Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Lamentamos a ruína do Templo, mas exaltamos sua causa

Um Mau Dia para os Judeus

O Talmude (Maséchet Taanit) diz-nos: “Cinco coisas aconteceram a nossos pais no 17 de Tamuz e cinco no 9 de Av  [os dias que marcam o começo e o fim das Três Semanas (Bein Hametzarim)]. No 17 de Tamuz as Primeiras Tábuas se quebraram, o fogo eterno se extinguiu, o muro da cidade foi rompido, Apostomus queimou a Torá e colocou um ídolo no Templo. No 9 de Av nossos pais foram banidos de entrar na terra, o Primeiro e Segundo Tempos foram arruinados, Beitar foi conquistada e [no mesmo dia um ano mais tarde] a cidade foi arrasada.”

A história cheia de horror do 9 de Av não termina com a ruína do Templo. Durante a história, este dia do ano tem estado carregado de calamidades. A expulsão de 1290 dos Judeus da Inglaterra e a conhecida expulsão de 1492 dos Judeus de Espanha ambas aconteceram no 9 de Av. Mais perto do nosso tempo, no 9 de Av de 1942, os Nazis começaram a deportação em massa de 300,000 Judeus do gueto de Varsóvia para o campo de extermínio de Treblinka.

Desde o nascimento de nossa nação, o 9 de Av tem sido um mau dia para os Judeus.

Por Quê Especificamente Nesse Dia?

O calendário hebraico reflecte mais que nossa história. Num nível mais profundo, ele reflecte um processo de transformação de seres egocêntricos, cujos corações são maus desde sua juventude, como a Torá narra (Génesis 8:21), numa nação conectada e mutuamente responsável, cujos membros estão unidos “como um homem com um coração.” Neste ciclo, o 9 de Av marca um ponto de crise, quando viramos nossas costas à união e perdoamos o egocentrismo.

A ruína do Segundo Templo é certamente o evento mais traumático que aconteceu no 9 de Av. Contudo, não é a catástrofe em si que devemos lamentar, mas em vez disso nossa perda de amor de uns pelos outros, que a induziu.

Entre o Amor e Ódio

No ciclo do nosso desenvolvimento, começamos como puros egoístas. Nada queremos senão aquilo que é bom para nós, sem qualquer preocupação pelos outros. “O pecado rasteja à porta,” nos diz a Torá e assim todos nos comportamos.

Porém, se o propósito da nossa vida fosse nos acomodarmos a ser a espécie no topo da cadeia alimentar, não procuraríamos a imortalidade, superioridade, reconhecimento e outras ambições unicamente humanas. Não precisaríamos de inventar todo o que criamos durante séculos; lanças e flechas seriam suficientes. Os humanos aspiram constantemente à perfeição e eternidade. Queremos saber o que criou o mundo, como ele opera e por quê. Numa palavra, a humanidade quer ser como o Criador do mundo, seu proprietário. Embora isto possa não ser verdade para você e para mim pessoalmente, sem estes impulsos básicos não desenvolveríamos a ciência, pensamento crítico, competições atléticas, ou perseguiríamos todos os tipos de envolvimentos que dizem respeito à nossa existência humana, além da nossa sobrevivência física.

O ego humano é diferente daquele dos animais. Ele é a força condutora por trás do nosso desenvolvimento. E enquanto a natureza equilibra o egocentrismo dos animais, equilibrar o egocentrismo humano requer nosso esforço consciente.

Abraão, o homem da misericórdia, foi o primeiro a achar um método para conter o egoísmo humano. Ele e seus descendentes desenvolveram-o até que uma nação baseada na misericórdia e união fosse formada. Mas no pé do Monte Sinai, a montanha de Sina’á [ódio], sucumbimos aos nossos egos em vez de recebermos a Torá, o poder da conexão, nos voltámos para o ídolo do ego, o bezerro de ouro. Portanto, as Tábuas se quebraram.

Todavia, nossa nação emergiu dessa crise. Nós juramos ser “como um homem com um coração,” portanto recebemos a Torá e nos foi dada a tarefa de sermos “uma luz para as nações” ao espalhar o poder da união.

Na batalha entre o amor e ódio, o método que os antigos hebreus haviam desenvolvido era destinado a conduzir o mundo para a derradeira vitória do amor sobre o ódio. Este método muito simplesmente afirma que se equilibrarmos nosso egoísmo com o amor pelos outros, permitimos a cada pessoa realizar o seu potencial completo, enquanto usando essa realização para o bem comum. Deste modo nós “cobrimos” nossos egos com amor, ou como o coloca o Rei Salomão (Provérbios, 10:12): “Ódio incita à contenda e o amor cobre todos os crimes.” Ao assim fazermos, desbloqueamos o poder da conexão que criou o mundo e que agora o sustenta. Este é o sentido interior da recepção da Torá.

A Última Fronteira

Cada ano que chegamos a Tishá B’Av [9 de Av], lamentamos a ruína do Templo devido a nosso ódio infundado. E todavia, cada ano nos tornamos mais impregnados no nosso ódio recíproco. Então de que servem nossas lágrimas?

Qual é o sentido de chorar pela passada ruína se ao mesmo tempo preparamos nossa própria destruição devido à exacta mesma razão que nos demoliu anteriormente? Não aprendemos realmente nada do passado? Quantas mais ruínas precisamos de experimentar devido a nossa aversão recíproca até que nos tornemos finalmente mais sábios?

O extermínio iminente do povo judeu colocará a um canto qualquer coisa que alguma vez tenhamos experimentado, incluindo a ruína do Segundo Templo e incluindo até o Holocausto, que, incidentalmente, extinguiu a vasta maioria da minha própria família.

Nós estamos na última perna da nossa jornada, a última fronteira na batalha entre o amor e o ódio. O ódio que agora aparece será o mais intenso de sempre e ele voltará sua ira contra os Judeus. Não podemos mitigá-lo de qualquer forma, mas podemos e devemos, cobri-lo com amor, tal como antes fizemos.

Esta é nossa vocação enquanto Judeus. Essa é a realização da nossa missão de sermos “uma luz para as nações.” Como disse numerosas vezes anteriormente, na internet e nas páginas do The New York Times, devemos cobrir nosso ódio com preocupação de uns pelos outros e deste modo dar um exemplo de união ao mundo. Podemos fazer isto voluntária e agradavelmente, ou seremos forçados a isso pela fúria do mundo. De uma maneira ou de outra, vamos fazê-lo.

Então neste Tishá B’Av, vamos pensar mais sobre nosso futuro e nosso papel. Vamos focar-nos em construir o tempo vindouro e tornemos a ruína do passado a pedra angular do nosso futuro feliz e seguro.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Meu Artigo No Ynet: “Sempre Seguindo O Livro”

Através de frases, palavras e letras codificadas nos livros de Cabalá, os Cabalistas nos abriram a passagem para uma nova dimensão, por meio da qual podemos entrar na história de nossas vidas e afetar positivamente os eventos. A Semana Do Livro Hebraico, realizada recentemente, é uma boa oportunidade para realizar uma viagem mágica seguindo os livros que moldaram a nossa nação.

Não é sem razão que a nação de Israel é chamada de “A Nação do Livro”. Sempre – os livros têm sido uma parte integrante do nosso modo de vida, um dos principais meios que acompanham nossas vidas ao longo dos anos do nosso desenvolvimento como nação, como sociedade e país.

Isso não se refere à literatura que entrou em cena apenas centenas de anos atrás, e que está morrendo conforme os desenvolvimentos tecnológicos penetraram nossas vidas, mas a diferentes tipos de livros: livros de Cabalá, Livros Sagrados, também chamados de “linguagem distinta, diferente, especial”.

Os livros sagrados, como a Bíblia, o Talmude, O Livro do Zohar e o Midrash não lidam com regras de ética e não são contos populares. Eles nos falam sobre um mundo espiritual especial. Além da grande sabedoria que flui destes livros, eles também contêm uma força especial, um verdadeiro tesouro, que pode satisfazer tudo o que desejamos, responder a cada pergunta que temos e, especialmente, dar sentido às nossas vidas. Mas muito poucos sabem como descobrir esse tesouro. Aqueles que o descobrem são os Cabalistas.

Os Cabalistas são pessoas comuns que têm um grande desejo de descobrir as razões para o que está acontecendo em nossa vida e o que o nosso destino nos reserva, e eles foram os primeiros a penetrar nos bastidores do nosso mundo. Eles descobriram que existe uma força de amor e doação na realidade, cujo único objetivo é nos trazer a esse estado sublime, para estarmos unidos em amor e doação como essa própria força.

Eles descreveram como alcançar isso em seus livros, a orientação detalhada e os sentimentos maravilhosos que tiveram, para que possamos usá-la. Assim, nós também podemos ler sobre essa força sublime, sobre o “autor” que escreve a história de nossas vidas, e aprender a mudar as nossas vidas para melhor.

O Livro da História Humana

O primeiro a sentir os dois mundos, a natureza do mundo que nos rodeia e a natureza do mundo superior, foi Adam HaRishon (o primeiro homem), que a descreveu no primeiro livro de Cabalá que ele escreveu chamado O Anjo Raziel“Raz” a linguagem secreta, ou seja, a revelação dos segredos da criação.

O livro inclui desenhos interessantes, e a pessoa que o lê em profundidade percebe imediatamente que ele não foi um homem primitivo que caçava mamutes que escreveu este livro, mas um grande Cabalista que nos fala sobre a alma unida chamada Adão, sobre a sua quebra em milhares de almas individuais de toda a humanidade, e sobre a sua futura conexão em que elas vão se reunir em uma só alma.

Dezenas de livros foram escritos por centenas de Cabalistas, mas o livro mais notável desde o livro de Adão é atribuído a Abraão. Abraão não tinha a intenção de escrever um livro, mas o Sefer Yetzirah (Livro da Criação) foi basicamente uma lista das principais leis de como o mundo espiritual opera. Embora o Sefer Yetzirah seja muito especial, ele ainda é muito difícil de entender e está anos-luz de distância de nós. É graças ao SeferYetzirah e ao método de conexão entre as pessoas, que ele desenvolveu, que a nação de Israel cresceu e começou a aspirar à espiritualidade. Várias gerações depois, Moisés, o grande Cabalista, continuou a liderar a nação.

O Livro dos Livros

A revelação espiritual de Moisés lhe deu o poder de tirar os filhos de Israel do Egito, e liderá-los no deserto por quarenta anos, até que eles chegaram às fronteiras da Terra Prometida de Israel.

Ele descreve o método atualizado para a sua geração em seu livro chamado a Torá, como na Luz [Ohr]. Em outras palavras, ele ensina como entrar no mundo espiritual com a Luz, a força divina. Ao utilizar esse livro, cada pessoa pode revelar a imagem da criação e construir sua vida em direção ao objetivo final.

Kabbalah La’am

Embora a Torá seja escrita como uma narrativa histórica sobre o êxodo da nação de Israel do Egito, ela é, de fato, é a descrição da saída de uma pessoa do seu estado corporal humilde chamado Egito, e sua ascensão a um estado espiritual chamado de “Terra de Israel”. Rabi Shimon Bar Yochai disse: “Ai do homem que diz que a Torá era para contar uma história simples e um conto popular. Se a Torá fosse para contar um conto histórico, até mesmo os líderes do mundo são melhores nisso. Tudo o que está na Torá é realmente eventos superiores e segredos superiores” (O Livro do Zohar). Moisés usou a linguagem chamada de “linguagem dos ramos” – os nomes de objetos, sentimentos e ações do nosso mundo, mas com isso ele se referia às raízes do mundo superior, às forças superiores ocultas, às entradas e saídas das forças da natureza e até mesmo os seus efeitos destrutivos.

Se olharmos para a Torá não através da sua casca exterior, veremos uma imagem totalmente diferente, separada da realidade deste mundo. Em vez de figuras humanas, como Moisés e o Faraó, animais e pessoas diferentes, veremos as forças espirituais que operam em nós, e seremos gradualmente capazes de usá-las para ascender espiritualmente. A chave para decifrar a Torá está, na verdade, nos livros de Cabalá, noLivro do Zohar.

O Livro

O Livro do Zohar ou como os Cabalistas o chamam, “O Livro”, explica os cinco livros da Torá e nos diz exatamente o que Moisés queria dizer. É o livro básico e mais importante na sabedoria da Cabalá. Rabi Shimon Bar Yochai, o Rashbi, autor do Zohar, foi o primeiro Cabalista que descreveu como nossos pensamentos e nossas reações à força que opera em nós de Cima sobem de volta ao mundo superior, operam nele, e, portanto, afetam todos os  eventos futuros que descem até nós.

Antes de escrever O Livro, o Rashbi reuniu um grupo de dez estudantes em torno dele, “uma dezena”, já que “a Torá só pode ser adquirida em um grupo” (Talmude Babilônico). A alma de cada estudante correspondia a um determinado atributo espiritual no mundo superior. Quando eles se conectaram em uma só alma, eles estavam totalmente compatíveis com as Dez Sefirot, toda a estrutura que existe no mundo espiritual. A verdadeira conexão entre esses atributos levou à revelação da Luz do Zoharsuperior entre os dez alunos.

“E o rabino Shimon costumava revelar os segredos da Torá e os amigos ouviam sua voz e respondiam a ele em uma conexão, cada um respondendo a sua parte”, (Ramchal, “Adir Ba Meromim“). Como cada um dos amigos representa um atributo do mundo espiritual, a sua história que todo o Livro do Zohar conta, é na verdade a descrição da forma como esses atributos espirituais descem ao nosso mundo; como essas dez forças conduzem esse mundo; como cada pessoa pode usar essas forças para o seu próprio bem e para o bem dos outros.

A Árvore da Vida

Mil e trezentos anos depois, o ARI recebeu O Livro do Zohar. Ele recebeu permissão para renovar o método que existia desde os dias de Adão. Ele absorveu toda a informação Cabalística desde o tempo de Adão, processou-a, e reescreveu-a para que o método para indivíduos se tornasse um método adequado às massas. Todas as fontes que ele absorveu e ensinou em Safed foram posteriormente publicadas como A Árvore da Vida, um livro que ensina o caminho para o mundo espiritual e explica como podemos subir e alcançar eternidade e plenitude. Ele também fala sobre o que muitos são fascinados: as reencarnações. Ler e estudar livros do ARI eleva imediatamente a pessoa acima do nível do nosso mundo.

Além da Árvore da Vida, o ARI escreveu vinte outros livros onde apresenta todas as leis da criação usando um método científico inovador claro. Na introdução de seu livro, ele diz que visto que o método foi estabelecido, qualquer pessoa pode estudar a Cabalá, que o próprio desejo é o único critério para saber se uma pessoa pode entrar no mundo espiritual, e assim, com a ciência da Cabalá, que ele desenvolveu para sua geração, qualquer pessoa que tenha o desejo de alcançar o objetivo da criação, independentemente de idade, sexo ou nacionalidade, pode fazê-lo. De fato, após o tempo do ARI muitos começaram a se abrir para a Cabalá e subir a escada espiritual para o mundo superior.

A Escada

Por fim, tanto o Livro do Zohar como os livros do ARI não foram destinados para o estudo sistemático da Cabalá às massas. Embora a Cabalá seja uma ciência, não havia nenhum livro adequado para estudá-la até o nosso século. O maior Cabalista do século XX, Rav Yehuda Ashlag, chamado de Baal HaSulam depois do Comentário Sulam que ele escreveu para O Livro do Zohar, surgiu para preencher a lacuna na literatura Cabalista. Ele também explicou todos os livros do Ari e compilou-os no Estudo das Dez Sefirot, que é o principal livro de Cabalá do nosso tempo.

O Estudo das Dez Sefirot inclui tudo, tudo que os Cabalistas que o precederam escreveram ao longo de milhares de gerações: Adão, Abraão, Moisés, Rabi Shimon Bar Yochai e ARI. Ele incluiu muitos escritos hassídicos e escritos de Cabalistas contemporâneos e até mesmo se refere aos pontos de vista dos grandes filósofos do mundo, como Marx, Nietzsche, Locke, Darwin, Spinoza, Schopenhauer, e muitos outros.

Tudo o que precisamos saber sobre como criar o futuro que desejamos está nos escritos do Rav Yehuda Ashlag. ”Estou feliz por ter nascido em uma geração onde é permitido divulgar a sabedoria da verdade”, diz o Baal HaSulam. ”Se você me perguntar como eu sei que isso é permitido, vou responder que me foi dada permissão para revelar e explicar cada palavra. Isto não tem nada a ver com a ingenuidade do próprio sábio, mas com a situação da geração e, portanto, eu disse que fui premiado com a revelação da sabedoria por causa da minha geração”.

Uma Chamada para a Mudança

No final da Introdução ao Estudo das Dez Sefirot, o Baal HaSulam pergunta, com razão, se a linguagem dos livros de Cabalá não é bem compreendida, “Portanto, devemos perguntar, por que então, os Cabalistas obrigam cada pessoa a estudar a sabedoria da Cabalá? Na verdade, há uma grande coisa nele, digna de ser publicado: “Há um maravilhoso e inestimável remédio para aqueles que se envolvem na sabedoria da Cabalá. Embora eles não entendam o que estão aprendendo, através do anseio e do grande desejo de entender o que estão aprendendo, eles despertam sobre si as luzes que cercam suas almas…. Por isso, mesmo quando ele não tem os vasos, quando ele se envolve nesta sabedoria, mencionando os nomes das Luzes e os vasos relacionados à sua alma, elas imediatamente brilham sobre ele até certo ponto”.

No entanto, eles brilham para ela sem revestir o interior de sua alma, por falta de vasos capazes de recebê-las.

“No entanto, a iluminação que a pessoa recebe vez após vez durante o envolvimento atrai sobre si a graça do Alto, conferindo-lhe abundância de santidade e pureza, o que lhe aproxima muito de alcançar a perfeição” (As Cartas de Baal HaSulam).

Publicado originalmente no Ynet

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Precisamos de levar o mundo ao mecânico mais próximo

Reparar o mundo. (foto: DIMA DOROSHEVICH)

Nas últimas três décadas temos visto o mundo a avançar de mau para pior. O comunismo soviético se desintegrou, o Sonho Americano esvaeceu, a União Europeia, que só foi estabelecida em 1993, já se está a desmoronar e o sistema económico sobre o qual o Fundo Monetário Internacional (FMI) baseou sua estratégia financeira para o mundo inteiro agora é exposto como fundamentalmente defeituoso.

O Ocidente tornou-se tão raso que loucuras como o Pokémon Go conseguem capturar as mentes e olhos de milhões de pessoas da noite para o dia, ao ponto que elas ficam absolutamente esquecidas de tudo aquilo que as rodeia, literalmente. Suas cabeças enterradas nas telas de seus telefones, elas pisam cobras venenosas, são atingidas por automóveis depois de descuidadamente atravessarem as estradas, esbarram com seus automóveis em veículos da polícia quando jogam enquanto conduzem e caem de precipícios.

A decadência do Ocidente torna animada vitalidade do Islão radical muito tentadora para milhões de jovens, Muçulmanos bem como não-Muçulmanos. Em vez de um impedimento, eles acham sua natureza violenta estimulante uma vez que ela fornece sentido para sua existência, algo que o Ocidente falhou fornecer durante décadas. Nos anos vindouros, o Islão radical vai continuar a se espalhar, tomando o Egipto, Turquia e o que restar da Europa junto com ele e vai se espalhar pelos EUA. Abreviadamente, precisamos de levar o mundo para o mecânico mais próximo.

Rastrear a Causa Raiz

Quando você compara a barafunda frenética a que chamamos sociedade humana com a ordem e equilíbrio estruturados da natureza, não consegue evitar questionar o que faz de nós, o pico da criação, arruinarmos nossas vidas. Distinguimos-nos tanto em fracassar enquanto tentamos fazer melhor, que estamos a arruinar o nosso planeta inteiro.

O problema é que enquanto a natureza corre com duas pernas, nós estamos a saltar só com uma. A natureza tem duas pernas: dar e receber. Estas duas são forças que se equilibram uma à outra, criando uma existência harmoniosa. Quando dar é igual a receber, cada elemento no meio ambiente recebe exactamente aquilo que ele precisa para sua sobrevivência, enquanto sua própria existência mantém a saúde do seu ecossistema circundante. Para preservar o equilíbrio, a natureza “instalou” um mecanismo através do qual cada animal consome somente aquilo que ele precisa para sua sobrevivência. Este consumo equilibrado resulta num meio ambiente sustentável.

Os humanos são a única excepção ao equilíbrio da natureza. É como se nascêssemos deficientes, desprovidos da “perna que dá.” Desde o primeiro momento, tudo o que queremos é ter mais e mais e mais. Em recentes décadas, este traço unicamente humano foi explorado até à exaustão pelo capitalismo até ao ponto que agora medimos nossa felicidade pela nossa aptidão de consumir. Transformámos as compras numa cultura e consideramos o consumismo como o medidor do sucesso económico.

Na verdade, o oposto é a verdade: Consumo excessivo conduz ao colapso económico, infelicidade e desigualdade social e instabilidade. Agora que estamos a despertar das desilusões do capitalismo, estamos a descobrir que trouxemos o mundo para a beira do colapso, sem esperança de um futuro melhor para nossas crianças. Como chegámos a isso?

O Que Conseguem os Humanos Fazer (que nenhuma outra criatura consegue)

Porque nascemos apenas com a perna de receber, não temos a força de equilíbrio que nos diga quando parar. Pior ainda, ao contrário de qualquer outro animal, nosso desejo de receber está sempre a crescer. Nossos sábios escreveram que aquele que tem cem quer duzentos e aquele que tem duzentos quer quatrocentos, até ao ponto que uma pessoa morre sem metade dos seus desejos na sua mão.

Todavia, precisamente porque nosso desejo de receber continua a crescer, nos desenvolvemos constantemente. E todavia, nos falta a força dadora crucial para equilibrar esta recepção. Temos estado tão totalmente imersos em alimentar nosso desejo de receber que ele se transformou em egoísmo narcisista. Devemos começar a desenvolver a outra perna, a perna dadora, para que possamos caminhar seguramente para a frente.

Esta habilidade de nos desenvolvermos, graças a nosso crescente egoísmo, é uma característica unicamente humana. Mas precisamente porque o egoísmo está constantemente em evolução, não conseguimos equilibrá-la com a força de dar. Então aquilo que a natureza não nos deu, devemos criar nós mesmos, caso contrário as máquinas-egoístas que somos nos vão destruir, seja através de outra guerra mundial, ou através de uma série de desastres “naturais” fabricados pelo homem que já causamos ao desequilibrarmos nossa ecologia.

Quem Tem a Chave?

Rei Salomão disse que “Ódio incita à discussão e o amor cobre todos os crimes” (Provérbios, 10:12). No nosso antigo passado, nós Judeus descobrimos um modo de equilibrar nosso egoísmo com a perna dadora. Abraão ensinou este método aos seus estudantes e seus filhos, que então continuaram a desenvolvê-lo até que uma nação fosse criada sob o lema, “ame seu próximo como a si mesmo.” Através das lutas com seus próprios egos, eles melhoraram seu método e o ajustaram para ir ao encontro dos desafios que seus egos lhes apresentavam. Mas há dois mil anos atrás, eles sucumbiram para seus egos e se esqueceram do método de cobrir os crimes com amor.

Todavia, nós, os Judeus, ainda carregamos dentro de nós uma lembrança de nossa passada conexão. Em cada um de nós reside uma consciência impregnada de que a conexão é o modo de ter sucesso. Nos nossos dias, o mundo está a descobrir que estamos todos conectados e ele procura um modo de beneficiar disso. Todos compreendem que não conseguem sobreviver coxeando na perna de receber e que devemos adicionar a perna de dar para que possamos todos caminhar seguramente em frente. Mas ninguém sabe como fazer isto.

A sabedoria de equilibrar a recepção e doação, de cobrir o ego com amor, foi dada somente aos Judeus, como um depósito a legar às nações. A sabedoria é a “luz” que é suposto nós sermos para as nações. Enquanto negarmos ao mundo este equilíbrio, estamos a mantê-lo na escuridão e a raiva do mundo se vira contra nós.

Não nos devemos iludir ao pensar que o mundo está zangado com o Estado de Israel por causa de sua política para com os Palestiniano. Isto nada é senão um pretexto para desafogar a raiva das nações contra os Judeus em geral. Como o The Observer citou da Professora Leila Beckwith, “Em vez de simplesmente boicotarem Israel, os Anti-Sionistas estão agora a boicotar estudantes Judeus.”

Quanto mais conectado nosso mundo se torna, mais precisamos de encontrar um modo de equilibrar nosso egoísmo. Todos os problemas mencionados no princípio deste artigo derivam de nossos egos, do nosso ódio recíproco, então todos eles serão solucionados quando aprendermos a cobrir, ou pelo menos equilibrá-los com o amor pelos outros.

Hoje, nós Judeus devemos despertar novamente a lembrança da nossa conexão passada e nos tornarmos um exemplo de união. Não precisamos de ensinar ou pregar a união, mas simplesmente praticá-la acima do nosso ódio recíproco. As outras pessoas vão observá-lo e seguir o exemplo.

As tremendas capacidades que desenvolvemos através de nossos crescentes egos podem beneficiar-nos somente se as usarmos a favor da humanidade, mas para isto devemos aprender a cuidar uns dos outros. Hoje o mundo não nos valoriza pelas invenções cientificas, ele precisa que forneçamos um novo nível de existência: corrigida, conectada, unida debaixo da bandeira do amor. Continuamos a questionarmos por que o mundo nos odeia; devíamos saber que ele nos odeia somente por que nos odiamos uns aos outros.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Educação Integral

Michael Laitman é um pensador global dedicado a gerar mudança transformadora na sociedade através de uma nova educação global que ele vê como a chave para solucionar os problemas mais prementes do nosso tempo. Sua visão para solucionar a crise global em todos os níveis, incluindo educação, mudança climática, fome e todos os problemas sociais e económicos, envolve a implementação de um novo, programa educativo global, integral abrangente e global.

Princípios da Educação Integral

O mundo no qual vivemos é um amplo, maravilhoso e complexo sistema. Cada parte está conectada e é dependente de todas as outras partes. Durante muitas décadas esta complexidade esteve escondida de nós. Vimos o mundo como uma colecção de elementos não necessariamente conectados uns aos outros e certamente não tão interdependentes como agora descobrimos.

Dentro dos presentes sistemas de educação a percepção da realidade dos elementos como separados divididos em temas isolados ainda é o predominante paradigma. A nova visão integral relaciona-se ao mundo como um sistema interligado. Esta percepção é a base da Educação Integral e portanto define uma nova abordagem integrada para o ensino. Ao assim fazer ela impulsiona-nos para uma percepção da realidade integrada, para nos alinhar com a realidade integrada de hoje. No método de educação integral, estudantes não aprendem temas separados de uma maneira “linear.” Em vez disso, cada tema é apresentado numa perspectiva “circular” ilustrando sua ligação a todos os outros temas.

Encontros com a ONU e  UNESCO

Dr. Laitman recentemente compartilhou os princípios deste novo paradigma educacional e os benefícios de uma conjunta colaboração global com a Deputada Secretária Geral da ONU Drª Asha-Rose Migiro, na sede da ONU em Nova Iorque.

A combinação do seu fundo académico nas ciências exactas e sua pesquisa no campo da educação fazem dele um dos pensadores e oradores mundiais mais procurados no mundo.

 

  • Proposta de um método de educação integral apresentada à Directora Geral da UNESCO Srª Irina Bokova em França.
  • Participação na avaliação anual da UNESCO “Relatório de Monitoria Global Educação para Todos”, na Columbia University, Nova Iorque.
  • Participação na “Construindo a Paz: Reconciliação através da Educação, Ciências, Cultura e Comunicação,” apresentada na Sede das Nações Unidas em Nova Iorque.
  • Participação na conferência da UNESCO “Participação Jovem nas Transformações Sociais: Iniciativas e Participação,” em Moscovo.
  • Participação na 27ª Conferência Internacional Mulheres Líderes sobre “Ciência, Tecnologia e Inovação: Educação e Treinamento para Mulheres e Jovens,” organizada pela UNESCO.
  • Proposta “Educação Global e Integral como uma Solução para a Crise” apresentada no 8º Fórum de Ministros do Desenvolvimento Social da América Latina organizada pela UNESCO, em  El Salvador.
  • Proposta “Educação Global e Integral como uma Solução para a Crise” apresentada à Deputada Secretária Geral da ONU Drª Asha Rose Migiro.
  • Apresentação de “Conexão de Crianças Através de Jogos de Desporto” apresentada na Conferência Internacional  ICSSPE sobre Desporto para o Desenvolvimento e Paz.
  • Participação no simpósio “Mulheres Agentes do Desenvolvimento para os Desafios Globais” em Paris, como parte do projecto internacional Millenia 2015.
  • Uma proposta de curso de educação integral como solução para lidar com os crescentes números de desemprego apresentada ao Secretário Geral da ONU Ban Ki-Moon.

Publicações

Propostas/Apresentações

Artigos

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Libertando-se dos Estreitos

A Triste História sobre Kamtzá e Bar Kamtzá

O Talmude (Masechet Gitin) conta-nos que em tempos, quando o Templo ainda estava de pé, um rico Judeu em Jerusalém tinha um amigo chamado Kamtzá e um inimigo chamado Bar Kamtzá. Um dia o rico Judeu decidiu faz um festim. Ele enviou seu servo convidar seu amigo, Kamtzá, para o festim, mas o servo erroneamente convidou seu inimigo, Bar Kamtzá. O surpreso Bar Kamtzá aceitou isto como um gesto de reconciliação e aceitou o convite. Ele colocou suas melhores roupas e foi para a casa do homem que ele pensava não ser mais seu inimigo.

Quando o anfitrião reparou que Bar Kamtzá lá estava, ele ficou furioso e exigiu que saísse de imediato. O humilhado Bar Kamtzá rogou ao anfitrião que o deixasse ficar. Ele até se ofereceu a pagar sua própria alimentação e bebida e a de todos os outros, também. O anfitrião não só o recusou sem mercê, mas até fez com que Bar Kamtzá fosse arrastado para fora de sua casa e jogado para as ruas.

Humilhado e desgraçado, Bar Kamtzá jurou vingança não só contra seu anfitrião, mas também contra os convidados, que apoiaram o anfitrião. “Os caluniarei ante o Imperador,” decidiu ele.

Bar Kamtzá foi até ao Imperador Nero e lhe disse que os Judeus planeavam se revoltar contra ele. Passada alguma astuta persuasão, o imperador foi convencido que Bar Kamtzá dizia a verdade e enviou seu exército para destruir Jerusalém e o Templo.

Com as gerações, esta famosa história simbolizou o ódio infundado que conduziu ao nosso declínio moral e social e para nosso subsequente exílio. No clima social de hoje, não poderia ser mais pertinente. Como podemos ver, ler e escutar cada dia, conflitos, manipulações e desonestidade nunca foram tão prevalecentes entre nós. O sarcasmo e difamação que usamos uns para os outros não apontam para nossa perspicácia, mas para nossa aversão de uns pelos outros.

Hora de Conectarmos De Novo Nossos Cordéis do Amor

As Três Semanas marcam o tempo entre a quebra das muralhas de Jerusalém e a ruína do Templo. O Santo Shlá escreveu que “ódio infundado causou a ruína do Templo.” Certamente, como salientou Baal HaSulam, “É uma pena admitir que um dos mais preciosos méritos que perdemos foi a sensação natural que conecta e sustenta toda e cada nação. Os cordéis de amor que conectam a nação, que são tão naturais e primitivos em todas as nações, se tornaram degenerados e desconectados dos nossos corações e desapareceram.” Como resultado, a única coisa que nos mantém juntos como uma nação é o ódio do mundo para nós.

O mundo ocidental de hoje ainda oferece aos Judeus liberdade de expressão e liberdade de movimento. Devemos usar esta liberdade para restabelecer o amor fraterno acima da nossa alienação e reconstruir nosso povo. Agora, antes que a porta da liberdade se feche uma vez mais, nossa nação deve trabalhar incessantemente para se reconstruir a si mesma das ruínas do ódio sem fundamento e realizar a vocação do nosso povo — de se tornar um modelo exemplar de uma nação verdadeiramente unida, uma que todas as nações queiram imitar para que também elas, possam beneficiar desse poder único da união.

Construir o Templo No Interior

Enquanto reflectimos sobre a ruína do Templo, devemos também considerar o futuro. Quando O Livro do Zohar descreve a construção do Terceiro Templo, ele não fala de tijolos e arcos; ele fala das nossas conexões. Ele descreve o remendar de nossos corações quebrados, que sofrem da enfermidade do ódio sem fundamento. O Zohar explica como o mundo inteiro virá a abraçar a conexão que irradia do povo unido de Israel. Construir o Terceiro Templo é portanto feito dentro de nós e entre nós, remendando nossos laços quebrados e cobrindo nosso ódio com amor, ou como escreveu Rei Salomão, “Amor cobre todos os crimes.”

Tal como invocamos uma força negativa quando nos separamos uns dos outros, invocamos uma força positiva quando nos conectamos uns com os outros. Esta força inverte nossa suspeita recíproca em preocupação recíproca e nosso isolamento em responsabilidade mútua. A beleza deste poder e´que mantemos nossa individualidade e concretizamos nossas características pessoais enquanto contribuímos para a sociedade e colectamos os benefícios das contribuições dos outros. Deste modo, tecemos um “cobertor” de conexão que cobre nossa separação.

O Gene da União

O Judaísmo de hoje está fracturado e fragmentado em provavelmente mais pedaços que alguém conseguiria contar. Mas o “gene” da união repousa latente dentro de cada um de nós e podemos trazê-lo de volta à vida se assim escolhermos. Se, apesar de nossos egos explosivos, procuramos juntar forças na direcção de nossa meta comum enquanto nação Judaica — para fornecer à humanidade um exemplo de união num tempo em que ela tanto precisa dele — vamos concretizar nossa vocação.

Agora é a hora de ser pro-activo. O mundo desce em espiral e é claramente visível que o ego tem pelo menos uma grande parte de responsabilidade nesta descida. Mas ninguém sabe como impedir nossa conduta suicida colectiva. Nós, os Judeus, os portadores do princípio, “ama teu próximo como a ti mesmo,” devemos enfrentar o desafio, rebaixar nossos egos e nos unirmos acima deles. Esta é a verdadeira e positiva mensagem que devemos retirar das Três Semanas e é a única coisa que vai garantir nossa segurança e felicidade em Israel e pelo mundo fora.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Uma Análise Aos Problemas de Segurança Europeus da Perspectiva da Cabala

Conversa com a Senadora Nathalie Goulet sobre os atentados terroristas em França. (foto:screenshot)

Passado Domingo, 17 de Julho, tive uma conversa muito interessante com a senadora francesa, Nathalie Goulet, da Normandia, sobre a imigração muçulmana para a Europa em geral e a situação da segurança em França em particular. A Srª Goulet tem estado envolvida nas tentativas do seu país de lidar com a situação deterioração da segurança e da radicalização do Islão em França há muitos anos. Porém, durante esses anos, não só as coisas não melhoraram, a senadora salientou que agora até os cristãos se estão a converter ao Islão aos milhares em prol de se juntarem às fileiras do ISIS e outros grupos radicais islamitas. Enquanto responsável por um comité de investigação sobre os jihaditas e participando na elaboração do relatório do atentado terrorista de Paris a 13 de Novembro de 2015, Srª Goulet conclui que “É um pesadelo … precisamos de entender que não se consegue prevenir este tipos de coisas.”

Certamente, quando milhões de imigrantes inundam país após país com uma cultura estrangeira que se afasta e e zomba da cultura local e fé, esta-se destinado a ter confrontos violentos. Num estado tal, a cultura mais vibrante e agressiva é a vencedora segura e considerando o presente estado das coisas na Europa, a vencedora será o Islão. Os europeus estão demasiado cansados e demasiado magros para enfrentarem os jovens e vigorosos muçulmanos que afundam o “velho continente.” Eles estão a tomar a Europa pela força e não há ninguém que os impeça.

Em resposta à afirmação da Srª Goulet numa das suas recentes entrevistas na CNN de que ela estava aberta para ideias acerca da situação de segurança, ofereci na nossa conversa uma análise da perspectiva da sabedoria da Cabala.

Um Sinal Do Que Está Para Chegar

Meu professor, o RABASH, referiu-se várias vezes aos escritos Cabalísticos que falam sobre o fim dos tempos. De acordo com O Livro do Zohar (porção, Vaerá), “Os filhos de Ismael  [Muçulmanos] estão destinados a evocar grandes guerras no mundo. E os filhos de Edom [Cristãos] se reunirão contra eles e travarão a guerra com eles.”

Pensamos que uma guerra entre Cristãos e Muçulmanos nada tem a ver connosco, mas como todos sabemos, quando há problema no mundo, os Judeus são tidos como responsáveis. O Livro do Zohar descreve isto em termos concretos. Na porção, Vayerá, escreve O Zohar, “Os filhos de Ismael despertarão nesse tempo juntamente com todos os povos do mundo … para irem até Jerusalém para a guerra, como está escrito, ‘Pois EU reunirei todas as nações contra Jerusalém para a batalha.'” E na porção, Shemot, acrescenta ele, “Todas as nações e seus Reis procurarão conselho juntas contra eles [Judeus]. Elas despertarão várias más sentenças, se unirão contra eles e apuro após apuro virão e o último fará esquecer o primeiro.”

Considerando que o último “apuro” que tivemos foi o Holocausto, que tipo de problema seria necessário para o esquecermos?

O Que Querem As Nações

As nações do mundo sentem que os Judeus causam todos seus problemas. Elas odeiam e temem-nos pois sentem que possuímos certo poder secreto ou conhecimento que nos dá domínio sobre o mundo. Se esta afirmação parece ser excessiva, considere quantas pessoas acreditam que Os Protocolos dos Sábios de Sião falam a absoluta verdade, ou que as declarações de políticos que clamam que Israel criou o ISIS e se encontra por trás dos atentados terroristas tais como aquele de Paris são exactas.

Respectivamente, quando confrontos em grande escala entre Cristãos e Muçulmanos começarem na Europa e eles vão começar, os Judeus vão receber a culpa. E tal como na Europa, também isso vai acontecer nos EUA. Por muito enraizada e confiante a comunidade Judaica Americana se sinta neste momento, uma curva errada está ao virar da esquina. E por muito que o estado de Israel pareça fraco e vulnerável neste momento, ele é ainda o lugar mais seguro para qualquer Judeu, de qualquer parte do mundo.

O Que é Requisitado dos Judeus?

A era em que vivemos é única. De acordo com a sabedoria da Cabala, nossa geração é a geração dos dias do Messias. Mas a Cabala não nos promete uma vida mais fácil no princípio desta era. Na sua “Introdução ao Livro do Zohar,” Rav Yehuda Ashlag, conhecido como Baal HaSulam pelo seu comentário Sulam [Escada] sobre O Livro do Zohar, escreve, “Em tal geração [como a nossa], todos os destruidores entre as nações do mundo levantam suas cabeças e desejam principalmente destruir e matar os filhos de Israel, como está escrito (Yevamot 63), ‘Nenhuma calamidade vem ao mundo senão por Israel,’ ou seja que eles [Judeus] causam a pobreza, ruína, matança e destruição no mundo inteiro.”

Orgulhamos-nos das nossas contribuições para a ciência, cultura, medicina e economia. Estatisticamente falando, devíamos estar orgulhosos. Mas prémios Nobel e trais outros tributos nunca nos valeram qualquer gratidão entre as nações. Se queremos ganhar o favor e respeito das nações, precisamos de tomar uma abordagem muito diferente.

A Necessidade de União

O mundo no qual vivemos é um sistema fechado, como um organismo. E como um organismo, ele procura manter o equilíbrio e harmonia. Na biologia, chamamos a isto homeostase. Na sociedade humana, este equilíbrio depende da nossa unificação e adquiri-la depende do povo Judeu. A mitigação do terrorismo e violência pelo mundo depende do nosso desejo de nos unirmos e passarmos nossa união para o resto do mundo, ou como o coloca Baal HaSulam em “A Arvut” (Responsabilidade Mútua), “Cabe à nação Israelita se qualificar a si mesma e a todos os povos do mundo … se desenvolvendo até que assumam sobre si mesmos a obra sublime do amor pelos outros. …A nação Israelita foi construída como uma espécie de portal pelo qual centelhas de pureza [amor pelos outros] brilhariam sobre o todo da raça humana pelo mundo fora.”

Uma vez que nosso mundo globalizado é um único sistema, o que quer que fluamos pelos seus canais vai irradiar pelo sistema inteiro. Nós, o “portal,” devemos desta forma “projectar” união, que então se espalhará pelo mundo fora. Inconscientemente, as pessoas odeiam os Judeus pois elas não conseguem encontrar equilíbrio e harmonia até nós fluirmos união pelo sistema. E enquanto estivermos imersos em ódio sem fundamento entre nós, as emoções que projectamos são todas negativas. Quando esse negativismo encontra sua expressão no mundo, ele manifesta-se como violência, que finalmente se vira contra sua causa original — os Judeus.

Nossa mais profunda e preciosa característica enquanto Judeus é o mandamento de amar nosso próximo como a nós mesmos. Isto, como disse Rabbi Akiva, é toda a Torá. Se nada disso temos entre nós, então o que temos que faz de nós Judeus?

O fim da “Introdução ao Livro do Zohar” afirma que “Quando uma pessoa de Israel aumenta e dignifica sua interioridade — a Israel nela [amor pelos outros] — sobre a exterioridade … ela faz com que os filhos de Israel pairem no alto … e as nações do mundo … reconhecem e aceitam o valor dos filhos de Israel.”

Num tempo em que as palavras, “Terceira Guerra Mundial,” já não se encontram no domínio exclusivo dos profetas do juízo final, somente espalhar o poder de conexão (ainda) inexplorado de Israel consegue mitigar o radicalismo em geral e o Islão radical em particular. É isto o que pode salvar a Europa, os EUA e os Judeus.

Enquanto falava com a senadora Goulet, fiquei agradado por ver que, ao contrário de passados encontros com figuras públicas, Srª Goulet parecia genuinamente atenciosa e de mente aberta, gostaria de concluir com as palavras de  Baal Hasulam, “Estou feliz por ter nascido em tal geração em que é permitido divulgar a sabedoria da verdade.”

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Minha Posição Sobre A Questão LGBT

Muitas pessoas me questionam sobre o que penso sobre a comunidade LGBT e querem saber o que tem a sabedoria da Cabala a dizer sobre a disputa sobre a identidade sexual. A Torá, como todos sabemos, proíbe relações sexuais do mesmo sexo, como está escrito (Levítico, 20:13), “Se um homem se deitar com um homem como aqueles que se deixam com uma mulher, ambos cometeram abominação; ambos seguramente serão condenados à morte; sua culpa de sangue está sobre eles.” Dessa perspectiva, podemos entender os rabinos que se opõem à comunidade LGBT no território da religião.

Todavia e há aqui um grande todavia, a sabedoria da Cabala relaciona-se a um nível mais profundo da realidade. De acordo com a sabedoria da Cabala, os relacionamentos que a Torá discute não reflectem relações físicas, mas em vez disso laços de amor e conexão entre as partes da alma comum e colectiva. Estas partes da alma estão mais conectadas precisamente quando são construídas por cima da fragmentação e do ódio, como o colocou o Rei Salomão (Provérbios 10:12): “Ódio incita à contenda e o amor cobre todos os crimes.”

Entre os milhões de estudantes Bnei Baruch em Israel e pelo mundo inteiro, há também aqueles que pertencem à comunidade LGBT. À luz das recentes afirmações nos media Israelitas, alguns estudantes me abordaram a respeito destes problemas. Minha resposta é clara e simples: o estudo com o Bnei Baruch está aberto a toda e cada pessoa! Nos nossos grupos de estudo há pessoas de todos os géneros, inclinações sexuais, crenças, religiões, nacionalidades e cores. Nós não discriminamos ou excluímos ninguém! Nossa mensagem salienta procurar aquilo que nos conecta e construir um forte tecido de conexão acima das nossas diferenças. Este é o único modo em que seremos capazes de nos sentir partes de uma sociedade, uma nação e um país.

No sentido espiritual, nós o povo Israelita, estamos ainda no exílio. Embora tenhamos soberania oficial em Israel, estamos internamente separados. Sofremos de ódio infundado e este exílio da união é precisamente a doença que causou nosso exílio da terra física de Israel há cerca de dois milénios atrás. Portanto, não nos devemos comportar de acordo com aquilo que a Torá dita a respeito de uma nação corrigida, mas de acordo com nosso verdadeiro estado quebrado de exílio, até que alcancemos verdadeira conexão e amor recíproco como requer a Torá.

É importante recordar que nosso principal trabalho está em corrigir os laços quebrados entre nós, não nos corrigirmos uns aos outros!

Como Avançar Para Corrigirmos Nossas Relações

Começamos com a consideração mútua. Tal como membros da família se respeitam uns aos outros, podemos fazê-lo desde que as facções disputadas da nossa sociedade se contiverem apesar de seus egos explosivos e procurarem modos de transformar seus inimigos em amigos.

Tal como isto é verdadeiro para as afirmações dadas pelos rabinos, isso também é verdadeiro em respeito à comunidade LGBT “ostentando” suas inclinações sexuais em paradas e festivais. Estes insultos recíprocos nada fazem senão incitar ao ódio e ira e devemos manter em mente que todos os lados nesta história têm sentimentos. Abreviadamente, as pessoas devem ser deixadas em paz na sua própria vida sexual privada.

Nossa meta não é agravar nossos caminhos para a conexão, mas construir uma população unificada. Acusações mútuas não nos vão ajudar a estabelecer uma sociedade sólida. Nossa grandeza não é quantificada pela medida à qual abusamos uns dos outros, mas à medida pela qual nos fundimos uns com os outros.

Uma vez que não chegámos e não viemos da mesma linha de montagem onde todos compartilhamos as mesmas visões, paremos de ser agressivos e desrespeitosos uns para os outros. Em vez disso, vamos tratar os outros do modo que gostaríamos que eles nos tratassem a nós.

A sabedoria da Cabala valoriza uma pessoa somente de acordo com o seu esforço de se conectar com as outras “como um homem com um coração.” Quando agirmos desta maneira uns para os outros, com garantia mútua, daremos um exemplo de sociedade idílica para a humanidade inteira. Tenhamos orgulho disto!

Publicado originalmente no Jewish Business News

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O Que É Yom Kipur ? – O Grande Segredo dos Judeus (Que Você Não Sabia)

O Segredo para um Ano Feliz

Cada ano perto desta altura, os Judeus desejam uns para os outros, “Feliz Ano Novo.” Os Grandes Dias Sagrados são um tempo de alegria, bem como um tempo de reflexão. Este ano, parece que há muito mais para reflectir que nos passados anos.

O ano passado foi um ano de provação para todos os Judeus, onde quer que vivam, devido ao ressurgimento do Antissemitismo. Então no espírito dos Grandes Dias Sagrados, vamos examinar nossa situação e achar a oportunidade no desafio.

Introspecção

A guerra em Gaza tomou sua cobrança não só nos Israelenses e Palestinianos. De muitas maneiras, ela destapou e aprofundou o fosso que existe dentro das comunidades Judaicas pelo mundo fora. Diferenças que em tempos haviam sido resolvidas pacifica e calmamente através do debate agora se tornaram tão agudas e tensas que os líderes comunitários frequentemente evitam qualquer discussão temendo que isso aprofunde a desconfiança dentro da sua já dividida comunidade.

Mas este ponto lamacento na nossa existência colectiva é na realidade uma oportunidade e os Grandes Dias Sagrados são a melhor altura para começar a endireitar as coisas. Agora é a hora em que as pessoas estão inclinadas à introspecção e é adequado para reflectirmos sobre nossas acções à luz da tendência negativa para nós no mundo.

Nós Somos Jonas

A parte mais importante no serviço do Yom Kipur (Dia do Perdão) vem depois de ler da porção da Torá. Ela chama-se, Haftará e nela, nós lemos selecções da Bíblia (Tanách).No Yom Kipur, o texto da Haftará é o livro de Yoná (Jonas). De facto, em muitas comunidades, os ricos competem durante a noite pelo direito de ler esta Haftará, pois ela é conhecida por ser um Segulá (poder ou dote) para ganhar riquezas.

A história de Jonas é especial pois ela fala de um profeta que primeiro tentou se “escapar” a sua missão, mas então se arrependeu. Outro ponto especial sobre Jonas é que sua missão não era para endireitar o povo de Israel, ou os alertar sobre o que aconteceria se não remendassem seus caminhos. Sua tarefa era salvar a grande cidade de Ninivé, cujos residentes não eram Judeus. Hoje, à luz do crescente Antissemitismo, é mais pertinente que nunca reflectir sobre a história de Jonas e a mensagem por trás dela.

D’us ordena ao Profeta Jonas para alertar os residentes da grande cidade de Ninivé que corromperam seus caminhos. Colocando-o diferentemente, Jonas deve alertá-los que se tornaram tão alienados e egoístas que sua sociedade é insustentável. A tarefa do profeta era conduzir os residentes de Ninivé do seu ódio para união e amor pelos outros, ou eles seriam todos destruídos.
Contudo, Jonas decide evadir sua tarefa e vai para o mar num esforço de escapar.

Tal como Jonas, nós, Judeus, temos evadido nossa missão durante os passados 2000 anos. E todavia, não nos podemos dar ao luxo de continuar a evadi-la. Nós temos uma tarefa. Ela nos foi dada quando Abraão nos uniu numa nação baseada em amor pelos outros e garantia mútua. Foi então que aprendemos que nossa existência depende da nossa união e ser um modelo de união para o mundo inteiro. (Para mais informação sobre isso, veja o meu artigo, “Quem é Você, Povo de Israel,” publicado a 20 de Setembro, 2014 no The New York Times.)

Durante séculos, nossos sábios e líderes repetidamente salientaram a indispensabilidade de nossa união para nossa prosperidade e até para a prosperidade do mundo. Eles também salientaram que quando caímos no ódio infundado, calamidades e problemas rapidamente nos perseguem e o mundo sofre, também.

Mas com o tempo, perdemos a consciência; ficámos desconexos e alienados uns dos outros. Pior ainda, chegámos a ridicularizar termos tais como “luz para as nações” e “um povo escolhido.” Não temos recordação de para quê fomos escolhidos. Nossa tarefa foi esquecida. Mas ela ainda aguarda e quando corremos, lá vem uma tempestade.

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A Tempestade

Regressando à história, a fuga de Jonas da sua missão por navio fez com que o mar se revoltasse e quase infligisse desastre sobre todos a bordo. No pico da tempestade, Jonas foi dormir e desligou-se a si mesmo do tumulto ao seu redor, quando os marinheiros permaneceram no convés e lutaram para salvar o barco. Gradualmente, eles começaram a suspeitar que alguém estava entre eles que fazia com que o mar se revoltasse. Eles lançaram a sorte e descobriram que o homem era Jonas, o único Judeu a bordo.

O apuro de hoje tem muitas similaridades com o navio de Jonas. O mundo tornou-se uma aldeia global, estamos todos num barco e os marinheiros, nomeadamente os residentes do mundo, culpam o único Judeu “a bordo” (o povo Judeu) por todos os seus problemas.

E como Jonas, estamos profundamente adormecidos. Estamos a começar a despertar para a existência do ódio, mas ainda não despertámos para o nosso destino, para nossa vocação. Se não despertarmos muito em breve, os marinheiros nos jogarão pela borda fora, tal como fizeram com Jonas.

A Decisão

yom-kipur-4Na história, os marinheiros fizeram uma tentativa desesperada de acalmar o mar e pela ordem de Jonas eles o jogaram borda fora. Assim que estava dentro de água, a tempestade se acalma, mas uma baleia engole Jonas. Durante três dias e três noites Jonas faz uma introspecção no abdómen do peixe. Ele roga pela sua vida e resolve levar a cabo sua missão.

Tal como Jonas, cada um de nós transporta no interior algo que agita o mundo. Nós, o povo de Israel, somos os portadores de um método de conexão, um método para alcançar a paz pelo mundo fora. Esta é a raiz da qual nossa nação cresceu, a raiz da unidade. Este genoma ata-nos numa única nação e hoje devemos reacendê-lo pois para onde quer que vamos, este poder descontrolado destabiliza o mundo ao nosso redor e obriga-nos a nos unirmos.

A união entre nós inspirará e até obrigará, o resto das nações a fazerem o mesmo, tal como agora a separação entre nós projecta separação para o todo da humanidade. Esta é a razão para todos os nossos problemas. Quando nos unirmos, isso dotará a humanidade a energia necessária para alcançar união mundial, onde todas as pessoas vivem “como um homem com um coração.” Então a única pergunta que sobra é se vamos assumir nossa responsabilidade, ou se preferimos ser jogados borda fora, só para subsequentemente concordarmos em levar a cabo nossa tarefa.

Uma Luz para as Nações

Como descrevemos acima, o papel de Jonas era transformar ódio infundado em amor fraterno. Este é também nosso papel. Nada mudou senão a data e os nomes. E em vez de sermos “uma luz para as nações,” estamos a esforçar-nos ao máximo para sermos como o resto das nações.

Contudo, o mundo precisa de curativo. À medida que mais e mais pessoas e nações subsequentemente sentem que os Judeus não são como o resto das nações, que eles são responsáveis pelas suas infelicidades, eles estão a começar a tratar-nos de acordo com suas sensações. As pessoas estão a reagir instintivamente ao que lhes está a acontecer e naturalmente voltam sua ira e frustração contra nós. O Dia do Perdão é nossa chance para reflectir verdadeiramente sobre nossa vocação. Ele é uma oportunidade para tomar uma decisão de unir e ser “uma luz para as nações.” Somente então o turbilhão global ao nosso redor se acalmará, a humanidade estará em paz e um dossel (Sucá) da paz se espalhará sobre todos nós.

Nesse Sucá, todos nos sentaremos como um, sem luta ou contenda e faremos da nossa união nosso valor principal. Agora, enquanto reconhecemos nosso papel, devemos começar a elevar o princípio, “ama teu próximo como a ti mesmo,” acima de todos os valores até que ele se torne um sapé que nos proteja de qualquer problema e aflição.

Certamente, se queremos terminar nossos problemas e nos livrarmos do Antissemitismo, se desejamos transformar o juízo em misericórdia e termos uma vida feliz, nos devemos unir e assim dar um exemplo de união para todas as nações. É assim que traremos a paz e sossego ao mundo. Agora podemos ver porque as pessoas pagam tanto só para lhes ser concedido o privilégio de ler a Haftará de Yom Kipur, o livro de Jonas.

Palavras de Nossos Sábios sobre Nossa União, Amor e Nosso Papel para o Mundo

União e Amor

O sucesso de nossa nação depende somente do amor fraterno, de conectarmos como uma família.

Rabbi Shmuel David Luzzatto

“Amai teu próximo como a ti mesmo ” é a grande regra da Torá, de incluir na união e paz, que é a essência da vitalidade, persistência e correcção do todo da criação, ao pessoas que diferem de opiniões se fundirem juntas com amor, união e paz.

Rabbi Nathan Sternhertz, Likutey Halachot [Regras Sorteadas],
“Bênçãos para Ver e Bênçãos Pessoais,” Regra nº 4

Uma vez que fomos arruinados pelo ódio infundado e o mundo foi arruinado connosco, nós seremos reconstruídos por amor infundado e o mundo será reconstruido connosco.

O Raiah [Rav Avraham Itzhak HaCohen Kook],
Orot Kodesh (Luzes Sagradas), Vol. 3

Qualquer tumulto no mundo vem somente por Israel. Agora somos evocados para levar a cabo uma grande tarefa voluntária e conscientemente: de nos edificarmos a nós mesmos e ao inteiro mundo arruinado juntamente connosco.

O Raiah [Rav Avraham Itzhak HaCohen Kook],
Igrot (Cartas), Carta nº 726

“Amai teu próximo como a ti mesmo.” Tudo aquilo que gostarias que os outros fizessem por ti, fazei pelos teus irmãos.

Maimônides, Mishné Torá, Shoftim,
“Regras de Luto,” Capítulo 14

Quando é o Criador afeiçoado da criação? Quando todos de Israel estão reunidos juntos sem qualquer inveja, ódio ou competição entre eles e cada um pensa no bem-estar e favor do seu amigo. Nessa altura o Criador está deleitado com Sua criação.

O livro, Recordai por Miriam, Capítulo 11

Quando todos os seres humanos concordarem abolir e erradicar sua vontade de receber para si mesmos e não tiverem outro desejo senão doar sobre seus amigos, todas as preocupações e perigos no mundo deixarão de existir. E a todos nós será assegurada uma inteira e completa vida.

Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam),
“Introdução ao Livro do Zohar,” item 19

O Papel de Israel

O povo de Israel deve ser a primeira nação a assumir o altruísmo internacional e ser o modelo exemplar do bem e beleza contidos nesta forma de governo.

Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam),
“Os Escritos da Última Geração”

O povo de Israel, que são mais capazes de abordar o Criador que todas as outras nações, então doará a abundância sobre o resto das nações.

Rav Baruch Ashlag (the Rabash),
Os Escritos de Rabash, Vol. 2, Carta nº 18

A nação Israelita foi construída como uma espécie de portal pelo qual as centelhas de luz brilhariam sobre a inteira raça humana pelo mundo fora.

Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam),
“A Arvut (Garantia Mútua)”

A disseminação da sabedoria nas massas é chamada “um Shofar (um chifre usado em festividades).” Como o Shofar, cuja voz viaja uma grande distância, o eco da sabedoria se espalhará pelo mundo fora, para que até as nações escutem e reconheçam que há sabedoria Divina em Israel.

Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam),
“Shofar do Messias”

Cabe à nação Israelense se qualificar a si mesma e a todas as pessoas do mundo através de Torá e Mitsvot (mandamentos), para se desenvolverem até que assumam sobre si mesmos essa obra sublime do amor pelos outros, que é a escada para o propósito da Criação, sendo adesão com o Criador.

Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam),
“A Arvut (Garantia Mútua)”

A construção do mundo, que presentemente está amassado pelas medonhas tempestades de uma espada ensanguentada, requer a construção da nação Israelense. A construção da nação e a revelação de seu espírito são uma e a mesma coisa e são uma com a construção do mundo, que se está a amassar e aguarda uma força de completa união e sublimidade e tudo isso está na alma da Assembleia de Israel.

O Raiah [Rav Avraham Itzhak HaCohen Kook],
Orot (Luzes), Capítulo 9, p 16
 

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O nove de Av — Das trevas para a luz


Na próxima Segunda-Feira às 19:30, vou falar no Centro Judaico de Rego Park em Queens, Nova Iorque, sobre o que faz as pessoas excluírem os Judeus e o que pode contrariar o agudo crescimento do Antissemitismo. Enquanto nos aproximamos do nove de Av e à luz do crescente Antissemitismo mundial, a mente continua a derivar para a questão perene da perseguição dos Judeus.

Sendo cientista segundo educação, tenho tendência a procurar as causas e explicações, em vez de lamentar até os mais trágicos eventos. Também foi esta minha abordagem quando comecei a estudar a Cabala, conhecida como a “interioridade da Torá.”

Mas estudando-a, descobri aquilo que para mim foi senão uma revolução. Aprendi que no seu núcleo, o Judaísmo trata todo e cada evento e situação com uma abordagem muito propositada. Ele não lamenta ou se arrepende, mas examina os eventos e situações da perspectiva da sua necessidade para a nossa correcção geral.

E com correcção, não me refiro às nossas condutas superficiais, mas ao modo como nos relacionamos e sentimos uns para os outros. A única correcção que nos é pedida, assim aprendi é mudarmos nossas atitudes de uns para os outros da exploração e egocentrismo para a colaboração e conexão. Como sabemos, “a inclinação no coração do homem é má desde sua juventude.” Nos é pedido que a mudemos para o princípio que é a meta final do Judaísmo: “Ame seu próximo como a si mesmo.”

Nossos sábios nos ensinaram que a ausência desta qualidade trouxe sobre nós dois milénios de exílio. Eles também nos têm dito que se restaurarmos nosso amor pelos outros, tudo ficará bem não só para os Judeus, mas para o mundo inteiro.

Astros tais como  Rav Kook e Rav Yehuda Ashlag alertaram anos em avançado que nossa falta de acordo e solidariedade seriam desastrosos para os Judeus na Europa, mas nesse tempo éramos demasiado vaidosos para escutar. No meu mais recente livro sobre o tema, Como um Feixe de Juncos: como a união e responsabilidade mútua são a necessidade do momento, referi numerosos sábios e líderes Judeus que rogaram que nossa nação se unisse. Hoje, à luz da frente fria que se acumula no Ocidente, penso que é mais pertinente que nunca que precisamos de escutar esse chamamento e nos unirmos acima de todas nossas discórdias.

Escolhi chamar à minha palestra, “Das Trevas para a Luz,” pois sou um claro crente no poder da nossa nação de superar as adversidades. Aprendi que os eventos dolorosos que até nossa nação experimenta têm senão um propósito, nos impulsionar a nos unirmos.

Redenção é uma palavra cara, mas se detalhar o que ela significa, é deixado com o nosso antigo lema, que é tão necessário hoje: “Ame seu próximo como a si mesmo.” Colocando-o diferentemente, redenção é a habilidade de amar aos outros. Esta é a única correcção que nos é necessário fazermos.

As nuvens do Antissemitismo são senão um clarim, um arauto tocando que devemos estar como um e afirmar nosso compromisso de nos unirmos acima de todas as diferenças. No pé do Monte Sinai emergimos como uma nação quando abandonamos nossas contendas e nos unimos “como um homem com um coração.” Com essa declaração, “recrutámos” o poder da nossa união contra o poder do egoísmo.

Agora, novamente, enfrentamos uma montanha de ódio para nós. Como nessa altura, também agora, a solução reside na nossa união, na nossa garantia mútua. Não precisamos de mudar nossos modos de vida. Simplesmente precisamos de afirmar alto e sentir no interior, que nossa união é mais importante para nós que nossas diferenças.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post
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Meu Artigo No Ynet: “Desconectar Ou Sair? Essa É A Questão”

Milhões de britânicos responderam à pergunta sobre se o Reino Unido deve continuar a fazer parte da UE, ou se deve sair da UE. Se eu fosse um britânico, eu escolheria a segunda opção, já que, quando o navio está afundando, é melhor deixá-lo o mais brevemente possível.

Na semana passada, Jo Cox, membro do Parlamento britânico, foi assassinada na Grã-Bretanha. Seu único pecado: apoiar a permanência da Grã-Bretanha na UE. Seu assassinato chocante e as implicações econômicas deste movimento trouxeram a questão ao centro da atenção da mídia mundial.

Os líderes mundiais, economistas e principais comentaristas estão muito preocupados com essa decisão e alertam que o Brexit pode ter sérias implicações políticas. A Grã-Bretanha pode ser isolada e o seu status mundial pode enfraquecer seriamente, e isso pode ser um duro golpe para a economia mundial. No momento, as opiniões divergem na Grã-Bretanha.

A fim de compreender o debate, é importante reconhecer a percepção e a psicologia que capturam a maior parte dos britânicos. Os britânicos têm um carácter especial diferente dos outros países europeus e que os torna menos tolerantes em relação à mudança. Apesar das muitas tentativas ao longo da história de invadir e controlá-lo, o reino permaneceu uma superpotência econômica forte e independente. O Canal Inglês o rodeia como um muro forte e contribui grandemente para o seu sentimento de separação. Os outros membros da UE também sentem que a Grã-Bretanha é menos dependente deles e às vezes até sentem que é um elemento estranho na Europa.

Brexit Crime e Castigo

Mesmo se os britânicos decidirem partir, não vai ser fácil. Embora a Grã-Bretanha tenha sua própria moeda, a libra e não o euro, existem acordos, tratados e pactos diferentes que têm um impacto sobre muitos planos de governo e sistemas nacionais. De acordo com especialistas, o processo do Brexit pode demorar pelo menos dois ou três anos antes de conexões estreitas inumeráveis serem dissolvidas e não menos do que uma década antes que haja uma Brexit significativo de conexões sociais.

De uma perspectiva econômica, há diferenças de opinião, mas a maioria dos especialistas vê o Brexit como uma oportunidade única para a Grã-Bretanha sair da lama Europeia antes que seja tarde demais. O Brexit permitirá que a Grã-Bretanha reforce o seu setor de atividade, reduza o custo de vida, e evite a montanha de dívidas que ameaça enterrar a Europa. Por outro lado, espera-se que a Grã-Bretanha continue exportando metade da sua produção. Os europeus precisam dela não menos do que a Grã-Bretanha precisa. Essa é também a razão dos economistas não acharem que a Europa vá punir a Grã-Bretanha e impor impostos sobre suas exportações para a Europa.

Parece que as conexões distorcidas entre os membros da EU os impede de desfrutar os benefícios naturais que existem em uma verdadeira sinergia qualitativa e transformou a UE em um encargo econômico e social da qual é melhor estar separado.

O Naufrágio da UE

O mundo também será melhor se a Grã-Bretanha sair da UE. Os EUA, cujas tentativas de dominar o mundo iniciaram a Primavera Árabe em 2010 que até hoje trouxeram principalmente o colapso de muitos países do mundo árabe, é responsável por milhões de refugiados que emigraram e estão vivendo na Europa, e são esperados ser um fardo para a economia, aumentando significativamente as despesas públicas para a educação, bem-estar e saúde, e enfraquecer o mercado europeu. Por que isso é bom para os norte-americanos? A dominação norte-americana do continente e do mundo vai aumentar.

Israel pode ser indiretamente afetado por isso. Quando as mudanças na Europa levarem à desordem interna, os países europeus estarão ocupados lidando com seus problemas internos, e deixarão de iniciar e promover comitês regionais de paz, cujos benefícios são questionáveis.

Mesmo sem a intervenção norte-americana no processo, a Grã-Bretanha vai permanecer para sempre uma parte inseparável da Europa para melhor ou pior – no momento, principalmente para pior. A Europa está muito doente, um velho continente que está em declínio em todos os aspectos da vida. O mercado da UE está em falhando, a economia está em colapso, ondas de imigrantes estão inundando-a, o islamismo radical está crescendo, a taxa de natalidade é baixa, e o desemprego está crescendo; suas aflições estão se espalhando da Europa para o mundo inteiro. Portanto, enquanto é possível a amputação de um órgão do continente e curá-la separadamente, é melhor fazê-lo. Se os britânicos ainda decidirem continuar a ser parte integrante da UE, a taxa de deterioração em todos os aspectos da vida será muito rápida. A deterioração irá conduzir à morte rápida do corpo.

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A fim de manter uma conexão saudável e correta entre os países e entre as pessoas em geral, nós devemos ter certeza de que ela está viva e respirando, e às vezes temos que dar-lhe uma nova forma de vida, a fim de mantê-la vivo. A UE, que foi estabelecida como mercado comum, tinha aspirações de cooperação política e militar, e até mesmo a construção de um exército comum. Ela iniciou na década de 90 com uma extensa campanha de relações públicas e foi um sonho róseo para muitos da eliminação das fronteiras, a construção de uma grande economia, e união em torno de uma moeda comum. Mas, no final, o sentimento comum de prosperidade desapareceu e foi substituído por lutas políticas.

O Conselho Europeu, sediado em Bruxelas e autorizado a regular entre as diferentes nações, interpretou a cooperação comercial. Os portugueses proibiram a pesca, os espanhóis e italianos proibiram a venda de queijo, os lituanos proibiram a produção de produtos lácteos, e os gregos azeite. Essas medidas têm enfraquecido nações que já estavam fracas e aumentaram sua dependência das nações fortes, que, por enquanto, têm ficado mais forte.

A débil UE não é como um casal que acumulou grande riqueza ao longo dos anos e têm a mesma conta bancária, mas continuam brigando o tempo todo. Cada lado está impondo a política que é melhor para si, e do outro lado se opõe e usa a sua autoridade soberana de se opor. Após várias tentativas infrutíferas de restaurar o relacionamento, parece que não há mais espaço para uma parceria. Nessas circunstâncias problemáticas, seria melhor para o casal se divorciar. A questão é como dividir sua propriedade, que normalmente é a faísca que inflama uma guerra mundial.

“Quando os ímpios se conectam, é ruim para eles e ruim para o mundo”

Uma união verdadeira é quando os desejos de cada nação são aceitos em todas as nações, como se fossem seus próprios desejos. Por outro lado, se cada nação continua a se preocupar apenas consigo mesma, a conexão entre as nações torna-se pior e prejudica todos. Só quando todo o continente europeu estiver unido em um desejo haverá uma verdadeira oportunidade de consolidar uma união tal que possa ser a base para um sistema econômico saudável, equilibrado, e trazer igualdade no padrão de vida. Chega de fortes e fracos, abusadores e abusados. Em vez da competição egoísta, será estabelecido um sistema baseado na justiça social internacional e na forte unidade social e, ao mesmo tempo, cada país terá permissão de viver de acordo com suas características específicas e únicas.

“…a unidade social, que pode ser a fonte de toda a alegria e sucesso …” (Baal HaSulam, “A Liberdade”). A UE só pode ser salva e entrar em um novo caminho quando todos os cidadãos da UE perceberem que a unidade começa nas relações corrigidas entre as pessoas. Não é uma moeda comum que irá superar as diferenças, as enormes lacunas criadas ao longo da história entre alemães, franceses, italianos ou gregos, mas a unidade irá conectá-los.

Tal mudança exige a construção de laços de garantia mútua entre os países, levando em conta as necessidades de cada país e de todo o sistema internacional, e é expressa em uma ampla cooperação, na integração e solidariedade entre as nações. Essa mudança de valores é vital tanto nas relações entre as nações como no nível do indivíduo que pode influenciar seus líderes.

A Unidade Baseada Na Conexão, E Não Na Moeda

A sabedoria da Cabalá é a sabedoria da conexão. Ela explora as conexões entre as pessoas e a natureza como um todo, desde o início dos tempos. De acordo com essa sabedoria, nós só podemos construir relações de interdependência se nós sabermos as leis do sistema humano global. Todos os sistemas de nossas vidas estão incluídos nesse sistema, incluindo os mercados financeiros.

No passado, nós não precisávamos dessas leis, de modo que a sabedoria da Cabalá estava escondida e só muito poucos se envolviam com ela. A necessidade dessa sabedoria e esse conhecimento tornou-se relevante a partir do momento em que o mundo se tornou global e nossa interdependência mútua foi concluída. Hoje, a conexão entre nós é cada vez mais forte, e isso nos obriga a aprender as leis do novo mundo global integral. Não temos outra escolha. Aprender as leis de acordo com o método de conexão nos permitirá estabelecer a ordem certa na sociedade humana como um todo.

“A ideia de uma distribuição igual e correta é mais real, uma vez que a terra é rica o suficiente para prover a todos nós. Então, por que precisamos da trágica guerra da vida que vem destruindo a nossa vida por eras? Vamos dividir o trabalho e seus frutos igualmente entre nós e terminar todos os nossos problemas!” (“Os Escritos do Baal HaSulam”).

A solução para a Grã-Bretanha, para a crise da UE, e para as iminentes crises futuras não são os meios econômicos e políticos tradicionais, mas a criação de conexões boas, equilibradas e corrigidas entre nós. Nós temos que aprender a construir relações corretas e equilibradas através da sabedoria da conexão e, assim, vamos levar uma vida boa e tranquila.

Publicado originalmente no Ynet

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