sustentar uma sociedade. Eles entenderam que a natureza utiliza duas forças básicas, ou se preferir, duas “pernas” para avançar: positiva e negativa, dar e receber, egoísmo e altruísmo. Em toda a realidade, as duas pernas se equilibram uma à outra naturalmente e o mundo acompanha o ritmo em paz. Porém, na sociedade humana, somente a força negativa governa, o ego. Quando os Judeus aprenderam como adicionar a força positiva, a “perna” do altruísmo, eles tiveram sucesso em construir um laço estreito e sólido entre estranhos que agora conhecemos como “o povo de Israel.”

Esta mudança não acontece da noite para o dia. Ela leva tempo e treinamento. Os primeiros Judeus não se misturaram uns com os outros sem sentido. Eles se dividiram em tribos e lhes foi proibido se casarem entre elas precisamente por ainda não terem prevalecido suficientemente sobre seus egos para o fazerem. Quando quer que o ódio surgia entre eles, eles o cobriam com amor, até que o próximo pedaço de egoísmo irrompia. O Rei Salomão resumiu o modo como Israel trabalhava com as duas forças com as palavras: “Ódio atiça o conflito e o amor cobre todos os crimes” (Prov. 10,12).

O financiamento de George Soros da migração em massa de Muçulmanos para a Europa e para os EUA força os migrantes e nativos em semelhança a fundirem culturas e religiões que não se entendem nem tão pouco se valorizam uma à outra.

Sem cuidadosa educação para a conexão, onde as pessoas aprendam a cobrir seu ódio com amor, tal como fizeram os Israelitas no deserto Sinai, esta “experiência” vai terminar inevitavelmente mal. De facto, seu fracasso é tão óbvio que isso levanta a preocupação que seu causador possa ter tencionado precisamente o caos em vez da fusão.

Votar a Saída do Liberalismo Totalitário

A eleição de Trump, bem como a ascensão da direita política na Europa e a crescente força da direita em Israel, indicam que as pessoas não vão tolerar fusões forçadas com outra cultura. Elas não são reaccionárias ou isolacionistas. As pessoas precisam de se sentir confiantes que a imigração não vem às custas do seu sustento, segurança e posteridade. Quando os Alemães têm medo que Aubsburg se possa tornar Islamburg, eles não são extremistas; eles estão simplesmente a se proteger. Essa é a coisa mais natural de se fazer e a menos que você tenha sido iludido para pensar que os migrantes estão em primeiro lugar a qualquer custo, você concordaria também com isso. Tal embrulho da natureza humana é o resultado do liberalismo totalitário e de pessoas que agora votam na sua saída.

Com toda a honestidade, penso que a Europa pode ter perdido o último comboio. Já há demasiados migrantes nela, os Europeus estão demasiado fracos para os educar para a democracia ou os forçarem a sair e pior de tudo, muitos governos Europeus ainda defendem esta forma de liberalismo e não conseguem, ou não vêem os seus males.

Mas os EUA ainda não estão perdidos. Será uma batalha contra a corrente, mas ainda pode ser vencida. Antes da eleição, a imprensa exprimia preocupação com aquilo que os eleitores de Trump podiam fazer caso ele tivesse perdido. Se alguma vez houve um claro caso de unilateralidade jornalística, este foi esse caso.

Contra a vontade da elite, um novo caminho foi disposto que está destinado a beneficiar a classe média e os trabalhadores em vez de Wall Street. Os bancos não se vão render tão facilmente, mas pelo menos há esperança para a mudança.

A Sociedade Precisa das Duas Pernas

A América é já uma mistura de culturas e etnias, mas ela não tem verdadeira união. Isto pode ser alcançado não ao fazer todos iguais, mas em vez disso ao reter as diferenças e construir a união acima delas. Este é o único modo em que os Americanos se sentirão simultaneamente em casa (culturalmente) e orgulhosos (do seu país). Se a América quer acabar com o racismo, ela precisa de parar a imigração e implementar o sistema de educação dos antigos Hebreus. Somente assim que um tecido social tenha sido formado deve a América renovar a admissão de imigrantes, desde que eles, também, atravessem a educação para a união antes de chegarem.

Somente se nós dermos a força positiva da natureza, a perna da união, a vantagem, seremos nós capazes de manter uma sociedade sadia. Isto é verdadeiro para Israel, bem como é verdadeiro para os EUA, bem como é para a Europa. É da lei da natureza que quando o ego é deixado para governar, ele destruirá a sociedade.

O liberalismo permitiu que o ego reinasse alto sob um cobertor de clichés ilegítimos e silenciasse aqueles que falavam contra ele, assim sufocando o genuíno pluralismo. Agora que ele está a ser destronado, temos a oportunidade de reconstruir a sociedade baseando-nos em conexões saudáveis e sustentáveis onde reconhecemos nossa natureza egocêntrica e a cobrimos com amor.

Publicado originalmente no Haaretz

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Meu Artigo no Ynet: “A Falta De Um Coração Comum, Não De Uma Moeda Comum”

No mar de palavras escritas sobre o Brexit, surgem perguntas como: O que os outros países da União farão, e como a Grã-Bretanha, abandonando a União, influenciará o mundo? Devemos ler corretamente o mapa global do sistema da natureza para sairmos do emaranhado das relações europeias para uma nova vida.

Em 1992, poucos meses antes da criação da União Europeia, eu fiz uma grande excursão pela França. Toda a extensão da República Francesa foi coberta em seguida com uma propaganda diversificada acompanhada de material explicativo que chamava os cidadãos a apoiar o projeto inovador de segurança econômica e de mercado em conjunto. Mesmo assim, eu tinha uma noção clara de que o negócio era impossível e que, no final, o processo poderia levar ao colapso do continente.

Ao longo dos anos, eu fiz um esforço considerável em reuniões com representantes do mercado europeu, escrevi sobre ele e tentei explicar quão vital era a união para a integridade da Europa e qual o método para alcançá-la.

Imagem: Britânicos jovens em manifestações após a retirada da Grã-Bretanha da UE (Foto: GettyImage)

Eu não sou economista ou pesquisador de relações internacionais, mas a partir do estudo e do trabalho constante com biocibernética e a ciência da conexão, que ensinam a conexão interna dos sistemas naturais e da sociedade humana, uma coisa ficou clara para mim: qualquer tentativa de conexão que não leva em conta o fato de que o sistema natural opera de acordo com leis globais e integrais está condenada ao fracasso. Como o Reino Unido, assim como as outras nações que se conectaram na “União” Europeia artificial, é aconselhável, para seu próprio bem, abandonar o mais rapidamente possível o navio afundando. Uma associação baseada somente em interesses econômicos, liderada por bancos, instituições financeiras e indústrias, e cuja ideia toda é o lucro econômico, através da eliminação das fronteiras e imposição da imigração política, não tem nenhuma chance de sucesso.

