Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Nos foi dada a Torá, mas será que a recebemos?

Enquanto fomos capazes de manter até uma lasca de fraternidade, fomos capazes de manter nossa nacionalidade. E assim que sucumbimos ao Helenismo, nos tornámos Helenistas.

Calendário judaico 2016. (crédito:DIMA DOROSHEVICH)

Este sábado à noite será a noite de Shavuot, a Festa das Semanas. Para os observantes entre nós, o ponto alto da noite será o estudar a Torá toda a noite, ou no meu caso, o estudo da Cabala. No dia seguinte vamos satisfazer-nos com panquecas e cheesecake e isso vai resumir muito bem o feriado.

Mas é disto que se trata realmente Shavuot? É óptimo saber Como Fazer as Melhores Panquecas, mas se considerarmos isto o vértice da celebração do feriado então estamos a perder o verdadeiro significado da dádiva da Torá e como ela nos pode ajudar aqui e agora.

A Torá — a Lei da Unidade

A Torá foi dada no pé do Monte Sinai, da palavra, sinaa [ódio]. Porém, ela foi dada somente após nossos antepassados e antepassadas terem transcendido seu ódio, se unirem e se encontrarem no pé da montanha “como um homem com um coração.” Esse evento foi o nascimento da nossa nação.

Desde então, nos dizem nossos sábios, que estamos obrigados e receber a Torá todo e cada dia usando exactamente o mesmo método de transcender nossos egos. O Rei Salomão formulou este princípio exacta e sucintamente quando escreveu (Provérbios 10:12), “Ódio incita discórdia, mas o amor cobre todos os pecados.”

Há uma boa razão pela qual a união, especificamente sobre os conflitos, é tanto a chave para o nosso povo. Todos nascemos egoístas, interesseiros até ao núcleo. E se nos esquecermos, a Torá nos recorda que “a inclinação no coração do homem é má desde sua juventude” (Génesis 8:21). Mas é somente o coração do homem que é mau. O resto da natureza é conduzida suave e pacificamente em harmonia equilibrada.

Em toda a história, somente Abraão havia achado um modo de equilibrar nosso egoísmo com gentileza e misericórdia. Seus descendentes desenvolveram seu legado num método adequado para as massas e aqueles que o implementaram entre eles se tornaram “o povo de Israel.” Enquanto o resto do mundo permaneceu no modo da “sobrevivência do mais forte”, os antigos Hebreus construíram uma sociedade que era justa, moral, misericordiosa e onde cada membro prosperava ao contribuir para o bem comum. A Torá que receberam no pé do Monte Sinaa foi o poder de superar o ego através da união e construir uma sociedade equilibrada, onde a inclinação do mal não reina.

De Altruístas para Narcicistas

Até este dia, a antiga sociedade dos Hebreus serve como modelo de justiça e humanismo. Até o devoto antisemita, Henry Ford, salientou isto quando quis denunciar a conduta dos Judeus contemporâneos. Na sua infame composição, O Judeu Internacional — O Principal Problema do Mundo, ele compartilhou observações muito surpreendentes sobre os Judeus. Numa delas, afirmou Ford, “Os reformadores modernos, que estão a construir sistemas sociais modelo no papel, fariam bem em olhar para o sistema social debaixo do qual os primeiros Judeus se organizaram.”

Mas assim que nos rendemos ao ódio infundado, também rendemos a terra de Israel para as nações que exaltavam os valores que agora nós havíamos adoptado. Gradualmente, o verdadeiro sentido da Torá havia por completo sido esquecido e ela tornou-se aquilo que a maioria de nós a consideramos: um livro e um conjunto de certos e errados. Pnimiut hatorá [a interioridade da Torá], seu poder de nos elevar acima do ódio e nos unir e deste modo criar uma sociedade robusta, desapareceu virtualmente do nosso povo. Ficámos absorvidos no hedonismo, narcisismo e pior de tudo, na separação uns dos outros. A Torá pode nos ter sido dada, mas nós nos esquecemos de como a receber e para que serve ela!

Sem Luz para as Nações

As nações, que assumiram o controle da nossa terra, também assumiram o controle sobre nossos corações. Em vez de aspirarmos ser “uma luz para as nações,” um farol de esperança contra o egoísmo, adoptamos os valores dos Romanos e deixámos o egocentrismo e o individualismo dominar. Pensavamos que através da democracia e liberalismo seríamos capazes de conter o ego humano, mas a crescente injustiça e desigualdade nas nossas sociedades indicam que precisamos de um remédio mais potente que um novo presidente ou primeiro ministro.

O mundo nos culpa pelos seus males não por estarmos a fazer algo mau intencionalmente. Ele culpa-nos pois não estamos a fazer aquilo que deveríamos, que é reinstalar o método da união acima do egoísmo.

É verdade cada dois Judeus têm três opiniões, mas também é verdade que a diversidade fortalece em vez de enfraquecer, desde que todos contribuam sua perspectiva pessoal para o bem comum. Nossos antepassados valorizavam a união tanto que a tornaram o princípio nuclear do Judaísmo. “Ama teu próximo como a ti mesmo” se tornou a toda inclusiva lei do nosso povo e enquanto fomos capazes de manter sequer uma lasca dela, fomos capazes de manter nossa nacionalidade. E assim que sucumbimos ao Helenismo, nos tornámos Helenistas.

Como tal, o mundo não nos acha úteis. Ele só precisa de nós se soubermos o que significa realmente receber a Torá e nos conduzirmos de acordo com isso. Somente se pegarmos na nossa discórdia egoísta e nos elevarmos acima dela, não a suprimindo, mas elevando-nos acima de nossas diferenças as usando como alavanca para união ainda mais forte, somente então vamos merecer o titulo,  “o povo de Israel” e o mundo saberá por que estamos aqui.

Até que o façamos, o mundo vai continuar a nos culpar por toda a guerra e luta pois sem um método de conexão, o resultado inevitável é a guerra. Quando o Professor de estudos do Corão, Imad Hamato, afirma, “Até quando os peixes lutam no mar, os Judeus estão por trás disso,” isso não é meramente propaganda. Quando um Mel Gibson alcoolizado joga sobre um polícia, “Os Judeus são responsáveis por todas as guerras no mundo,” ele realmente quer dizer isso. Não devemos conceder a nós mesmos e pensarmos que os Antissemitas são pessoas incultas. Algumas das pessoas mais educadas da história eram independentemente Antissemitas fervorosos que acreditavam que estamos em falta por tudo aquilo que há de errado no mundo.

Receber a Torá

Para realmente celebrar o feriado de Shavuot não devemos celebrar somente a doação da Torá. Devemos abraçar sua mais interna mensagem de unidade e nos elevarmos acima de nossas diferenças. Somente então nossa Torá será como seu nome indica — luz, a luz da união.

Todos precisam de união. Mas somente nós, se assim escolhermos, a podemos instar entre nós em prol de a transmitir. Em Shavuot, os lacticínios que comemos simbolizam misericórdia. Se nutrirmos esta qualidade entre nós e reinstalarmos nosso princípio do amor pelos nossos próximos como a nós mesmos de modo a compartilhá-lo com o mundo, nos será concedido o favor das nações pois elas vão beneficiar do nosso trabalho.

Pensemos sobre estas mensagens enquanto nos reunimos este Shavuot e que possamos celebrar o próximo Shavuot como uma nação unida.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Comentário: Por Quê Bernie Sanders Odeia Israel

Candidato presidencial democrata Senador Bernie Sanders (D-VT) fala para uma multidão de apoiantes no Mayo Civic Center a 27 de Fevereiro, 2016 em Rochester, Minneapolis. (crédito da foto:STEPHEN MATUREN / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)

Nós não precisámos de Cornel West, a escolha de Bernie Sanders, apoiante do BDS e atacante de Israel, para participar em escrever a plataforma Democrata, para saber o que ele sente sobre Israel. Em Maio de 1985, quando Sanders ainda era prefeito de Burlington, Vermont, ele convidou seu colega crítico de Israel (Judeu), Noam Chomsky, para dar um discurso na câmara municipal. Sanders não protestou quando Chomsky despreocupadamente afirmou que Israel “não quer um estabelecimento político” no Médio Oriente, ou quando ele afirmou que Israel serviu como assassino “substituto” para os EUA e levou a cabo assassinatos em massa “na África, Ásia e principalmente na América Latina,” onde, de acordo com Chomsky, Israel massacrou “milhares, senão dezenas de milhares de pessoas” no Nicarágua.

Com tal registo em mente, ninguém deve ficar surpreendido que Sanders acredite que Israel matou “mais de 10,000 pessoas inocentes” no último conflito em Gaza, quando até a mais alta casualidade do Hamás são um quarto desse número.

Do Extremo ao Mainstream

Se nos anos 80, Sanders e Chomsky eram uma espécie rara entre o credo, hoje são todos senão mainstream. Sidney Blumenthal, por exemplo, o ajudante e próximo associado dos Clinton, não é mais advogado de Israel que Sanders. E se olhar para as fileiras de topo do movimento Boycott, Divestment, and Sanctions (BDS) vai encontrar muitos Judeus e antigos Israelitas entre eles. O movimento Jewish Voice for Peace (JVP) é outro flagrante exemplo de organizações Judias dedicadas a debilitar e demonizar Israel.

No decorrer da história, o povo Judeu viu companheiros Judeus se virarem contra seu próprio povo. O Chefe Encarregado de Tito, Tibério Júlio Alexandre, que era o sobrinho de Fílon e cujo pai doou os portões dourados ao Templo, ordenou tanto a destruição de Jerusalém como  o massacre de 50,000 da sua comunidade Judia nativa em Alexandria. No século 15, Tomás de Torquemada, de descendência Judia, foi o primeiro Grande Inquisidor da Espanha e o arquitecto por trás da expulsão dos Judeus da Espanha.

Durante a Segunda Guerra Mundial houveram Judeus que lutaram e espiaram pela Alemanha Nazi. O assistente pessoal de Estaline, Alexander Poskrebyshev, era Judeu e o assistiu em tudo, incluindo seu plano de exilar todos os Judeus da Rússia para a Sibéria.
Dizem que os Judeus são únicos, mas esta auto-aversão não só é única, ela é também muito perigosa.

Exilados desde o Primeiro Dia

Bem desde o início, os Judeus eram diferentes. Até nos dias em que éramos chamados “Hebreus”,  vivíamos por códigos morais e sociais diferentes. Enquanto o resto das nações viviam pela espada, os antigos Hebreus exercitavam o amor fraternal e tentavam amar seus próximos como a si mesmos. E enquanto o mundo nutria o individualismo, os Hebreus nutriam a abnegação.

Nossos antepassados eram um “grupo” ecléctico. Eles não vieram de uma tribo ou localidade especifica, mas eram uma colecção de indivíduos que seguiram a ideia de que misericórdia e amor fraterno eram os princípios pelos quais viver. Ao contrário de seus contemporâneos Babilónios e Cananitas, eles não tentaram jogar ego contra ego para ver quem ficava de pé. Eles haviam acabado de chegar de tais sociedades e não queriam mais viver desta maneira. Em vez disso, reconheceram que o ego, que eles chamaram de “inclinação do mal,” é realmente mau, que é um traço inerente (“o mal rasteja à porta”) e que o único modo de o superar é o cobrir com amor. Colocando-o nas palavras do Rei Salomão (Provérbios, 10:12): “Ódio incita a contenda e o amor cobre todos os crimes.”

Claramente, não é fácil aspirar constantemente a corrigir seu ego e amar seu próximo como a si mesmo. Desde o início, alguns Judeus não conseguiam viver de acordo com esse ideal e abandonaram o credo. De facto, após o exílio na Babilónia, a maioria dos Judeus abandonou sua fé e se misturou com as nações. Os poucos que regressaram à terra de Israel se tornaram o povo Judeu que hoje conhecemos. Eles foram aqueles que foram confiados com transmitir a ideologia de Israel de seus antepassados: a ideia de que “amor cobre todos os crimes” é o modo de viver e que “ama teu próximo como a ti mesmo” é a grande klal (lei toda inclusiva) da Torá, a lei Judia.

O Nascimento do Antissemitismo

Quando os Judeus remanescentes de Israel declinaram para o ódio infundado, eles não conseguiram manter sua unidade, o Templo foi arruinado e os Judeus se desintegraram em comunidades exiladas. Foi só adequado que aquele que arruinou o Templo, Tibério Júlio Alexandre, era o próprio um Judeu.

Pouco depois da ruína do Templo, o Antissemitismo na sua forma mais contemporânea de libelos de sangue, teorias da conspiração e acusações de deslealdade, começou a dominar a atitude das nações para os Judeus. No máximo, a aristocracia os tolerava pela sua perspicácia económica e financeira. No pior, foram assassinados e empurrados para longe.

Desprovidos da habilidade de viver de acordo com o princípio que eles mesmo haviam engendrado, os Judeus tornaram-se tão egoístas como suas nações anfitriãs e uma boa porção deles não conseguia entender por que deviam eles manter a lealdade a sua religião. Estes Judeus assimilados se tornaram os inimigos mais ferozes da nossa nação, guardando profundo rancor pelos seus parentescos. Eles sabiam que nasceram num credo que estava destinado a ser “uma luz para as nações,” mas não queriam ser o povo escolhido e se ressentiam do facto de que o mundo esperava que eles fossem diferentes, mais éticos que os outros, quando de facto não eram.

Antissemitas não-Judeus fazem-o com relativa facilidade; eles simplesmente odeiam Judeus e raramente precisam de o racionalizar. Os Antissemitas Judeus têm uma vida muito mais difícil: eles sentem-se constantemente obrigados a se justificarem a si mesmos e ao mundo sobre por quê odeiam o seu próprio povo.

Ao assim fazerem perpetuam e aprofundam a desunião Judia, nos afastando mais da fraternidade que nos haviam originalmente promovido para a nacionalidade. E quando não conseguimos formar fraternidade, não podemos ser “uma luz para as nações” e desta forma intensificamos o ódio das nações para nós. Esta é a razão pela qual as piores catástrofes acontecem aos Judeus em países onde eles estão mais assimilados e menos unidos, tal como aconteceu na Espanha e mais tarde na Alemanha.

O Takeaway

Bernie Sanders é só um exemplo. Na verdade, todos temos uma parte dentro de nós que se ressente da sua origem e contesta nossa tarefa. Tal como nossos antepassados, isto é algo que temos de superar ao nos unirmos acima de nossos egos. Se deixarmos esse odioso de Judeus no interior dominar, vamos aumentar a separação entre nós e o ódio para nós vai crescer ainda mais.

Quanto mais fundo o mundo cai para o egoísmo desenfreado, mais ele precisa de um método para lidar com isso e mais ele se virará contra os Judeus. Sendo  os únicos que uma vez tiveram um modo bem sucedido de trabalhar com o ego — ao nos unirmos acima dele em fez de fazermos tentativas infrutíferas de o esmagar — o mundo nos culpará pelos seus males, não se apercebendo que tudo o que ele quer realmente de nós é que nos conectemos e apresentemos um exemplo de união.

Embora possamos não ser capazes de mudar o Bernie Sanders no exterior, ou dentro de nós, podemos usá-los como lembretes de nossa tarefa: de nos unirmos ao cobrir nosso ódio com amor, em prol de o compartilhar pelo meio do exemplo com o mundo. Devemos ao mundo nosso método único de conexão. Até que o implementemos em prol de o compartilhar, vamos permanecer os exilados do mundo, quer apoiemos o socialismo ou capitalismo. Nosso caminho para a liberdade reside não em nos odiarmos uns aos outros e nos conectarmos com o mundo; mas reside em nos amarmos uns aos outros primeiro e então nos conectarmos com o mundo.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Meu Artigo No YNet: “É Assim Que O Novo Livro Da Cidadania Deve Parecer”

Poucos o leram, mas todo mundo está discutindo sobre o seu conteúdo. A discussão sobre o novo livro da cidadania não é uma discussão sobre a verdade, mas sobre como controlar a capacidade de influenciar o caráter da nação de Israel: judaico, democrático, binacional, religioso, temporal ou desprovido de indicadores externos?

O debate acalorado sobre os novos livros de ensino cívicos é importante. É um debate fundamental sobre o caráter da nação, como o dever de todo cidadão israelense de participar.

A cidadania é um campo fundamental e controverso, em particular quando se fala de reescrever um livro cujo objetivo é incutir valores para a próxima geração. Se fôssemos tentar definir o conceito da nação de Israel, teríamos uma ampla gama de respostas que poderíamos ser forçados a escrever um livro de cidadania para cada indivíduo.

Nos últimos 26 anos, 17 ministros da educação têm servido em Israel! Numa altura em que o mundo se encontra no meio de uma crise global multifacetada e considerando o estado geral de incerteza, seria adequado basear nossos pontos de vista em uma base sólida e imutável como as leis da natureza.

Eu sugiro a abertura do primeiro capítulo do livro da cidadania para os cidadãos da nação de Israel com a história do povo de Israel. Comecem explicando as nossas raízes, a maneira pela qual o povo se desenvolveu ao longo dos anos, enfatizando o papel do povo de Israel e de como realizá-lo. Para ser cidadãos de Israel, primeiro devemos reconhecer nossas raízes.

A História do Povo de Israel

Cerca de 4.000 anos atrás, uma grande e desenvolvida civilização floresceu na Babilônia. Uma de suas características era uma conexão fortemente sentida a um destino comum que era sentido por seus cidadãos. No entanto, mesmo entre os habitantes da comunidade da Babilônia, um grande ego, o poder de separação, foi crescendo, trazendo a ruptura das relações e os fenômenos de exploração, abuso e ódio aos outros (1).

As relações se deterioraram e levaram a um beco sem saída. Em busca de uma fuga, os Babilônios voltaram-se para Abraão, um conhecido sábio Babilônico. A essência de seus ensinamentos definidos diante deles foi: “Afastamento e separação não vão resolver o problema. A fim de escapar da crise, compete a vocês lutar constantemente pela unidade, visto que como estudantes, você e eu estamos constantemente fazendo e vendo a bênção de nosso trabalho. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Levítico 19:18) é a lei fundamental, a base de todo o sistema de relações. É verdade que isso é difícil, pois o ego nos divide e separa, mas no momento em que tentarmos superar o que nos separa e nos conectarmos, estes esforços irão atrair a influência positiva das forças ocultas na natureza.

Quando Abraão começou a disseminar o método de conexão, ele reuniu um grupo de milhares de estudantes, que se chamavam Israel, Yashar-El (direto ao Criador), pois seu desejo era descobrir El (o Criador), o poder da unidade na natureza. Os Babilônios que não estavam interessados em participar disso se espalharam por toda parte, e eles são considerados os ancestrais dos diversos povos a partir dos quais toda a humanidade se desenvolveu (2).

Com a saída do povo de Israel da Babilônia, eles conheceram um período positivo e harmonioso durante cerca de 2.000 anos. A unidade era um valor supremo, e o Beit HaMikdash (Templo) que foi construído era um dos símbolos disso. Com o fim deste período, o egoísmo entrou em erupção novamente e trouxe uma separação mais profunda. O mesmo grupo fundado pelos estudantes de Abraão falhou e não teve sucesso na manutenção da unidade. A legalidade, segundo a qual a atitude egoísta e a separação foram reveladas entre o povo de Israel, conduziu à destruição e foi preservada neste momento. O Beit HaMikdash foi destruído, e o povo de Israel entrou em um exílio de 2.000 anos.

Desde o período da destruição do Templo, a conexão entre nós se desintegrou (3). Cada divisão criada ao longo dos anos, se acumulou e foi adicionou à falta de reciprocidade que temos experimentado até hoje. Seguidores e adversários, Asquenazes e Sefarditas, e até mesmo Judeus e Árabes: todos estão certos. No entanto, trabalhar com os erros do passado ou quem está certo não leva a nada. Em vez de tentar reescrever a história de acordo com uma narrativa particular e estreita, compete a nós abrir uma nova página compartilhada, clara de negócios inacabados.

Israel como o Centro Espiritual do Mundo

A unidade é a rocha mais sólida a qual podemos nos agarrar, e deve servir como uma lei. A lei da conexão, a mesma lei da natureza que Abraão descobriu, é o fundamento da sabedoria de conexão, que é a sabedoria da Cabalá (4). Os Cabalistas são aquelas pessoas que conseguiram perceber as leis da realidade que são derivadas de dentro da natureza. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” é a base para o legado da conexão que foi nos foi dada como herança, sabendo que uma vida harmoniosa vai nos levar a viver de acordo com a natureza.

Na verdade, além dessa herança espiritual, não temos muito mais. A nação de Israel de nossos dias é uma coleção de tribos ou facções que habitam o mesmo pedaço de terra. Elas estão muito longe do papel que lhes foi atribuído: uma nação cujo papel é dar o exemplo e levar a humanidade à conexão, paz, prosperidade e igualdade absoluta entre todos (5).

O grupo de Abraão daquele tempo deveria se tornar um tipo de centro espiritual mundial aberto a qualquer um que estivesse pronto para se conectar com outros de acordo com a regra geral, “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Caso contrário, de acordo com os escritos dos Cabalistas, não temos o direito de existir aqui. Além disso, quando percebermos a nossa missão original, a ideia espiritual vai se espalhar por todo o mundo (6).

E as Minorias?

Nenhuma pessoa, minoria, grupo, religião ou seita tem um monopólio sobre as leis da natureza. Já na antiga Babilônia, o povo de Israel incluía várias tribos. De acordo com esse princípio, mesmo em nossos dias, há um lugar para cada minoria viver na terra de Israel, contanto que aceite as condições básicas: o valor da conexão entre as pessoas será coroado como o valor supremo. Drusos, Circassianos, Armênios, Muçulmanos e Cristãos, sem qualquer diferença, são parte de Israel. Mesmo os migrantes do exterior podem fazer isso desde que aceitem a realização da lei de conexão em si mesmos.

Na realidade, onde tudo se desenvolve a partir de uma conexão entre as pessoas, até mesmo o conjunto de leis que promulgamos no passado será revestido de uma nova forma no futuro. A Lei do Retorno, que concede a todos os Judeus o direito de imigrar para Israel poderia mudar seu caráter. Hoje, ela serve principalmente à finalidade básica que esteve diante dos olhos dos legisladores, mantendo a segurança da nação de Israel. Na nova situação descrita aqui, não haverá nenhum problema na absorção de uma pessoa, desde que ela se torne Israel, Yashar-El. Em outras palavras, ela terá como objetivo a descoberta da lei da unidade na natureza.

Unidade como uma Lei da Natureza, Independentemente da Nacionalidade, Raça ou Religião

Neste espírito, a edição revisada do livro da cidadania para uma sociedade que já está envolvida com a conexão seria baseada na mensagem de que a nação que existe aqui estará livre de qualquer identidade religiosa, de pertencer a qualquer nacionalidade ou qualquer outra característica. Todos os cidadãos que viverem nessa nação de princípios serão iguais com o resto dos cidadãos.

A ideia espiritual está acima de diferenças nacionais, percepção, origem, condição socioeconômica, ou qualquer outro fator de divisão. Os cidadãos serão capazes de manter qualquer visão religiosa que eles gostem e manter seus costumes de acordo com a cultura religiosa que têm como base, mas a religião deve ser separada da nação. Ninguém vai impor a seu companheiro que costumes ele deve ou não manter. Acima de todos os vários costumes, crenças e hábitos, será um mundo completo de valores derivados da lei da natureza que gere a realidade, a lei da conexão (7).

Esse processo leva tempo. Até o momento todos nós vivemos desse modo, os pioneiros encarregados de começar com a Mitzvah (mandamento) de estabelecer um modelo de sociedade são os descendentes de Abraão, o único grupo de Judeus que anteriormente implementou tal sistema de relações. Além disso, enquanto os Judeus permanecerem longe de realizar o seu papel, uma sensação natural de ódio contra o povo de Israel será despertada inconscientemente entre os líderes nacionais do mundo. O aparecimento do antissemitismo, que continua a aumentar no mundo, indica a necessidade de percebermos o nosso papel de construção de um modelo de sociedade aqui e ser “uma luz para as nações”. Essa é a ordem do dia (8).

Um Modelo Internacional Exemplar

Isso é visionário? Utópico? Na verdade, não. É um programa educacional que devemos implementar imediatamente. De acordo com a sabedoria da Cabalá, nós estamos vivendo em um momento especial, e a janela de oportunidades que nos foi dada está se fechando. Para traduzir essas ideias espirituais de forma eficaz, é necessário lançar um processo socioeducativo expansivo. O processo começará com a implantação da ideia de conexão como um valor supremo, acima de todas as diferenças entre nós.

O conceito de cidadania geralmente se refere a pessoas que moram em um lugar definido. No entanto, na era global, nós precisamos redefinir e remodelar o sistema de relações entre nós, separando limites físicos, de modo que depois de perceber o processo entre os descendentes de Abraão e o estabelecimento de um modelo de sociedade aqui, será possível e necessário alargar o conceito de cidadania para todo o mundo.

Aqui, também, eu gostaria de sugerir a continuação do caminho do nosso antepassado Abraão e o caminho dos grandes Cabalistas, e estimular um discurso público em todo o mundo sobre a lei da conexão. Para isso, será importante aproveitar os meios de comunicação internacionais e os outros meios de comunicação, incluindo redes sociais, e também unir forças com organizações internacionais educacionais e sociais que são hostis a nós hoje, tais como Nações Unidas, UNESCO e o Parlamento Europeu. A ideia é simples: juntos podemos espalhar a mensagem para o mundo de que temos que viver juntos como uma única família global (9).

O primeiro passo nós devemos dar aqui em Israel. Aqui nós precisamos desenvolver sistemas sociais baseados em um espírito de unidade, começando com as diversas instituições de ensino, para a construção de uma vida em comunidade saudável e treinamento nos locais de trabalho. O mundo vai continuar a se comportar como de costume. Cada pessoa vai continuar a sua vida privada, mas junto com isso, temos que trabalhar para a conexão entre nós e ver em cada falha uma oportunidade maravilhosa de Arvut (garantia mútua) e aprofundamento da conexão (10). Depois nós aplicamos até mesmo um pouco disto e podemos avançar para partilhar a escrita do próximo capítulo no livro cidadania comum de nossas vidas.

Referências:

1. “Abraham ben Tera passou e os viu a construir a cidade e a torre, e ele os amaldiçoou em nome de Deus. Cada pessoa queria falar na língua de seu amigo e eles não reconheceram a língua do outro. O que eles fizeram é que cada um deles pegou sua espada e lutaram entre si até a morte. Então, metade do mundo caiu lá pela espada. “Pirkei de Rabbi Eliezer, Capítulo 24.

2. “A intenção da criação era que eles seriam todos uma associação a fazer a vontade do Criador. Está escrito que Adam HaRishon (O Primeiro Homem) disse a todas as criaturas, ‘Vamos curvar-nos e submeter-nos ao Criador “; mas devido ao pecado, este conceito foi arruinado até mesmo no melhor deles nessas gerações não tinham possibilidade de se reunir para servir ao Criador e permaneceram indivíduos isolados. A correção começou na geração da dispersão, quando uma separação foi feita na espécie humana. A correção que começou era que havia uma reunião e associação de pessoas para servir ao Criador que começou com o nosso patriarca Abraão, a paz esteja com ele e seus descendentes, quando em uma comunidade se reuniram para servir ao Criador. Nosso pai Abraão saiu chamando em nome do Criador, até que uma grande comunidade se reuniu em torno dele que se tornou conhecida como a Casa de Abraão. E isso cresceu até se tornar a comunidade de Israel. A conclusão da correção será no futuro, quando todos vão formar uma única associação de todo o coração a fazer a vontade do Criador. “Shem MiShmuel, Parshat Ha’azinu.

“Aquele que deseja ir pelo caminho do Criador é chamado Yashar-El, que é considerado Yashar [direto] Lael [a Deus], o que significa que ele quer que tudo o que faz suba direto para o Criador, e não deseja ter uma outra finalidade. “Rav Baruch Shalom Halevi Ashlag (Rabash), Os Degraus da Escada, artigo, “Aquele que Fortalece o Coração”.

3. “Em Israel está o segredo para a unidade do mundo.” Rav Avraham Yitzhak HaCohen Kook (o Raiah), Orot hakodesh (Luzes de Santidade), Vol. 2, p. 415.

“Ódio infundado existia no Segundo Templo, porque houve uma falta de companheirismo em Israel.” Shem MiShmuel, Parshat MiKetz.

“Mas o Segundo Templo foi arruinado pelo ódio infundado, que revoga a sua unidade, que era a sua virture no Segundo Templo.” O rabino Yisrael Segal, Netzach Yisrael (o poder de Israel), Capítulo 4.

“Quando a unidade foi removida, isso causou ódio infundado, o que enfraqueceu a parede ao redor de Israel para que os gregos tivessem o poder de quebrar através das paredes de Israel.” Shem MiShmuel, Parshat MiKetz.

4. “Nunca houve tal benevolência como houve com Abraão … ele trouxe a paz entre uma pessoa e seu companheiro, pois afinal de contas, ele era o pai de muitas nações. Devido a isso, ele uniu e fez a paz entre todas as criaturas. “Gevurot Senhor, Capítulo 6.

” ‘E amarás o teu amigo como a ti mesmo’. Você deve fazer tudo para seus irmãos o que você quer que eles façam para você … Esta é a lei que o nosso pai Abraão legislou, e a forma de bondade, segundo a qual ele agiu. “Rambam, Mishneh Torah, Sefer Shofetim, Hilchot Evel, capítulo 14.

“Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Levítico 19:18) é o mandamento supremo do Judaísmo. A doutrina humana eterna do Judaísmo cristaliza-se de acordo com estas palavras, e todos os livros sobre ética no mundo não pode dizer mais do que isso. “David ben Gurion, A Revolução Espiritual.

“Israel é como um único corpo e todo o Israel estão unidos uns com os outros.” Shem MiShmuel, Parshat Matot.

“Fomos ordenados em cada geração a fortalecer a unidade entre nós.” Sefer HaToda’ah, Capítulo 16.

5. “Israel – A essência do mundo e sua existência”. Ma’arechet HaElokut, Capítulo Dez, “O Portão do Homem”.

“Os filhos de Israel tornaram-se fiadores para a correção de todo o mundo com o poder da Torá, pois tudo depende dos filhos de Israel. Quando eles se corrigirem, eles vão chamar a toda a criação depois deles. “” Sfat Emet, “Sefer Shemot, Parshat Yitro.

“De Israel, a santidade se espalha para todo o mundo.” Zohar para o povo, parashá Emor, seção 92.

“… É sobre a nação de Israel para qualificar-se e todas as pessoas do mundo … para desenvolver até que eles tomam sobre si que o trabalho sublime do amor dos outros, que é a escada para o propósito da Criação, que é Dvekut com Ele . “Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam),” Arvut (Garantia Mútua), “item 20).

6. A comunidade de Israel é a essência de toda a existência, e neste mundo esta essência é muito influenciada pela nação Israelita material e espiritualmente, através de sua prole e fé. E a história de Israel é o resumo ideal da história em geral. Não há nenhum movimento no mundo, entre todos os povos, que não encontra o seu exemplo, em Israel. A sua fé é o resumo, a descarga e a origem que influencia o melhor e os ideais de todos os credos … trazendo-os para o nível de uma linguagem clara, chamando-o em nome do Criador. “Rabbi Avraham Yitzhak HaCohen Kook,” Ohrot “item 138.

“Nossos sábios disseram sobre o motivo das palavras: Portanto, a bênção da paz em todo o mundo precede a força, o que significa a redenção, porque” Deus não encontrou um vaso para conter a bênção para Israel, exceto a paz. “Assim, como desde que o amor-próprio e do egoísmo existe entre as nações, Israel, também, não será capaz de servir o Criador na pureza, como doação, como está escrito na explicação das palavras: “e vós sereis para mim um reino de padres “, no ensaio,” a Arvut. “e vemos que a partir da experiência, para a vinda à terra e a construção do Templo não poderia persistir e receber as bênçãos que Deus jurou a nossos pais.

E é por isso que eles disseram, ‘Deus não encontrou um vaso para conter a bênção “, que significa, até agora, Israel não tinha um vaso para conter a bênção dos pais. Portanto, o juramento que podemos herdar a terra por toda a eternidade ainda não foi cumprido, porque a paz mundial é o único vaso que nos capacita a receber a bênção dos pais, como na profecia de Isaías. “Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), “A Paz”.

“Quando os filhos de Israel são complementados com o conhecimento completo, as fontes de inteligência e conhecimento fluirão para além das fronteiras de Israel e água todas as nações do mundo …” Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), “Introdução ao Livro, panim Meirot uMasbirot “, seção 4.

7. “A forma religiosa de todas as nações deve primeiro obrigar os seus membros à doação uns sobre os outros na medida em que (a vida de um amigo virá antes da própria vida), como em” Ama teu amigo como a ti mesmo. “Uma vontade não ter prazer em sociedade mais do que um amigo para trás. Esta será a religião coletiva de todas as nações que virão dentro deste quadro. No entanto, além disso, cada nação pode seguir a sua própria religião e tradição, e uma não deve interferir na outra. “Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam),” Escritos de última geração.

8. “toda a comoção no mundo … essencialmente vem apenas para Israel. Eles agora estão nos chamando para um grande e sagrado papel, cumprindo voluntariamente e conscientemente, para construir-nos em conjunto com todo o mundo arruinado. “Rav Avraham Yitzhak HaCohen Kook,” Igeret Haraiah “, seção 2, página 324.

9. “O objetivo de Israel é a de unir o mundo inteiro em uma única família.” Rav Avraham Yitzhak HaCohen Kook, “Sussurre para mim o Segredo da Existência.”

10. “Em primeiro lugar, deve haver um pequeno estabelecimento cuja maioria são altruístas na medida acima mencionada. Isso significa que eles vão trabalhar tão diligentemente quanto do contrato de trabalho, de dez a doze horas por dia e mais. Todos e cada um irá trabalhar de acordo com sua força e receber de acordo com suas necessidades. Ele terá todas as formas do governo de um estado. Desta forma, mesmo que o quadro desta instituição contém o mundo inteiro, e que o governo de força bruta será revogado completamente, nada precisará ser alterado no governo ou no trabalho. Esta instituição será como um ponto focal global com nações e estados vizinhos para os cantos mais remotos do mundo. Todos os que entram neste quadro do comunismo terão a mesma ordem do dia e a mesma liderança como o centro. Eles serão como uma só nação nos lucros, perdas e resultados. “Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam),” Escritos da Última Geração “.

“Certamente não é necessário um certificado de Israel para estar com o Criador, para aperfeiçoar a forma da espécie humana, para manter a sua personagem e para elevá-la. E uma vez que o nosso certificado é um certificado que existe e está acompanhando o certificado da totalidade da natureza, cuja lei inclui tudo o que existe, certamente cabe a nós mantê-lo por toda a nossa vida e para toda a espécie humana e seu desenvolvimento moral de cujo destino depende o destino de nossa realidade. E, sem dúvida, a ascensão de seu desenvolvimento depende também da elevação de todo o nosso povo de acordo com nosso poder nacional geral. “Rav Avraham Hacohen Yitzhak Kook,” O Certificado de Israel e sua Nacionalidade. “

Publicado originalmente no Ynet

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A Futilidade Da Política (e como podemos mesmo tornar as coisas melhores)

Uma reunião política. (crédito:TIM KNOX)

A coluna da última semana “Fascismo paira sobre os EUA — e são más notícias para os Judeus,” parece ter tocado num nervo sensível. Os quase 1000 comentários no Jerusalem Post e nas redes sociais me “acusaram” de apoiar  Hillary Clinton, Donald Trump e Barak Obama (a sério!), bem como de ser fascista e liberal, tudo baseado num artigo de 1,100 palavras. Foi de certa forma um conforto não achar comentadores que concluíram que eu apoio Bernie Sanders, também.

Durante as eleições, todos tomam partidos, então posso ver de onde vêm os comentários. Porém, o problema que enfrentamos de longe vai além das afiliações políticas. Quando você tem câncer, não faz diferença se você gosta do seu cartão de eleitor vermelho Republicano ou azul Democrata. Primeiro você precisa de o tratar e então zelar por tudo o demais.

Crise Sistémica

Uma noite, há muitos anos atrás, folheava cartas que Rav Yehuda Ashlag havia escrito para seus estudantes, quando me cruzei com uma alegoria que me tocou profundamente. Ele escreveu que o egoísmo é como um doce, todavia venenoso, néctar colocado sobre a ponta de uma espada. O néctar é tão doce e tão tóxica que somos forçados a levantar a espada até nossas bocas, estender nossas línguas e deixar a gota de néctar entrar, até que nós mesmos caiamos.

Nossa cultura de consumismo, comodismo e frenética busca de satisfações imediatas todas reflectem a profundeza de nossa crise sistémica. Constantemente procuramos a próxima gota venenosa, ignorando o facto de que sabemos que ela nos matará no final. Sabemos que a vida consiste de um equilíbrio entre dar e receber, mas nossa natureza cada vez mais nos obriga a escolher somente o receber e ignorar o dar. Não nos conseguimos impedir. Esta é a causa da crise que se espalha pelos nossos sistemas sociais, educativos, económicos e políticos. A humanidade se tornou um tumor cancerígeno que consome nosso planeta e eventualmente a nós mesmos.

O Antídoto Social

No passado fim-de-semana, participei numa convenção em Nova Jersey. Setecentos académicos, estudantes, amigos e associados dos EUA, Canadá, China, África do Sul, Noruega, Israel, Moscovo, Nova Zelândia e muitos outros países confraternizaram numa busca comum de um caminho para equilibrar a natureza humana, para achar o antídoto para nosso egoísmo cancerígeno. Formámos círculos de discussão que consistiram de vários indivíduos de culturas diferentes, religiões e raças e procurámos construir um laço que transcenda todas as diferenças.

O acordo comum foi que uma vez que não nos “programámos” para sermos seres caçadores de prazer, também não nos podemos “desprogramar”. Porém, uma vez que nossas sociedades determinam que prazeres caçamos, podemos construir sociedades que nos inspirem a receber valores pró-sociais tais como consideração mútua, preocupação e amizade. Por outras palavras, embora possamos ser incapazes de nos mudarmos, nossas sociedades certamente conseguem. E uma vez que podemos mudar nossas sociedades, podemos também nos mudar a nós próprios.

Por exemplo, não há muito atrás me cruzei com uma publicação fascinante que descrevia como os viciados em drogas que são colocados num ambiente social positivo são reabilitados simplesmente ao achar sentido nas suas vidas e desfrutarem de ser partes construtivas dos seus ambientes. Eles não sofrem de quaisquer efeitos secundários dolorosos associados à reabilitação de drogas. Tal como aprendemos a reconhecer a importância do ambiente social quando ajudando viciados em drogas a se reabilitarem, podemos dominar este instrumento para fazer uma mudança fundamental nas nossas sociedades. Se conseguirmos tornar dar e a consideração “bestial,” não teremos de dizer às crianças como se comportarem; elas o absorverão dos seus amigos e colegas — seu ambiente social.

Tal como é com os jovens, assim é com os adultos. Se por exemplo, todos no meu trabalho se apoiarem uns aos outros a respeito do sucesso da equipe tal como para o seu sucesso pessoal, eu não vou ter a audácia de me comportar inversamente. Quase não vai passar na minha cabeça explorar meus colegas. Se criarmos uma sociedade que opere tal como acabo de descrever, não teremos de nos forçar a nós mesmos a sermos gentis e úteis para os outros; estará na nossa natureza. É por isso que para curar nossa natureza de suas características cancerígenas, tudo o que precisamos é mudar nossas sociedades. Não precisamos de forçar a mudança sobre nós ou sobre os outros, mas em vez disso deixar a sociedade fazê-lo por nós, suave, indolor e rapidamente.

Avançar Em Frente

Há muita mais pesquisa a fazer e muito a aprender sobre a implementação das mudanças que discutimos na convenção, mas deixo-a com mais esperança do que quando cheguei. Não tenho ilusões sobre o poder de qualquer político para “tornar a América grande novamente.” Políticos, por natureza, não são “pela América,” mas por si mesmos e pelas pessoas que os apoiam. Eles são parte do problema, não parte do antídoto. O remédio está nas nossas mãos.

Para fazer uma verdadeira e duradoura mudança precisamos de construí-la do zero. Quanto mais indivíduos concluírem que nosso maior problema não é o clima, fundamentalismo, abuso de drogas ou a desigualdade salarial, mas nossa própria natureza, saberemos como criar um ambiente que nos permita sermos o melhor de nós mesmos, enquanto simultaneamente ajudando a criar uma sociedade saudável e próspera.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Fascismo paira sobre os EUA — e são más notícias para os Judeus

A Estátua da Liberdade submersa (ilustrativo). (crédito da foto:Courtesy)

Desde há vários anos, a América tem estado num caminho na direcção da autocracia. Se não impedido em breve, acabará no fascismo ou até no Nazismo. Quando isto acontece, os Judeus, como sempre, vão sair esquentados e atrocidades que julgávamos terem desaparecido para sempre podem ocorrer de novo.

A presente campanha eleitoral tem estado carregada de ira, xenofobia, antissemitismo e descaradas afirmações anti-democratas. Pior ainda, os candidatos que estão a usar este tipo de retórica estão a ter sucesso além das expectativas de todos, excepto, talvez, das suas. Como Andrew Sullivan da New York Magazine escreveu, isto nos diz quea “América nunca esteve tão madura para a tirania.”

Até há tanto tempo como 24 séculos atrás, Sócrates sabia que a “Tirania é provavelmente estabelecida a partir de não outro regime senão a democracia.” No fim dos anos 40 e começo dos anos 50 o pai de meu professor, o venerado Rav Yehuda Ashlag, argumentou que essa transição da democracia para a tirania não é uma opção. No jornal, A Nação, ele defendeu que “quando quer que o governo democrata for arruinado, um regime fascista, Nazi o vai herdar.”

Um Solo Fértil para a Tirania

Na sua face, a palavra chave nesta campanha eleitoral é “protesto.” As dificuldades diárias debilitantes e desmoralizadoras do povo estão a empurrá-los para saírem do familiar em busca de soluções rápidas. Muitos deles estão tão desiludidos com o presente governo que adoptaram a abordagem qualquer-coisa-menos-aquilo-que-temos-agora. Este é um caminho traiçoeiro, mas a menos que entendamos suas causas não seremos capazes de o mudar.

Há apenas algumas décadas atrás ainda éramos muito optimistas. É claro, não haviam problemas, mas a atmosfera prevalecente era que as “coisas ficarão bem.” Acreditávamos que a vida se tornaria mais fácil e feliz no terceiro milénio. Sonhámos num “novo Médio-Oriente” e nunca imaginámos que o antissemitismo levantaria sua feia cabeça novamente, certamente não na América.

Mas nós não tomámos a natureza humana em consideração. Esquecemos aquilo que nossa Torá nos diz, que yétzer haráh (inclinação do mal) rasteja à porta, se plantando a si mesma nos nossos corações até antes de respirarmos pela primeira vez.

Em toda a realidade, somente o homem nasce com uma inclinação do mal, desta forma tikun olam (correcção do mundo) se refere somente à nossa natureza. Por causa de nossa yétzer, todas nossas éticas, sistemas de governo e métodos de educação procuram alcançar uma meta: dominar nossa inclinação.

Um regime dura somente enquanto ele conseguir conter o egocentrismo inerente das pessoas. Quando não o consegue fazer, a revolução ocorre e um novo regime aparece — um que consegue equilibrar nossa inclinação do mal com nossa necessidade de manter uma sociedade estável.

O problema é que nossos egos continuam a crescer. Agora ele se encontra num ponto que os psicólogos Twenge e Campbell descrevem como “uma epidemia de narcisismo.” Ainda pior, eles continuam, “o crescimento do narcisismo está a acelerar”!

Quando uma sociedade adopta uma cultura de egomania e alienação ela torna-se imparável. Os poucos bem sucedidos se tornarão governantes e todos os outros se tornarão súbditos — a clássica estrutura de um país de terceiro mundo. Daí para a frente a estrada está pavimentada para a autocracia e fascismo. A escandalosa desigualdade de ordenados, gradual negação dos direitos humanos, o pessimismo domina o país, todos fazem o solo perfeito para o surgimento do primeiro tirano da América.

Os Judeus Pagarão o Preço (ou Não)

Quando a América se tornar fascista, ela o culpará nos Judeus. Junte isto ao antissemitismo que os refugiados Muçulmanos estão a “importar” graças à política de Obama de “porta aberta” e tem a receita para um desastre para os Judeus, a menos que se apressem.

E neste caso, é mais fácil se apressar do que pensamos. Tudo o que os Judeus precisam é uns dos outros.

Enquanto Israelita que observa aquilo que acontece à Judiaria Americana, dói-me ver a hostilidade entre denominações, desintegração de comunidades e o afastamento dos jovens das suas raízes. Não significa que a situação em Israel seja melhor, mas tal como temo pela união dentro de Israel, temo pela união da Judiaria Americana e seus laços com Israel.

Escrevi extensamente sobre a soberana importância da união para o nosso povo. É com uma boa razão que nosso credo apresentou o mundo ao princípio, “Ame seu próximo como a si mesmo.” É ainda mais típico de nós determinarmos, como fez Rabbi Akiva, que esta é a klal (todo) da Torá.

A longo prazo, nenhuma democracia consegue escapar ao fado da tirania senão através do amor pelos outros, ou como Rav Ashlag o colocou, “É possível desestabilizar os Nazis somente através do altruísmo.” Quando falamos de tikun olam, fraternidade é o único tikun que precisamos de trazer. Não há cura para a epidemia de narcisismo senão através da implementação das duas regras: “aquilo que odeias, não faças ao teu amigo,” e “ama teu próximo como a ti mesmo.” Quando dermos um exemplo desta união especial, ganharemos o favor das nações, pois elas serão capazes de fazer o mesmo. Mas se estagnarmos, elas nos odiarão por isso e pagaremos o preço.

Muitas nações cultivaram a fraternidade. Toda a equipe de desporto sabe que para vencer eles se têm de unir. Mas a fraternidade que os Judeus desenvolveram na antiguidade era diferente: para eles a própria fraternidade era a meta, eles descobriram o poder que equilibra a egomania que devora nosso mundo.

Nossa Singularidade

Ser “uma luz para as nações” não se trata de desenvolver tecnologias avançadas, ou de serem grandes realizadores ou cientistas inovadores. Trata-se de ser um exemplo desse tipo especial de união, que produz o poder para dominar o ego e o usar para construir uma sociedade próspera, em vez do gigante fanfarrão que nossos egos se tornaram.

Os antigos Judeus não suprimiram seus egos. Eles sabiam que isto não se conseguiria fazer. Em vez disso, eles praticaram o conselho do mais sábio de todos os homens, Rei Salomão (Provérbios, 10:12): “Ódio incita a contenda e o amor cobre todos os crimes.” Desta maneira, eles realizaram seu completo potencial, todavia permanecendo unidos. O ego, que crescia neles tal como crescia em todas as outras nações, se tornou um trampolim para união aumentada e maior força, em vez de os fazer dispersar. Este era o segulá (cura) que os Judeus haviam cultivado na antiguidade e que eles perderam quando caíram no ódio infundado.

O Poder de Nossa União

Numerosas vezes nos foi prometido que quando nos unirmos, nenhum mal virá até nós. Numerosas vezes nos esquecemos disso. Numerosas vezes nos foi dito que quando Israel se amam uns aos outros, o mundo os ama. Numerosas vezes recusámos o testar.

Agora o mundo precisa de nosso amor de uns pelos outros. Ele precisa que desenvolvamos um laço especial que em tempos tivemos, para que o possamos compartilhar com o mundo. Quando mais o apagarmos e tentarmos mitigar a ira para nós de alguma outra maneira, mais a ira das nações vai aumentar. Se esperarmos demasiado será tarde demais para voltar atrás. Nós temos de o fazer agora — pelo mundo, pelos nossos filhos, por nós mesmos.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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O Segredo para a Independência de Israel

Dois homens transportados por uma multidão animada. (crédito da foto:Courtesy)

O pai de meu professor, Rav Yehuda Leib Halevi Ashlag (Baal HaSulam), autor do comentário Sulam(Escada) sobre O Livro do Zohar, guardava uma faca especial de Shabat no seu armário. Ele tinha uma gravura especial no seu cabo onde se lia, Medinat Ysrael (Estado de Israel) e Baal HaSulam só a usava para fatiar a chalá enquanto ele abençoava Hamotzi na noite de Shabat. Ele acarinhava Israel e orava para que ela se tornasse aquilo que ele achava que ela devia ser.

Hoje celebramos o nosso 68º Dia da Independência. Nosso país começou pobre, minúsculo e altamente dependente dos seus aliados. Quase 70 anos mais tarde, Israel ainda é pequena, mas é de longe mais robusta, confiante, habitada e tecnologicamente avançada. Ela até se tornou um poder militar regional. Mas será que Israel se tornou independente?

Um Boicote Mundial

Se formos segundo o Dicionário Miriam Webster, ser-se independente significa que não somos sujeitos aos outros e não precisamos ou dependemos de algo ou de alguém. Julgando pelo nosso estatuto internacional, claramente não nos encaixamos na categoria. Não só somos dependentes dos outros países, mas nossa dependência está a ser usada contra nós à medida que mais e mais instituições, organizações e países estão a boicotar Israel política, académica e economicamente.

Não é que Israel seja o único país que está dependente dos outros para sua sobrevivência. Na verdade, nenhum país no planeta pode afirmar independência. Numa era de globalização, auto-suficência é uma fabricação de políticos e governantes sedentos de poder, que ostentam a palavra diante da multidão em tempos de festividades para as massas. Eles clamam, “Nós manteremos nossa independência e nossa soberania hoje e doravante,” quando na verdade, nenhum país pode sobreviver sozinho, especialmente não Israel, cujo próprio direito à existência está a ser questionado diariamente.

Num sentido, até a recente declaração da UNESCO de que Israel não tem parte histórica sobre o Monte do Templo é uma espécie de boicote. E julgando pela esmagadora maioria que apoiou a decisão, não será difícil para a organização passar uma declaração semelhante a respeito do direito histórico de Israel a Jerusalém e subsequentemente a toda a Israel. Daí em diante será só uma questão de tempo até que o Conselho de Segurança da ONU decidir cancelar a resolução de 1947 de dar aos Judeus um lar na Palestina.

O Futuro Está nas Nossas Mãos

Você pode argumentar que se for esse o caso então não há causa para celebração. Eu penso que há. Por muito negras que as coisas possam parecer, Israel tem mais potencial para a prosperidade que qualquer outro país. Apesar das ameaças, é o único país no mundo cujo futuro está nas suas próprias mãos. Se perseguirmos o papel para o qual nos foi dada soberania, nos tornaremos o favorito das nações, em vez de nossa presente situação.

Somente Se Todos Nos Unirmos…

Perseguir nosso papel significa viver como é requisitado da nação Israelita. Nosso povo foi estabelecido como nação sobre a base de responsabilidade mútua e amor pelos outros. União era nosso lema e enquanto fomos capazes de manter até um rasto dela, fomos capazes de manter a soberania sobre a terra. E assim que perdemos nossa união, fomos também exilados da terra.

Com o passar das eras, nossos sábios estavam gravemente conscientes da importância da união, tal como estavam nossos líderes nos primeiros anos do estado. Escreveu David Ben Gurion, “‘Ame seu próximo como a si mesmo’ (Levítico, 19:18) é o mandamento superior no Judaísmo. Com estas três palavras, a lei eterna e humana do Judaísmo foi formada… O estado de Israel será digno do seu nome somente se sua estrutura social, económica, política e judicial forem baseadas sobre estas três eternas palavras.”

A.D. Gordon ecoou as palavras de Ben Gurion quando escreveu, “‘Todos de Israel são responsáveis uns pelos os outros’ … [e] somente onde as pessoas são responsáveis umas pelas outras há Israel.” E finalmente, Eliezer Ben Yehuda, reanimador da língua Hebraica, acrescentou, “Ainda nos falta abrir nossos olhos para ver que somente a união nos pode salvar. Somente se todos nos unirmos … para trabalhar a favor da nação inteira, nosso trabalho não será em vão.”

Sobre Luz e Independência

Porém, a unidade de Israel nunca foi destinada a ser uma meta em e por si mesma. Quando nos unimos e nos tornámos uma nação, isso não foi em prol de sermos uma estrela solitária tenuemente brilhando num céu cheio de escuridão. Nós fomos destinados a ser “uma luz para as nações”—para mostrar ao mundo o caminho para a união. O Livro do Zohar diz (Acharei Mot), “‘Quão bom e quão agradável é que irmãos também se sentem juntos.’ …Vós, os amigos que aqui estão, como estavam em afeição e amor antes, doravante também não partirão … e pelo vosso mérito haverá paz no mundo.”

Este sentido de propósito Judeu de corrigir o mundo impregnou a mentalidade Judia com o passar das eras. Martin Buber escreveu, “Nós queremos o estado de Israel não para os Judeus; nós o queremos para a humanidade. A construção da nova humanidade não tomará lugar sem o poder especial do Judaísmo.” E o Rav Kook acrescenta em semelhança: “O propósito de Israel é unir o mundo inteiro numa única família.”

Hoje, para onde quer que nos voltemos, o mundo nos culpa por algumas transgressões. A única coisa que precisamos de fazer é nos unir. Nossos sábios e nossas escrituras estavam certas; a paz mundial depende da nossa união, como está escrito (Sefat Emet [Língua da Verdade]), “Os filhos de Israel se tornaram responsáveis para corrigir o mundo inteiro.”

Sucede-se que nossa força e deste modo nossa independência e a força do mundo e independência dependem inteiramente de nossa voluntariedade em nos unirmos. Se escolhermos a união, em prol de a transmitirmos ao mundo, veremos uma mudança dramática para o melhor. Este será o começo de sermos “uma luz para as nações.”

Se nos unirmos, a dependência mútua que sobrecarrega o mundo se transformará em apoio mútuo. Não precisaremos de ensinar as nações sobre união; elas simplesmente sentirão que é assim que é suposto ser. E tal como agora quanto mais se odeiam umas às outras mais elas se voltam contra nós, quanto mais elas se amarem umas às outras, mais elas elas se voltarão para nós.

Então neste Dia da Independência, vamos finalmente começar a ser Medinat Ysrael. Sejamos um país que está unido em responsabilidade mútua, cujo povo procura amar seus próximos como a eles mesmos e desejemos passar essa união ao mundo inteiro.

Feliz Dia da Independência a todos

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Feliz Aniversário Ou Feliz Dia da Independência?

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Nós temos celebrado o Dia da Independência de Israel há 68 anos. Com nossas próprias mãos construímos um forte exército, forte economia, tecnologia avançada e medicina moderna. E todavia, apesar de concretizações impressionantes, parece que não nos tornámos verdadeiramente independentes. Para onde foi nossa visão da independência?

Há uma quinta-feira à noite em 1974 que nunca vou esquecer. Jantávamos numa casa de hóspedes em Vilnius quando o telefone tocou. Atendi-o e escutei a novidade com que sonhava há anos. A tensa voz no outro lado da linha, dizia, “Sr. Laitman, foi lhe permitido imigrar para Israel” Meu coração começou a bater e meus olhos a lacrimejar com emoção. Passados anos de desejo, os últimos quatro dos quais como refusenik (uma pessoa a quem é negada permissão para imigrar da antiga União Soviética), as notícias haviam chegado que me era permitido fazeraliyah (imigração de Judeus para Israel).

Tinha sonhado fazer aliyah há anos, então assim que recebi o “vá em frente,” não desperdicei um momento. Para a maioria das pessoas, obter as assinaturas para todos os papeis e fazer todos os arranjos necessários para a partida leva cerca de dois meses. Mas não no meu caso. Dois dias depois desse telefone ter tocado eu estava num comboio para Viena, onde entrei a bordo de um voo directo para o aeroporto Ben Gurion.

Centenas de Judeus estavam nesse comboio, todos deixando a URSS em busca de uma vida melhor. Entre essas centenas só a minha família e mais uma outra escolheram Israel como destino. No que me dizia respeito, não haviam outras opções. Bem no fundo, senti que o lar dos Judeus é o estado de Israel.

A Quebra de um Sonho

Israel dos anos 70 ainda tinha um rasto da visão dos pioneiros. Todavia em vez de fortalecer nossa união, cada facção se segurava a suas próprias características e cada grupo de olim (novos imigrantes) se guardava para si mesmo. Como consequência, em vez de se tornar uma nação forte e unida, nós “encomendámos” nosso exílio connosco para Israel. A luta conjunta de um país independente havia gradualmente se tornado uma luta de uns com os outros, causando a divisão e segmentação.

Passaram 68 anos desde o estabelecimento de Israel, mas em vez de celebrarmos nossa independência, nós celebramos o aniversário de nosso país. Nós contamos os anos de vida no estado de Israel como uma nação “livre”, mas a nossa situação melhorou? Será que o forte exército, robusta economia, tecnologia avançada e medicina nos fizeram mais felizes na nossa terra? Parece que somos dependentes do mundo de tudo! Num dia assim, devíamos parar e nos questionar: “Que tipo de independência precisa realmente Israel?”

Uma Nação em Construção

Não há nações independentes no mundo globalizado onde vivemos, em dependência mútua entre os países. Se anteriormente, os países eram independentes pois eram fortes por dentro e rodeados por um muro, a independência de hoje é medida somente pela qualidade das relações internacionais desse país, os países que o apoiam e o volume do seu comércio e economia. Lamentavelmente, para o estado de Israel quase não há apoiantes; nós estamos isolados no mundo e somos frequentemente boicotados.

Para sermos independentes, devemos “conquistar” o mundo com uma atitude amigável e ganhar o favor das nações que não há muito tempo atrás eram nossos aliados de confiança e o favor de todas as nações no mundo. Na humanidade de hoje, a malvadez e o ódio se estão a intensificar a um ritmo alarmante. É uma força impiedosa e egoísta que nos separa e ameaça destruir tudo. Terrorismo mundial, guerras, crises financeiras e ecológicas, ondas de refugiados e inumeráveis outros eventos horríveis estão a acontecer entre as pessoas, nações e países. Hoje, a coisa que o mundo mais necessita é um método de conexão acima de todos os conflitos e disputas.

Uma Fonte de Poder

O mundo não se senta parado enquanto ele sofre golpes. Subconscientemente, as pessoas sentem que sua situação é culpa dos Judeus, ou mais precisamente, culpa de Israel. Por que é assim? É porque nós temos o método de conexão. Há 3500 anos atrás nós o recebemos de nosso antepassado, Abraão. Nesse tempo, uma “praga” de separação se havia espalhado entre os residentes da pátria de Abraão e induziu uma crise semelhante a aquela que hoje experimentamos. O pai de nossa nação ensinou às pessoas como se unirem e fez delas a base do povo de Israel. Desde então, a chave para uma boa vida para nós e para a humanidade nos foi confiada.

Nosso papel é sermos “uma luz para as nações,” darmos um exemplo de união e solidariedade que inspire as nações e as permita adoptar conexões que por fim as conduzam à independência. Nesse caso, em vez de nos culparem por suas aflições, as nações nos vão valorizar e até desejarão aprender o método de conexão que herdámos de nossos sábios.

Publicado originalmente no Jewish Business News

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O Mundo Não Vai Melhorar (Sozinho)

Os humanos são uma espécie muito flexível. Coloque-os em qualquer lugar e eles se adaptam. Apenas algumas décadas atrás, se alguém nos dissesse que daqui por vários anos haveria polícia em cada escola, protegendo as crianças da escola básica de xenófobos promovidos pelo ódio, fanáticos e racistas com armas automáticas, bem como de seus colegas que levam armas, pensaríamos que essa pessoa era louca.

Não há muito tempo atrás, as pessoas costumavam pensar que as coisas avançariam do melhor para óptimas até ainda melhores. Este optimismo desapareceu por completo. Tensões étnicas, religiosas e raciais, tensões políticas, tensões domésticas, insegurança de vencimento, o aumento do nível das águas e o aumento das temperaturas, para onde quer que olhemos, o futuro é negro.

Terá de ser desse modo? Não, mas não vai melhorar sozinho.

Há um traço inerente à natureza humana de que nos estamos a tornar cada vez mais egocêntricos, narcisistas, exploradores e vorazes. Não o conseguimos evitar. Sabemos que é mau para nós, mau para o planeta e está a arruinar o futuro de nossas crianças. Mas não nos conseguimos impedir. Se pudéssemos, teríamos mudado nosso comportamento há muito tempo atrás.

Pior ainda, nossas tendências para o narcisismo e exploração dos outros estão numa rota de colisão: O narcisismo está a afastar-nos, todavia o desejo de explorar nossas conexões com os outros torna-nos cada vez mais conectados. Uma vez que não conseguimos restringir qualquer uma das tendências, procuramos compromissos tais como escrever mensagens em vez de ligar e ter amigos virtuais em vez de amigos de verdade.

Aquilo que se aplica aos indivíduos também se aplica às sociedades, países e relações internacionais. A diplomacia global sempre foi traiçoeira. Hoje ela se tornou um entrelaçamento impossível de lutas de poder onde cada país se quer isolar a si mesmo, todavia é dependente de outros países para sua sobrevivência. Parece que é como se os super-poderes já tivessem aceite que — como no filme, Duelo Imortal — no final, “Só pode haver um” e agora estão lutar para serem esse um.

Mas duas coisas estão claras: 1) Na era nuclear, ninguém ficará de pé no final. 2) Apesar da óbvia nocividade, a intensificação destas tendências é inevitável. Em certo ponto no previsível futuro a tensão entre o isolacionismo e a interdependência forçada vai estalar e o caos global vai surgir. As nações estão a comprar tempo mas não conseguem inverter a tendência.

Não falaria disto de todo se não soubesse que há um modo de inverter esta tendência para o caos global. Este é o modo como até agora evoluímos. No decorrer da história, temos evoluído através de desejos crescentes, que por sua vez criaram inovações que satisfizeram nossos novos desejos. Abreviadamente, até agora a humanidade agiu segundo a máxima: “Se há uma vontade, há um caminho.”

Quando quisemos viajar mais rápido inventámos novos meios de transporte. Quando quisemos melhor saúde inventámos novos medicamentos e instrumentos de diagnóstico. Quando quisemos cozinhar depressa inventámos o microondas.

Nós fazemos o mesmo nas nossas sociedades. Quando quisemos expressão política inventámos a democracia e quando quisemos liberdade para pensar inventámos o liberalismo. Durante a história nossos desejos conduziram o caminho para avançamos e isso foi óptimo.

Nosso problema é que agora nossos desejos estão a avançar em duas direcções separadas ao mesmo tempo. Nós queremos afastar-nos das pessoas, todavia nos sentimos mais e mais obrigados a nos conectar com elas. Este cabo-de-guerra faz-nos sentir desconfortáveis.

Se não tivéssemos um modelo exemplar a seguir estaríamos condenados. Como pode você querer duas coisas que o puxam em direcções opostas, as reconciliar e ainda ser feliz?

É exactamente isto que toda a natureza faz. A vida é feita da contradição entre o desejo de se isolar, de se guardar para si mesmo e da dependência dos outros para a sobrevivência. É assim que os átomos convergem e se tornam moléculas, como as moléculas se tornam células, como as células se tornam órgãos, que finalmente se tornam organismos. Sem a habilidade de manter cada elemento na natureza separado, todavia funcionando harmoniosa e voluntariamentecom outros elementos num sistema sincronizado, a vida não seria possível.

As emoções humanas não são o mesmo que as emoções dos animais e certamente não são o mesmo que nas planas ou minerais. Em prol de manter o equilíbrio entre o indivíduo e o colectivo, nós temos de tomar escolhas conscientes a toda a hora. Por outras palavras, nossos seres individuais devem concordar participar no colectivo; eles devem ver o benefício de fazerem isso.

Isto não é assim tão difícil como pode parecer. Nós já beneficiamos de todas as maneiras da nossa participação na sociedade. Se não beneficiássemos, teríamos de ir caçar, cultivar ou reunir nossa própria comida, nos defendermos dos inimigos e animais e maioritariamente, a vida se tornaria bastante miserável e breve.

O problema é que nossos egos estão a retratar uma imagem falsa de que contribuir para o benefício do colectivo vem às custas de nosso próprio bem, quando o oposto é verdadeiro. Quando contribuímos para o colectivo, a sociedade desenvolve um interesse no nosso sucesso. Se cada um de nós contribuísse com as suas aptidões para o benefício da sociedade, em vez de as usar para trepar por cima uns dos outros numa luta por um emprego melhor e estatuto social mais alto, nossas concretizações não só aumentariam e apoiariam as concretizações de uns aos outros, mas até nossas concretizações pessoais aumentariam exponencialmente pois seríamos capazes de transformar toda a energia que gastamos em auto-protecção para melhorar nossas concretizações.

Desta forma, para criar uma sociedade duradoura e próspera, devemos combinar nossos desejos crescentes por concretizações pessoais numa rede de desejos colaboradores que beneficie nossas sociedades e desta forma a nós mesmos. Isto é algo que a natureza não consegue fazer por nós; é nosso livre arbítrio usar nossos desejos de uma maneira ou de outra.

O meio ambiente social que construímos determina como nos vamos desenvolver. Se escolhermos o caminho do ego, as tendências que já estão a florescer para o isolacionismo e fascismo vão amadurecer num regime radical com um tirano como seu líder, como Andrew Sullivan descreveu na sua peça para aNew York Magazine, “A América Nunca Esteve Tão Madura para a Tirania.” Um processo semelhante se vai revelar na Europa e o resto do mundo maioritariamente não democrático também seguirá. Pouco depois, uma terceira guerra mundial vai irromper e os poucos sobreviventes ainda terão de se conectar acima de suas tendências de isolamento, ou atravessarão o ciclo novamente, até que entendam que não têm escolha.

Se escolhermos o caminho da razão, construiremos uma sociedade que apoie a colaboração e recompense a contribuição para a sociedade. Isto criará um meio ambiente social onde dar é louvado e receber às custas dos outros é repreendido, até que as pessoas sintam que o egoísmo não compensa. Deste modo nos ensinaremos a nós mesmos a operar do mesmo modo que o resto da natureza. Então, tal como a natureza prospera quando a natureza egocêntrica humana fica fora do caminho, também nós prosperaremos.

No fim, só podemos ser nossos melhores, mais felizes, fortes e mais completos seres quando vivemos numa sociedade onde as pessoas se estimulam umas às outras e suas comunidades e deixam as comunidades fazerem o mesmo por elas.

Publicado originalmente no Huffington Post

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Desenraizar O Antissemitismo

Como o Povo Judeu e o Mundo Podem Vencer (ou Perder) Juntos

Párias

Há alguns dias atrás, dois meninos Judeus foram espancados em Queens, Nova Iorque e a palavra Hamás estava toda escrita sobre eles. Os media não repararam. Mas se os Judeus fizessem o mesmo a meninos Árabes, o tratariam os media de forma semelhante? Não é uma hipótese de que o mundo esteja contra nós, nem é um resíduo de passados medos que há muito deviam ter desaparecido.

O Antissemitismo está tão vivo e vil como nunca não só nos nossos bairros, nos olhos de alguns dos nossos vizinhos, ou no graffiti perto da shul. Está em todo o lado: no ónibus, no liceu, no trabalho (embora de uma maneira mais implícita) e é claro, nos media.

As redes sociais estão inundadas com Antissemitismo sem reservas. Em França, nomes, moradas residenciais e fotos de Judeus foram publicadas num mural do Facebook com um convite para os prejudicar. Até à data, alguns já foram atacados. O resto está escondido. Na Bélgica, foram recusados cuidados médicos e aconselhada a ir para Gaza para obter tratamento a uma senhora idosa Judia. Manifestações Anti-Israel e Antissemitas são feitas em dezenas de cidades pelo mundo cada dia desde o começo de Julho. De acordo com a Liga Anti-Difamação (ADL), em apenas três semanas desde 8 de Julho e 29 de Julho, “houveram mais de 135 manifestações Anti-Israel em cidades por todos os EUA, muitas das quais apresentando slogans e afirmações Antissemitas.”

… e Para Sempre Culpados

Após a Segunda Guerra Mundial, o Antissemitismo tornou-se politicamente incorrecto e foi basicamente “banido” do discurso político. Mas desde a viragem do século, a maré mudou de novo, desta vez na forma de Anti-Sionismo aberto. De acordo com a UN Watch, em 2013, A Assembleia Geral da ONU (UNGA) adoptou um total de 25 decisões de condenação, 21 das quais se dirigiam a Israel e 4 decisões se dirigiam ao resto do mundo. As quatro que não se dirigiam a Israel foram (uma por país) Síria, um regime que assassinou 120,000 do seu próprio povo, Irão, Coreia do Norte e Myanmar. A UNGA não encontrou causa para condenar países tais como a China, Cuba, Paquistão, Rússia, Arábia Saudita, Sri Lanka, Sudão ou Zimbabue pelo tratamento menos que ideal de seus cidadãos.

A Razão Já Não Mora Aqui

A questão com o Antissemitismo é que ele desafia qualquer lógica: Os Judeus estão sempre errados. Israel é culpada por atrocidades contra o Hamás, que é definido pela ONU como uma organização terrorista. E o facto de que está a fazer tudo o que pode para aterrorizar os civis em Israel e os bombardeia com mísseis não faz diferença. Mas quando o estado Judeu combate o Hamás, ele é percepcionado como o agressor.

Pelo mundo fora, os Judeus são culpados por toda a atrocidade e infortúnio que toma lugar. As palavras repugnantes de Mel Gibson, “Os Judeus são responsáveis por todas as guerras no mundo,” parecem praticamente populares passados só oito anos do mundo ter sido atingido por elas.

Mas não somos só culpados por guerras. Nós somos culpados por gerirmos o mundo política e financeiramente e por usar nosso poder para promover nossos próprios interesses às custas do resto do mundo. Estas acusações, por falar nisso, têm sido o modelo de qualquer “aspirante” Antissemita desde os “alegres” dias dos ridículos todavia nefastos Protocolos dos Sábios de Sião.

No mundo Árabe, nãos ó esta publicação delirante se tornou um bestseller, juntamente com Mein Kampf de Hitler, mas as fábulas de Judeus sedentos de sangue matando crianças não-Judias e usando seu sangue para o Matzá de Pessach também foram reanimadas e são amplamente acreditadas. Certamente, demoníacos nós somos.

A Razão do Irracional

Para entender por que temos suscitado tamanho ódio durante tantos séculos, em tantos países, por tantas nações, nenhuma das quais pretendemos prejudicar, precisamos de tirar um momento para reflectir quem somos como Judeus. Podemos querer ser como todas as nações, podemos querer nos “encaixar” e ser como todos os outros, mas não somos. Nós não somos como todos os outros pela simples razão que muitas pessoas de outras nações sentem que não somos. Então o que quer que digamos em nossa própria defesa é muito pouco útil para mudar o que elas sentem.

Tenha isto em mente: As pessoas geralmente agem de acordo com o que elas acham ser certo, não de acordo o que é objectivamente certo (e quem consegue determinar o que é objectivamente certo de qualquer modo?).

E se olharmos para nossa própria história, veremos que de algumas maneiras somos certamente muito diferentes. Primeiro, nós somos sobreviventes. Todas as nações que existiram no tempo do nosso povo há muito desapareceram no meio do tempo. Ou nas palavras de um dos maiores romancistas do mundo, Liev Tolstói, “O que é o Judeu?…Que tipo de criatura única é esta a quem todos os governantes de todas as nações do mundo desgraçaram e esmagaram e expulsaram e destruíram, perseguiram, queimaram e afogaram e que, apesar de sua ira e sua fúria, continua a viver e florescer? …O Judeu é o símbolo da eternidade. … Ele é aquele que durante tanto tempo guardou a mensagem profética e a transmitiu a toda a humanidade. Um povo como este nunca pode desaparecer. O Judeu é eterno. Ele é a encarnação da eternidade” (“O que é o Judeu?” citado em The Final Resolution, p 189, publicado no Jewish World periodical, 1908).

Continuando, não só sobrevivemos, mas o fizemos em prol de transmitir uma certa mensagem. Seu conteúdo nos pode ser pouco claro e até aos nossos acusadores, mas ele está lá independentemente. Alguns poucos Antissemitas e Filosemitas exprimiram seu anseio de nos ver ter sucesso na nossa tarefa, ou exprimiram cólera no nosso fracasso de não ter.

Henry Ford, por exemplo, escreveu no seu nocivo, O Judeu Internacional: o principal problema do mundo: “Não está esquecido que certas Promessas feitas por eles [Judeus] a respeito de sua posição no mundo e é tido que estas profecias serão realizadas. O futuro do Judeu, como salientado profeticamente, está intimamente atado ao futuro deste planeta.” Alguns parágrafos abaixo ele acrescentou, “Se a massa dos Judeus soubesse como são estudadas com simpatia e entendimento todas as profecias na Igreja e a fé que existe que elas profecias se venham a concretizar e resultem no grande serviço Judeu à sociedade como um todo, eles provavelmente considerariam a Igreja com outra mente” [ênfase adicionada pelo editor].

Famosos Filosemitas também salientaram esta mensagem profética. O anteriormente mencionado Liev Tolstói escreveu que o Judeu “é aquele que durante tanto tempo guardou a mensagem profética e a transmitiu a toda a humanidade. Um povo como este nunca pode desaparecer.” Para outros, tais como membros do clero Cristão, o papel profético dos Judeus era um dado adquirido. Em 1754, o Bispo Thomas Newton escreveu em Dissertações sobre os Judeus: “Os Judeus são por um constante milagre preservados como povo distinto para a conclusão das outras profecias que se relacionam a eles.”

Profetas Involuntários

Profecia é uma grande palavra. Na maioria, aqueles que se declaram a si mesmos profetas se descobrem a si mesmos a predizer empaticamente perante os ouvidos desatentos de seus pacientes semelhantes e os corações apáticos dos cuidadores sobrecarregados. Mas gostemos ou não, nós somos tratados como diferentes, como se fossemos responsáveis pelos problemas do mundo. Mas se somos culpados pelos problemas do mundo, isso serve para afirmar que também seguramos a chave para a solução dos problemas do mundo. O que há de mais interessante é a profecia específica à qual tanto os Filosemitas como Antissemitas se relacionam – a profecia de que nos tornaríamos “uma luz para as nações.” Na maioria, não fazemos ideia do que a frase “uma luz para as nações” significa, nem temos o desejo de saber sobre isso. Simplesmente queremos ter uma vida simples, sossegada, impregnada nas nossas sociedades locais. Então por que estão as nações cada vez mais nos dizendo que somos culpados por todos os seus problemas, até em países onde praticamente não há Judeus? Por que nos estão elas a dizer que não nos estamos a comportar como devíamos, quando se você verificar por qualquer medida razoavelmente objectiva, nós somos tão moralistas como todos os outros e na maioria dos casos até mais?

Segundo os números, os Judeus doam para a caridade mais que qualquer outro grupo étnico ou denominação. Nós voluntariamos nas nossas comunidades, em hospitais e em países em desenvolvimento. Até o IDF (Forças de Defesa de Israel), o tópico de discussão mais disputado nos nossos dias dentro das comunidades Judias, por todo o criticismo que alguns de nós tenham a respeito de seu comportamento, está no fim do dia a levar a cabo as ordens do seu governo com mínimo de dano para os cidadãos. Nessa nota, o Coronel Richard Kemp no Conselho de Direitos Humanos da ONU, que comandou tropas na Irlanda do Norte, Bósnia e Macedónia e participou na Guerra do Golfo, passando tempo considerável no Iraque e trabalhando em terrorismo internacional para o Comité de Inteligência Conjunta do Governo Britânico, teve uma afirmação muito interessante a fazer a respeito do Relatório Goldstone que denunciava as actividades de Israel durante a operação Lançar Chumbo. Num debate do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre o Relatório, o Coronel Kemp disse como se segue: “Baseado no meu conhecimento e experiência, posso dizer isto: Durante a Operação Lançar Chumbo, as Forças de Defesa Israelitas fizeram mais para salvaguardar os direitos dos civis numa zona de combate que qualquer outro exército na história da guerra. Israel fez isso enquanto enfrentando um inimigo que deliberadamente colocava sua capacidade militar por trás de escudos humanos da população civil.”

E todavia, estas palavras só enfatizam o ponto de que com todos nossos esforços e todas nossas contribuições para a humanidade na ciência, medicina, economia e valores humanos, nós somos culpados por todas as aflições do mundo.

O Único Produto que Todos Querem

Ao contrário do passado, não é difícil descobrir o que há de errado com o mundo. E similarmente, não é assim tão difícil ver como nós, Judeus, podemos ajudar a remendá-lo. Se olharmos para as crises globais de hoje – a lenta recuperação económica, o aumento da depressão e abuso de drogas pelo mundo desenvolvido, a alienação das pessoas e a fragmentação da sociedade ao ponto que casais casados são agora uma minoria – somos conduzidos a uma conclusão simples: a natureza humana é defeituosa.

E a solução para isso é a única coisa que a humanidade precisa. Até mais milhares de Prémios Nobel não vão concertar a natureza humana, nem mais mil Prémios Pulitzer, ou mais mil “planos de recuperação” económica. O mundo precisa de correcção da natureza humana e pode parecer improvável, mas nós temos o caminho para ela na nossa própria história.

Há milhares de anos atrás nos tornámos uma nação quando nos juntámos “como um homem com um coração.” Nessa altura nos tornámos uma nação com uma missão: de transmitir o método pelo qual unir o resto do mundo, também. De todos os “produtos” com os quais nossa nação forneceu à humanidade, este é aquele que todos eles estimam.

Todos concordam que “ama teu próximo como a ti mesmo” é uma óptima ideia e o mundo seria um mundo maravilhoso se ao menos vivêssemos segundo ela. Mas ninguém consegue. Ninguém senão nós fomos capazes de o fazer e até se não conseguirmos fazer agora. Mas o facto de que vivemos implica que temos um grão de conhecimento oculto por baixo de nossa consciência. E as nações, todas as nações, querem que reacendamos esse grão, o reguemos, o nutramos até que ele cresça numa planta que produza um fruto que eles possam desfrutar, também.

União, como um homem com um coração, de modo a eventualmente amar seu próximo como a si mesmo é o produto que nós “exportámos para o mundo” e que o mundo inteiro acolheu.

O Farol

Para resumir tudo o supracitado numa frase, Antissemitismo é uma expressão de ira para os Judeus por não se unirem e compartilharem essa união com o resto do mundo. Durante as eras, nossos sábios têm salientado a importância de nossa união. “Quando eles [Israel] são como um homem com um coração, eles são como uma muralha fortificada contra as forças do mal” escreveu Rabbi Shmuel Bornstein. E Rav Avraham Kook escreveu, “Em Israel está o segredo da união do mundo.”

Até os Antissemitas repararam o traço de união em nós. Henry Ford, por exemplo, reparou que temos “uma lealdade racial e solidariedade semelhante à qual não existe noutro grupo humano.” E Winston Churchill, famoso por ser agudo sobre os Judeus, notou que a união tem um significado especial para os Judeus. No seu livro, Churchill e os Judeus: Uma Amizade Vitalícia, o aclamado historiador Britânico, Martin Gilbert, citou Churchill como se segue: “Os Judeus foram uma comunidade sortuda pois eles tinham esse espírito empreendedor, o espírito de sua raça e fé. [Churchill] não … lhes pediria para usar esse espírito em qualquer sentido estreito ou de grupo, de se isolarem a si mesmos dos outros … longe de seu humor e intenção, longe dos conselhos que lhes foram dados por aqueles mais intitulados para aconselhar. Esse poder pessoal e especial que eles possuíram permitiu-os trazer vitalidade para suas instituições, que nada mais poderia dar. [Churchill acreditava sem desrespeito que] Um Judeu não pode ser um bom Inglês a menos que seja um bom Judeu.”

A Solução Final – a Guerra pelos Nossos Corações

Parece que, então, não são são as miriades de mentes brilhantes Judias de que o mundo precisa. Nem é a teoria inovadora para salvar a economia global. Nem sequer a necessidade de contemplar novos modos de governo em prol de salvar o mundo. Tudo o que precisamos é nos unirmos. Precisamos disso em prol de nos protegermos contra nossos inimigos, ou em prol de nos ajudarmos uns aos outros a melhorar nossas vidas em certo outro sentido. Precisamos disso pois é disso que o mundo precisa e o mundo não o consegue alcançar a menos que primeiro o alcancemos e pavimentemos o caminho para eles segundo o exemplo. Se nos unirmos não para nós, mas pelo mundo, então tanto nós como o mundo vencerão a guerra contra o ódio que consome cada decente fragmento do nosso planeta e das nossas almas.

Se não nos unirmos e mostrarmos o caminho, nós e o mundo perderemos e todos sofrerão as consequências. E como já é evidente, nós seremos acusados e sofreremos as piores consequências.

Ser, ou Não Ser (Feliz), essa É a Questão

De uma maneira ou da outra, a humanidade vai descobrir que a solução para todos os nossos problemas é nos unirmos no sentido completo das palavras, “como um homem com um coração.” A escolha é se termos de o descobrir por tentativa e erro, ou deslizar suave e agradavelmente para um mundo de cuidado e amizade. Nós, Judeus, temos a escolha; o resto do mundo vai desfrutar da nossa boa escolha e nos recompensará adequadamente, ou sofrerá as consequências de nossa pobre escolha e nos punirá em correspondência.

Não devemos desperdiçar tempo e começar a nos unir. Na página seguinte, descobrirá toda a informação que precisa em prol de começar a fazer isso. Então aqui está, é gratuito e continuará gratuito. Nosso bom futuro depende disso. Há livros que ensinam como conectar os corações; há cursos que o ensinam e há professores que gentilmente nos guiam até lá. Mas isso não pode ser alcançado a menos que você, o leitor, lá esteja e a menos que você queira essa união. Lembre-se, nosso futuro depende de nossa escolha colectiva –  de nos unirmos.

Como Um Feixe de Juncos é um livro profundo de mais de 200 páginas por Dr. Michael Laitman oferecendo oportunas visões e ferramentas pelas quais mudar a tendência ameaçadora de Antissemitismo e trazer uma inteiramente diferente perspectiva e solução para este antigo demónio.

Descarregue aqui o PDF gratuitamente (no valor na livraria de 9$)

Publicado originalmente no BundleOfReeds

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A Conexão Entre Nós Mantém-nos Em Segurança

Ó Povo de Israel

Estes dias são dias de provação para Israel — enquanto nação e enquanto povo. E dias de provação são uma oportunidade para a reflexão sobre a essência da nossa nação.

A sobrevivência do povo de Israel sempre foi dependente da sua união. Desta forma, agora, mais que nunca, nos devemos unir. Se reacendermos o amor entre nós, vamos nos proteger melhor que qualquer “Cúpula de Ferro” alguma vez protegerá. Além do mais, a união, continuará a nos proteger até se a tempestade passar, nos dotando com paz interior e o favor das nações.
A Menor de Todas as Nações

Nós somos um povo pequeno e gostemos ou não, aquilo que acontece a nossos semelhantes Hebreus nos afecta a todos. É isto o que nos obriga a assistir às notícias tão frequentemente, ou a continuar a ver os títulos das manchetes, especialmente a respeito de Israel.

Em tais tempos de provação devemos abraçar e nos apoiar uns aos outros e manter a esperança. Mas além da campanha militar que parece dividir nossa nação e a rasgar por dentro, outra, mais grave luta vem a caminho — a luta pela nossa união. Esta e nenhuma outra, determinará o destino da campanha que tem enfurecido não só em Gaza, mas certamente o mundo inteiro.
A Conexão entre Nós Mantém-nos Em Segurança

Pouco antes das FDI (Forças de Defesa de Israel) terem começado sua campanha terrestre em Gaza, o Hamás publicou uma canção destinada a debilitar a moral das pessoas. Uma certa linha nessa canção merece especial atenção: “Os corações dos Sionistas cada um se vira para uma direcção diferente, não há dois iguais.”

Há uma boa razão pela qual o Hamás louva a separação no nosso meio. Quando estamos desunidos, somos fracos. Mas quando estamos unidos, uma cobertura protectora se espalha sobre nós.

Desta forma, a responsabilidade encontra-se em nós. Um quilo de separação entre nós soma toneladas de ódio para nós, enquanto um milímetro de marchar em direcção uns dos outros aproxima todas as nações quilómetros de nós e uns dos outros.

Há cerca de dois séculos atrás, Rabbi Kalman HaLevi escreveu no seu livro, Maor VaShemesh (Luz e Sol): “Nossa principal defesa contra a calamidade é o amor e união.” Colocando-o diferentemente, garantia mútua é o segredo do nosso poder. A conexão entre nós nos mantém a todos em segurança.
Por Quê União?

A história da recente guerra em Gaza e de facto de todas nossas guerras, é a história da nossa identidade e a força que nos tem sustentado — ao povo de Israel — durante milénios. Se queremos impedir o derramamento de sangue de uma vez por todas, precisamos de pausar e reflectir sobre esta história.
O Poder da Nação de Israel

O povo de Israel foi originado na antiga Babilónia. Ele foi formado a partir de tribos Babilónias na Mesopotâmia há mais de 4000 anos atrás. Abraão (o patriarca) reuniu ao seu redor pessoas de entre os residentes da Babilónia e lhes disse o que ele havia pensado. Na altura, a Babilónia estava dividida e seus residentes em constantes conflitos uns com os outros. A história Bíblica fala de pessoas se tornarem alienadas umas das outras por falta de entendimento mútuo.

Abraão lhes falou sobre a união da Natureza na qual todos vivemos e sobre um sentido de amor interminável que preenche todos aqueles que o percepcionam. “Milhares e miríades se reuniram nele e ele implantou esse grande princípio nos seus corações,” escreve o Maimónides sobre Abraão em Mishné Torá.

Assim, o povo de Ysrael (Israel) nasceu, uma nação que se direcciona Yashar El (direito ao Criador). Desta forma vemos que a origem da nação Israelita não é biológica ou geográfica, como é o caso com as outras nações. Em vez disso, ela é uma ideia. No coração do nosso povo há amor que tem sido o adesivo que nos manteve juntos todos esses séculos.
O Povo de Israel Escolheu a Vida

No tempo de Moisés, éramos já um povo — o povo de Israel. Moisés incorpora a fase na qual nos foi dada uma missão. Embora esse termo seja algo do qual prontamente abdicaríamos — junto com a própria missão — a realidade comprova sua inevitabilidade. No pé do Monte Sinai nos foi exigido tomar uma escolha que nos acompanhou desde então: Nos unirmos, como um homem com um coração, ou aqui será nosso lugar de enterro.

Então o povo de Israel escolheu a vida — eles escolheram a união. “E Israel lá acamparam, perante a montanha” (Êxodo, 19:2), e RASHI interpreta, “Como um homem com um coração.”

A Missão — Espalhar União e Amor pelo Mundo

Nós, Judeus, somos os descendentes do grupo de Abraão, que se tornou uma nação debaixo da orientação de Moisés no pé do Monte Sinai. Havíamos tido sucesso em implementar o método de conexão sobre nós mesmos, superando cada julgamento e provação no caminho. Por esta razão, agora devemos ser aqueles que o implementam sobre nós mesmos novamente e subsequentemente ensinamos ao resto da humanidade como construir tal sociedade.

Todavia, constantemente o evitamos. Nós falamos de união, mas falhamos levar a cabo nosso dever. Mas devemos ainda assim nos unir e eventualmente alcançar a derradeira expressão de união de Rabbi Akiva: “Ama teu próximo como a ti mesmo.”

Certamente, não estamos sequer perto de onde deveríamos estar — estando à altura dos títulos de “povo virtuoso” ou “uma luz para as nações.” Mas não podemos evitar nosso destino. Devemos nos unir e apresentar um exemplo de união para o mundo.

União — Nossa “Cúpula de Ferro”

O povo de Israel conheceu tempos de união e sucesso e tempos de disputa e amargos fracassos. E o último (e mais longo) exílio foi e ainda é, um exílio do nosso amor fraterno. Certamente, está escrito em todos os nossos escritos antigos que o Templo foi arruinado devido ao ódio infundado. E independentemente de nosso lugar de habitação, enquanto permanecermos em ódio, somos para sempre expatriados.

Enquanto somos odiosos uns para os outros, permanecemos o exemplo oposto daquele que devíamos ser. