Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Além do Preto e Branco na América

Chefe da polícia de Dallas David Brown coloca sua mão sobre um caixão para o falecido polícia Sargento Michael Smith durante uma visita pelo seu corpo Terça-Feira, 12 de Julho, 2016 na Igreja Católia de Maria Imaculada em Farmers Branch, Téxas. . (fogo:REUTERS)

Os civis Alton Sterling em Baton Rouge no Louisiana e Philando Castile em Falcon Heights no Minnesota; Os oficiais da polícia de Dallas, Michael Smith, Lorne Ahrens, Michael Krol, Patrick Zamarripa e Brent Thompson; Os civis Delrawn Small em Brooklyn, Nova Iorque; Os oficiais da justiça Joseph Zangaro e Ron Kienzle todos faleceram esta semana (por altura que se escrevia esta coluna) em encontros entre as forças da lei e civis. Muitos mais foram feridos. Não está na hora de um Plano Marshall social para curar a sociedade americana?

“Sofremos… estamos de coração quebrado,” disse David Brown, Chefe da Polícia de Dallas “Tudo o que sei é que isto tem de parar, esta divisão entre a nossa polícia e nossos cidadãos.” Brown, que se tornou a “face” da tragédia dos confrontos entre as forças da lei e civis na América, sabe aquilo que diz. Ele perdeu seu único filho, irmão e parceira para os incidentes violentos que envolveram oficiais da polícia e civis.

De muitas maneiras, a face marcada de dor de Brown reflecte aquilo que muitos americanos sentem nestes dias. Desde o princípio do ano, 509 pessoas foram mortas pela polícia. A sociedade americana está a tornar-se cada vez mais violenta e aumentam as tensões raciais, principalmente entre afro-americanos e agentes das forças da lei, reflectindo essa tendência com dolorosa claridade.

Um Vulcão Interracial

Há cinquenta anos atrás neste mês, o Presidente Lyndon B. Johnson decretou a Lei dos Direitos Civis e afirmou que “aqueles que são iguais ante Deus agora serão iguais nas mesas de voto, nas salas de aula, nas fábricas e nos hotéis, restaurantes, cinemas e outras lugares que fornecem serviços ao público.” Todavia, as tensões raciais nunca totalmente curadas e ressurgem hoje com nova ferocidade.

Oficialmente, todas as pessoas, de todas as raças, religiões ou sexos, são iguais aos olhos do governo americano. Há até um presidente afro-americano. Mas se você se aventurar para longe de onde os guias turísticos normalmente o levariam, vai descobrir uma América diferente. Pobreza, crime e abuso de drogas podem ser vistos em clara luz do dia e guerras de gangues são rotina. Nestes bairros, uma sensação de insegurança e esquecimento dominam. Dificilmente esta seria a igualdade que Lyndon Johnson havia visado quando assinou a Lei dos Direitos Civis.

E todavia, o sentido de discriminação e injustiça dentro das comunidades afro-americanas exprime um processo muito mais profundo que a atitude do governo para as pessoas baseadas na cor da sua pele. Por todo o mundo, as pessoas estão a tornar-se cada vez mais isoladas e egocêntricas, ao ponto que hoje a maioria da população demonstra pelo menos vários sintomas de narcisismo patológico. Esta tendência está a separar as pessoas e comunidades e causa ódio e sectarismo. Em anos recentes, exclusividade intensificada irrompeu e seus jorros violentos clamam cada vez mais vítimas que caem como presas para o ódio. Se não invertermos esta tendência, facilmente resultará no irromper de certa forma de guerra civil. A América já provou a guerra civil nos territórios dos direitos civis para negros; seria sábio o suficiente evitar tal outro trauma.

Natureza versus Criação

Numerosos indicadores apontam para o facto de que o egocentrismo enraizado na natureza humana se tornou demasiado intenso e inibido para ser contido. Racismo e antissemitismo estão a aumentar, desigualdade social está a aumentar, diferenças económicas estão a expandir-se e violência e terrorismo estão a espalhar-se pelo mundo. A inclinação do homem, que é evidentemente “má desde sua juventude,” está rapidamente a destruir as fundações da sociedade humana.

A solução para esta crise reside não em querer que o governo assine mais leis, mas em sintonizar as forças que criam nossas más tendências de uns para os outros e mudá-las no seu núcleo. Se olharmos para o nosso sistema de educação descobriremos que ele está engrenado para a competição descarada. Ele doutrina-nos para a mentalidade da “sobrevivência do mais forte”. Mas a natureza não funciona desta maneira. Uma vez que todas as partes da natureza são dependentes umas das outras para seu sustento, competição desenfreada é, por defeito, uma abordagem insustentável.

Na natureza, a ênfase está na harmonia; nos humanos, a ênfase está na hegemonia. Se a hegemonia vencer, todos nós perderemos.

Tal como há uma força que nos separa uns dos outros, há uma força que conecta todas as partes da natureza, incluindo humanos. A meta da educação deve portanto ser introduzir a força de conexão na sociedade humana. Se forças de separação e conexão conseguirem existir harmoniosamente dentro da humanidade, encontraremos a paz nas nossas vidas. E uma vez que nossa má vontade de uns para os outros já está enraizada dentro de nós, precisamos de nos concentrar em nutrir a força da conexão.

Há muitas maneiras de avançar para introduzir esta força na sociedade humana, mas o elemento chave em construir conexões positivas sobre nossa alienação são simplesmente os esforços que fazemos nessa direcção. De certo modo, precisamos de introduzir uma espécie de “discriminação positiva.”

Tal como a violência produz a violência, a gentileza produz a gentileza. Acções positivas evocam a força positiva que já existe dentro de nós e impulsionam-a para a acção. E tal como a força de separação nos faz ver o mundo como hostil e fragmentado, se activarmos a força de conexão, veremos o mundo como amigável e conectado.

Se estas palavras parecerem irrealistas ou ingénuas, isso demonstra quão forçados somos a ver o mundo através da nossa própria má vontade.

Tanto Quanto Mais Uma Razão Para Nos Apressarmos

Em 2008, os afro-americanos tinham esperanças elevadas de que o primeiro presidente negro tornaria as coisas melhores para eles. Ele não fez. Não poderia ter feito. Um governo consegue passar leis e tentar aplicá-las, mas não consegue mudar a natureza humana. É por isso que a solução para todas as formas de racismo é a educação e não uma aplicação mais dura da lei, especialmente quando eliminar o racismo não se encontra entre os seus objectivos.

Desde que a administração Obama entrou no governo e especialmente durante a sua segunda volta, o presidente se envolveu extensamente em admitir imigrantes da África do Norte e Médio Oriente nos EUA. Ao contrário das comunidades afro-americanas, que são predominantemente cristãs, as novas chegadas são amplamente devotos muçulmanos que não têm desejo de americanizar o seu modo de vida e valores, que consideram ser uma abominação. Sem qualquer intenção de serem absorvidos, será impossível os integrar na sociedade local. Em toda a semelhança, a migração muçulmana para os EUA vai acender conflitos ainda piores baseados na religião que alguma vez vimos.

Portanto, juntamente com os três ramos de governo, legislativo, judicial e executivo, precisa de haver uma quarta entidade, cujo propósito seja estabelecer uma base sonante social de conexão recíproca. Tal sistema deve unir educadores e facilitadores de todas as religiões, denominações, culturas e raças, que ajudem a facilitar uma sociedade multicultural cujo mais alto valor é a união acima das diferenças.

Até uma campanha educativa breve para aumentar a consciência do povo para nossa conectividade inerente nos vai ajudar a ver que precisamos de aprender a nos unirmos. Este esforço vai evocar a nossa sensação de conexão e nos vai ajudar a ver o mundo através de olhos conectados, em vez de nossa presente egocêntrica perspectiva.

A batalha contra o racismo está furiosa em todo o lado. Ainda não perdemos, mas temos de agir rápido e com resolução, antes que as fendas cresçam demasiado fundo e amplamente para as cruzar.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Meu Artigo No Ynet: “Toda Disputa Não É Uma Luta”

Nós estamos acostumados a ser varridos por confrontos culturais, mas, na realidade, quando as diferenças entre nós continuam a aumentar até um sentimento de ameaça, há um método especial de como manter todas as opiniões, bem como se manter em um objetivo comum acima delas.