Além disso, o fracasso retumbante pode desencadear um efeito dominó que vai levar ao aumento no poder de líderes de extrema direita em vários países da Europa. A política de isolamento poderia se tornar radical e deteriorar-se ao ponto do derramamento de sangue.

Como podemos neutralizar a bomba-relógio europeia?

Com os dramáticos resultados do referendo nacional no Reino Unido, o “Google” revelou dados interessantes sobre resultados de busca na Web – as duas perguntas mais frequentes foram: “O que é a União Europeia?”, e , “Qual é o significado de sua partida?”.

A união real e verdadeira vai existir apenas quando o continente europeu estiver conectado como uma rede – uma sociedade, um país, um povo – e não vinte e oito nações separadas que são indiretamente sujeitas à Alemanha, que governa com mão de ferro o Conselho da UE em Bruxelas, mas um equilíbrio de poderes entre todas as nações, fortes e fracas. ”Não se surpreenda se eu misturo o bem-estar de um coletivo em particular com o bem-estar de todo o mundo, porque, na verdade, nós já chegamos a tal ponto em que o mundo inteiro é considerado um coletivo e uma sociedade” (Os Escritos de Baal HaSulam).

Coesão real e verdadeira ocorrerá apenas quando o continente europeu estiver ligado a uma rede – uma empresa, um país, um povo.

Concessões mútuas, uma abordagem humana, e fazer em prol dos outros são as bases para todos os sistemas de relacionamentos padrões, como em uma família, e também são o ingrediente que alimenta e mantém a conexão ao longo do tempo. Responsabilidade mútua, “como um homem com um coração”, é a meta a que os europeus devem aspirar. Apenas em cima deste primeiro estrato é possível construir os estratos econômicos, de segurança, político, cultural, etc. Os países europeus são como um casal no limiar do divórcio e vivem em conflito sob o mesmo teto e sem uma escolha, sem conexão e amor.

Evolução da União

A Cabalá é a sabedoria da conexão. De acordo com ela, o sistema da natureza é um sistema completo, que liga instintivamente como um único organismo todos os níveis de existência: inanimado, vegetal e animal. “E o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará com a criança”. Quando os seres humanos interferem nessa plenitude, violam esse equilíbrio, o prejudicam e, inevitavelmente, destroem a natureza.

As leis de equilíbrio no sistema da natureza determinam que o egoísmo implantado em nós desde o nascimento, “pois a imaginação do coração do homem é má desde a sua juventude”, vai continuar a nos dividir e separar. Enquanto todos nós agirmos cada um por si, comportando-se com indiferença e crueldade para com os outros, teremos uma reação em cadeia negativa da natureza. Temos que nos agarrar à força da unidade na natureza, a força que estabiliza a realidade. Quando ajustamos as relações entre nós com suas leis e agimos com consideração pelos outros, merecemos bondade e abundância.

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O próprio esforço em manter a conexão correta entre as pessoas acima de todas as disputas e diferenças desperta a força da conexão entre nós, a mesma força positiva que está nas profundezas do sistema da natureza, e, através dele, podemos equilibrar nossas relações e estabelecer paz, como está escrito: “o amor cobre todas as transgressões”. Quando os órgãos da UE – do sul da Espanha ao norte da Noruega e do leste da Rússia ao oeste da Irlanda – se unirem num único corpo vivo e pulsante, será possível construir uma sociedade adequada na Europa sobre cuja base será possível desenvolver sistemas adicionais de conexão.

Uma Escola para a Unidade

Para evitar choques adicionais no futuro próximo, tais como graves prejuízos econômicos, enormes ondas de imigração, o crescimento do Islã radical, a ascensão do fascismo e do racismo ou, Deus nos livre, uma guerra civil, a UE precisa fazer uma espécie de exame de consciência e esclarecimento crítico: O que é a união? Por que precisamos dela? Como vamos chegar à união correta entre nós? O que pode acontecer se não andarmos na direção certa?

Isso está nas mãos das instituições da Comunidade Econômica Europeia. Se os membros da administração em Bruxelas promovessem um processo educativo para mudar a consciência e suavizar os corações, uma revolução emocional poderia acontecer dentro de alguns meses a vários anos. Todos os meios para construir essa conexão já existem e o ritmo de desenvolvimento está em suas mãos. Assim como uma propaganda brilhante levou ao crescimento da EU, um marketing inteligente, consistente e contínuo da sabedoria da conexão tornaria sua existência possível.

Programas governamentais aplicados em aproximar as pessoas, cursos acadêmicos e opções para o estudo da natureza humana, assim como a ampla exposição na mídia de massa de que a mesma força de conexão é inerente a nós, podem revelar aos europeus uma camada adicional e oculta das relações entre eles que possibilitará usar a infraestrutura para inúmeros compromissos saudáveis em todas as áreas da vida, sem falar na salvação do navio europeu que está afundando nas profundezas.

Publicado originalmente no Ynet

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Fomos Provavelmente Poupados, Por Agora…

Aqui está por que a vitória de Trump é  na realidade a melhor notícia que podíamos ter esperado

Nenhuma sondagem antecipou isto, mas Trump é o novo Presidente eleito. Na minha visão, que elaborei várias vezes, incluindo aqui no Haaretz, a vitória de Trump é a melhor notícia para os judeus. Apesar das manifestações em massa por trás de Clinton, tal como estavam por trás de Obama e por trás de todos os nomeados democratas durante as passadas várias décadas, o melhor candidato para os Judeus venceu nos EUA e Israel foi poupada, por agora…

Foto: Dreamstime, Licença: N/A2016-11-10

Nenhuma sondagem antecipou isto, mas Trump é o novo Presidente eleito Foto: Dreamstime

Há menos de um mês atrás, a UNESCO negou a conexão entre Israel e o Monte do Templo. Escrevi então que a decisão na UNESCO era o começo do fim do estado de Israel. E todavia, até eu fiquei surpreso com a velocidade à qual as coisas se deterioraram. Enquanto os olhos do mundo estavam fixados na contagem dos votos, os “comités da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque votaram Terça-Feira em pelo menos nove resoluções anti-Israel, incluindo duas que ignoram os laços Judeus ao Monte do Templo.”

Esta votação, a primeira de uma série de passos anti-Israel, faz parte de uma vingança contra Israel que Obama tem planeado há algum tempo. Tivesse Hillary Clinton vencido, a situação de Israel teria sido de longe pior. Mas a vitória de Trump, juntamente com a dominação do Partido Republicano de tanto a Casa como o Senado, nos permite pausar e reflectir sobre o que devemos fazer em prol de evitar a catástrofe iminente prestes a descer sobre o povo Judeu.

