Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Paz, Sonho ou uma Realidade de Sonho?

Paz não é a ausência da guerra; é um equilíbrio dinâmico entre o interesse pessoal e o bem comum.

Todos pensam que a paz é simplesmente uma palavra, uma fantasia de certos indivíduos “desequilibrados”, ou uma banalidade dos políticos durante as campanhas de eleição e dos concorrentes quando lhes é questionada sua visão para um mundo melhor. Na realidade, ninguém procura a paz. Em vez disso inventamos leis para um tratamento de penso-rápido para nos prevenirem de transformarmos nosso mundo num campo de guerra em que o último a ficar de pé vence. Mas tem realmente de ser assim?

Paz, Sonho ou uma Realidade de Sonho? Foto: Dreamstime

Quando olhamos para a natureza ao nosso redor, vemos que apesar das constantes lutas pela sobrevivência, ela mantém um equilíbrio que gera o crescimento e prosperidade. De facto, as lutas na realidade contribuem para a saudável evolução das espécies. Espécies rivais se complementam umas às outras e ao se alimentarem umas das outras elas mantêm a saúde e vitalidade umas das outras. A existência dos predadores garante a prosperidade da inteira cadeia alimentar.

Mas nós não somos meramente animais. Adicionalmente aos nossos sentidos, temos emoções e pensamentos que ditam nosso comportamento e nos dão a possibilidade do livre arbítrio.

E todavia, em um elemento crucial não temos qualquer livre arbítrio: a motivação para nossas acções. No final do dia, tudo aquilo que fazemos é por nós mesmos. Nos manipulamos e aos outros para pensarem que agimos em seu favor, enquanto bem no fundo, o interesse pessoal guia todos os nossos movimentos.

Se é esse o caso, como nos podemos não combater uns aos outros? Como poderá haver verdadeira paz?

Complementar Em Vez de Competir

Paz não é a ausência da guerra. Foto: Dreamstime

Duas forças coexistem na natureza: uma força negativa de interesse pessoal e uma força positiva que promove o mutualismo, consideração e pensar sobre o bem comum. Os ecossistemas equilibram naturalmente as duas forças para que se complementem uma à outra. A aparente competição na realidade gera a homeostase, uma coexistência harmoniosa que propaga a vida e desenvolvimento.

Nos humanos, a força positiva está adormecida, criando uma sociedade coxa que tem de forçar restrições vinculativas para nos impedir de nos destruirmos uns aos outros na primeira oportunidade. Pior ainda, a força negativa dentro de nós não pára de se intensificar, nos obrigando a perpetuadamente estreitarmos as restrições que a sociedade impõe sobre as pessoas. Rapidamente nos aproximamos de um ponto em que a tensão entre as restrições e a liberdade pessoal se tornarão intoleráveis e a sociedade se vai desmoronar, através da guerra, revolução ou certa outra calamidade.

A palavra Hebraica shalom (paz) vem da palavra shlemut (inteireza) ou hashlamá (complementar/completude). Por outras palavras, paz não é meramente a ausência da guerra. Ela é um esforço continuado de complementar a força negativa com a positiva do mesmo modo que a natureza faz em todos os outros níveis menos no nosso.

Paz e Liberdade Andam Juntas

Em prol de criar a paz devemos conscientemente “ligar” a força positiva, pró-social entre nós. Quando nos comportamos conscientemente de maneira gentil uns para os outros, apesar dos nossos verdadeiros sentimentos de uns pelos outros, colocamos em movimento a força positiva que está latente dentro de nós. Esta “sabedoria da conexão” não se trata de hipocrisia. Agimos contrariamente à nossa alienação pois queremos instalar entre nós a força positiva, que a sociedade humana de hoje desesperadamente precisa em prol de sobreviver.

É óptimo sermos gentis uns para os outros pois isso nos faz sentir bem acerca de nós mesmos. Todavia, somente a gentileza não é suficiente se queremos afectar verdadeira mudança na sociedade. A ideia é agir com a intenção específica de complementar a força de interesse pessoal com  aquela do interesse comum. Uma vez que esta força está desactivada no nível humano, nós mesmos a temos de activar.

O benefício de criar esta completude é que ganhamos novamente nossa liberdade. Podemos escolher a que medida activamos cada força e deste modo navegarmos nossas vidas conscientemente. Uma vez que a natureza continua a intensificar nossos egos, nosso trabalho de equilibrar as duas forças nunca termina nem nosso livre arbítrio entre deixarmos nossos egos selvagens à solta e complementarmos nossos egos com gentileza e mutualismo.

Paz Significa Inteireza

Este “processo de paz” onde constante e colectivamente escolhemos equilibrar nosso egoísmo com o mutualismo, nos dá de longe mais que uma sociedade sustentável. Ele deixa-nos entrar no mecanismo que opera a realidade. Toda a vida está edificada sobre este equilíbrio de forças, então quando deliberadamente o criamos dentro da sociedade, ganhamos um profundo entendimento de como este mecanismo da existência funciona. Abreviadamente, percepcionamos a precisa fabricação da realidade.

Hoje, é imperativo que comecemos a construir esta força complementar entre nós. Alcançamos níveis tão altos de ódio recíproco que se não perseguirmos activamente a união para compensar nossa hostilidade, nos destruiremos uns aos outros.

A paz, portanto, não é um sonho nem uma realidade de sonho. Ela é a necessidade da nossa vida. Mas podemos alcançá-la somente se nos envolvermos todos juntos nela.

Não devemos esperar que outra pessoa faça por nós este trabalho. Somente aqueles que estão inclinados a procurar a paz na sociedade humana conseguem entender a urgência de dominar a força positiva e que somente com ela seremos capazes de assegurar uma vida pacífica e harmoniosa.

Publicado originalmente no Haaretz

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Novo Curso na Universidade de Berkeley: Como Se Livrar de Israel*

UC Berkeley

Campus da Univ. de Berkeley na Califórnia. (foto:BRAINCHILDVN/FLICKR/WIKIMEDIA COMMONS)

Esta semana fiquei a saber que a começar este ano, a prestigiosa Universidade de Berkeley vai oferecer um curso sobre “colonialismo dos colonos” em Israel, ou seja os Judeus como colonos.* “Aproximando-se da literatura da descolonização, [o curso] vai explorar as possibilidades de uma Palestina descolonizada.” Por outras palavras, vamos falar como erradicar Israel por completo. Mas não só o instrutor do curso vai explorar as possibilidades, aos estudantes será requisitado “pesquisar, formular e apresentar alternativas de descolonização para a presente situação.”

Ouvir falar deste curso recordou-me de uma tarde sombria que passei em 2004 na Hillel da Universidade de Berkeley. Nessa tarde, fui lá para dar uma palestra sobre a sabedoria da Cabala e o que ela tem a dizer sobre a união Judia e o papel do povo Judeu no mundo. Foi uma tarde fria e um acolhimento frio. Por muito que tentasse, não conseguia chegar aos estudantes; eles não aceitavam que o povo Judeu tem um papel e um compromisso com o mundo.

Imediatamente depois da palestra, um homem se aproximou de mim e me disse que Hilel não era o lugar para falar sobre o papel do povo Judeu, que as pessoas lá têm tudo o que precisam. Tentei dizer-lhe que ser-se Judeu não se tratava do que precisamos, mas do que os outros precisam, do que o resto do mundo precisa. Tentei explicar que precisamos de nos unir não pelo nosso próprio bem, mas pelo bem do mundo, que desesperadamente procura uma forma de fazer isso na nossa sociedade hiper-egoísta e que estamos destinados a ser o modelo exemplar que ele vai seguir. Ele não me conseguia ouvir. A mensagem simplesmente não penetrava.

Parti. Sem conexão à sua nação e seu papel no processo que o mundo atravessa, sem entenderem quanto o futuro do mundo depende da correcção que Israel tem de realizar, sabia que não havia futuro para os Judeus em São Francisco.

Este curso é apenas o princípio da próxima vaga de Antissemitismo que se espalhou pelos campus Americanos. Em breve, os campus não tentarão sequer montar uma fachada de integridade académica. O único propósito de tais cursos será para avançar a causa Palestina e deslegitimar Israel.

Os estudantes Judeus já se sentem muito desconfortáveis nos campus e por vezes ameaçados. Muitos deles já têm medo de usar símbolos Judeus tais como colares da estrela de David e quipás. Podemos imaginar como eles se vão sentir quando tais cursos se tornarem omnipresentes? E se pensarmos que podemos distinguir entre sentimentos Anti-Israel e sentimentos Anti-Judaicos, podemos aprender inversamente ao olhar para o que está a acontecer na Europa.

A Moratória Terminou

Até há alguns anos atrás, parecia que os Judeus Americanos tinham achado alguma formula secreta para dissolver o Antissemitismo. No princípio do século 20 e até nos anos 50, o Antissemitismo, aberto ou coberto, ainda era muito feroz e os Judeus eram frequentemente excluídos das universidades, clubes e certas profissões. Mas depois do Holocausto e subsequente estabelecimento do Estado de Israel, parecia que uma nova era havia começado e juntamente com Hitler, o Antissemitismo havia morrido.

Mas agora os ventos mudaram. Escreveu Liel Leibovitz na Tablet Magazine e concordo, que para os Judeus Americanos, quem quer que vença nesta eleição, “a política vai mudar de maneiras que não conseguimos sequer começar a entender, mas isso se vai pronunciar, de maneiras não triviais, no fim do florescimento americano Judaico de mais de meio século.” Embora acredite que uma vitória Clinton venha a induzir um declínio muito mais célere e mais sinistro, a tendência será semelhante independentemente do vencedor.

A moratória do ódio aos Judeus rapidamente está a terminar. Se queremos evitar outra tragédia de um fio aparentemente interminável de perseguições, extinções e expulsões, temos de agir agora e do único modo que nos foi instruído pelos nossos antepassados.

União, Nossa Principal Defesa

“A principal defesa contra a calamidade é o amor e união. Quando há amor, união e amizade entre uns e outros em Israel, nenhuma calamidade pode chegar sobre eles” (Maor Vashemesh). “Somos comandados em cada geração de fortalecer a união entre nós para que nossos inimigos não governem sobre nós” (O Livro da Consciência). “Quando a união restaurar Israel como antes, Satã não terá lugar no qual colocar o erro. Quando eles são como um homem com um coração, eles são como uma muralha fortificada contra as forças do mal” (Shem Mishmuel).