Os israelenses gostam de discutir sobre quase tudo. Eles discutem em casa, irrompem no Facebook, e dominam a estrada, e em quase todos os lugares possíveis. Até mesmo o hall dos funcionários públicos eleitos em Israel tornou-se uma arena para as mais proeminentes disputas relatadas. O Knesset israelense é o principal ponto de encontro para a cultura do debate.

No momento em que um “amigo” se levanta e oferece seu discurso, imediatamente o seu “amigo” se levanta contra ele e o contradiz. A crítica construtiva para o debate ou questões iluminando em nossas mentes são bem-vindas, mas grande parte da discussão que encontramos hoje é motivada por interesses estreitas, e não de um desejo de beneficiar a sociedade.

Ostensivamente, a polarização e a divisão na sociedade israelense refletem fracasso, mas a sabedoria da Cabalá afirma que uma sociedade desenvolvida é aquela que sabe como conter os opostos dentro dela, uma ampla gama de opiniões diversas. O pluralismo, as diferenças de opinião e discurso público, mesmo que entre em conflito, são importantes manter e até intensificar, mas acima deles, é necessário construir uma espécie de cola que nos une acima das diferenças, ou no final, vamos nos “devorar” uns aos outros.

É Tudo Meu

A história judaica está entrelaçada com conflitos e oposições entre as diferentes partes da sociedade onde o pico é representado pelo ódio infundado que se desenvolveu entre as pessoas que posteriormente levou à destruição do Templo. Desde então, uma força dominante agiu entre o povo de Israel, conhecida na sabedoria da Cabalá como o egoísmo ou a linha esquerda; quando a usamos apenas em sua forma natural, ela gera ódio e divisão. Nós podemos aprender sobre a intensidade da oposição entre nós do provérbio: “Dois indivíduos seguram uma peça de roupa. Um deles diz: ‘Eu o encontrei’, e o outro diz, ‘eu o encontrei’. Um deles diz: ‘É tudo meu’, e o outro diz: ‘É tudo meu’. Em seguida, um jura que a sua participação nele não é menos da metade, e o outra jura que a sua participação nele não é menos da metade … “, e eles discordam.

No final, a disputa entre os dois, leva à conclusão de que, na verdade, em todas as áreas todos nós agarramos esse xale de oração no mesmo destino comum que nos une. No entanto, para equilibrar a força negativa que faz com que todas as pessoas se preocupem apenas com elas mesmas, é preciso despertar a força positiva que pode nos colar juntos e elevar calor e um sentimento de família, conectando-nos acima de todos os conflitos que nos dividem. Na sabedoria da Cabalá, essa força é chamada de linha direita. Para despertá-la, devemos nos esforçar e conectar entre nós.

A Estrada Dourada

O ponto de partida para a primeira comunicação entre nós é a aspiração comum para o futuro melhor que todos esperam. Um objetivo comum pode desenvolver dentro de nós a disposição de ceder e ouvir os outros. Nós não precisamos admitir nossas posições pessoais ou nossa individualidade. Pelo contrário, à luz do objetivo comum e apesar das diferenças, tentamos criar conexão.

Como resultado disso, um novo ponto de contato é criado entre nós. Esse não é um compromisso ou uma ponte temporária, mas uma linha média que equilibra as duas linhas opostas e as complementa. A questão é semelhante aos casais que discutem entre si, mas têm sempre em mente a relação conjugal ideal que os une. Especificamente, as discussões em curso e o desejo de dominar o outro cria a infraestrutura que ajuda a ascender acima da luta entre eles e cria uma nova conexão.

A Sabedoria da Conexão

Não vamos nos permitir afundar em lutas sociais sem fim que farão com que a nação se deteriore em corrupção terrível e brutalidade. Devemos considerar todos esses casos como um sinal que expressa o imperativo de trazer a paz entre todos os concorrentes.

Está no poder da sabedoria de conexão trazer essa unidade, sem eliminar as diferenças entre nós. A mágica do método é que ele muda a atitude em relação à disputa. De repente, a imagem parece diferente em propósito e assume um novo significado. A oposição é esclarecida como um motivo único que foi criado por nós, para que pudéssemos subir ainda mais acima das diferenças e se conectar em um sistema de relações mutuamente responsáveis.

Se não agirmos, mais cedo ou mais tarde as oposições poderão levar a um curto-circuito social que vão interromper todos os sistemas do país. Para evitar isso de forma proativa, é melhor para nós assumir a responsabilidade e considerar seriamente a criação de um organismo que, intencionalmente, irá orientar e direcionar corretamente todos os cidadãos na nação de Israel, uma espécie de conselho socioeducativo nacional, que regularmente iniciaria processos e eventos sociais para desenvolver o valor da unidade na consciência social. O futuro da sociedade está nas mãos de cada um de nós.

Publicado originalmente no Ynet

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Opinião: A América Dirige-se Para um Choque de Civilizações?

Polícias conduzem uma caça ao homem após o tiroteio em massa em San Bernardino na Califórnia 2 de Dezembro, 2015. (foto:REUTERS)

Esta semana, a América celebrou 240 anos de independência. Muito mudou na América desde que os treze estados originais concordaram se unir sob a premissa de que todos os homens são criados iguais e dotados de direitos inalienáveis à “vida, liberdade e a busca da felicidade.” Agora, parece que a América está prestes a enfrentar um golpe final e letal sobre estas verdades, que aparentemente já não são evidentes.

Em anos recentes, a “ocupação pela imigração” Muçulmana da Europa cruzou o Atlântico e se introduziu a si mesma nos EUA. Se bem sucedida, ela transformará a América de uma democracia numa tirania fundamentalista cuja lei é a Sharia e a Primeira Emenda se tornará uma distante memória.

Embora este cenário negro e pesado não seja inevitável, a situação requer solução e um entendimento de que todas as crenças são bem-vindas à América, incluindo o Islão, eles devem também respeitar a liberdade da prática e fé (ou falta da mesma) de todas as outras pessoas. Sem este entendimento fundamental entre todas as forças que moldam a sociedade americana, um choque de civilizações será inevitável, com horríveis consequências para a sociedade americana e para o resto do mundo.

O Benefício após o Fracasso

A América emergiu do desespero da Grande Depressão e das cinzas da Segunda Guerra Mundial como um super-poder que dominou a arena internacional política. A necessidade de reconstruir sua economia e a necessidade de fabricar armas e produzir comida para o esforço da guerra, transformou a América numa fábrica que criou bens exemplares tais como automóveis, aviões, tanques e electrodomésticos. A América era o progresso; a América era o futuro. O trabalho duro dos anos 30 e 40 compensou e nos anos 50, a América se havia tornado o símbolo do sucesso e poder. O Sonho Americano, parecia, estar ao alcance de todo e cada Americano.

O sucesso económico e militar podem conduzir ao domínio na arena internacional. Os valores americanos de liberdade de expressão, capitalismo e democracia dominaram o Ocidente e os EUA se tornaram o líder indiscutível do Mundo Livre.

Tomar o Sucesso como Garantido

Porém, como acontece frequentemente, quando algo que fazemos funciona bem, assumimos que a próxima geração naturalmente vai seguir o nosso exemplo. Todavia, a força da América não veio da sua riqueza e poder, mas do seu trabalho duro, o compromisso de muitas pessoas a se ajudarem a si mesmas e ao seu país e o sentido de valores sociais justos compartilhados. Trabalho duro e sólida ética não são herdados; eles devem ser infundidos e cultivados. À medida que os americanos se tornaram afluentes, eles se tornaram condescendentes, mimados e gradualmente abandonaram os valores que haviam dado a força ao seu país. Disciplina na escola tornou-se frouxa e o aforismo de JFK, “Não perguntes o que teu país pode fazer por ti, pergunta o que tu podes fazer pelo teu país,” gradualmente ficou desprovido de substância. Este foi o princípio do declínio da América.

A Panela de Pressão

Outro aspecto importante do sucesso da América é sua diversidade de culturas, crenças e etnias. Quanto mais estes diferentes elementos procuraram se fundir na sociedade americana, mais robusta a sociedade de tornou, criando empregos e cultivando mercados para os bens e serviços americanos.