O Que Nos Faz Judeus?

Tal como aconteceu na Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial e em Espanha antes do início da Inquisição, a Judiaria Americana tenta ser assimilada ao ponto da extinção. A última sondagem Pew sobre os Judeus Americanos mostra que “a taxa de casamento entre casais está em 58 por cento,” subindo desde os “17 por cento de 1970.” Por outras palavras, os Judeus não querem mais ser Judeus; eles preferem ser americanos sem qualquer afiliação ou denominação.

Foto: Dreamstime, Licença: N/A2016-11-10

O Que Nos Faz Judeus? Foto: Dreamstime

Estes dados não nos devem surpreender. Se, de acordo com a sondagem, 73 por cento dos Judeus sentem que se lembrar do Holocausto é o que os define como Judeus e 42 por cento sentem que ser Judeu significa “ter um bom sentido de humor,” não é para admirar que muitos Judeus queiram sair da tribo. Quem quereria pertencer a um grupo minoritário que todos odeiam e é forçado a compensá-lo com humor (principalmente às suas próprias custas)?

Mas se a história nos ensinou alguma coisa, é que os Judeus são sempre perseguidos e nunca lhes é permitido serem inteiramente assimilados. Isso não resultou na Alemanha do século 20; isso não resultou na Espanha do século 15 e não vai resultar na América do século 21.

Antissemitismo Não é Paranóia

O Jstreet, Jews for Justice in Palestine e outras organizações promovidas por Obama têm tentado separar a comunidade Judaica. Quando a união é a única força do nosso povo, nada é mais perigoso para nós que a separação. Como escrevi não há muito tempo atrás, a divisão entre a Judiaria Americana e o estado de Israel apresenta uma ameaça existencial para ambas as comunidades. O financiamento da campanha de Clinton foi deste modo equivalente aos Judeus Americanos armarem o Hamas, ou ainda pior, pagarem pela construção dos seus próprios campos de concentração na América. Os Catares e Sauditas, que derramaram centenas de milhões de dólares na campanha de Clinton e na Fundação Clinton, estão bem conscientes disto. Mas de algum modo os Judeus, que se orgulham da sua sabedoria, estavam totalmente absortos dos factos.

Podíamos reduzir isto à paranóia, mas os factos são que as faculdades americanas se tornaram viveiros de Antissemitismo e o governo nada fez para impedir isto. Tamanha indiferença para repetidos crimes de ódio claramente não coincide com o liberalismo e democracia. Tivesse Clinton sido eleita, ela teria seguido a mesma política com igual vigor, enquanto Obama seria liberado para “lidar” com Israel, tal como já havia tentado fazer pela ONU. Se a nação Judia não se unir e deste modo inverter estes planos maléficos, desperdiçaremos a chance que a vitória de Trump nos deu e as consequências serão impensáveis.

Por Que União?

Ser-se Judeu não se trata de humor ou intelecto; trata-se de relações humanas equilibradas e conexão entre as pessoas. Enquanto a natureza mantém o equilíbrio ao operar duas forças complementares, positiva e negativa, nós humanos usamos somente a força negativa, que se manifesta em nós como egoísmo. Esta força encontra-se por trás de todas as guerras que travamos, a poluição que libertamos para nossos céus e oceanos e o abuso que infligimos uns sobre os outros. Quando a força negativa é o único operador na humanidade, criamos um mundo muito tenebroso para nós.

Quando nós Judeus nos concordámos unir “como um homem com um coração” no pé do Monte Sinai, a montanha de sina’a (ódio), esta foi a primeira vez que a força positiva foi introduzida na humanidade numa escala massiva. E assim que a recebemos, nos foi dada a tarefa de espalhá-la ao sermos “uma luz para as nações.”

Nossos antepassados aperfeiçoaram um método muito simples para manter sua união: Eles cobriram seu ódio com amor (Prov. 10:12). Em vez de tentarem suprimir sua aversão de uns pelos outros, eles se uniram acima dela, deste modo evocando a força positiva para equilibrar sua sociedade tal como ela equilibra todas as outras partes da natureza. Eles não trabalharam contra o ódio, mas em vez disso desenvolveram amor acima dele. Nossos antepassados não fizeram isto para eles próprios. Eles queriam criar um método para corrigir o ego de toda a humanidade, para serem “uma luz para as nações.” Foi por isso que escreveu o cabalista Ramchal que “Moisés desejou completar a correcção do mundo nesse tempo” (O Comentário de Ramchal sobre a Torá).

Rabbi Shimon Bar Yochai capturou o inteiro processo da cobertura do ódio com amor com estas simples palavras do Livro do Zohar: “‘Vejam, quão bom e quão agradável é que os irmãos se sentem juntos.’ Estes são os amigos enquanto se sentam juntos e não estão separados uns dos outros. Inicialmente, parecem pessoas em guerra, desejando se matar umas às outras. Então, eles retornam a estar em amor fraterno. …E vós, os amigos que aqui estão, tal como estavam em afeição e amor antes, doravante também não se vão separar … E pelo vosso mérito haverá paz no mundo” (O Zohar, Aharei Mot).

A escolha está nas nossas mãos. Se decidirmos nos unir acima do ódio que sentimos uns pelos outros e nós o sentimos, então finalmente nos tornaremos aquilo que nós, os Judeus, estamos destinados a ser: um modelo exemplar que demonstra como a união consegue triunfar sobre o egoísmo e alienação entre as pessoas. Mas enquanto evitamos a união, negamos ao mundo a chance de equilibrar o egoísmo inerente à natureza humana. Portanto, nos tornamos nosso pior inimigo pois o mundo nos odeia pelo nosso ódio de uns pelos outros e nossa resistência de levarmos a cabo nossa tarefa.

Se queremos que o mundo reconheça o nosso valor, primeiro devemos reconhecer nossa missão. Agora é a nossa hora; não devemos esperar até que seja tarde demais.

Publicado originalmente no Haaretz

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Além de Trump e Clinton

Como escrevi antes das eleições, o novo presidente terá o prato cheio. De facto, penso que o prato transborda tanto com problemas que nenhum presidente consegue lidar com ele sozinho. Está na hora dos soldados rasos despertarem e tomarem iniciativa. Estamos num ponto crítico no tempo. Se ficarmos inertes neste momento, amanhã pode ser tarde demais para concertar a sociedade.

Do Incompleto ao Completo

Vamos dar uma vista de olhos no mundo ao nosso redor. Todas as coisas na vida avançam do incompleto para o completo. Alguma vez tentou comer um fruto verde? Não o faça, é extremamente amargo e muito pouco saudável. Mas quando está maduro, é exactamente o oposto: doce, delicioso e pleno.