“Esta é a garantia mútua sobre a qual Moisés trabalhou tão arduamente antes de sua morte, para unir os filhos de Israel. Todos de Israel são os fiadores uns dos outros, ou seja que quando estão todos juntos, somente vêem o bem” (Voz Difusiva).

Antes da ruína do Templo, nossos antepassados desenvolveram um método único de conexão. Eles não suprimiram o carácter uns dos outros ou seus talentos, nem se exploraram uns aos outros. Eles usaram suas aptidões individuais para o bem comum, deste modo criando uma sociedade que tanto apoiava a concretização pessoal de cada um e fortalecia o tecido social que os mantinha juntos.

Nossos antepassados não suprimiram suas diferenças e as minimizaram. Eles só mudaram a meta pela qual eles trabalhavam. Em vez de procurarem se avançar a si mesmos, eles procuravam avançar o todo da sociedade, criando uma situação de vitória certa onde todos ganham.

Esta diferença aparentemente pequena cria uma profunda transformação. Ela cria um interesse comum em realizar o completo potencial pessoal de cada membro da comunidade. Além do mais, ela faz com que cada membro da comunidade se interesse pessoalmente em realizar o completo potencial de todo e cada outro membro da comunidade, uma vez que isto faz avançar a prosperidade de todos os outros membros da comunidade. Numa palavra, esta mudança de direcção transforma “Ame seu próximo como a si mesmo” da teoria para a prática.

Hoje esse simples, todavia eficiente método de conexão que nossos antepassados haviam aperfeiçoado e se comprometeram em compartilhá-lo com as nações é imperativo para a sobrevivência da nossa sociedade. Agora, tal como nossos sábios nos têm dito, temos de o implementar para nosso próprio bem e para o bem de toda a humanidade.

Nossa Única Posse

No fundo, cada Judeu transporta uma memória latente desta conexão e nossa obrigação de a transmitir. No fundo, todo o não-Judeu sente que os Judeus de certa forma se mantêm juntos e zelam uns pelos outros. Muitos não-Judeus sabem que a união dos Judeus é uma coisa poderosa, mas muitos deles interpretam-a mal e pensam que queremos dominar o mundo. Está embutido na natureza que nós seremos os portadores da mensagem da paz e união ao darmos um exemplo, então enquanto o evitarmos, as pessoas nos consideram malfeitores. Precisamos de reacender nossa união e compartilhá-la com o mundo. Como escreveu o Antissemita Henry Ford, “Os reformadores modernos, que constroem os sistemas sociais exemplares, fariam bem em olharem para o sistema social sob o qual os primeiros Judeus se organizavam.”

Aos olhos do mundo, somente se dermos ao mundo a paz e felicidade que ele merece, será nossa existência justificada. Enquanto estivermos desunidos, não estamos a espalhar a união. Em vez de sermos “uma luz para as nações,” espalhamos o oposto e o mundo justamente nos rejeita.

Só nos temos a nós para culpar pelo ódio que recebemos. Enquanto formos maus uns para os outros, o mundo será mau para nós, uma vez que não conseguimos espalhar a bondade. Mas se usarmos essa posse especial, o método de conexão único que ensina como realizar o nosso potencial pessoal enquanto solidificando a sociedade, nosso exemplo vai clarificar o mundo sobre por que há Judeus e por que os Judeus são imperativos para a sua felicidade.

A legitimidade dos cursos universitários como aquele mencionado no começo desta coluna existe somente enquanto não soubermos por que aqui estamos e qual é o nosso propósito na vida. Mas quando percebermos quem somos e que grande presente de união temos para dar ao mundo, a humanidade nos vai abraçar pela primeira vez e para sempre.
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*Hoje (Quinta-Feira dia 15), soube que depois do criticismo, a Universidade de Berkeley cancelou o curso. Por muito que fique agradado com este desenvolvimento, isso não altera a evidente tendência do crescente Antissemitismo. As emoções que engendraram esta abominação estão muito presentes em todos os campus Americanos, então é minha esperança que façamos o que devemos, como detalhado nesta coluna e nos poupemos de uma provação dolorosa.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Meu Artigo no Ynet: “O Que É Importante Para Os Nossos Filhos Na Escola?”

Se não quisermos acordar uma manhã e descobrir que perdemos toda uma geração, temos que mudar o mais rapidamente possível o sistema de educação que prepara os nossos filhos para a vida. Mas enquanto todas as pesquisas indicam a necessidade urgente de mudança, o Ministério da Educação está focado somente na transmissão de conhecimentos e nas notas. Qual é a solução?

Em Cooperação com a Cabala

Se você fosse um dos tomadores de decisão no país, qual serviço público você melhoraria em primeiro lugar? Os serviços de assistência médica, o Instituto Nacional de Segurança, os tribunais, ou o sistema de ensino? Centenas de israelenses responderam a esta pergunta em uma pesquisa conduzida pelo Bureau Central de Estatísticas e os resultados foram publicados esta semana.

Se você é pai/mãe animado com os filhos que estão começando um novo ano escolar esta semana, provavelmente já sabe a resposta a esta pergunta. Mais de 30% da população acredita que o sistema educacional israelense precisa ser melhorado: 48% dos pais em Israel estão decepcionados com a maneira como ele opera; 60% procuram alternativas, e 81% dos pais se queixam de que o sistema educativo não prepara as crianças para a vida adulta no século XXI.

O que prepara os nossos filhos a lidar com os problemas reais? (Foto: Moti Kimchi)

O cliente tem sempre razão, e neste caso são os pais. Que ferramentas nossos filhos terão para gerir a sociedade após 12 anos de escola? Quais são os valores que eles vão aprender na escola? O racismo está crescendo, a divisão no país aumentou, e o discurso nas redes sociais está se tornando mais violento. Quem está preparando nossos filhos para lidar com esses problemas reais e muitos mais?

Pais, vocês se importam?

Esta semana a escola vai voltar a ser a instituição central que influencia a vida e o futuro do seu filho. O sistema de educação pública foi estabelecido na medida em que a revolução industrial do século XIX se acelerou com a intenção de treinar muitos trabalhadores para as linhas de montagem. Ele não mudou muito desde então …. Acontece que o foco principal está no ensino de habilidades profissionais que servirão melhor o sistema econômico e vai ajudá-los a se desenvolver. Enquanto as escolas continuarem sendo uma fábrica para a produção de cidadãos bons e competitivos, e o teste de realização for o único critério para medir o sucesso, não há razão para enviar nossos filhos à escola.

O sistema escolar deve primeiro se concentrar em ensinar valores e não informações. Melhorar os temas centrais e aumentar o número de alunos que tiram cinco pontos nos exames finais de Inglês e Matemática (o mais alto nível) e reescrever frases em estudos sociais é importante, mas este é o papel do Ministério da Informação e não do Ministério da Educação.

Profunda Re-educação

Por enquanto, há um declínio acentuado no número de jovens que querem servir no exército. Muitos jovens pensam em deixar o país e estamos nos tornando cada vez mais indiferentes uns aos outros todos os dias. Em um Estado que está lidando com um problema nacional chamado ódio infundado, cujas sementes foram plantadas com a destruição do Templo, temos que agir e ensinar a ideia nacional do “ama teu amigo como a ti mesmo”.

“A pessoa que se preocupa com os dias, planta trigo; com os anos, planta árvores; com as gerações, educa as pessoas” (Janusz Korczak). Todo pai se preocupa com o futuro de seus filhos e faz o seu melhor para que eles aprendam a manter as relações familiares entre eles. É assim como todos nós juntos também devemos nos preocupar com o futuro da próxima geração. Devemos incentivar a melhoria das relações interpessoais para que possamos descobrir o poder da unidade, e o bem-estar e segurança que ela oferece, não como resultado do falso espírito de garantia mútua que emerge nos momentos de dificuldade. “Nossa única esperança é reorganizar profundamente a educação de nossos filhos, para descobrir e reacender o amor natural que está piscando em nós, e reviver os músculos nacionais em nós, que estiveram inativos por dois mil anos” (Os Escritos de Baal HaSulam).

Uma Lição em Conexão

Se não quisermos acordar uma manhã e descobrirmos que perdemos toda uma geração, sugiro que comecemos o dia escolar como Baal HaSulam diz em seu artigo, com pelo menos uma hora de consolidação das atividades de unidade. Não devemos perder o momento; temos que nos sentar no banco da escola novamente. “Nós, a nação, devemos levar a uma interação que irá criar uma micro sociedade entre os estudantes, onde todos se preocupam com todos os outros como em uma pequena família. Isto irá preparar as crianças para estabelecer uma conexão calorosa no topo de toda a tensão e conflitos naturais entre si, e trazer para fora toda a criatividade e o potencial nelas. (“Educação não cria nada de novo, mas traz à tona o que já está em uma pessoa”, Rav Kook).

Durante a “hora de conexão”, os professores vão fornecer as ferramentas básicas para a construção de uma conexão forte e saudável entre os estudantes, trazendo exemplos de dependência mútua positiva e consideração, e vão orientar os alunos em como lidar melhor com o mundo global, que afeta todos os aspectos da nossa vida. As crianças vão se sentar em círculo em que todos são iguais e podem ver e ouvir uns aos outros, e não atrás de mesas dispostas em uma fileira. Todo mundo vai aprender a ouvir uns aos outros, sem impor sua opinião até que atinjam uma compreensão geral. Aos poucos, eles vão aprender a superar sua natureza egoísta, e, finalmente, vão sentir parceria, conexão e amor, como está escrito: “O amor cobre todas as nossas transgressões”.

Um Professor para a Vida

O professor também vai fazer parte do círculo e se sentar com as crianças e conversar com elas no mesmo nível. Ele irá substituir a sua autoridade e superioridade com a arte de perguntas direcionadas que ajudam as crianças a descobrir a informação por si só, comunicando e falando entre si. É assim que a informação é assimilada de forma muito mais significativa e qualitativa.

Uma criança que cresce em um ambiente que mede seu sucesso de acordo com a sua consideração pelos outros, e de acordo com sua contribuição para com toda a sociedade, tem a garantia de florescer e ser educada. Como um adulto, ela vai, sem dúvida, enfrentar a vida com uma perspectiva muito mais ampla do mundo e com um sentimento de responsabilidade e cuidado em relação à construção de uma sociedade igualitária atenciosa, assim como o ambiente em que ela cresceu.