Mas talvez o ingrediente mais importante na panela de pressão americana seja que todo este estrato da sociedade aspire à meta descrita na Declaração da Independência: Todos são iguais e dotados com o direito inalienável à vida, liberdade e busca da felicidade. Quando  Martin Luther King, Jr. lutou pelos afro-americanos, ele não advogou separá-los da América. Pelo contrário, ele lutou pelos seus direitos inalienáveis para que se tornassem uma parte igual e legítima da sociedade americana. Cerca de na mesma altura, o musical clássico, Amor Sublime Amor, retratou o choque das etnias e levantou um grito contra o ódio racial. Nesses dias, parecia que a América era a líder na aculturação e assimilação.

Mas tudo isto mudou em anos recentes.

Um Choque de Civilizações

Passadas décadas de cultivar consumismo excessivo e comodismo, os americanos se tornaram demasiado egocêntricos, esgotados e socialmente indiferentes para repararem naquilo que está a acontecer ao seu redor. Isto tornou o país susceptível às aspirações da subida ao poder de elementos estranhos. Quando um novo tipo de Islão derramou para a América, não havia ninguém que o impedisse. Este não é o Islã que a América conhecia, o Islã tolerante e inclusivo que  Cassius Marcellus Clay, Jr. adoptou quando se converteu e se tornou Muhammad Ali.

Tal como presentemente está a fazer na Europa, o Islã recentemente importado veio para dominar, não para se tornar uma parte da panela de pressão da América ou até de coexistir. Os massacres de San Bernardino e Orlando não são incidentes isolados; eles são o princípio de uma nova era sangrenta na América: uma era de um choque de civilizações onde a mais determinada vencerá.

Esta guerra de culturas é só o começo. Se a América despertar agora, ainda ela será capaz de lidar com a invasão. Mas se ela permanecer adormecida e deixar que a infiltração furtiva continue sem interrupções, então a América pode olhar para a Europa para ver onde ela estará a poucos breves anos daqui.

A Arma: Educação

Para vencer a batalha pelos seus valores e tradições, a América deve regressar aos seus princípios originais. Não há nada de errado no nacionalismo saudável quando ele representa um país que acredita que todos os homens nasceram iguais e deste modo têm o direito a escolher sua crença livremente. Também não há nada de errado em assegurar o futuro destes pilares da sociedade ao exigir que os recém-chegados os apoiem, também.

Disse o Rei Salomão que “o amor cobre todos os crimes” (Provérbios, 10:12). Uma educação bem sucedida para a coesão não só deve aceitar, mas abraçar as diferenças e usá-las para enriquecer e fortalecer a sociedade. Portanto, a América não precisa de banir a entrada Muçulmana, ou de qualquer outro grupo de pessoas. Em vez disso, ela deve introduzir seus valores basilares em todos os aspirantes recém-chegados antes que imigrem.

Doutrinação para os valores americanos, que são na realidade valores Ocidentais, deve começar no estrangeiro, nos países nativos dos imigrantes. Aquando da avaliação de seu sincero desejo de se tornarem uma parte da sociedade e cultura americanas, eles podem ser admitidos a uma permanência condicional.

Passados vários anos, quando for evidente que adoptaram os valores de seus anfitriões, lhes poderá ser concedida inteira cidadania e serem aceites como membros integrais da sociedade americana. Deste modo, a integridade social será mantida, enquanto a diversidade, que cultiva sua beleza e vitalidade, será aumentada.

O princípio do amor e coesão que cobre todas as diferenças deve ser o factor condutor para determinar quem pode entrar na “terra da liberdade.” Se a América adoptar este princípio, sua diversidade de etnias e crenças vai enriquecer o povo e fortalecer o país. Se a América quer ser grande novamente, como o colocou um candidato para a presidência, é este o caminho a seguir. Se não, ela deixará ser a América.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Ataque ao Aeroporto de Istambul: Um Reflexo da Nossa Sede Por Sangue

Enquanto nosso mundo avança incessantemente para o extremismo, fascismo, racismo, fundamentalismo, Nazismo e Antissemitismo estão constantemente a aumentar. Todos estão a tomar partidos e as pessoas estão a tornar-se cada vez mais agressivas. Enquanto nossos egos assumem o controle, eles causam ódio tão veemente entre nações e povos que estamos a perder a habilidade de comunicar, muito menos fazer a paz.

Se você vasculhar a história da humanidade, parece que temos estado envolvidos num banho de sangue praticamente interminável. Guerra após guerra, nossas civilizações se desenvolveram. A tecnologia é desenvolvida principal,  embora não exclusivamente, para fins militares e somente então é ela alternada para o uso civil em áreas tais como a ciência, medicina e recriação. Tudo o que a humanidade faz parece ser motivado por um desejo de dominar, manipular, subjugar e eventualmente destruir ou escravizar os outros. Isto se aplica a cada forma de relações humanas, desde a política internacional à unidade familiar. É a natureza humana.

Na viragem do século anterior vimos exponencial intensificação do ego. Durante as últimas duas décadas nos tornámos incapazes de comunicar, isolados nas nossas conchas pessoais. Ao mesmo tempo a realidade está a desenvolver-se na direcção oposta — apertando juntos cada vez mais, nos tornando cada vez mais interdependentes e interligados. Porém, por não nos conseguirmos suportar uns aos outros, ocorrem colisões!

Este conflito de forças entre nosso desejo de estarmos sozinhos e nossa conectividade obrigatória devem ser suprimidos e entorpecidos então nos apressamos para as drogas. Hoje, a maioria das pessoas no mundo ocidental tomam certo antidepressivo, sejam medicamentos receitados, canábis “medicinal,” ou outras forças de abuso de substâncias. Damos o nosso melhor para escapar à realidade pois não conseguimos tolerar estarmos juntos, todavia não conseguimos sobreviver sozinhos.

E quando as pessoas não se conseguem acalmar, elas não têm escolha senão desafogar suas frustrações. É então que se tornam agressivas e violentas.

É como um casal que viveu junto durante algum tempo. De vez em quando precisam de “descomprimir” para acalmar as pressões do relacionamento. Nós tratamos tais disputas domésticas simplesmente como parte do relacionamento, mas elas são na realidade reflexos dos nossos egos incongruentes. Exprimimos nossos desacordos, temos brigas e continuamos a avançar. Inversamente nos divorciaríamos.

Similarmente, nossa sociedade humana ficou cansada do desenvolvimento das guerras onde inteiros exércitos são mobilizados e dezenas de milhar são mortos. Se tomarmos em consideração que hoje, qualquer guerra entre dois países é provável arrastar outras nações para o conflito, aumentando a probabilidade de uma terceira guerra mundial e recordemos o risco muito real que a parte perdedora pode optar por armas nucleares em face da derrota, torna-se demasiado arriscado nos permitirmos nos envolver em guerra à grande escala. Deste modo, por todas suas consequências dolorosas, ataques terroristas tais como aquele que tomou lugar no Aeroporto Ataturk de Istambul  Ataturk parecem ser a opção menos sangrenta.

Isto é, a menos que mudemos de curso juntos.

Sem uma mudança é claro que nos tornaremos cada vez mais alienados e hostis uns para os outros até que nos encontremos envolvidos numa batalha engolindo toda a humanidade. Ou, podemos tomar um caminho diferente. É simplesmente uma questão de quão cedo escolhemos dizer, “Já chega!”

Quanto mais cedo decidirmos mudar, mais fácil e rápido isso será. Tudo o que precisamos é decidir que uma vez que não podemos exterminar nossos egos, devemos tentar avançar acima deles! Por exemplo, se usarmos o desejo de domínio para beneficiar a sociedade, tal como galvanizar comunidades para ajudarem outras comunidades, isso vai evocar amizade em vez de hostilidade e competição entre comunidades e vai aumentar a coesão dentro da comunidade solidária. Se as pessoas querem fama, faça-as famosas por fazerem o bem às outras. Nunca ninguém que ajudou os outros se sentiu mal. Precisamos de nos sintonizar essa força positiva que existe em cada um de nós e utilizá-la para nosso benefício.

Podemos escolher construir sociedades exemplares e os céus na terra, ou evitar qualquer acção e deixarmos nossa má vontade na liderança. O resultado será o mundo que hoje vemos: reflectindo nossa má vontade.

Porém, se aceitarmos o facto de que já estamos conectados e o usarmos para nosso benefício, para construir comunidades coesas, então não nos vamos ressentir da nossa conexão e não teremos desejo de adormecer nossos sentimentos usando drogas. Seremos capazes de jubilar na nossa conexão uma vez que há tanto que ela nos pode dar. A ciência provou que pessoas socialmente conectadas são tanto mais saudáveis como felizes, dentro da sociedade há uma força da qual os solitários se afastam e perdem seus benefícios. Através da  auto-doutrinação podemos aprender a usar nossa natureza egoísta para o bem comum para que a sociedade inteira possa beneficiar do desejo de todos por estima e reconhecimento. Quando nossas concretizações são compartilhadas, elas são multiplicadas. Tal como no dizer, “Um problema partilhado é metade do problema,” uma alegria partilhada é alegria multiplicada.