Similarmente, os pediatras usam tabelas para rastrear o desenvolvimento das crianças da infância à idade adulta pois eles conhecem as fases do crescimento da infância à maturidade. Por outras palavras, também nós nos desenvolvemos do incompleto ao completo. Porém, isto não nos impede de pensarmos que as crianças são lindas, uma vez que vemos nelas seu grande potencial. Se pensássemos que elas iam permanecer como são, sentiríamos pena por elas em vez de pensarmos que são lindas.

Adicionalmente, na maioria, quanto mais desenvolvido é o ser, mais demora para que alcance seu estado final e menos apelativo parece enquanto se desenvolve. Portanto, os humanos, indubitavelmente as mais complexas criações no planeta, atravessam os estados mais longos e menos apelativos no caminho para a perfeição. E todavia, o resultado inevitável será mais belo e agradável que qualquer um poderá imaginar.

Tal como acontece com todas as coisas da existência, a natureza nos levará ao nosso estado final e completo independentemente do residente da Casa Branca. Seria sábio que nos focássemos em alcançar este estado tão rápido, indolor e agradavelmente quanto possível.

Até agora, nossa única preocupação tem sido como nos empanturrarmos de comida, gadgets, riqueza e poder. Mas podemos ver que este caminho rapidamente se esgota a si mesmo. Agora temos de pensar em como tornamos nossas vidas agradáveis de uma maneira mais sustentável, uma que coincida com o nosso estado perfeito predeterminado.

Tudo Estava Bem até Nós Chegarmos

Na natureza, perfeição significa equilíbrio. Em todos os níveis da realidade, inanimado, vegetal e animal, a vida está completamente equilibrada. Ela não é estática ou estagnada, mas flutua num movimento de fluxo e refluxo sob a influência de duas forças mutuamente complementares, uma positiva e outra negativa. Estas forças mantêm um equilíbrio dinâmico que sustenta todas as coisas. Amanhecer e anoitecer são igualmente necessários, tal como são as estações e tal como são a vida e a morte. O calor se expande para áreas mais frias e a alta pressão se espalha para a baixa pressão. Tudo é dinâmico, todavia tudo é equilibrado.

Até à chegada dos humanos, tudo evoluía no seu curso natural. Nós, humanos, mudámos tudo. Em nós, a força negativa se manifesta como egoísmo e a força positiva como altruísmo. Ainda assim, somos a única parte da criação, que até então evoluiu aparentemente sem a força do altruísmo. “A inclinação no coração do homem é má desde sua juventude” (Gén. 8:21) não é meramente um versículo da Bíblia; ele é um facto da vida.

Praticamente desde o começo do século 20, o egoísmo dominou e nosso desenvolvimento foi acelerado exponencialmente. Dentro de poucas décadas, conseguimos colocar tudo aquilo que a natureza construiu durante biliões de anos em risco de extinção.

Terceira Guerra Mundial ou Nenhuma Terceira Guerra Mundial — Essa é A Questão

Esta eleição provou que nada impulsiona os candidatos senão ganância e a cobiça do poder. Não podemos esperar que estas qualidades fortaleçam o destino do nosso planeta. De facto, podemos ter a certeza que a menos que nós o povo forcemos o governo a se transformar numa administração pró-povo, em contraste com um governo pró-elite, nos encontraremos no meio de outra guerra mundial e desta vez uma nuclear. Se alguma coisa positiva resultou desta eleição, é a realização da verdadeira natureza de nossos líderes e a desilusão que sentimos sobre suas intenções. Agora que sabemos quem eles são e o que eles querem, temos de uma chance de implementar uma mudança. Anteriormente, estávamos adormecidos.

Em Vez de Tirarmos de Nós Devemos Acrescentar aos Outros

Esta pode parecer uma grande tarefa de mudarmos nossa conduta do egoísmo desinibido para algo mais equilibrado, mas na realidade é muito mais fácil do que pensamos. A primeira coisa que precisamos de saber é que não é necessário sufocarmos nosso egoísmo. Não há razão para o fazer; ele gerou todas as coisas que temos: abundância de comida, medicina avançada, tecnologia que facilita a vida e todas as outras amenidades da vida moderna. Seria descabido abdicar destes confortos.

Em vez de tirarmos de nós mesmos, precisamos de acrescentar aos outros. Precisamos de começar a pensar mais social que individualmente. Cada um de nós tem tremendo potencial. Tristemente, com mais frequência que o inverso, nunca desenvolvemos nosso verdadeiro potencial pois desperdiçamos tremendas quantidades de esforço em manter nosso estatuto social no meio social hostil e desconfiado que construímos para nós. Em vez de lutarmos incessantemente, todos beneficiaríamos se usássemos nossos talentos para beneficiar a sociedade.

Similarmente, quando todas as células num corpo contribuem para seu bem-estar ao realizarem suas tarefas individuais na perfeição, isso se manifesta como saúde robusta. Se olharmos para a humanidade como um organismo do qual todos somos partes, podemos aplicar a mesma regra. Sentiríamos que contribuir para a sociedade é equivalente a contribuir para nós mesmos. O Rei Salomão chamou a este truque das nossas mentes, cobrir o ódio com amor (Prov. 10:12).

Colocando-o simplesmente, precisamos de instar na nossa sociedade um forte sentido de responsabilidade mútua e consideração mútua para equilibrar a enorme quantidade de má vontade que temos estado a injectar na sociedade durante mais de um século.

Uma Acção Consciente de Equilíbrio

Não é necessário imenso para inverter a presente tendência negativa que conduz a uma guerra à grande escala. De facto, quando executado numa escala massiva, qualquer quantidade de boas intenções genuínas produzirão um mundo de diferença. E no nosso caso, isto significa literalmente um mundo diferente.

Para alcançar isto, tudo o que precisamos de fazer é perceber que o nosso problema é o nosso egoísmo e então querermos mudar. “Perceber e querer” é uma fórmula que, quando aplicada em massa, permite que a força positiva antes mencionada nos impacte. Tal como a água flui pela bacia, quando criamos uma vontade pela força positiva, ao percebermos que precisamos dela em prol de endireitarmos nossa sociedade, essa força vai preencher a vontade dentro de nós e vai nos mudar. Foi por isso que eu disse que é mais fácil que pensamos, pois não precisamos de a criar, simplesmente precisamos de perceber e a querermos.

Então vamos unir-nos acima de todas nossas diferenças, atrair esta força positiva para nossas sociedades e tornemos nossa bela diversidade o tesouro que ela pode ser, para o benefício de todos. Não esperemos mais; façamos-o simplesmente!

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Meu Artigo no Ynet: “Quem Está Por Trás Da Revolução Do Mundo A Se Desenvolver?”

A cadeia mundial de ataques terroristas, o despertar do extremismo islâmico, o declínio da União Europeia, e o aprofundamento da polarização entre os setores e comunidades estão revelando que o mundo está se desintegrando. Quanto mais cedo nos tornamos conscientes deste desenvolvimento, mais cedo estaremos prontos para a mudança, evitando desastres.

Para iniciar uma revolução social eficaz, precisamos apenas de uma coisa: o desejo de mudar instantaneamente as interações sociais insuportáveis.

Para a maior parte, essa mudança é resultado de uma demanda por um determinado grupo social que atrai as massas a um objetivo claramente definido, mas nem todos os esforços geram necessariamente uma revolução real. Quando ocorre isso? Só depois que novas relações são criadas, as quais provocam uma reorganização da estrutura social e das suas instituições. Quando esta mudança se torna permanente, é possível dizer que uma revolução ocorreu. Na verdade, ao longo da história, é assim que a maioria das grandes revoluções no mundo começou: a Revolução Americana, a Revolução Francesa, a Revolução Bolchevique, as revoluções da “Primavera Popular” na Europa, e a onda de revoluções da “Primavera Árabe” no Oriente Médio.

Nós não temos nenhuma capacidade de controlar o que está acontecendo? (Foto: Reuters)

A questão é: como devemos responder na situação oposta, quando revoluções, revoltas, e crises irrompem, mudando a face da sociedade humana, e pela primeira vez não temos capacidade de controlar o que está acontecendo? O resultado já apareceu diante de nossos olhos. O mundo está se desintegrando e a humanidade está afundando em confusão.

Uma Chamada De Despertar Global

Dia após dia, o mundo fica ao mesmo tempo surpreso e consternado com os acontecimentos dramáticos no sistema internacional, em particular pelas turbulências extremas nas nações desenvolvidas: os terríveis ataques terroristas na Europa que estão incentivando um aumento acentuado no nacionalismo de direita, o “Brexit” que sinaliza o fim iminente da UE, o aprofundamento dos expurgos após a tentativa de golpe na Turquia, ondas de imigrantes muçulmanos que vagueiam entre os continentes, e a campanha eleitoral nos Estados Unidos que se deteriorou a níveis muito baixos. A instabilidade global gerou o caos, a relação esperada entre causa e efeito simplesmente não existe, e na medida em que o ritmo dos acontecimentos estranhos continua a crescer, é difícil, se não impossível, tomar decisões.

Apesar da tecnologia avançada e dos sofisticados meios de comunicação, é impossível prever um resultado desde o início, estabelecer programas governamentais, planejar estratégias de longo prazo, elaborar orçamento e gerenciar. A apreensão com a erupção de uma terceira guerra mundial toma conta de muitos e está crescendo à luz das experiências passadas que se acumularam e comprovaram que mesmo alianças, acordos e tratados de segurança podem ser violados em um momento crucial. De incidente em incidente, a falta de controle torna-se clara para todos os políticos tomadores de decisão, desde os principais líderes, consultores e gerentes, aos funcionários mais subalternos. É claro para todos que liderar no século XXI é gerir o mundo inteiro.

Da Linearidade ao Global, Do “Eu” para “Nós”

Ao analisar os processos que conduzem à atual crise global, devemos considerar um outro jogador que entrou em campo: uma rede global e integral de comunicações está gradualmente começando a transformar cada elemento da sociedade, onde cada um se torna parte inseparável do todo, assim como os órgãos do corpo humano. Esse não é um processo familiar de globalização que existe para ser usado para criar uma cooperação internacional de empresas; mas em um nível mais profundo de relações entre nós. O desejo comum estava oculto de nossos sentidos e agora está ficando claro como uma rede estável e unificada de apoio mútuo.

Em uma estrutura tão harmoniosa, as leis de conduta trabalham de forma diferente: ninguém é mais ou menos importante do que outros, nenhuma nação é mais ou menos importante do que outras. Todos consideram a todos e de forma igual, em uma preocupação resultante da comunhão entre nós. O rabino Yehuda Ashlag (Baal HaSulam) escreve na Introdução ao Livro do Zohar: “Na verdade, quando todos os seres humanos concordarem em abolir e erradicar o seu desejo de receber para si mesmos, e não tiverem nenhum outro desejo além de doar a seus amigos, todas as preocupações e perigos no mundo vão deixar de existir, e todos vão ter a certeza de uma vida plena e saudável, uma vez que cada um de nós terá o mundo todo se preocupando conosco, pronto para preencher nossas necessidades. No entanto, enquanto cada um de nós tem apenas um desejo de receber para si mesmo, essa é a fonte de todas as preocupações, sofrimentos, guerras e massacres dos quais não podemos escapar”.

Aprofundamento de processos de limpeza contra o golpe na Turquia (Foto: AP)

Enquanto continuarmos a nos agarrar à nossa percepção egoísta natural e falharmos em nos adaptar à nova realidade global, a dissonância vai continuar a crescer. Como resultado, há uma elevada volatilidade, as crises nos atacam uma após a outra, e a única esperança que nos resta é a visão dos líderes mundiais que se encontram impotentes, e não podem prever os desenvolvimentos e tomar uma ação preventiva.

Como Se Comportar em um Mundo Conectado?

Nós devemos parar de enterrar a cabeça na areia. A ordem mudou, e é impossível deter ou negar a nova realidade e a futilidade do sistema atual. Se no passado, sentíamos um desejo natural e interno por mudança, e a força da revolução trazia a transformação da sociedade humana, hoje o mundo está nos empurrando para um canto e nos pressionando a mudar e a construir novas relações: entre pessoa e pessoa, entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre empregado e empregador, entre banqueiros e industriais, e entre os políticos e os cidadãos.

Texas tiroteio que matou policiais (Foto: AP)

As ondas de crises que nos afetaram nos últimos anos e se intensificaram nos últimos meses são apenas um reflexo das relações egoístas entre nós. Elas são uma expressão das ligações quebradas na rede de conexões entre nós, que temos que corrigir. É por isso que o comunismo falhou, o sonho americano quebrou e a União Europeia desmorona. Todo o sistema – incluindo sistemas socioeconômicos – que já floresceu ou despareceu é resultado direto das relações entre nós.

O ponto da virada da humanidade depende de uma revolução radical sem precedentes, mas a revolução é conceitual, material e espiritual, suficiente para causar uma revolução no coração de cada pessoa. Em vez da preocupação para com a gente mesmo, precisamos estar preocupados com os outros: em vez de “Eu”, “Nós”!

A Tendência à Unidade Global

“Eu estou contente por ter nascido em tal geração em que é permitido divulgar a sabedoria da verdade. …. Nós a consideramos como dependente não da grandeza do sábio, mas do estado da geração” (Baal HaSulam, O Ensino da Cabalá e sua Essência).

Nossa geração individualista é obrigada a começar a andar no caminho da unidade e apoio mútuo. Só então estaremos adaptados à rede global de conexão que está sendo revelada. Para evitar passar por cima da beira do abismo, devemos prestar atenção nos sinais de alerta que aparecem no caminho, nos levando a desenvolver a sensibilidade pelo outro e a se conectar uns com os outros de forma madura e responsável.

Devemos chegar a uma sensibilidade de uns com os outros e conectar-nos ao nosso reconhecimento de maturidade e responsabilidade (Foto: Kabbalah)

A sabedoria da conexão, ou seja, a Cabalá, é a resposta precisa ao aprofundamento constante da separação entre nós. Este é o método que tem a capacidade de desenvolver em nós a necessidade da responsabilidade mútua e alcance mútuo. Rav Kook escreve em louvor a essa sabedoria: “Precisamente em um momento de grande perigo e crise devemos tirar o melhor da cura” (Cartas, Volume 2). Quanto mais cedo, melhor será para nós abrir os livros de Cabalá para aprender a construir as relações corretas entre nós, de modo que vamos agir de acordo com as leis da natureza, que sempre aspiram à harmonia e equilíbrio. Então, vamos saber quais sistemas de vida são essenciais para a nossa existência e como construí-los para tornar nossa vida melhor.

Publicado originalmente no Ynet

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Meu Artigo no Ynet: “Como Aproveitar O Melhor Dos Dois Mundos?”

Parece que precisamente agora, quando temos tudo e em abundância, as crises simplesmente aumentam. É assim que o ambiente está nos dizendo: “Pessoal, chegou a hora de crescer!” O Dr. Michael Laitman explica como devemos lidar com as leis globais da natureza e agir de acordo com elas no dia a dia.

Havia um grande rei que teve um filho na velhice, e gostava muito dele. Assim, desde o dia em que o filho nasceu, o rei só pensava em coisas boas para ele. Ele recolheu os livros mais finos, mais sábios e preciosos no reino e construiu-lhe uma escola. Ele enviou os melhores construtores e construiu palácios de prazer. Ele reuniu todos os músicos e cantores e construiu-lhe salas de concerto, e chamou os melhores padeiros e chefs para prover-lhe todas as iguarias do mundo.

Mas, infelizmente, o filho cresceu para ser um tolo, sem nenhum desejo por educação. Ele era cego e não podia ver ou sentir a beleza dos edifícios. Era surdo, incapaz de ouvir os poemas e a música. Era doente, podendo comer apenas pão de farinha grossa. (Os Escritos do Baal HaSulam – “A Essência da Religião e seu Propósito”).

No início do século XXI, a sociedade humana vive nas melhores condições desde o desenvolvimento da humanidade na Terra. Como o filho do rei, nós temos tudo que precisamos para viver bem, em paz e com confiança: alimento abundante, medicina avançada, indústria desenvolvida, agricultura, comércio internacional, uma rede de transporte em todo o mundo, Internet disponível, etc.! Apesar de todos os imensos benefícios e todas as melhorias feitas, ainda continuamos a absorver golpes e a suportar sucessivas crises. Quando haverá um fim para o sofrimento? Quando vamos crescer ….

A sociedade humana no início do século 21 não conhecia melhores condições dada a evolução da humanidade na Terra (Foto: Shutterstock)

Uma Nova Vida Está Surgindo

Quando um novo bebê nasce, é totalmente envolto em calor e amor. Seus pais cuidam dele fiel e conscienciosamente e fornecem tudo que é necessário para o bom desenvolvimento: um teto sobre sua cabeça, alimentos, roupas e brinquedos. Mesmo que a criança cresça, eles não param de estar preocupados com ela por um instante, e a vigiam até que ela seja capaz de sobreviver por conta própria. Eles continuam a cuidar dela, brincar com ela e apoiá-la até que suas emoções amadureçam e as conexões corretas em seu cérebro sejam criadas que a ajudam a reagir corretamente à realidade que o rodeia.

A adolescência, a transição entre a infância e a juventude, é um período problemático. O jovem tenta imitar os adultos à sua volta e faz de tudo para ser como eles em seu comportamento externo, enquanto ainda mantém a mesma “criança pequena” dentro dele que tenta se sacudir sendo investida e assumindo responsabilidade, exigindo que eles continuem a cuidar dele e a mimá-lo tanto quanto possível. Mas a vida é mais forte e rígida – viver requer trabalho, criar uma família requer ser um provedor, trazer filhos ao mundo requer o desenvolvimento da devoção. A pessoa pode optar por continuar a desfrutar de jogos e experiências emocionantes, mas como a maioria de nós já experimentou na própria carne, o ambiente vai nos empurrar com força suficiente para nos motivar a se levantar do lar confortável, assumir a responsabilidade, e se preocupar com nossas próprias necessidades.

A Idade da Maturidade da Humanidade

Hoje a humanidade está se desenvolvendo como um adolescente. Por milhares de anos a natureza se ajustou a nós e preparou um ambiente confortável para o nosso desenvolvimento. Agora a tarefa está concluída. O mundo tornou-se global e a interdependência entre nós atingiu o ápice. Nós crescemos; chegou a hora de mudar. Dia após dia a conexão entre nós se torna mais estreita, nos obriga a aprender as regras do novo mundo global e conectado. Agora precisamos ser independentes, nos adaptar à natureza que nos rodeia, e começar a integração no verdadeiro sistema da vida. Este é precisamente o momento em que a humanidade se encontra: “adolescência”.

Quando um bebê nasce é embrulhado calorosamente com Amor (Foto: Shutterstock)

Como um adolescente que quer se sentir adulto e, simultaneamente, continuar a ser uma criança, enquanto o ambiente o força a amadurecer e incita-o a agir, dessa forma a humanidade também recebeu tudo e agora sofre uma crise após outra. Esse é o caminho do ambiente, sinalizando-nos que chegou a hora de crescer…. “A natureza, como um juiz hábil, nos pune de acordo com o nosso desenvolvimento”, escreve o Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), no artigo “A Paz”. “Pois podemos ver que na medida em que a humanidade se desenvolve, as dores e tormentos que circundam nosso sustento e existência também se multiplicam”.

A quebra das conexões sociais em todas as áreas da vida e as tentativas artificiais em manter as conexões entre uma pessoa e outra, entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre empregado e empregador, e assim por diante, falham sucessivamente. É exatamente por isso que, especificamente, tem sido revelada a sabedoria da Cabalá nos nossos dias. É o método que ensina as leis globais da natureza e como devemos nos comportar de acordo com eles na vida cotidiana. Apenas o seu poder pode nos ajudar a criar um ambiente bonito, bom e seguro aqui.