“É uma vergonha admitir”, diz Baal HaSulam no mesmo artigo, “que uma das qualidades mais preciosas e importantes que temos perdido durante o nosso tempo no exílio, é a nossa consciência nacional, ou seja, o sentimento natural que conecta e sustenta toda nação. É porque os fios de amor que unem a nação de Israel se deterioraram e foram cortados de nossos corações, foram perdidos e se foram. “Nossa nação tem uma grande sabedoria de conexão, uma ideologia que foi estabelecida para as gerações. Tudo o que temos a fazer é implementar o método de conexão que está enraizado no amor de misericórdia de Abraão entre os nossos queridos filhos. Não é um sonho, está bem aqui nas relações entre nós.

Publicado originalmente no Ynet

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Nós Acendemos o BDS; Só Nós o Podemos Extinguir

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Activistas do movimento BDS contra Israel. (foto:Wikimedia Commons)

Esta semana, o ministro dos negócios estratégicos, Gilad Erdan, está em Londres numa missão para combater o BDS. De acordo com o Ministro Erdan, “A Grã-Bretanha é o centro mundial da campanha anti-Israel BDS” e ele vai lá “para combater o boicote e deslegitimação … e para discutir com membros do governo Britânico … modos de fortalecer nossa cooperação contra a campanha de boicote Antissemita.”

Não há dúvida que o movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) se tornou uma ferida que Israel não consegue mais varrer para baixo do tapete. Há esforços para impedir o seu progresso, tal como em Illinois Nova Iorque, mas no geral, Israel está a perder e o BDS está a assumir o controle.

Se queremos vencer a guerra contra o BDS, devemos eliminar não só o movimento, mas seu alicerce: o vil Antissemitismo. Tentar desenraizar o BDS sem extinguir sua causa é como tentar combater os altos níveis de açúcar no sangue sem reduzir o consumo de açúcar. Abolir o Antissemtismo pode parecer uma noção ingénua, mas se queremos vencer, não há outro caminho. E com algum compromisso da nossa parte, isso está certamente ao alcance.

Por Que o Ódio Feroz?

O ódio pelos Judeus tem estado por aí desde que há Judeus. Embora em cada era ele tenha tido seu próprio disfarce, o ódio fundamentalmente permaneceu igual.

Como eu elaborei em colunas anteriores, nós Judeus somos diferentes de qualquer outra nação. Nossos primeiros antepassados não compartilhavam uma herança comum, um local de nascimento comum ou cultura. Maimónides, o Midrash (Bereshit Rába) e muitas outras fontes nos contam que quando Abraão o Patriarca viu seus contemporâneos se tornarem cada vez mais hostis uns para os outros, ele olhou para o por quê isto estava a ocorrer e descobriu que a natureza humana é, colocando-o biblicamente, “má desde sua juventude.” Por outras palavras, somos egoístas até ao núcleo.

Porém, Abraão também achou que inversamente à natureza humana, o resto da natureza é unida e harmoniosa. Ele sugeriu que para contrariar a força egoísta que emergia entre seu povo, eles se deviam unir e se tornar tão equilibrados como a natureza que os rodeia.

Lamentavelmente, Nimrod, Rei da Babilónia, não subscreveu a visão de Abraão. Nimrod acreditava que os Babilónios podiam subir ainda mais alto nas asas do ego e procurou demonstrá-lo com a torre de Babel.

Sob estas circunstâncias, Abraão não teve escolha senão abandonar sua pátria. Enquanto Abraão deambulava para Canaã, o Midrash escreve que, ele e Sara e seus descendentes depois deles, expuseram a ideia da união e reuniram seguidores. Finalmente, no pé do Monte Sinai, os descendentes de Abraão se tornaram uma nação cujo compromisso é ser “como um homem com um coração.” Imediatamente depois, lhes foi confiada a tarefa de trazer esta luz da unidade a todas as nações.

E todavia, até entre eles, muitos regressaram às suas velhas e egoístas condutas e o povo de Israel experimentou constantes conflitos sobre a ideia de que união e amor fraterno eram o caminho para equilibrar a natureza humana e criar uma sociedade sustentável. Esses conflitos, porém, ajudaram a solidificar a convicção de Israel que a união e fraternidade são o único caminho. É por isso que O Livro do Zohar (Beshalách) escreve, “Todas as guerras na Torá são pela paz e pelo amor.”

Mas aproximadamente há 2000 anos trás, a vasta maioria da nação declinou para aquilo que agora reconhecemos ser a causa de nosso exílio: ódio sem fundamento. Foi então que as formas contemporâneas de Antissemitismo emergiram. No seu núcleo, o ódio pelos Judeus, ou Hebreus, ou Israelitas, sempre se tratou da rejeição da noção de Abraão que a união é a solução para nossos problemas, mas diferentes circunstâncias em tempos diferentes cobriram o ódio em diferentes vestimentas: envenenamento de poços, cozinhar matzôt com sangue de crianças cristãs (e agora muçulmanas), provocar a guerra, avareza, conspirar dominar o mundo, espalhar a doença (desde a Peste Negra ao Ébola) e a lista continua.

União: Nossa Tarefa e Nossa Salvação

Com o tempo, nos esquecemos do significado da nossa união e de nossa tarefa de sermos uma luz para as nações ao nos unirmos e espalharmos nossa união pelo mundo. Agora que o mundo sofre de um colapso global precisamente devido a nossos egos incompatíveis, devemos restaurar nossa união e compromisso para a nossa tarefa, ou o mundo não nos vai querer por aí. Hoje, espalhar esta luz da unidade é chave para nossa sobrevivência.

Conta-nos o livro, Shem Mishmuel, “A intenção da criação foi que todos fossem um feixe… mas por causa do pecado [egoísmo] a questão foi estragada. A correcção começou … com Abraão … E a correcção final será quando todos se tornarem um feixe.”

Escreveu Rav Kook, também, “Em Israel está o segredo para a união do mundo.” Até mais agudo, salienta o Maor Vashemesh, “A principal defesa contra a calamidade é o amor e união. Quando há amor, união e amizade dentro de Israel, nenhuma calamidade pode vir sobre eles.”

Nos nossos dias, em que a alienação e hostilidade tomam conta da nossa sociedade, não admira que o BDS esteja a vencer. As questões da “Cancela do Comboio” e de Elior Azria só manifestam o ódio sem fundamento que ainda reina nos nossos corações. Estamos a destruir nossa nação repetidas vezes.

Alimentamos o BDS cada vez que colocamos nosso egoísmo na frente da união e preparamos o terreno para movimentos ainda mais potentes contra nós.

Nosso ódio sem fundamento de uns dos outros acendeu o BDS e somente nós o podemos extinguir. Para alcançar isto devemos acrescentar uma “arma” crucial ao nosso arsenal: união entre todas as facções. Como escrevi anteriormente: O mundo odeia-nos por nos odiarmos uns aos outros; vamos parar simplesmente.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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É Israel Realmente Prejudicial Para o Mundo?


(Perguntas e Respostas de Rabbi Michael Laitman para os Leitores do JPost)

Na coluna da semana anterior, “Por que há judeus Anti-Israel,” escrevi que como eu, os Judeus odiosos de Israel sentem que a presente conduta de Israel é prejudicial para o mundo. Porém e este é um grande “porém,” no que diz respeito à solução, eles e eu não poderíamos ser mais opostos e eu expliquei como. A coluna gerou um debate aceso e alguns leitores só receberam a primeira parte da minha afirmação e ignorando o resto que eu, também, odeio Israel mas que só estava a “usar uma abordagem mais suave.”

Talvez devesse ter antecipado esta reacção, mas eu chamo-lhe como o vejo e por vezes minhas palavras podem ser retiradas do contexto. Minha “agenda,” se preferirem, é somente esta: O bem-estar do povo Judeu e o bem-estar do mundo dependem da união da nossa nação e subsequentemente a união do mundo inteiro. Foi isto que aprendi dos meus professores e dediquei minha vida a transmitir essa mensagem.

Na verdade, fico grato aos críticos por me darem uma oportunidade para elaborar sobre a questão do papel de Israel no mundo e nas fontes que me conduziram a acreditar no que eu acredito.

Quem, ou O Quê, É o Povo de Israel?

O povo Judeu é único. As nações são habitualmente formadas a partir de uma cultura ou etnia comuns, ou de ambas. O povo Judeu é exactamente o oposto. O Midrash (Bereshit Rába) e Maimónides (Mishnê Torá) fornecem detalhadas descrições da formação do nosso povo. Nas palavras de Maimónides: “Abraão começou a clamar para o mundo inteiro … deambulando de cidade em cidade e de reino em reino até que ele chegou à terra de Canaã… E quando se reuniram à sua volta e o questionavam sobre suas palavras, ele a todos ensinava…até que os trouxe de volta para o caminho da verdade. Finalmente, milhares e dezenas de milhares se reuniram à sua volta e eles são o povo da casa de Abraão.”

Entender nosso fundo é portanto a chave para entender que o povo Judeu não é uma nação no sentido comum da palavra, mas um grupo de pessoas que subscrevem uma ideia! Os primeiros Hebreus vieram de todo o Crescente Fértil e o Médio Oriente dos dias de hoje e pertenciam a muitas tribos e culturas diferentes. Eles eram uma companhia ecléctica que se juntou somente segundo a ideia de que há uma força que governa o universo e não certo sistema politeísta. Eles também perceberam que esta força é uma de misericórdia, amor e união e que ela é a única coisa que nos consegue conectar acima das nossas diferenças.

Enquanto os antigos Hebreus desenvolveram seu povo, eles estreitaram seu laço até ao ponto que concordaram se unir “como um homem com um coração.” Nesse ponto, o pé do Monte Sinai, eles receberam o código de leis para conduzirem uma sociedade cujos membros estão unidos no coração.

Tikun Olam, Também Conhecido Como, uma Luz para as Nações

Abraão foi um pioneiro. Mas tal como ele circulava seu conhecimento para qualquer um que quisesse ouvir, os descendentes de Abraão foram encarregues de continuar o seu trabalho e espalharem as noções do seu antepassado para o resto da humanidade.

Nossos sábios estavam muito conscientes desta obrigação e frequentemente o exprimiram nos seus escritos: “A intenção da criação foi que todos fossem um feixe… mas a matéria foi estragada. A correcção começou na geração da Babilónia, portanto a correcção da reunião e união das pessoas que começou com Abraão. …E a correcção final será quando todos se tornarem um feixe” (Shem Mishmuel).