Quanto mais rápido entendermos este princípio e começarmos a construir a sociedade de acordo com ele, mais rápido mudaremos o curso de nossas vidas. Nosso futuro depende desta decisão—não só nossa felicidade, mas nossa própria sobrevivência física. Então quanto antes nos começarmos a conectar, melhor. Esta é nossa única protecção verdadeira e duradoura contra o terror e a guerra.

Publicado originalmente no Jewish Business News

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Brexit — Inglaterra fez um favor a si mesma e ao mundo

Nigel Farage, o líder do Partido pela Independência do Reino Unido (UKIP), faz uma declaração em Londres após Inglaterra ter votado deixar a União Europeia. . (crédito da foto:REUTERS)

Brexit é só o princípio. Quando nações que têm estado em desacordo umas com as outras durante séculos são forçadas a uma união, precisa de haver uma motivação mais profunda para se conectarem que o desejo de formar uma força contrária ao poder económico dos EUA e da China. Na ausência de um genuíno desejo de união, qualquer união é, por defeito, fictícia, opressiva e de curta duração.

Discernimentos de Provença

Em 1993, meu irmão sugeriu que nossas famílias fizessem uma curta viagem conjunta a França. Pensei ter sido uma boa ideia então passámos muito desse verão visitando as cidades e a bela zona rural da França numa carrinha alugada. Por muito que tenha desfrutado nisso, minha mais viva memória dessa viagem é o vigor com o qual o governo Francês lutava em favor de se juntar à emergente União Europeia (EU). Sinais em todos os lados das estradas, anúncios de TV, programas de rádio, entrevistas com políticos, tudo e todos pareciam ocupados a persuadir o povo Francês para escolher entrar na união.

Isto deixou-me atónito. Claramente, os únicos que ganhariam desta união seriam os grandes bancos e mega-corporações. Não conseguia ver por que o povo Francês quereria se atar a si mesmo aos Alemães, de quem claramente desgostavam e abdicarem de tantas das liberdades desfrutadas por um estado soberano. A promessa ilusória de estabilidade económica e paz simplesmente não pareciam ser uma razão na qual o povo caísse. Mas realmente caíram e até o selaram ao integrarem o Acordo de Schengen na lei da União Europeia.

Não estava convencido. Não conseguia ver então e não consigo agora ver como uma aliança que entra tão fundamentalmente em conflito com a natureza humana alguma vez teria sucesso sem cuidadosa preparação a longo prazo. É por isso que na minha visão, a menos que uma mudança revolucionária tome lugar, a União Europeia vai se desmoronar. É minha esperança que essa desintegração aconteça mais cedo que tarde pois quanto mais ela levar, mais dolorosa será para a Europa e para o resto do mundo. Penso que o Reino Unido fez bem em votar a favor do Brexit e quanto mais cedo outros países seguirem o exemplo, melhor será para todos.

Sobre a Ligação entre o Brexit, Natureza Humana e o Corpo Humano

Os países Europeus haviam estado num estado de guerra fria ou activa uns com os outros durante séculos. Só o século passado viu duas guerras mundiais surgindo disso, acrescendo a numerosos conflitos locais. Adicionalmente, as diferenças económicas entre os estados mais ricos e pobres da UE são tão monumentais que os últimos se tornaram completamente dependentes dos primeiros, criando desequilíbrio estrutural e descontentamento persistente entre muitos dos estados membros da UE. Verdadeira união pode acontecer somente quando todos são iguais, tornando a presente estrutura da UE insustentável.

Para entender a profunda transformação necessária para fazer tal união durar, pensemos no corpo humano. Nos nossos corpos, cada célula e órgão são completamente dependentes do resto do corpo. Cada célula “sabe” que deriva sua vitalidade do resto do corpo e desta forma tem um interesse pessoal em manter a saúde do corpo. As células mantêm sua coesão pois sua união lhes fornece uma força vital muito maior que a sua própria. Esta força conecta-as à vitalidade do organismo inteiro e as torna um único sistema cujos elementos escolhem permanecer nele.

A complexa colaboração que existe dentro do corpo humano não emergiu do dia para a noite. Biliões de anos foram necessários para que os organismos evoluíssem de colónias de células para organismos simples, para plantas, animais e finalmente para humanos. Em cada fase, as células e órgãos aprenderam a funcionar com uma sintonia cada vez maior.

Todavia, no nível humano, onde a consciência e psicologia social assumem o elmo do desenvolvimento, ainda nos comportamos como colónias de células primitivas. Ainda estamos por aprender como beneficiarmos uns dos outros através do mutualismo e como nos conectarmos à vitalidade do inteiro sistema humano. Até dentro de países lutamos para manter a paz e estabilidade, então como podemos pedir às pessoas que coloquem a hostilidade de lado e se unam com nações que, até recentemente, eram consideradas ferrenhas inimigas?

A formação da UE agrupou diversas nações juntas em sufocantes fronteiras e permitiu que seus membros mais fortes forçassem políticas sobre os mais fracos que eles não queriam aceitar. Tomemos, por exemplo, o ressentimento contra a Alemanha que a crise da imigração suscitou por toda a Europa. Não há dúvida que uma das muitas razões pelas quais a Inglaterra votou a favor do Brexit é que os britânicos queriam ganhar novamente controlo sobre a política da imigração em vez de lha ser ditada. A Inglaterra foi suficientemente forte para escolher sair. Outros países não têm o poder para fazer semelhante e então terão de continuar a aguentar os ditames da Alemanha. Isto não vai durar.

Formar Ligações Positivas

O meu professor costumava dizer que o amor é um animal que se alimenta de concessões recíprocas. Sem doutrinar o povo para os benefícios das conexões positivas, os países da UE não serão capazes de fazer as concessões necessárias para permanecerem conectados. Em vez de amor, vão acender o ódio profundamente enraizado que existe por baixo da superfície até que a inteira estrutura se desmorone numa explosão suficientemente forte para iniciar todavia outra guerra mundial.

Se as nações Europeias verdadeiramente se desejarem unir, elas terão de gradualmente começar a pensar na Europa como uma única nação. Somente quando tiverem aquecido a ideia da Europa como um único país, composto de muitos elementos complementares, terá uma união Europeia sucesso. Voltando a 1993, não vi esta doutrinação a acontecer, o que me tornou muito céptico sobre o sucesso de toda a investida.

Tal como nossos corpos, toda a natureza evolui para ligações mais apertadas. Contudo, podemos escolher como queremos chegar a essa coesão: através de erupções de guerra e ódio, ou ao cultivar entendimento mútuo, camaradagem e valorização.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Meu Artigo No Ynet: “Como Construímos Jerusalém Se Há Uma Ruína Em Nosso Coração?”

Jerusalém, o Monte do Templo e o Templo incorporam dentro deles muito mais do que aquilo que vem à mente quando pensamos neles pela primeira vez. O seu significado espiritual nos leva ao entendimento necessário de que a conexão entre nós não é apenas para o nosso benefício, mas para o benefício de toda a humanidade.

Jerusalém será reconstruída somente quando for nos nossos corações (foto: Shutterstock)

Quarenta e nove anos atrás, paraquedistas entraram em Jerusalém, libertaram a Cidade Velha, e a uniram. Parece que não há nenhuma cidade do mundo em que cada pedra dentro dela está mergulhada em uma história tão importante para a formação da espécie humana. A cidade que dá esperança a um povo inteiro é hoje o foco de anúncios ultrajantes desprovidos de toda a lógica da UNESCO, de que “o povo judeu não tem nenhuma ligação religiosa com o Monte do Templo e o Muro das Lamentações”.

As organizações internacionais estão tentando cortar a conexão entre o povo judeu e sua herança. A UE intervém em todas as atividades na cidade, e devido ao ritmo dos acontecimentos, não se surpreenda se o mundo iluminado acordar amanhã de manhã e decidir que Jerusalém não está ligada à nação de Israel, e isso não significa apenas a separação de Jerusalém Oriental.

Incansáveis esforços e dinheiro são investidos na criação de uma falsa consciência, que deve despertar essa questão no coração de cada um de nós: Como pode ser que a capital de Israel – uma cidade antiga que engloba em si a história abundante do povo de Israel, nossa religião e cultura, a cidade onde dois templos foram construídos e, infelizmente, também destruídos – é passível de ser apagada do mapa da terra de Israel? Em geral, de onde veio uma oposição tão determinada entre as nações do mundo para reconhecer Jerusalém como a capital de Israel? O que isso diz sobre a atitude negativa em relação a nós como povo?

Nós Temos a Chave para os Portões

A sabedoria da Cabalá mantém que a razão para essa perseguição está em não termos percebido nosso papel como povo, um papel que está enraizado em nós desde a natureza da criação, sobre cuja base o povo de Israel foi estabelecido. De acordo com a sabedoria antiga, a humanidade está ligada por uma rede de ligações mútuas. Nessa rede, o povo de Israel se destinava a ser “uma luz para as nações”, ou seja, ligado de modo que a força positiva que é inerente à natureza fosse transmitida ao mundo e funcionasse para conectar as pessoas e nações.

O mundo inconscientemente sente que a fonte de todo o mal e a raiz do sofrimento experimentado vem diretamente do fato de que o povo de Israel não realiza o seu papel. Esse sentimento continua a borbulhar cada vez mais, e está se cristalizando em uma agenda que se expressa nas tentativas de boicotar a nação de Israel. Vozes da comunidade internacional estão pedindo o reconhecimento de que o mundo estava enganado quando permitiu o estabelecimento da nação judaica no Oriente Médio e que talvez chegou a hora de tomar o cetro.

Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam) escreve:

“O judaísmo deve apresentar algo novo às nações. Isto é o que elas esperam do retorno de Israel à terra! Não é por meio de outros ensinamentos, no que nunca inovamos. Neles, nós temos sido sempre seus discípulos. Pelo contrário, é a sabedoria da religião, da justiça e da paz. Nisso, a maioria das nações são nossos discípulos, e essa sabedoria é atribuída somente a nós. … ”

“Isso certamente provaria às nações o acerto do retorno de Israel à sua terra, mesmo para os árabes. No entanto, um retorno secular como o de hoje não impressiona as nações, e nós temos que temer que elas vendam a independência de Israel para as suas necessidades, sem mencionar o retorno para Jerusalém”. (Rav Yehuda Ashlag, Baal HaSulam, “Os Escritos da Última Geração”, Parte 1, Seção 12, pp. 75-76).

A UNESCO, a ONU, a UE e o resto dos organismos internacionais que nos protegem são uma espécie de reflexão para nós sobre a falta de cumprimento de nossa função. Em outras palavras, nós estamos determinando nosso destino com nossas próprias mãos. Se o mundo está exibindo tanto ódio e antissemitismo em relação a nós que negam a conexão entre o nosso povo e a nossa casa, isso depende apenas de nós. Em nossas mãos está a escolha para decidir o futuro de Jerusalém como a capital de Israel, para melhor ou para pior. O que cabe a nós é decidir implementar uma mudança essencial nas relações interpessoais entre nós, conectando-se como “um homem em um só coração”, em vez de cada pessoa estar preocupada apenas com ela mesma. Como resultado da força positiva que criamos entre nós, nós equilibramos as forças de separação e levamos a termo o sistema de conexão entre as pessoas. As forças de conexão entre nós, também vão permear as nações do mundo e obrigá-las a iniciar um processo similar, para nos conectar e reconhecer como a origem da ligação e bondade.

Jerusalém está edificada como uma cidade que é compacta” (Salmos 122:3)

De acordo com a sabedoria da Cabalá, há uma ligação paralela e direta entre o sistema chamado de terra espiritual de Israel e o estado da terra física de Israel. O desejo (Ratzon) que está no coração de uma pessoa é chamado de Eretz, a terra de Israel (Eretz Yisrael), que tem um desejo Yashar El (Direto a Deus), o que significa que tem desejos narcisistas, mas só de amor pelos outros (Os Escritos do Rabash). Jerusalém vem das palavras “Ir Shalem” (Cidade Perfeita/Plena) e Irah – (Medo), uma cidade que é construída sobre o medo da separação, representando o sentimento da necessidade em preservar a conexão aperfeiçoada entre nós.

No centro do medo compartilhado de Israel, bem no coração da conexão entre nós, um estrato espiritual único é revelado que é chamado de Monte do Templo. Nele, nós podemos construir o Templo, um termo para uma conexão mais interna entre nós, um desejo compartilhado por amor. No momento em que paramos de lutar pela conexão interna, as ligações começam a se desvencilhar, e o povo de Israel é expulso. Quando as raízes escondidas na terra são arrancadas, isso mata a árvore inteira. É assim que o primeiro Templo foi destruído, é assim que o segundo Templo foi destruído, e é assim que tem continuado até hoje. E essa não é a destruição de um edifício construído em madeira e pedra, mas a destruição da rede de amor entre nós que se conecta em um. Isso porque “A casa [Jerusalém] foi arruinada por causa do ódio infundado” (Rabbi Israel Segal, Netzah Israel, Capítulo 4).

A mesma regra se aplica em nossos dias, “De acordo com a conexão do povo de Israel e seu despertar para o amor e o medo, Jerusalém é construída” (Koznitzer Maguid). Jerusalém será construída apenas quando a estabelecermos pela primeira vez em nossos corações com as relações corrigidas de conexão e amor. Até então, o ódio infundado vai continuar, e Jerusalém continuará como a capital em ruínas até lá, como uma cidade dividida, cheia de conflitos e derramamento de sangue, pois em vez de um lugar onde mora o amor, depois da destruição, o poder de separação e ódio domina.

“O Messias se senta na porta de Jerusalém e espera que as pessoas sejam dignas de redenção. Ele está algemado e precisa de pessoas completas para libertá-lo de suas correntes. … Agora ele almeja homens de verdade” (Ditos do Rabino Menachem Mendel). A sabedoria da Cabalá, a sabedoria da verdade, é um método que nos ensina como conectar e aplicar a regra geral: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Levítico 19:18). Com a ajuda do poder de conexão, nós podemos realizar o nosso papel como uma nação e restaurar o conceito espiritual de Jerusalém para toda a sua glória.

Então, Jerusalém será a capital do amor para toda a humanidade. Como está escrito: “No futuro, Jerusalém será como todos de Israel, e Israel será o mundo inteiro” (o Yalkut Shimoni). Então o mundo vai entender as palavras dos profetas: “… pois a minha casa será chamada de casa de oração para todos os povos” (Isaías 56:7), e “porque todos me conhecerão do menor ao maior” (Jeremias 31:33).

O que mais os sábios da Cabalá escrevem sobre Jerusalém?

Publicado originalmente no Ynet

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Entendendo o Processo dos Pedaços

Quanto mais caótico o mundo se torna, mais ele se ocupa a si mesmo com ingenuidades que visam “resolver” o conflito no Médio Oriente. Ultimamente, o mundo tornou-se tamanha confusão que até as iniciativas para a paz parecem ter dificuldade em coexistir. No presente, a iniciativa europeia apoiada pela França é o novo predilecto do mundo. Porém, há poucas semanas atrás foi ela como a iniciativa Saudita/Árabe e ressurgiu como uma fénix das cinzas agarrando a atenção dos media. Agora, no meio do ímpeto para apoiar a iniciativa francesa (e censurar seus críticos), um acordo de paz pré-eleições lá surge, não menos que foi, entre Mahmoud Abbas e o presente líder da oposição, Isaac Herzog, redigido quando ele aspirava se tornar primeiro ministro.

Antes da Guerra dos Seis Dias, a maioria do mundo apoiava a existência do Estado de Israel, alguns com grande entusiasmo. Alguns países até defenderam nossa causa durante a Guerra dos Seis Dias. Em 12 de Junho de 1967, dois dias após o fim da guerra, lia-se no item de capa do Der Spiegel, “Campanha Veloz de Israel.” Evidentemente ainda encantada pela milagrosa e esmagadora vitória de Israel e em linha com a posição favorável da Alemanha para Israel, o destaque do jornal devaneava poeticamente sobre o exército Israelita:
“Eles deslizaram como Rommel, venceram como Patton e cantaram com isso. “Este é um exército cantor. Seus guerreiros cantam como o herói de Hemingway,’ maravilhou o correspondente de guerra James Reston. Em 60 horas os filhos de Sião armados esmagaram o cerco Árabe a Israel. Eles enxotaram os profetas pan-árabes dos seus sonhos de dominação e derrubaram Nasser do Egipto para as profundezas do Nilo. Faraó assumiu a responsabilidade pela guerra perdida e submeteu sua demissão.”

Contudo, a Guerra dos Seis Dias foi um ponto de viragem. Apenas cinco meses mais tarde, o Conselho de Segurança da ONU concordou unanimemente sobre a famosa decisão de 242 clamando pela retirada de Israel dos territórios ocupados em 1967. Dentro de alguns anos, até a Alemanha, que não era parte do Conselho de Segurança na altura da votação, se alinhou a si mesma com o resto do mundo e alinhou com a decisão.

A Fórmula da Terra para a Paz (Nenhuma)

O “processo de paz,” ao qual frequentemente nos referimos aos enfadonhos esforços de terminar o conflito do Médio Oriente, oficialmente começou em 1977 quando o Presidente do Egipto, Anwar Sadat, chegou a Israel e um ano mais tarde se encontrou com o Primeiro Ministro Menachem Begin no Acampamento David. Seis meses mais tarde o tratado de paz foi assinado. Embora não tenham havido grandes hostilidades entre os dois países desde o cantar, é questionável se houve verdadeira paz mais cedo.

Até se considerarmos nosso relacionamento com o Egipto como sucesso parcial, o resto de nossas tentativas sinceras de paz com nossos vizinhos têm sido uma triste piada. Durante os anos, têm havido numerosos comícios, múltiplos encontros segredos, declarados e não declarados acordos e até algumas assinaturas, que não resultaram em paz, mas resultaram em milhares de baixas para ambos os lados. Oslo, Madrid, Acampamento David 2, a Iniciativa Saudita, o Roadmap, Annapolis, o plano de paz Abbas, Paris, John Kerry — estes nomes e lugares são apenas uma fracção de tentativas de alcançar a paz e os indivíduos que se envolveram a si mesmos em tentativas infelizes de implementar a fórmula de terra-pela-paz de Sadat.

Neste “processo de paz,” nós demos terra, um pedaço de cada vez, mas não recebemos paz. Gaza tornou-se uma plataforma de lançamento de mísseis disparados para civis Israelitas e a Cisjordânia tornou-se um viveiro jovens portadores de facas e armas de fogo que levam a cabo ataques suicidas assassinos em cidades Israelitas.

Evidentemente, a fórmula terra-pela-paz não é o caminho a seguir. Exercícios em futilidade podem ser um bom modo de chefes de estado estrangeiros desviarem a atenção pública dos seus próprios problemas, mas são apenas ilusões. Não há intenção sincera de alcançar a paz. E na ausência de boa fé, qualquer tentativa de paz é um desastre antes de sequer ser colocada em prática.

Paz Começa no Lar

Ser-se o centro das atenções mundiais não é nada de novo para os Judeus. Desde os dias da Bíblia, nosso povo tem sido culpado por todas as coisas que acontecem de errado no mundo. A única excepção para esta visão pode-se ser encontrada entre aqueles que ainda nos vêem como o Povo Escolhido, que acreditam naquilo que diz o Novo Testamento, “Porque a salvação vem dos Judeus.” Mas nem nós nem eles conseguem explicar como os Judeus devem trazer a salvação, ou sequer o que isso significa.

A atenção do mundo é nos dada por uma boa razão. As pessoas podem se ressentir de nós e declarar, como o General “Jerry” Boykin, “Os Judeus são o problema, os Judeus são a causa de todos os problemas no mundo,” mas estas afirmações também implicam que eles esperam que nós os solucionemos.

Nós podemos solucionar seus problemas, mas somente se respondermos à raiz de todos os problemas: Nós temos de superar nossa separação. Quando nossos antepassados emergiram do Egipto e formaram uma nação, eles o fizeram ao se apegarem à estrita condição de serem “como um homem com um coração.” Bem desde o início, eles nos haviam instado com a força positiva que estava entre eles, que os guiou para tudo aquilo que fizeram. Eles lutaram e combateram e durante séculos tiveram sucesso em cobrirem seus egos com fraternidade. Mas novamente, há cerca de 2000 anos atrás, eles sucumbiram ao ódio sem fundamento e o resultado foi o exílio e a eventual dispersão.

O método de cobrir todos os crimes com amor, como o Rei Salomão o colocou (Mishlê/Provérbios 10:12), foi nossa arma contra a extinção. Nossa união única, onde o ego não é suprimido mas coberto com amor fraterno, serviu como catapulta para fraternidade ainda maior. Ela dotou-nos com um método para manter uma sociedade próspera onde ninguém era oprimido e cada um era cuidado.

Até hoje, o remanescente desse poder repousa dormente dentro de cada um de nós. É por isso que por todas as tentativas de governantes poderosos, nós nunca seremos destruídos. Porém, é também por isso que o mundo nos odeia, isso parece que guardamos um segredo para o sucesso, um segredo que devemos compartilhar.

Em “A Respeito dos Judeus,” ponderou Mark Twain, “Todas as coisas são mortais menos o Judeu; todas as outras forças passam, mas ele permanece. Qual é o segredo da sua imortalidade?” Nosso “segredo” é essa centelha do poder de coesão que em tempos cultivamos. O historiador Martin Gilbert escreveu que Winston Churchill admirava os Judeus pelo seu “espírito empreendedor, o espírito de sua raça e fé… Esse poder pessoal e especial que possuiam os permitiria trazer vitalidade para suas instituições, que nada mais alguma vez poderia dar.”

Num mundo onde as pessoas são conduzidas somente pelos seus egos, as sociedades estão a desmoronar-se e as pessoas sentem-se sozinhas, alienadas e deprimidas. Na busca de sentido, elas se voltam para os extremos da sociedade e mergulham a cabeça em qualquer coisa que as faça sentir vivas e conectadas. Na busca de sentido para o seu sofrimento, as pessoas voltam-se para o fundamentalismo, tornando o mundo um lugar hostil e precário.

Mas o ego governa somente entre humanos. No todo da natureza há equilíbrio entre forças positivas e negativas, entre dar e receber. Na humanidade, as forças positivas repousam dormentes, debaixo da tirania da auto-absorção. E sem uma força positiva para equilibrar o comportamento humano egoísta, nossa sociedade torna-se um pesadelo.

Até reconstituirmos nossa união única, de que o mundo tanto necessita hoje, a humanidade não aceitará nossa existência enquanto indivíduos ou enquanto nação soberana. O processo de paz deve começar no lar, entre nós. Quando nos elevamos acima de nossas diferenças e as cobrimos com o “espírito empreendedor,” todos vão beneficiar.

Libertar o Mundo

No nível humano, a força positiva que equilibra o ego requer nossa decisão de a desbloquear. Inversamente ela permanece cercada pelos nossos egos. Até se a dermos aos outros, isso é quase sempre uma tentativa de no final nos beneficiarmos. Sem o desejo de nos conectarmos “como um homem com um coração,” a força positiva permanecerá cativa do ego.

Somente nós, os Judeus, libertámos esta força positiva anteriormente e somente nós podemos fazer isto agora. Isso depende de nossa decisão. Quando a soltarmos, equilíbrio se espalhará pela humanidade. As pessoas vão começar a sentir que união e fraternidade sinceras são o modo certo de viver. Elas podem não saber que isso vem de nós, mas elas vão sentir que somos benéficos, tal como agora sentem que somos prejudiciais. Essa é uma emoção visceral que não necessita de razão; elas vão senti-lo simplesmente.

Sem Cercas e Fronteiras Necessárias

Quando nos unirmos e libertarmos esse poder de equilíbrio que Churchill detectou instintivamente, a questão sobre nosso direito de existir em Israel será obsoleta. Ninguém vai sentir, muito menos afirmar, que nós não pertencemos aqui. Ninguém vai falar sobre um processo de paz pois não haverá necessidade de tal cosia. Haverá a paz.

Quando cobrirmos nossos egos com fraternidade e nos unirmos, os Árabes, que são realmente nossos primos, vão senti-lo e vão se juntar à nossa fraternidade. Líderes mundiais não vão evocar “iniciativas para a paz” pois não terão problemas domésticos a evitar ao desviar a atenção para outro lugar e porque não haverá necessidade de qualquer iniciativa.

Nutrirmos nossa união é o único processo de paz de que necessitamos e quanto mais cedo começarmos, mais fácil será. O mundo não conhecerá a paz até que nos encaixarmos uns dos outros juntos.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Mein Kampf (A Minha Luta) de Hitler pode em breve se tornar a nossa luta

“Se … o Judeu for vitorioso sobre os outros povos do mundo, sua coroa será a grinalda fúnebre da humanidade.” Este passado fim-de-semana, milhares leitores do jornal Italiano, Il Giornale, consumiram estas palavras venenosas, bem como outros tropos Antissemitas, enquanto o jornal distribuiu milhares de cópias gratuitas de Mein Kampf, a autobiografia de Adolf Hitler.

O jornal foi censurado pela sua decisão. O Primeiro Ministro Italiano, Matteo Renzi, descreveu o acto como “miserável,” enquanto outros criticaram a jogada do jornal como uma “jogada de vendas.” Em sua defesa, o jornal argumentou que a iniciativa “educaria os leitores sobre os males do Nazismo.”

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial até 1 de Janeiro de 2016, a distribuição do livro havia sido banida na Europa. Mas agora que os direitos de autor expiraram, o livro está a ser distribuído uma vez mais. Embora uma versão comentada do texto esteja a ser distribuída e vendida na Alemanha e Itália “para fins educativos,” cópias do texto original podem facilmente ser adquiridas online e em livrarias pelo mundo inteiro. Como consequência, há mais de setenta anos atrás após o fim da tentativa mais satânica de exterminar os Judeus, o texto que alimentou a ideologia Nazi é uma vez mais um bestseller — por todo o mundo.

Combustível Antissemita

Apesar das décadas que passaram desde o fim da Segunda Guerra Mundial, muito pouco mudou em respeito às atitudes para os Judeus. Pode ter havido um intervalo em expressões abertas de ódio aos Judeus, mas seu veneno não desvaneceu nem perdeu sua malícia. Em anos recentes temos testemunhado um ressurgimento de claro Antissemitismo pelo mundo inteiro. Enquanto terroristas matam civis inocentes nas ruas e cafés de Tel-Avive, a media internacional embrulha a verdade e retrata tais acções como “tiroteios incidentes.” Movimentos anti-Israel, tais como o BDS (Boycotts, Divestment and Sanctions) estão a tentar mutilar Israel económica e academicamente e depois de cada grande ataque terrorista no mundo, algum político mesquinho declara falsa bandeira e coloca a culpa em Israel.

De volta aos anos 50, o reconhecido Cabalista, Rav Yehuda Ashlag, escreveu na sua perspicaz composição, Os Escritos da Última Geração: “O mundo erroneamente considera o Nazismo como um resultado particular da Alemanha. Na verdade … todas as nações nisso sendo iguais; não há esperança de todo que o Nazismo pereça com a vitória dos aliados, pois amanhã os Anglo-Saxões adoptarão o Nazismo.”

Tal como o Mein Kampf alimentou o Antissemitismo nessa altura e lhe deu justificação “racional,” também agora o pode fazer. Hoje o livro está tão espalhado que para desfazer seu vil impacto devemos lidar com a razão para a sua disseminação em primeiro lugar: o Antissemitismo.

O Poder da Conexão

Nesse mesmo livro, o Rav Ashlag salienta que “é um facto que Israel é odiada por todas as nações, seja por razões religiosas, raciais, capitalistas, comunistas ou cosmopolitas, etc. Isso assim é pois o ódio precede todas as razões e cada [facção] resolve sua aversão de acordo com sua própria psicologia.” Ashlag continua a explicar que o povo Judeu tem um papel para desempenhar no mundo e enquanto nos refrearmos de o levar a cabo seremos odiados segundo vários pretextos.

Para conhecermos nosso papel no mundo, precisamos de entender nosso lugar na rede global que é a humanidade. Dentro dessa rede, os Judeus são as juntas e junções que nos permitem sentir conectados, aprendermos uns dos outros, nos fortalecermos e sermos fortalecidos uns pelos outros. Sem os Judeus, a rede humana seria escura e sem vida. Nossos antepassados, os antigos Hebreus, desenvolveram um método de conexão através do qual cada pessoa poderia usar seu egoísmo natural pelo bem comum, deste modo apoiando a sociedade e fortalecendo-a.

Os primeiros Judeus não suprimiram seus egos do modo que os grupos de ensinamentos Orientais e New Age sugerem com frequência. Em vez disso, eles se elevaram acima de seus egos, como afirma Rei Salomão (Provérbios, 10:12), “cobrindo seus crimes com amor.” Ao assim fazerem, eles desbloquearam uma força que os elevou acima de seus egos e os fundiu numa nação unificada.

Este método único não se destinava somente aos Judeus. Ele destinava-se a ser um meio de conexão para o mundo inteiro. Israel estava destinada a ser “uma luz para as nações,” fornecendo ao mundo um exemplo de um método para alcançar a união pois, como o colocou Rav Kook, “Em Israel reside o segredo para a união do mundo.”

Sua Luta, Nossa Luta

“O Judeu está unido somente quando um perigo comum o força a estar ou um tesouro comum o seduz,” escreve Hitler e não sem um pingo de verdade. “Se estes dois terrenos faltam, as qualidades do mais grosseiro egoísmo se tornam suas,” conclui ele.

O Rav Ashlag, Rav Kook e muitos outros líderes Judeus apontam para a ligação entre o estado do mundo e o papel do povo Israelita. No seu livro, Orot (Luzes), escreveu o Rav Kook, “A construção do mundo, que presentemente se encontra amassado pelas medonhas tempestades de uma espada ensanguentada, requer a construção da nação Israelita. A construção da nação e a revelação do seu espírito são uma e a mesma e são uma com a construção do mundo, que é amassado em antecipação de uma força cheia de união e sublimidade.”

Mas na ausência dessa “força cheia de união” nas nossas conexões, o poder do ódio prevalece no mundo e afasta as pessoas. Esta força maligna foi o que fez com que Adolf Hitler, Henry Ford e numerosos outros Antissemitas no decorrer das eras sentirem que os Judeus são a origem de tudo o que há de mau no mundo. Eles sentiam que os Judeus não faziam o que estavam destinados a fazer. Consequentemente, como escreveu o Rav Ashlag, “Em tal geração, em que todos os destruidores entre as Nações do Mundo levantam suas cabeças e desejam principalmente destruir e matar os Filhos de Israel, está escrito (Yevamot 63), ‘Nenhuma calamidade vem ao mundo senão por Israel.'” Isso assim é pois, para usar as palavras de O Zohar (Tikún nº 30), Israel causam “pobreza, ruína, roubo, matança e as destruições pelo mundo.”

Mas quando os Judeus tomam o caminho da fraternidade e se unem “como um homem com um coração,” eles evocam o poder da conexão e o projectam pela rede humana para o mundo inteiro. Esse poder suaviza os corações das pessoas e as aproxima umas das outras. Ao mesmo tempo, ele desenraiza os pensamentos Antissemitas, uma vez que as pessoas começam a sentir o benefício que os Judeus trazem ao mundo. Nas palavras de Maor Vashemesh, “A principal defesa contra a calamidade é o amor e união. Quando há amor, união e amizade entre uns e os outros em Israel, nenhuma calamidade os pode dominar.”

Esta é nossa luta. Através da qualidade das nossas conexões causaremos o aumento do Hitlerismo ou seu desaparecimento final.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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De San Bernardino para Orlando, para …?

Imagem: Departamento da Polícia da Cidade de Orlando (Wikimedia Commons)

O massacre horrível na boate Pulse em Orlando, Filadélfia, não é um evento isolado; é parte de uma campanha. A Jihad contra os infiéis dentro dos EUA continental está em andamento há algum tempo. Não devemos ser enganados ao pensar que este ataque foi dirigido especificamente contra os homossexuais; ele foi feito contra a cultura Ocidental e a civilização Ocidental.

O massacre de Dezembro de 2015 em San Bernardino, no qual 14 pessoas foram assassinadas, foi o pior ato de terror em solo dos EUA, desde 9/11 até o massacre em Orlando. Como um banho de sangue na noite de Domingo, os autores eram extremistas e inspirados por grupos terroristas estrangeiros. Agora, pouco mais de seis meses após o trágico evento em San Bernardino, o pesadelo de Orlando supera a tragédia, com os seus 49 mortos e 53 feridos.

Tão perturbador é que tais tragédias estejam acontecendo, embora não devamos ficar surpreendidos com a sua ocorrência. Desde a sua criação, a administração Obama admitiu numerosos fundamentalistas islâmicos nos EUA e os ajudou a se fixarem livremente e sem controle.

Além da ameaça de que estes terroristas expõem, isso também cria um clima social favorável ao surgimento de terroristas “crias de casa”, tais como os fanáticos de Orlando e San Bernardino. O FBI não será capaz de rastrear e prender todos os extremistas antes de agirem. Quando o ambiente é brando e tolerante para com os fundamentalistas, eles podem espalhar seu veneno de ódio livremente e como os seus números crescem, assim será a sua crueldade. A América deve preparar-se para tempos ainda mais difíceis pela frente.

E como tem sido desde que os Judeus foram exilados de sua terra, em tempos difíceis eles são os primeiros a levar a culpa. Os judeus norte-americanos não serão exceção.

O que também é típico dos Judeus, especialmente no mundo Ocidental, é que eles parecem tão ansiosos para se ajustar que acolhem os seus inimigos com os braços abertos. Assim como havia Judeus que apoiaram, e até mesmo espionaram para Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, assim como os Judeus estão tipicamente apoiando o Partido Trabalhista no Reino Unido, aqueles profundamente enraizados no antissemitismo foram recentemente expostos, de modo que muitos deles apoiam a admissão indiscriminada da administração de todos os Muçulmanos, sabendo muito bem que isso permite que terroristas e extremistas entrem pela porta da frente comprar armas e cometer atrocidades. E quando um Judeu tenta avisá-los, eles o chamam de um intolerante e o denunciam em represália.

Historicamente, esta abordagem nunca ajudou os Judeus. A força dos Judeus reside na sua unidade, não no seu servilismo.

O tipo de unidade Judaica autêntica, aquela alimentada pelos nossos antepassados, era diferente da de qualquer outra nação. Nossa obrigação é reintegrá-la e compartilhá-la.

Não é o tipo de unidade da nova era, na qual todos sorriem um para o outro e trocam brincadeiras, enquanto debaixo, a podridão continua purulenta até que estoure. É a unidade que reconhece a vileza de nossa natureza e se esforça para subir e unir-se acima dela.

A contribuição judaica para o mundo é a única coisa que pode nos salvar de levarmos a culpa mais uma vez, deve ser a nossa implementação e subsequente partilha da capacidade de formar esse tipo especial de solidariedade e de coesão.

Na unidade, os antigos Judeus encontraram uma fonte de energia que os ajudou a equilibrar o seu egocentrismo e sustentar sua antiga sociedade por séculos. Hoje, nosso egocentrismo tornou-se narcisismo patológico e nossa sociedade está caindo aos pedaços. Em tal atmosfera, vários tipos de interpretações marginais de religiões e ideologias crescem e prosperam e, eventualmente, desintegram a sociedade. O único antídoto é esta unidade especial que desencadeia esse poder.

Como o nosso mundo está se tornando cada vez mais misturado, esta velha – mas nova unidade – é cada vez mais necessária. Sem ela, não há nenhuma esperança para a sociedade Norte-americana ou para a sociedade Europeia, e como sempre, toda essa raiva vai se voltar contra os Judeus.

Nossa escolha para unir irá determinar não só o nosso destino, mas também o destino do mundo, uma vez que ele rapidamente derrapa em desordem e colapso.

Se queremos que as elipses no título deste artigo sejam substituídas com a palavra “paz”, nós, os Judeus devemos fazer a paz entre nós, deixando nossos egos inflamados e subir acima deles, de modo a partilhar a nossa unidade com o mundo. Se não conseguirmos fazer isso, as elipses serão substituídas com o nome de um lugar onde mais uma tragédia aconteceu.

Originalmente publicado no Jewish Journal

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A Guerra ao Terror Não Será Vencida com Armas; Ela Será Ganha Com O Espírito

O Problema

Oito homens loucos são tudo o que é necessário para trazer uma nação forte e orgulhosa aos seus joelhos. Não há exército ou polícia que possam garantir a segurança dos cidadãos contra radicais determinados e mentalmente manipulados cuja única meta na vida é matar tantos não-Muçulmanos quanto puderem antes que morram. Agora que milhões de migrantes derramam para Europa, está claro que a Europa como a conhecemos desapareceu.

O Islão não está a combater com armas ou canhões. Você não consegue comparar seriamente o poder militar de digamos, o ISIS, contra aquele de qualquer país Ocidental, muito menos aquele da NATO, dos EUA ou da Rússia. Mas o ISIS progride onde quer que coloque o seu pé pois as guerras de hoje não são vencidas com guerras; elas são ganhas com o espírito e com uma ideologia que condiga a esse espírito.

A ideologia do Islão radical é muito simples: Ou se convertem e se tornam um de nós ou morrem. Eles não têm medo de morrer pois acreditam que ao se tornarem um shahid (aquele que morre enquanto protege ou promove o Islão) lhes concederá uma eternidade de felicidade no céu. Na dolorosamente vazia Europa pós-modernista, que idolatra o Euro em vez dos Europeus, tal ideia aparentemente simplista pode ter um apelo muito forte pois ela oferece sentido à vida e a certeza da derradeira felicidade.

A Solução

Para vencer a guerra contra o radicalismo, de qualquer espécie, não só o fundamentalismo Islâmico, o Ocidente tem de oferecer uma resposta viável à pergunta sobre o sentido da vida. A falta de sentido conduz milhões de jovens ate à extremidade, seja ela o fundamentalismo religioso, drogas pesadas, a extrema direita, ou a depressão e suicídio.

No presente, o Ocidente adora a abordagem do vencedor-leva-tudo. Aqueles que se levantaram acima de todos os outros são idolatrados independentemente de quantos “cadáveres” deixaram para o lado no seu caminho para a fama e fortuna. Nós temos de mudar este paradigma para um que abrace as pessoas em vez de as eliminar.

O mundo já está irreversivelmente interligado e interdependente, então tudo o que precisamos é aprender a como desbloquear nossa integração e beneficiar dela. Nós já somos uma única entidade em todos os níveis — social, económico e emocional — mas estamos a agir como se não fossemos. Estamos a tolerar uma atitude egocêntrica e na realidade nos comportamos do mesmo modo que as células cancerígenas conspiram contra seu organismo anfitrião até que ele morra junto com elas.

A solução para nossos males não é lutar contra o terrorismo. Isso tem de ser feito somente como medida de primeiros socorros. Mas a verdadeira solução virá quando oferecermos união acima das diferenças como solução.

União entre as pessoas desbloqueia bons sentimentos pois ela desencadeia o elemento pró-social em nós. Tal como a alienação e suspeita fortalecem o elemento egocêntrico em nós, a conduta oposta, até se a fingirmos inicialmente, liberta sentimentos pró-sociais em nós, que nutrem conexão e prosperam nela.

Conexão é a base da vida. Nós não existiríamos se não fosse a conexão entre nossas células e órgãos. Nosso planeta não prosperaria se não fosse a conexão entre todas as partes do nosso ecossistema global. A humanidade não vai existir se continuar a apoiar a separação em contraste com a conexão.

Conexão dá sentido à vida e ela nos fornece uma ampla percepção. Quando apoiamos a união somos dotados com uma perspectiva vasta, uma que estima a prosperidade de toda a humanidade. Em tal estado, a liberdade é maximizada pois as pessoas contribuem suas aptidões únicas e habilidades para o bem comum, desta forma se beneficiando a si mesmas e ao resto do mundo. Imagine um mundo onde todos estão inclinados deste modo e condicionados a entender os benefícios de tal disposição.

Verdadeira união não requer se tornar semelhante, mas em vez disso que cada um de nós demonstre sua singularidade, enquanto ao mesmo tempo cuidando dos outros. As pessoas que existem num meio ambiente que encoraja explorar e realizar seu potencial completo nunca serão infelizes e nunca vão procurar soluções extremas de qualquer espécie. Em tal realidade, elas serão respeitadas por contribuírem seus talentos para o bem comum.

Então o modo de vencer a guerra espiritual contra o fundamentalismo, de qualquer espécie, é aprovar o espírito da união acima das diferenças e encorajar a singularidade pelo bem de todos.

Publicado originalmente no The Huffington Post

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