Nós construímos relações aptas para a vida no mundo conectado de hoje (Foto: Kabbalah)

Se construirmos conexões adequadas entre nós para a vida no mundo conectado de hoje, vamos ganhar uma compreensão e um sentimento que nos ajudarão a tomar as decisões corretas, e vamos ter sucesso em toda a nossa caminhada. Quando construímos relações entre nós com base na preocupação e responsabilidade mútua, todos os problemas e aborrecimentos cessarão e vamos ganhar todos os tesouros que a natureza tem destinado para nós, como o príncipe na famosa parábola.

O Dr. Michael Laitman encabeça o movimento “Cabalá para o Povo” e dá aulas diárias de Cabalá que são transmitidas no Canal 66 (Israel) e na Internet. O movimento convida todos a vir e aprender a sabedoria da conexão com base na regra fundamental geral do nosso povo, “E amarás o teu amigo como a ti mesmo” (Levítico 19:18).

Publicado originalmente no Ynet

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Trump vs Clinton—Dois Mundos Que Nunca Se Cruzam

Por baixo das campanhas mescladas reside a batalha de Trump para salvar a verdadeira economia versus os esforços de Clinton para salvar Wall Street.

A actual eleição americana é fundamentalmente diferente de qualquer anterior campanha. Por baixo das campanhas mescladas sem precedentes reside um abismo entre visões do mundo que os eleitores devem ter consciência quando colocam seus votos, pois sua escolha vai directamente determinar o seu futuro.

Foto: Dreamstime, Licença: N/A2016-11-06

Trump vs Clinton—Dois Mundos Que Nunca Se Cruzam Foto: Dreamstime

Nesta eleição, os dois candidatos não representam duas variações do mesmo pensamento económico, mas em vez disso duas visões do mundo fundamentalmente diferentes. Donald Trump planeia reanimar a verdadeira economia, que produz bens e serviços, embora isso indubitavelmente venha às custas dos bancos de Wall Street. Hillary Clinton, por outro lado, planeia salvaguardar os bancos às custas da verdadeira economia e da plebe. É por isso que a colisão entre os dois candidatos está tão quente e é fundamentalmente irreconciliável.

Para entender as diferentes perspectivas dos candidatos, precisamos de entender o impacto da crise global de 2008 na economia americana. A Bretton Woods Conference estabeleceu um novo modelo económico que ligava todas as moedas estrangeiras ao dólar americano. A fixação de taxas de câmbio permitiu ao governo americano imprimir mais e mais dólares sem a ameaça da desvalorização. Enquanto o comércio global continuava a crescer, imprimir mais dólares era economicamente justificado uma vez que o dinheiro era necessário em prol de manter o comércio em expansão. Tendo mais dólares no sistema global, enquanto mantendo a força da moeda tornou a América cada vez mais forte e aos cidadãos americanos, cujas poupanças eram todas em dólares. Esses foram os melhores dias da era do Sonho Americano.

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Esforços de Clinton para salvar Wall Street Foto: Dreamstime

Mas em 2008, o mundo mergulhou numa crise económica da qual ainda não recuperou. Quando o comércio global caiu, a impressão de dinheiro já não era mais apoiada pelo crescimento. O governo tentou reanimar a economia ao reduzir as taxas de juros e forçou a introdução de novo dinheiro, conhecida como expansão monetária, ou no seu outro nome: imprimir ainda mais dinheiro. Todavia, isto resultou num enorme aumento da dívida nacional.

Em 2014, vendo que o crescimento era lentíssimo apesar da impressão e dívida que estava fora de controle, o governo começou a cortar na impressão em prol de abrandar o aumento da dívida. Consequentemente, os principais bancos, que agora apoiam Clinton, começaram a sufocar financeiramente. Os bancos sabiam que se quisessem libertar o sufoco, eles teriam de colocar “um dos seus” na Casa Branca, que retome a impressão de dólares. Hillary Clinton, cuja campanha depende imenso das finanças de Wall Street, está completamente endividada aos bancos e portanto fará o que quer que eles digam. É por isso que Wall Street a apoia tão apaixonadamente.

Donald Trump, por outro lado, é o pior pesadelo de Wall Street. Para ele, o interesse nacional americano é a principal prioridade. Trump coloca a verdadeira economia à frente de Wall Street e considera a recuperação económica e a redução de dívida nacional como suas metas primárias. (Ironicamente, a visão económica de Sanders está mais alinhada com aquela de Donald Trump que com aquela de Hillary Clinton.) Trump indubitavelmente vai aumentar as taxas de juros, tornará os empréstimos mais caros e menos rentáveis para a maioria das pessoas. Como resultado, os bancos, cuja principal fonte de revenda é a dívida pública, vão sufocar ainda mais e finalmente irão colapsar. Porém, isto salvará a economia americana.

Foto:  Dreamstime, Licença: N/A2016-11-06

Donald Trump planeia reanimar a verdadeira economia Foto: Dreamstime

Por outras palavras, Clinton planeia salvar os bancos às custas da economia e cidadãos americanos. Trump, por outro lado, planeia salvar a economia americana às custas dos bancos. Além do mais, implementar os planos de Trump vai eliminar o poder do grupo de banqueiros elitistas e financiadores que apoiam Clinton. Uma vez que eles prosperam às custas das manipulações monetárias, sem um fluxo constante de novo dinheiro, suas colheitas vão secar e a seca os arruinará.

Abreviadamente, os planos de Clinton ameaçam a verdadeira economia, a parte que na realidade produz bens e serviços e que Trump está a tentar reanimar. Isto torna o conflito entre Clinton e Trump irreconciliável.

Em prol da economia americana recuperar, o governo americano terá de reanimar a verdadeira economia. Trump já está a tentar alcançar isto pois ele sabe que só é possível viver das proezas financeiras até certo ponto. Em momento incerto, o governo terá de adoptar a agenda de Trump. Quanto mais o governo o atrasar, mais difícil e inevitável a mudança será para os cidadãos americanos. É por isso que nesta eleição, os eleitores não vão eleger somente um candidato, mas também um caminho económico que vai determinar seu futuro pessoal económico, o futuro económico do país e do mundo.

Originalmente publicado no Haaretz

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A Eleição Americana: Na Perspectiva de Um Estranho

A América está muito atrasada para uma mudança. Devemos escolher que candidato vai levá-la pela mudança com sucesso e segurança

Tenho sido pesquisador minha vida inteira. Nos meus anos de juventude estava fascinado com os sistemas complicados do corpo. Isto me trouxe à bio-cibernética, a ciência que estuda os sistemas regulatórios no corpo humano. Mais tarde na vida, comecei a tomar interesse na natureza humana e fui apresentado à ontologia e à sabedoria da Cabala autêntica, em contraste com o tipo de Hollywood.