É portanto óbvio das fontes que o Tikun Olam (correcção do mundo) se trata de trazer a união ao mundo. Todavia, hoje muitos Judeus não acreditam que a tarefa de serem “uma luz para as nações” ainda se mantém verdadeira para nós. Mas se você lhe chamar “luz para as nações” ou Tikun Olam, nosso papel no mundo não mudou, nós temos de liderar o caminho para a união ao desenvolver e implementar o método da correcção e desta forma servindo como modelo exemplar.

A única coisa que mantinha nossos antepassados juntos como uma nação, apesar do feroz ódio e ocasionais conflitos sangrentos que irrompiam entre eles, era o entendimento de que  todos estes crimes surgiam somente para que eles os cobrissem com amor e mantivessem nossa obrigação para o mundo. “Todas as guerras na Torá são pela paz e pelo amor,” escreve O Livro do Zohar (Beshalach). Se nos esquecermos disto, imediatamente regredimos de sermos a nação de Israel e nos tornamos uma vez mais as tribos eclécticas das quais viemos.

Quando quer que alguém me pergunte, “Você sabe que a essência do povo de Israel se trata de cobrir as diferenças com a união e que nossa tarefa é unirmos o mundo?” Eu me refiro a eles com este belo excerto de O Zohar (Aharei Mot): “‘Vede, quão bom e quão agradável é que os irmãos também se sentem juntos.’ Estes são os amigos quando se sentam juntos e não estão separados uns dos outros. Inicialmente, eles parecem pessoas em guerra, desejando se matar uns aos outros. Então retornam eles a estarem em amor fraterno. …E vós, os amigos que aqui estão, tal como estavam em afeição e amor anteriormente, doravante também não partirão … E pelo vosso mérito haverá páz no mundo.”

Exemplos dos sábios que escreveram sobre nosso papel no mundo abundam. “Os filhos de Israel se tornaram fiadores para corrigir o mundo inteiro … tudo depende dos filhos de Israel” (Sefat Emet). “Noé foi criado para corrigir o mundo no estado em que estava nesse tempo. …Moisés desejou completar a correcção do mundo nesse tempo. Foi por isso que ele levou a multidão misturada, pois ele pensou que então seria a correcção do mundo … Contudo, não teve ele sucesso por causa das corrupções que ocorreram no caminho” (Adir Bamarom).

Certamente, enquanto os líderes de outras nações quiseram conquistar o mundo, nossos sábios quiseram corrigi-lo através da união.

De Prejudicial a Benéfico

Apesar dos nossos esforços, dois mil anos atrás nossa união se desmoronou e sucumbimos ao ódio infundado. Nos dispersamos pelo mundo, o Templo foi arruinado e perdemos a soberania sobre a terra onde nos era suposto realizar a correcção da nossa união.

Desde esse tempo, as pessoas começaram a sentir que os Judeus não faziam aquilo que eram suposto fazerem. Mas por não poderem especificar o que é suposto que os Judeus façam, elas começaram a culpar os Judeus por cada problema e obstáculo que encontram no seu caminho.

Se não tivessem dinheiro, isso seria por os Judeus o roubarem através da avareza. Se estivessem doentes, isso seria por os Judeus envenenarem os poços. Se conflitos surgiam, isso era por os Judeus serem belicistas. Se um país perdia na guerra, isso seria por os Judeus serem uma quinta-coluna. Todo o problema teria uma causa: “Foram os Judeus que o causaram.”

Mas na verdade, não foi o que os Judeus fizeram; foi o que eles não fizeram que os tornou culpáveis, eles não se uniram. Eles não deram um exemplo de união ao mundo, então a humanidade não se conseguia unir e os problemas em breve se seguiam. “Em Israel,” escreveu o Rav Kook, “está o segredo da união do mundo” (Orot HaKodesh).

Até o notável Antissemita, Henry Ford, sentiu que a culpa dos Judeus era que não traziam ao mundo o benefício que era suposto trazerem: “A sociedade tem uma grande reivindicação contra ele o Judeu que ele … comece a concretizar … a antiga profecia que através dele todas as nações da terra devem ser abençoadas” (O Judeu Internacional — O Principal Problema do Mundo).

A Grande Oportunidade

O estabelecimento do Estado de Israel reabriu ante nós a possibilidade de instar a união dos corações que inicialmente nos tornou uma nação. A tarefa que nos foi dada é tão válida agora como era nessa altura e o mundo exige que a levemos a cabo. É Israel prejudicial para o mundo? Enquanto não nos unirmos acima de nossas diferenças, deste modo infligindo conflito sobre o mundo, nós somos prejudiciais. “Cabe à nação Israelita se qualificar a si mesma e a todas as pessoas do mundo … para se desenvolverem até que assumam sobre si mesmos essa sublime obra do amor aos outros, que é a escada para o propósito da Criação,” escreveu Rav Yehuda Ashlag.

Se nos dispersarmos, como Soros e seus companheiros gostariam, o mundo não saberá como alcançar a paz e a sociedade humana se desmoronará para o caos completo. Em vez disso, “Os filhos de Israel corrigem o mundo quando retornam a ser uma nação… a correcção deve ser que nos corrigimos e encontramos a raiz da união a partir da separação” (Sefat Emet).

Eventualmente, todos veremos que “a principal defesa contra a calamidade é o amor e união” (Maor VaShemesh). Podemos chegar a isto através da pressão do mundo, ou de nossa própria vontade. A escolha nos pertence, tal como, como o implementar. Certamente, se as nações querem encontrar a paz, a única coisa que devem fazer é inverter sua hostilidade para Israel em pressão sobre Israel para se unirem e darem o exemplo ao mundo, pois se nos unirmos traremos ao mundo um benefício que mais ninguém consegue trazer e que todos subconscientemente esperam de nós: paz, fraternidade e união.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Por Que Há Judeus Anti-Israel?

Soros

Sanders, Soros e Chomsky. (foto:REUTERS)

Quando o Estado de Israel foi estabelecido, pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial, a esmagadora maioria dos Judeus ficou radiante. Eles estavam cheios de esperança de um futuro mais seguro depois das atrocidades do Holocausto. Aos olhos do mundo, os Judeus eram percepcionados como uma minúscula nação perseguida que merecia a paz no seu próprio país tal como qualquer outra nação.

Muito mudou desde então. O mundo se tornou cada vez mais critico de Israel. Em recentes anos este criticismo se tornou aberta hostilidade, ao ponto que os políticos e os oficiais do estado abertamente questionam o julgamento que conduziu à criação de Israel em primeiro lugar.

Juntamente com o mundo e talvez até à frente dele, os Judeus em Israel e por todo o mundo se estão a tornar cada vez mais críticos de Israel e suas políticas. Hoje, muitos deles abertamente questionam a legitimidade da existência de Israel.

Encontre o Teste dos Três D

No presente zeitgeist, um grande número de pessoas Judias que vivem na Diáspora são aberta ou ocultamente anti-Israelitas. Sidne e Max Blumenthal, Noam Chomsky e até Bernie Sanders, de quem escrevi na minha anterior coluna, são exemplos proeminentes de Judeus envolvidos em actividades Anti-Israel. Mas talvez o arquétipo do ódio por Israel seja o bilionário, George Soros. Sr. Soros gasta milhões do seu dinheiro pessoal cada ano para apoiar organizações Anti-Israel e pressiona o governo americano para apoiar as supostas “vitimas” de Israel.

Natan Sharansky, antigo presidente da Jewish Agency, cunhou aquilo que é conhecido como o Teste dos Três D, para distinguir o criticismo de Israel do Antissemitismo. Os três D são Deslegitimação de Israel, Diabolização de Israel e Duas medidas para Israel. Se as acções dos Judeus proeminentes acabados de mencionar fossem testadas nos três D eles seriam aprovados com “cores berrantes” e seriam rotulados como amargos Antissemitas. A única razão pela qual não são classificados como tal é porque eles são, bem, Judeus.

Nenhuma outra nação tem críticos tão virulentos vindo de dentro de suas próprias fileiras e nenhum outro país tem de se defender contra a paixão do seu próprio povo por o destruir. Para entender de onde vem tamanha repulsa, precisamos de olhar para nossas raízes.

Por Quê o Ódio Feroz?

O Midrash (Bereshit Rába) fala-nos que Abraão o Patriarca abandonou sua pátria e se dirigiu para Canaã depois de um confronto com Rei Nimrod. Ele fugiu pela sua vida e começou a espalhar a noção que desencadeou sua colisão com o seu rei: O ego não pode vencer; ele deve ser coberto com misericórdia e amor. O Midrash continua para descrever como o grupo de Abraão cresceu até que se tornou uma nação que prometeu ser “como um homem com um coração” e foi encarregada de se tornar “uma luz para as nações,” disseminando a união que haviam alcançado.

“Ódio incita à contenda e o amor cobre todos os crimes,” disse o Rei Salomão. Este foi o lema dos antigos Hebreus, nossos antepassados. Este curto versículo resume a essência do trabalho espiritual dos nossos antepassados. Sua aspiração era alcançar a meta derradeira: “ame seu próximo como a si mesmo.” Isto, como o colocou Rabi Akiva, era a lei toda-inclusiva da Torá. Porém, quando Israel caiu como presa para o ódio infundado, eles perderam a habilidade de cobrir seu ódio com amor, o Templo foi arruinado e o povo foi exilado.

A Esperança Perdida do Mundo

Com a perda de nossa habilidade de cobrir nosso ódio com amor, também perdemos a habilidade de sermos “uma luz para as nações.” Em consequência, as nações perderam a esperança de aprenderem como se unirem acima de seus egos. Desde então, o ego tem sido rei do mundo e as nações consideram os Judeus como os principais, senão os únicos, malfeitores do mundo.

Pior ainda, por nos termos esquecido como cobrir o ódio com amor e de nossa obrigação de transmitir este conhecimento, não conseguimos entender por que o mundo nos odeia. Pensamos que somos como todos os outros. Mas “Cada Judeu, não importa quão insignificante, está envolvido em certa perseguição decisiva e imediata de uma meta,” declarou Goethe. Certamente, a “memória” de nossa vocação única repousa fundo dentro de cada pessoa do mundo, independência do credo, até inconscientemente. É isto que torna as pessoas tão sensíveis no que diz respeito ao representante não oficial do povo Judeu — o Estado de Israel. É também isto que torna as pessoas críticas de Israel quando pensam que suas acções não vão ao encontro do código moral que qualquer outra nação está obrigada a preservar.

O terceiro D no teste de Sharansky, os Dois pesos e duas medidas, são algo que todas as pessoas — Judeus e não-judeus em semelhança — compartilham no que diz respeito ao “povo escolhido” e em particular com o Estado de Israel. Colocando-o diferentemente, há um consenso global de que Israel não é simplesmente outro país. Mas por não sabemos qual é nossa responsabilidade, os atacantes de Israel de todas as bandeiras acabam por deslegitimar sua existência.

Onde Soros Está Certo e Onde Está Errado

Consigo entender de onde vem o criticismo de Soros e outros Judeus que odeiam Israel. Como eu, eles sentem que a presente conduta de Israel é prejudicial para o mundo. Mas no que diz respeito à solução, nós estamos em extremidades opostas uns dos outros. Os odiosos de Israel julgam-a pelas suas políticas e determinam que uma vez que discordam com elas, Israel não deve existir. Ao atacá-la, eles se distanciam a si mesmos do mal e se apresentam como trabalhando pelo benefício da humanidade.

Eu, por outro lado, confiando na sabedoria de nossos sábios, valorizo Israel somente de acordo com o nível da nossa união. De acordo com que aprendi, nosso único defeito está na nossa desunião. Israel é prejudicial para o mundo somente porque nós, Israelitas e Judeus, não conhecemos o verdadeiro papel de Israel.

A vocação do povo Judeu não mudou desde sua origem. Ainda somos aqueles que se devem unir “como um homem com um coração,” aprender a amar nossos próximos como a nós próprios e portanto nos tornarmos “uma luz para as nações.” Mas não nos podemos tornar esse exemplo a menos que nos sejam dadas as condições físicas para recriar essa união. Essa condição física é o Estado de Israel.

Nós não regressamos a Israel pelo nosso próprio bem. Nós viemos até aqui para fazer uma tarefa que devemos ao mundo. Somente se trabalharmos sobre nossa coesão e responsabilidade mútua e construirmos nossa sociedade respectivamente, o mundo considerará nossa presença aqui legitima e deixará de nos diabolizar.

Até se inicialmente for difícil cobrir a nossa alienação de uns dos outros com séculos de idade através do amor, nossos esforços para alcançar isto serão vistos favoravelmente. Todo o Judeu, desde amantes de Israel a atacantes de Israel, deve participar em reinstalar o espírito do povo Judeu, o espírito da misericórdia e do amor. O mundo odeia-nos por nos odiarmos uns aos outros. Vamos parar simplesmente.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Amor Feito em Israel

Normalmente pensamos em Tu B’Av (o 15º dia do mês Hebraico de Av) como um dia para as propostas de casamento e romance. Essa é basicamente a versão Judaica do dia dos Namorados. Mas a história triste-mas-feliz por trás deste dia torna-o ainda mais especial. Prepare-se para uma lição inesperada sobre amor.

O fim do Livro dos Juízes detalha um drama único. Um Levita regressava a casa com sua concubina. Depois de escurecer, eles não podiam continuar sua jornada e procuraram abrigo numa cidade que pertencia à cidade de Benjamim. Um velho homem lhes ofereceu comida e abrigo, mas à noite, pessoas ímpias da cidade assaltaram a casa. Elas levaram a concubina e abusaram dela a noite inteira. De manhã elas deixaram-a partir, ela regressou à casa do homem velho mas nunca conseguiu entrar. Ela desmaiou à porta e morreu.

O Levita, que se preocupava profundamente com sua concubina, dividiu o corpo dela em doze pedaços e enviou cada pedaço a uma tribo diferente de Israel. O povo de Israel ficou chocado com o crime cometido pela tribo de Benjamim e declarou guerra à tribo inteira.

Na guerra civil que irrompeu, a tribo de Benjamim foi derrotada foi quase exterminada. Porém, uma vez que “Se uma tribo de Israel for exterminada, todos de Israel são exterminados do mundo”(Maséchet Sotah), Israel tiveram de achar uma solução para sustentar a tribo. No 15 de Av, eles permitiram que os homens da tribo de Benjamim levassem as mulheres da cidade de Shilô: “Ide e deitai-vos e esperai nas vinhas e vede; e eis, se as filhas de Shilô saírem para participarem nas danças, então saireis das vinhas e cada um de vós apanhará sua esposa das filhas de Shilô e irá para a terra de Benjamim” (Juízes, 21:20-21).

O 15 de Av—um Símbolo de Amor Fraterno

A história sobre a concubina do Levita tornou-se um símbolo de reconciliação, união e amor em Israel. Foi dito (Tiféret Shlomô), “Nenhum dia foi tão bom para Israel como o 15 de Av—um dia em que as tribos foram permitidas se misturar e conceder a sua bondade ao seu amigo.”

Passaram quase 3000 anos desde que essa história se revelou, mas o povo de Israel ainda está dividido. Estamos divididos pela cultura, ideologia e etnia. Desde esse dia, a divisão aumentou e o ódio só cresceu entre nós. Não há realmente nada que nos possa unir ou pelo menos que faça a paz entre nós?

Duas Forças da Vida

A sabedoria da Cabala descreve duas forças que operam na natureza, bem como entre humanos: amor e ódio. Nossa natureza egocêntrica é a força negativa dominante, continuamente crescente. Ela faz-nos não ter consideração, disputarmos e conduz aos conflitos em todo o lado.

Até quando sentimos que amamos alguém, isso é porque amamos como essa pessoa nos faz sentir. Como resultado, deixamos de amar quando não derivamos alegria do relacionamento, então na verdade, não havia amor para começar.

Amar verdadeiramente o outro significa querer a felicidade dessa pessoa, querer dar a essa outra pessoa. “Ame seu próximo como a si mesmo” é muito literal: tanto quanto você agora se ama, deve amar o outro. É muito como uma mãe que instintivamente cuida do seu filho e quer a felicidade do seu filho independentemente da sua, mas sem a relação de sangue. Então o que você faz quando o ódio desperta como na história sobre o Levita e a concubina?

Uma Lição sobre Amor

A sabedoria da Cabala não nega o ódio. Pelo contrário, ela necessita dele. A Cabala diz que o verdadeiro amor só pode ser construído quando o ódio e o amor se complementam um ao outro como os polos positivo e negativo. Porém no final, o amor tem de governar, como está escrito, “O amor cobre todos os crimes” (Provérbios, 10:12).

Em cada fase de nossas vidas, o ego mostra outra camada de si mesmo. Isto é exprimido em sensações de isolamento, rejeição, alienação e ódio pelos outros. Não devemos ofuscar o ódio; ele é uma parte orgânica da criação. Disseram nossos sábios (Maséchet Kidushin), “Eu criei a inclinação do mal; Eu criei para ela a Torá como tempero,” ou seja a luz que cobre nosso ódio com amor. Tudo o que temos de fazer é procurarmos nos unir e portanto evocar a Torá, a força positiva que nos conecta com amor. Esta força neutraliza o ódio e induz o equilíbrio, tranquilidade e paz.

Quanto mais nos esforçamos em conectar-nos uns aos outros, mais evocaremos o poder do amor que nos une, até que nos tornemos “como um homem com um coração.” Acima do nosso crime de ódio, construimos um tecido firme e duradouro de amor. O estado do amor é a meta final do nosso desenvolvimento. Esse não é um estado temporário, mas uma lei natural que sustenta toda a realidade e só espera que a humanidade voluntariamente a abrace. Quando alcançarmos isto uniremos toda a realidade em um sistema completo.

Entre as duas forças na base dos nossos relacionamentos, amor e ódio, descobriremos uma dimensão superior de existência, um mundo superior, se quiser, onde o amor, eternidade e conexão prevalecem. Nessa altura seremos capazes de sentir a realidade através dos outros, nossas percepções se expandirão e nossa visão deste mundo vai adquirir profundidade infinita.

Das Cinzas da Ruína para uma Celebração de Amor

Tu B’Av (o 15 de Av) simboliza o amor fraterno que se manifestou entre as tribos disputadas de Israel. Ele vem apenas uma semana depois do 9 de Av, que simboliza o ódio infundado que causou a ruína do Templo. Num sentido, o 15 de Av é uma mitigação do 9 de Av e salienta que quando o ódio aparece, essa é uma oportunidade para acrescentar mais amor e o cobrir. “Ame seu próximo como a si mesmo” é a lei toda inclusiva da Torá. Nos nossos dias, em que o mundo inteiro rosna sob a cobrança do ódio infundado, vamos cobrir o nosso com amor e descobrir essa existência superior de amor, eternidade e conexão.

Publicado originalmente no Jewish Journal

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Uma Carta Para Um Amigo Sufi

Se por vezes eu soar como se estivesse contra o Islão, ou contra esta ou aquela posição política, devem saber que não estou. Eu sou contra qualquer radicalismo, pois isso nos separa uns dos outros.

Convenção Mundial de Cabala

Participantes de dezenas de países e de todas a religiões participando na Convenção Mundial de Cabala em Ganei Hataarucha, Tel Avive. (foto:Courtesy)

Há cerca de duas semanas atrás, recebi uma carta de um amigo que não sabia que tinha. Seu nome é Paul Salahuddin Armstrong e ele é o co-director de A Associação de Muçulmanos Britânicos e director do Khilafah Online, Ltd. Na carta, ele compartilhou comigo suas preocupações que algumas das minhas recentes afirmações a respeito de presentes eventos pudessem ser mal entendidas como políticas e afastariam as pessoas de mim. A preocupação na carta emocionou-me.

Encontrei-me com Sufis anteriormente e sempre achei que tínhamos muitas coisas em comum, incluindo o aspecto mais vital da sabedoria da Cabala, que corrigir nosso mundo requer unirmos nossos corações. Esta carta não foi diferente e concordo com as palavras de Paul: “Entre eles, a Cabala e o Sufismo têm o potencial de unir os corações de nossa Família Humana.”

Paul acrescentou que comentar a política é “obviamente um aspecto necessário de qualquer sociedade,” mas que essa é “uma área muito divisionista sobre a qual muitas pessoas têm visões muito firmemente defendidas.” Não podia concordar mais. Ele também escreveu que “caso um professor de sabedoria espiritual fosse visto se identificar fortemente ou apoiasse uma posição política especifica, isso pode afastar as pessoas que inversamente concordem com sua mensagem geral, mas não conseguem aceitar ou apoiar suas visões políticas.” Novamente, concordo totalmente e estou bem consciente disto.

Inicialmente, planiei responder com uma carta de agradecimento pessoal e deixá-lo assim. Mas então percebi que a corajosa abordagem de Paul fora uma oportunidade para explicar em maior detalhe para uma ampla leitura como a sabedoria da Cabala se relaciona aos presentes eventos e por que é tão vitalmente importante que não ignoremos o que está a acontecer no mundo, pois a correcção de nossas almas toma lugar precisamente aqui, entre nós, neste mesmo mundo físico.

Nessa nota, compartilho convosco minha resposta para meu amigo Sufi, Sr. Paul Salahuddin Armstrong.

Caro Paul,

Primeiro, gostaria de lhe agradecer por compartilhar suas preocupações, é sempre útil obter outra perspectiva e fazer a precisão onde foi necessário.

Em segundo lugar e talvez mais importante, elogio a sua coragem e resolução para ajudar a espalhar a mensagem da união. Se emancipar tanto em seu nome próprio como em nome da sua organização é verdadeiramente louvável em tempos em que o ódio afasta as pessoas do seu sentido.

Pode certamente soar que pendo para este ou aquele lado político, mas não o faço. Eu pendo para o lado da união acima de todos os conflitos. Lamentavelmente, neste momento, nenhum dos lados na arena política subscreve esta visão.

Isto sendo dito, a rápida deterioração do estado do mundo me promove para alertar mais duramente que no passado e por vezes com o risco de soar crítico para este ou aquele lado em particular. Como o vejo, enfrentamos uma crise sistémica que ameaça a humanidade de catástrofes incalculáveis, mas nos falta o requisitado conhecimento para lidar com tal obstáculo.

Ao mesmo tempo, os líderes do mundo estão passivos, não por não quererem melhorar as coisas, mas por não saberem como. Sua incerteza reflecte-se sobre seus países, que por sua vez conduz a agitação social e política e instabilidade.

Certamente, a humanidade está numa nova fase. O mundo se tornou interligado e interdependente, todavia não fazemos ideia de como operar num meio ambiente onde tudo aquilo que faço afecta toda e cada pessoa no mundo muito literalmente.

Até agora, vivemos amplamente segundo a mentalidade do vencedor leva a taça. No reino animal, há equilíbrio entre a presa e o predador e cada um prospéra precisamente quando e porque o outro prospéra. Mas entre humanos, o egocentrismo cego tomou o controle e estamos enrolados num tipo de disputa do último a ficar de pé, procurando a ruína dos nossos adversários em vez de coexistência harmoniosa. Por que não podemos viver todos em paz? Porque a natureza humana não o permite. Nos tornámos egoístas até ao cerne.

Todavia, num mundo interdependente, uma luta até à morte significa que se você morrer, eu morro, também. E embora muitas pessoas já entendam isto, temos de achar uma maneira de mudar a natureza humana de modo a prevenir este fim aparentemente inevitável e amargo, daí meu sentido de urgência.

Nossa missão, a missão de toda a humanidade, mas certamente daqueles que entendem a gravidade da situação, é de introduzir uma influência equilibradora na nossa sociedade humana. Se nossa enfermidade é o egoísmo excessivo, então o tratamento deve ser uma boa dose de consideração e preocupação com os outros. Na Cabala, como provavelmente sabe, referimos-nos a este equilíbrio entre dar e receber como “a linha média.”

Não podemos restringir nosso egoísmo, ou até prender sua intensificação. Em vez disso, devemos reconhecer quem somos e decidir nos conectar acima das nossas diferenças, primeiro cobrindo com consideração mútua e finalmente o cobrindo com amor.

Entre meus estudantes em Israel e à volta do mundo, há pessoas de toda a religião, raça, género, cultura e afiliação política. Todavia, nosso desejo de nos conectarmos acima de tudo aquilo que nos separa é tão forte que estas diferenças não formam barreiras. De facto, elas aumentam nossa vitalidade e intensificam a nossa conexão e união.

Baal HaSulam (Rav Yehuda Ashlag, autor do comentário Sulam [escada] sobre O Livro do Zohar) escreve que quando a humanidade alcançar seu estado corrigido, “a religião colectiva de todas as nações” será “ame seu próximo como a si mesmo” (Os Escritos da Última Geração e A Nação). Além do mais, acrescenta ele que “cada nação seguirá sua própria religião e tradição e uma não deve interferir com a outra.” Tentamos viver segundo este princípio.

Portanto, se por vezes soar como se estivesse contra o Islão, ou contra esta ou aquela posição política, deve saber que não estou. Eu sou contra qualquer radicalismo de qualquer partido e de qualquer religião, pois isso nos separa uns dos outros. E respectivamente, acolho a qualquer um que deseje se unir acima de todas as diferenças.

Meu caro amigo, espero ter conseguido compartilhar alguma luz sobre por que me sinto obrigado a por vezes falar com aparente repreensão. Na verdade, não tenho queixas para ninguém, é da natureza humana, mas agora é a hora que devemos nos instar a mudá-la.

Que possa avançar de força em força em tudo aquilo que faça e que seus esforços de trazer a união e amor à nossa família humana atormentada dêem frutos em breve nos nossos dias, Ámen.

Meu abraço,

Michael

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Meu Artigo No Ynet: “A Linha Tênue Entre Amor E Ódio”

Tishá B’Av [o dia 9 de Av] é a expressão direta e mais próxima da clara conexão entre o ódio infundado entre a nação de Israel e a destruição, mas não é a única coisa. Enquanto existir o ódio, a destruição vai continuar a nos assombrar. Na véspera do dia 9 de Av vamos tomar um minuto e parar nossa perseguição diária e nos reunir em um balanço conjunto. Usando livros da Cabalá e a orientação fornecida por nossos professores espirituais, os Cabalistas, podemos aprender a amar novamente.

(foto: David Aharoni)

“Cinco coisas aconteceram no dia 9 de Av: nossos antepassados ouviram pela primeira vez que não iam entrar na terra de Israel, o primeiro e o segundo Templos foram destruídos e a cidade de Beitar foi conquistada e pilhada. Quando chega o Av nós diminuímos a alegria”. (Talmud Bavli, Masechet Ta’anit).

A véspera do dia 9 de Av é o final das três semanas dos dias de Bein Hameitzarim (os dias entre 17 de Tamuz e 9 de Av). É um símbolo da destruição do segundo Templo para muitos, mas um breve olhar em nossos livros de história revela a verdade surpreendente que o Templo e a sua destruição não importa tanto quanto o imenso ódio infundado entre os judeus em Jerusalém na época. O ódio era tão profundo que é a raiz de todas as destruições e o sofrimento da nação de Israel ao longo da história.

Não só a destruição do primeiro e segundo Templos ocorreu no dia 9 de Av; muitos outros desastres também ocorreram: as tábuas dos Dez Mandamentos foram quebradas nesta data, Jerusalém foi conquistada e destruída pelos romanos e Bar-Kochba e dezenas de milhares de seus seguidores foram mortos na cidade. Em tempos posteriores, os judeus da Inglaterra foram expulsos em 1290, os judeus da França em 1306, os judeus da Espanha foram expulsos em 1492, e durante o Holocausto ocorreu uma maciça deportação de judeus para os campos da morte nesta data.

Qual É A Raiz Do Ódio Infundado?

O ódio infundado é parte natural do desenvolvimento da humanidade. De acordo com a Cabalá, “o coração do homem é mau desde a sua juventude”, e a força negativa e egoísta cresce e nos separa continuamente. Para evitar eventos destrutivos adicionais e construir o amor fraterno, temos que adicionar a força positiva neste processo que irá equilibrar a força negativa do ego. A força positiva é a força da conexão, uma força que existe na natureza, embora esteja oculta. No entanto, diferente da força do ego que se desenvolve naturalmente, a força positiva é criada somente por nossos esforços. Uma vez que começamos a fazer esforços para construir pontes no fosso entre nós e nos aproximar uns dos outros, para estreitar as conexões entre nós nos elevando acima de todas as nossas diferenças, sem tentar desfocá-las, nós iremos estimular a força positiva que está escondida na natureza.

Enquanto nós negligenciarmos tratar o nosso ego, ele só continuará crescendo até entrar em erupção sob a forma de rejeição mútua e ódio amargo que trará outro desastre para nós, para que despertemos e voltemos ao caminho certo. Isto é o que aconteceu com os filhos de Israel quando saíram do Egito. O egoísmo cresceu em novas dimensões e os arrastou ao ódio infundado, a fúteis conflitos internos e às intermináveis contas pessoais. Sob o ataque de pensamentos de ódio, decorrentes da raiz do Monte Sinai, os filhos de Israel foram obrigados a se unir como um homem em um só coração. A condição com que eles foram confrontados no sopé da montanha era clara: ou vocês se unem ou este será o lugar do seu enterro. A grande tensão entre as rejeições mútuas que eles sentiram e a necessidade da garantia mútua gerou a necessidade do método de conexão.

Foi Moisés, o líder da nação, que foi confrontado com a demanda do povo para se conectar. Ele subiu ao topo da montanha e recebeu a Tora: os meios para estimular a força de conexão entre as pessoas. Mas a nação de Israel escolheu a separação e o ódio em vez de se preparar para o momento sublime da recepção da Torá.

“Enquanto Moisés estava com eles, ele os uniu e conectou enquanto a assembleia de Israel abaixo era como um homem em um só coração. Eles eram como uma parede forte contra as forças externas, que não podiam penetrar o todo de Israel, mas somente quando há uma rachadura no muro de Israel (“Shmuel Shem“).

Os filhos de Israel usaram a pequena rachadura nas relações entre eles e preferiram construir o bezerro de ouro, um símbolo da adoração do ego, que cultiva a concorrência e a perseguição brutal de conquistas em detrimento dos outros. Quando Moisés desceu e voltou ao povo, ficou surpreso ao descobrir quão longe as pessoas se afastaram da meta, para a qual foram feitas, e quebrou as tábuas, os valores de unidade e garantia mútua, como expressão de seus sentimentos.

“Após o evento com o bezerro, os filhos de Israel perderam o nível de conexão em que estavam e precisaram se reconectar (“Shmuel Shem”). Só quando decidiram fazer um pacto e aceitar a unidade como o valor mais alto foram dignos de receber a Torá.

“A ideia principal baseia-se na unidade da Torá, e quando eles receberam a Torá, imediatamente se sentiram responsáveis uns pelos outros, é claro (Likutei Halachot). Graças a isso, as segundas tábuas dos Dez Mandamentos não foram quebradas. Tendo o método de conexão, nós continuamos a conquistar a terra de Israel com maior conexão e amor e depois construímos os dois Templos. “É pelo Templo que nos tornamos uma nação, e quando fomos divididos, o lugar da unidade de Israel foi destruído, e foi por causa do ódio infundado que a cidade e o Templo foram destruídos”. (O Maharal de Praga).

A Destruição Nunca Terminou

O dia 9 de Av, como um lembrete de nossa preferência equivocada de nos desenvolver ao longo do estreito caminho egoísta em vez do amor aos outros, está se tornando cada vez mais relevante. Enquanto o ego continua a crescer e inchar, ele nutre o ódio infundado e destrói as relações entre nós, e então “fomos ordenados a reforçar a unidade entre nós em cada geração (Sefer Hatoda’a).

O mundo hoje está em uma crise profunda em todos os aspectos da vida e a incerteza quanto ao futuro é tão grande que uma terceira guerra mundial pode irromper, e nós temos que continuar do ponto onde paramos. O bezerro de ouro é agora revelado a todos e a decepção que ele traz nos leva à beira de um abismo. “Todos os problemas e sua finalidade é fornecer à pessoa razões mentais para que ela sinta pena sobre a destruição do Templo espiritual em seu coração, que é o caminho para a redenção” (Michtav Me’Eliyahu). Apesar dos momentos de sucesso que tivemos ao longo dos dois mil anos de exílio, ainda estamos enfrentando uma montanha de ódio e somos obrigados a tomar uma decisão e escolher o bem.

Nós temos que reconhecer o egoísmo como uma doença que nos rói por dentro e nos prepara para receber a Luz da Torá. “Assim como os sábios disseram (Masechet Kiddushin): ‘Eu criei a inclinação ao mal, eu criei a Torá como tempero’, que se refere à Luz na Torá que Reforma”, como Baal HaSulam diz. A força da conexão na Torá pode iluminar toda a escuridão e lugares escondidos em nossos relacionamentos, remendar as conexões que foram quebradas e nos dar uma boa sensação de plenitude e eternidade. Só então “uma grande Luz sairá da escuridão, a maldição se transformará em bênção e a destruição do Templo se transformará em sua construção” (O Santo SHEL”A).

Assim, é especificamente em nossos tempos que o melhor remédio é revelado, o método de conexão, a sabedoria da Cabalá. Isso explica por que a nossa natureza egoísta e impotência nos dominam, e ao mesmo tempo, nos permitem evocar a força positiva escondida na conexão correta entre nós e pode, portanto, nos ajudar a evitar os problemas à espreita ao virar da esquina. “A profundidade do mal é uma boa profundidade, a profundidade do ódio é a profundidade do amor e se formos destruídos pelo ódio infundado, seremos reconstruídos pelo amor infundado (“Orot HaKodesh“).

Publicado originalmente no Ynet

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Meu Artigo no Ynet: “Escola Para Emoções: O Ódio Se Torna Amor”

Os religiosos e seculares em Israel não conseguem se suportar. Judeus seculares em Israel preferem que seu filho se case com um cônjuge cristão do que com um parceiro ortodoxo. Isso é o que veio à tona de acordo com a última pesquisa publicada pela Fundação Pew, e ela revela o que todos nós já sabemos. Existe uma forma de diminuir a separação e o ódio? Rav Laitman ensina como o amor cobre todos os crimes.

Israel tem uma impressionante lista de realizações: exército forte, estabilidade econômica, agricultura avançada, primeiro lugar em Prêmios Nobel, e nós estamos prosperando em quase todos os aspectos, exceto em uma coisa que é justamente a mais importante: as relações entre nós. Em todos os anos da nossa existência, não conseguimos construir a nós mesmos como uma nação conectada, e se não aprendermos a fazer isso, em breve poderemos ser riscados do mapa.

Na semana passada, os resultados de uma ampla pesquisa realizada pela Fundação americana Pew foram publicados. A pesquisa realizada ao longo de seis meses envolveu entrevistas em profundidade com 5.600 Israelenses, e apresentou um quadro perturbador sobre a crise em nossa sociedade. Segundo o estudo, as relações de alienação e separação existem entre os quatro grupos principais em Israel: seculares, tradicionais, religiosos e ultra-ortodoxos. Os membros dos grupos raramente se conectam, quase nunca se casam entre si, e estão divididos em suas posições sobre uma vasta gama de assuntos, desde questões religiosas e nacionais até suas posições políticas.

Os resultados da pesquisa não são surpreendentes. As tensões extremas e a desunião, o ódio implícito e explícito, o pisoteio de quem pensa diferente, e a exploração de outros são expressões egoístas que estão levando a nossa sociedade à destruição, e, respectivamente, também à negação do nosso direito à terra e à destruição da nação de Israel (1).

O ego controla-nos e esconde a estreita relação entre nós (foto: Reuters)

O Ego e sua Punição

O principal fator que nos divide e destrói toda a boa relação é a nossa natureza egoísta. A força negativa queima em todos nós e nos faz rejeitar, e até mesmo odiar, qualquer coisa que seja diferente e estranha para nós. O ego nos domina tão fortemente que esconde de nossos olhos a ligação estreita que existe entre nós, apesar de todas as diferenças.

Nós podemos criar inúmeros acordos e compromissos que, aparentemente, vão nos assegurar a ordem social, mas a experiência de muitos anos prova, e também é bem expressada na última pesquisa, que só estamos indo e nos dividindo em muitas facções e setores.

Nós poderíamos dispensar tudo isso, dizendo: “Isso é triste, mas não é realmente tão ruim assim. Há problemas mais graves do que estes “, mas, de acordo com a sabedoria da Cabalá, toda a natureza tem um plano que difere do nosso, o que faz com que todos os seus vários órgãos, isto é, nós, atuem como um corpo perfeitamente harmonioso. Em contraste com os níveis inanimado, vegetal e animal, que funcionam de uma forma perfeitamente coordenada com as leis da natureza, a espécie humana é a única que é motivada pelo egoísmo puro, empurrando cada pessoa a fornecer a si mesma o maior prazer a qualquer preço, mesmo à custa dos outros (2), e isto, como foi dito, é contra as leis da natureza. Nós podemos esperar que a natureza nos impulsione e empurre para a unidade desejada, mas seria melhor para nós marchar para a frente por nossa própria iniciativa e fluir com ela de acordo com a mesma regularidade e na mesma direção (3).

Unidade, não Uniformidade

A primeira vez que trabalhamos juntos com a natureza foi cerca de 3.500 anos atrás, nos dias da antiga Babilônia. Nós compartilhávamos um destino comum. Quando a energia negativa do ego de repente estourou, dividiu o império Babilônico em uma coleção de tribos estranhas umas às outras (4). Esses grupos divididos raramente se casavam entre si e eram divididos em suas opiniões, como está acontecendo conosco hoje. No entanto, alguns deles foram espertos o suficiente para se reunir em torno do sacerdote babilônico Abraão. É assim que conseguimos, mesmo assim, receber da boca do pai da nação o método que finalmente nos conectou como um só povo, a sabedoria da conexão entre as pessoas: a sabedoria da Cabalá

Abraão não tentou esconder ou ofuscar as diferenças ou lacunas. Em virtude de sua realização das profundezes das leis da natureza, ficou claro para ele que o assunto era impossível. Cada setor, comunidade ou grupo em uma sociedade unificada e rica é importante e deve ser protegido e alimentado. O que deve ser feito é construir pontes entre todas as diferenças que lançam a sociedade no abismo (5).

A posição única na natureza que permite dois opostos conviverem e viverem em paz uns com os outros é chamada de “O amor cobre todas as transgressões” (6), na sabedoria da Cabalá. Isso significa que cabe a nós manter dois andares simultaneamente. No primeiro andar estão as diferenças entre nós que nos dividem com ódio rigoroso, enquanto no segundo andar, nós as cobrimos com amor. Nenhum sentimento desaparece. Em vez disso, especificamente dentro do fosso que se intensifica entre o plano do ódio e o plano do amor, um novo espaço é descoberto, um lugar em que o Poder Superior conecta e inclui ambos como um (7).

A Sabedoria da Cabalá – O Caminho do Ódio ao Amor

Hoje, nós somos “pessoas separadas unidas contra a sua vontade por um ‘inimigo comum’, como Achad Ha’am disse em seu tempo (8). Desde então, nós emigramos para a terra, permanecemos um grupo de exilados, e ainda não conseguimos nos tornar um povo (9). A única coisa que teve sucesso em nos unir é aquela chama do ódio do lado de nossos inimigos, quer seja a Intifada que está sendo travada nas ruas ou os ventos de antissemitismo que estão soprando através do mundo iluminado em nossa direção. No entanto, o script está ficando cada vez pior. No momento em que o ódio de nossos inimigos enfraquece, o desprezo entre nós aumenta, e não vai demorar muito até que o fogo do ódio reacenda e se espalhe a profundidades que jamais conhecermos. Isso pode se desenvolver a pontos extremos e levar à guerra civil (10).

Essa é precisamente a razão para a revelação da sabedoria da Cabalá em nosso tempo (11). A Cabalá não vem pregar para sermos bons uns com os outros. Pelo contrário, é um método especial de conexão para o povo de Israel, e é a única coisa que pode nos unir para superar as feridas abertas entre nós.

O objetivo da sabedoria da Cabalá é estabilizar a sociedade humana para que ela seja capaz de continuar a manter as partes únicas e distintas e, simultaneamente, estar conectada como órgãos em um único corpo. O poder da sabedoria da Cabalá está no fortalecimento da unidade entre nós até sentirmos o poder geral de conexão, o Poder Superior (12). Quando nos conectarmos, seremos gradualmente capazes de irradiar esse poder para todas as nações do mundo, servindo como exemplo e modelo para elas e tornando-se “uma luz para as nações” (13).

Referências:

(1) “A maioria das pessoas perdeu a sua antiga forma espiritual, e algumas têm mesmo afundado em uma busca por todas as vaidades da vida, falsas facções e falsos Cabalistas, rixas, brigas e ódios infundados, e sua forma espiritual ainda está externamente desgastada sem qualquer Luz interna” (Hillel Zeitlin, Safran shel Yechidim).

“E aqui é o principal sinal da doença da hora: a terrível desintegração interna, as disputas entre facções, o ódio dos irmãos que está consumindo todos nós aqui, atos destrutivos, a destruição interna e a ruína dos partidos extremistas” ( Hayim Nachman Bialik).

(2) “Mas o lado igual em todas as pessoas do mundo é que cada um de nós está pronto para abusar e explorar todas as pessoas para seu próprio benefício privado, com todos os meios possíveis, sem levar em consideração que vai construir a si mesmo sobre a ruína de seu amigo” (Rav Yehuda Ashlag [Baal HaSulam], “Paz no mundo”).

(3) “… a natureza, como um juiz hábil, nos pune de acordo com o nosso desenvolvimento. Para que possamos ver que na medida em que a humanidade se desenvolve, as dores e tormentos que cercam o nosso sustento e existência também se multiplicam.

“Assim, você tem uma base empírica científica que Sua Providência nos ordenou manter com toda nossa força a Mitzva de doar aos outros em termos de precisão absoluta, de tal maneira que nenhum membro dentre nós iria trabalhar menos do que a medida necessária para garantir a felicidade da sociedade e do seu sucesso. E enquanto estamos ociosamente realizando-o ao máximo, a natureza não vai parar de nos punir e se vingar.

“Além dos golpes que sofremos hoje, devemos também considerar a espada desembainhada para o futuro. A conclusão correta deve ser desenhada: que a natureza acabará por nos derrotar e vamos todos ser obrigados a juntar as mãos para seguir suasMitzvot com toda a medida exigida de nós”. (Rav Yehuda Ashlag [Baal HaSulam], “A Paz”).

(4) E eles disseram: “Vinde, deixe que edifiquemos uma cidade e uma torre cujo cume toque os céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra”. E o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens tinham construído. E o Senhor disse: “Ló! [eles são] um povo, e todos têm uma língua, e isso é o que já começaram a fazer. Agora, não vai ser retido deles tudo o que eles têm planejado fazer? Venham, vamos descer e confundir a sua língua, para que um não entenda a língua do seu companheiro”. E o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. Por isso, Ele a chamou de Babel, porque ali o Senhor confundiu a língua de toda a terra, e dali o Senhor os espalhou sobre a face de toda a Terra (Gênesis 11: 4-9).

(5) “Nunca houve qualquer bondade como com Abraão … e ele trouxe a paz entre uma pessoa e seu companheiro, pois afinal de contas ele foi o pai de muitas nações, por causa disso, unificou e fez a paz entre todos seres criados” (Gevurot HaShem, Capítulo 6).

“Ame o teu próximo como a ti mesmo.” Essa ordem implica que o que você gostaria de outras pessoas fizessem por você, você deve fazer para o seu companheiro em Torá eMitzvot.

“A recompensa que se recebe por acompanhar convidados é maior do que todas as outras. Este é um estatuto que Abraão, nosso patriarca, instituiu, e o caminho de bondade que ele seguiria. Ele iria alimentar os viajantes, fornecer-lhes a bebida, e acompanhá-los “(Rabbi Moshe ben Maimon [Rambam], Mishnah Torah, Sefer Shoftim, Hilchot Avel, capítulo 14: 1-2).

“Ora, Abraão tinha quarenta anos quando compreendeu o seu Criador.
“… E [ele] começou a se levantar e proclamar em alta voz para o mundo todo, e para revelar a eles, que havia exceto um só Deus de todo o Universo, e que só a Ele era correto servir; e assim ele continuou pregando e reunindo os povos de cidade em cidade, e de reino em reino …

“… E assim milhares e milhares se reuniram em torno dele, que constituíam os homens da casa de Abraão; e (Abraão) plantou este grande e radical princípio em seus corações, e também compôs livros …

“E assim a coisa foi continuamente ganhando força entre os filhos de Jacó, e entre aqueles que se juntaram a eles, de modo que cresceu neste mundo uma nação que conhecia o Senhor …” (Rabbi Moshe ben Maimon [Rambam], Mishneh Torah, Sefer Hameda, Hilchot Avodah Zarah, Capítulo 1).

(6) “O ódio provoca brigas, mas o amor cobre todas as transgressões” (Provérbios 10:12).

“… O coração da vitalidade, persistência e correção de toda a criação, por pessoas de diferentes pontos de vista sendo incluídas em amor, unidade e paz” (Rabbi Nathan Sternhertz, Likutey Halachot [Regras Assorted], “Rules of Tefilat Arvit [Oração Vespertina], “Regra no. 4)

(7) “A essência da paz é conectar dois opostos, por isso não tenha medo de suas ideias, se você vê uma pessoa que tem opiniões que são o oposto completo de você, e parece-lhe que é impossível de qualquer maneira manter a paz com ela; e também quando você vê duas pessoas que são realmente opostas, não diga que é impossível fazer a paz entre elas, pois, pelo contrário, essa é essencialmente toda a paz, tentar ter a paz entre dois opostos” (Likutei Etzot, O Valor da Paz).

“Nós não somos neutros quando afirmamos que para a consolidação, deve haver consolidação da responsabilidade comum, da responsabilidade mútua, da influência mútua. Afirmamos que não devemos manchar as fronteiras entre os sindicatos, círculos e partidos, em vez de um reconhecimento compartilhado da realidade comum e uma posição comum em um teste de responsabilidade comum. A separação entre corações é uma doença que aflige os povos em nosso tempo e após a sua cura por meio da união coagida é nada além de um engano. A unidade está faltando na estrutura organizacional. No momento não há remédio para isso, exceto que haverá pessoas de diferentes círculos de opinião que precisam umas das outras com um coração puro e se dão ao trabalho em conjunto para descobrir a base comum “(Martin Buber,” Educação e Examinando o Mundo”).

(8) “Este Sionismo vê onde os Judeus estão –  pessoas separadas que estão unidas contra a sua vontade pelo” inimigo comum “, mas não veem o Judaísmo – uma única unidade que aspira a existir na sua unidade, mesmo sem toda a compulsão externa. Esta é a sua principal deficiência, revelada em todas as suas formas e ações “(Ahad Ha’am,” O Congresso e seu Criador “).

“Historicamente nós somos um grupo de pessoas que pertencem umas às outras com relevância claramente reconhecida e cuja consolidação é firmemente mantida pela existência de um inimigo comum” (Theodor [Binyamin Ze’ev] Herzl, O Estado Judeu).

(9) “No final, tudo o que temos aqui é uma reunião de estranhos, descendentes de culturas de setenta nações, cada uma construindo um palco para si mesma, um espírito, e uma própria tendência. Não há uma coisa elementar aqui que nos une a todos de dentro em uma única massa. “(Rav Yehuda Ashlag [Baal HaSulam], “A Nação”).

(10) “É uma vergonha admitir que um dos mais preciosos méritos que perdemos durante o exílio, e o mais importante deles, é a perda da consciência da nacionalidade, o que significa que o sentimento natural que conecta e sustenta cada e cada nação. Os laços de amor que conectam a nação, que são tão naturais e primitivas em todas as nações, tornaram-se degenerados e distantes de nossos corações, e eles se foram.

“E o pior de tudo, até mesmo o pouco que nos resta do amor nacional … existe dentro de nós em uma base negativa: É o sofrimento comum que cada um de nós sofre de ser um membro da nação. Isto imprimiu dentro de nós uma consciência e proximidade nacional, como com companheiros de sofrimento

“Esta é uma causa externa …

“E o mais importante, é totalmente impróprio para a sua tarefa. Sua medida de calor é suficiente apenas para uma excitação efêmera, mas sem o poder e a força com a qual podemos ser reconstruídos como uma nação que se sustenta. Isso ocorre porque uma união que existe devido a uma causa externa não é de todo uma união nacional.

“Nesse sentido, somos como uma pilha de nozes, unidas em um único corpo do lado de fora por um saco que envolve e une. Sua medida de unidade não faz deles um corpo unido … A falha é que eles não têm a unidade interna … “(Rav Yehuda Ashlag [Baal HaSulam], “A Nação”).

(11) “Eu estou contente por ter nascido em tal geração que é permitido divulgar a sabedoria da verdade. E você deve perguntar: ‘Como é que eu sei que é permitido?’ Eu vou responder que me foi dada autorização para divulgar …

“… E é isso que o Criador me deu em toda a extensão. Consideramos como não dependente da grandeza do sábio, mas do estado da geração … “(Rav Yehuda Ashlag [Baal HaSulam]), “O Ensino da Cabalá e sua Essência”)

“Voltar os corações e ocupar as mentes com pensamentos nobres, cuja origem é o segredo da Torá, tornou-se uma necessidade absoluta na última geração” (Rav Raiah Kook, névoa da Pureza, p. 65).

(12) “A sabedoria da verdade nos ensina sobre a unidade global, o lado da igualdade de ser encontrado em toda a existência através do topo, na paridade da forma com seu Fazedor, e como caminhar sem obstáculos pelo caminho deste Luz” (Rav Raiah Kook,Orot HaKodesh [As Luzes de Santidade], 2 p. 393).

(13) “Israel traz Luz para o mundo como é dito, (Isaías 60:3) ‘E nações caminharão na tua luz’”(Midrash Rabá, Shir HaShirim, seção 4, versículo 2).

“… A nação de Israel tinha sido construída como uma espécie de porta de entrada, através da qual as centelhas de pureza iriam brilhar sobre o todo da raça humana em todo o mundo.

“E estas faíscas se multiplicariam diariamente, como aquele que dá ao tesoureiro, até que sejam suficientemente preenchidas, isto é, até que se desenvolvam, de tal forma que possam compreender a agradabilidade e tranquilidade que são encontradas no núcleo do amor ao próximo. Pois, então, vão saber como mudar a balança para a direita, e vão se colocar debaixo do Seu fardo, e a escala do pecado será erradicada do mundo “(Rav Yehuda Ashlag [Baal HaSulam],” A Arvut [Garantia Mútua], “item 24).

“Quando os filhos de Israel forem complementados com o conhecimento completo, as fontes de inteligência e conhecimento fluirão para além das fronteiras de Israel e água todas as nações do mundo …” (Rav Yehuda Ashlag [Baal HaSulam], “Introdução ao LivroPanim Meirot uMasbirot“, item 4).

Publicado originalmente no Ynet

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