Esta campanha eleitoral tem sido uma exibição fascinante da miríade de facetas da natureza humana e as complexidades da sociedade humana. Enquanto ontólogo e cabalista, acho o que ocorre na América criticamente importante não apenas para a América, mas para o mundo inteiro.

Um Ponto de começo Problemático

Quem quer que ocupe a Casa Branca durante os próximos quatro anos terá imenso com que lidar. A administração Obama deixa para trás um super-poder em declínio. Oito anos após ele ter assumido posse, o estatuto internacional dos EUA está no ponto mais baixo de sempre. Obama reacendeu a Guerra Fria, enviou aliados de há muito tempo tais como a Turquia e Israel direito para as mãos da Rússia, arrefeceu as relações dos EUA com a China e arruinou a Europa financeira e socialmente através de Wall Street e a imigração Muçulmana massiva.

Foto: Dreamstime, Licença: N/A2016-11-03

Quem Consegue Criar a Mudança e Por Quê Foto: Dreamstime

Em casa, os negros estão pior que estavam em 2008, as faculdades americanas estão a produzir antissemitismo e a dívida dos estudantes está a atingir o ponto que apresenta o risco de outra bolha económica rebentar. Adicionalmente, o Obamacare, que o Presidente esperava que fosse a cereja por cima do bolo, está a desmoronar-se às custas dos pobres, seus supostos beneficiários. No geral, ninguém está melhor hoje que antes de Obama ter sido eleito, com a excepção do um por cento no topo e os recentes migrantes Muçulmanos.

Quem Consegue Criar a Mudança e Por Quê

Hillary Clinton vem da mesma escola de pensamento político que Barack Obama. Além do mais, ao contrário de Obama, sendo branca e inegavelmente Cristã, ela nada terá para provar. Como resultado, a Srª Clinton será mais livre para implementar a política de Fronteiras Abertas, recebendo centenas de milhares de migrantes e lhes dando cupões de alimentação, cuidados médicos gratuitos e dinheiro, enquanto deixa que os desfavorecidos e pobres da América continuem com fome. Enquanto progressista devota, Clinton não consegue ver quanto é hora de repensar estratégias. Os resultados de outros quatro anos desta abordagem na Casa Branca serão horrendos.

O sucesso intrigante de Donald Trump não é uma mera rebelião contra a mentalidade progressista. É também porque o público reconhece a incapacidade de Clinton de mudar de caminho. Incidentalmente, até democratas ferrenhos repararam nesta desvantagem, que explica o por quê de Bernie Sanders ter ganho apoio de longe maior que anteriormente antecipado.

Todavia, Trump é muito mais directo que Sanders e muito menos obrigado a mega-doadores que teriam insistido em ditar suas políticas. Estas características, juntamente com o seu brusco patriotismo, fazem dele uma alternativa muito mais apelativa a Hillary que Sanders aos olhos dos muitos eleitores.

Na verdade, não tenho tendência pessoal para qualquer um deles. Mas quando olho para a crescente dependência recíproca do mundo e examino a capacidade de cada candidato se adaptar a ele, torna-se muito claro quem tem uma chance de montar a onda e quem está destinado a se afundar.

Um Mundo Todo Conectado

Até recentemente, todos (e não apenas na América) aspiravam pelo Sonho Americano. Hoje, até a maioria dos americanos já não acreditam que isso seja concretizável. Num mundo interconectado e interdependente, o presidente americano deve ser capaz de manter a destreza nacional, todavia integrar o país nos mercados globais, sem sufocar a capacidade dos outros países de fazerem o mesmo. Esta é uma tarefa muito delicada e requer um agudo sentido de parceria com os outros líderes mundiais.

Foto: Dreamstime, Licença: N/A2016-11-03

Devemos escolher que candidato vai levá-la pela mudança com sucesso e segurança Foto: Dreamstime

A presente administração fez exactamente o oposto. Ela destruiu todo o país no Médio Oriente (quase incluíndo Israel), esmagou a Europa financeira e socialmente e se alienou a si mesma do resto das maiores potencias mundiais. Ao mesmo tempo, ela nada fez para fortalecer a sociedade americana. Em todos os sentidos concebíveis, os últimos oito anos viram a América ir contra a tendência global na direcção da interconexão global, causando separação em vez de integração em todos os passos do caminho. Agora esta contradição de vectores começa a tomar sua cobrança sobre a América. Outros quatro anos desta politica podem levar os EUA além da possibilidade de de reparo.

Novo Paradigma Necessário

Julgando por todas as coisas que as ciências exactas e sociais revelam, a sociedade humana deve atravessar uma mudança radical nos padrões de pensamento. Não podemos continuar a nos abusarmos uns aos outros inconscientemente. Interdependência significa que devemos zelar que todos possam desfrutar da prosperidade que este mundo pode oferecer. Enquanto líder do mundo livre, a América deve se dirigir para a colaboração e conexão internacional, na direcção da confiança e boa fé. Homens de negócios, por natureza, têm tendência a ser desse jeito. Políticos, por outro lado, têm tendência a ver somente os seus interesses pessoais e os interesses do seu grupo imediato.

A interdependência é uma tendência global que eventualmente vai incluir o mundo inteiro. Porém, para integrar o mundo com sucesso, primeiro devemos educar o povo sobre o sentido da globalização e interconexão, como vivermos num mundo que é composto de visões diversas e atitudes e como beneficiarmos desta diversidade. O lema do próximo líder do mundo livre deve ser “educar primeiro, implementar depois.”

O tumulto que vemos na Europa, onde ideias lunáticas tais como as de criarem uma “Nova Alepo” na Alemanha são tomadas a sério, é precisamente o resultado de inverter esta ordem. Em vez de educar primeiro, os Europeus aceitam os migrantes primeiro, então acham que é impossível os integrar na sociedade. Por falta de outras opções, eles tentam isolar os migrantes dos seus anfitriões. O resultado, como podemos ver, é a morte acelerada da Europa.

Curar as Feridas

A precipitada franqueza de Trump é ofensiva para muitos. Contudo, se a América congelar o momento de franqueza e o dominar para a correcção dos males da sociedade americana, ela tem uma boa chance de ficar, bem, óptima de novo. Com os esforços nacionais, cooperação e um sentido de destino compartilhado, a sociedade americana consegue alcançar a coesão para seu curativo. Na América, tal como em qualquer outro lugar, todos estão interligados. Portanto, a política “educar primeiro, implementar depois” deve ser aqui aplicada, também.

Este é um processo fascinante. Nós vimos uma nação de pioneiros se estagnar e temer a mudança. Agora ela deve ser corajosa de novo. Estará à altura do desafio? Espero que sim, pelo bem da América e pelo bem do resto do mundo.

Publicado originalmente no Haaretz

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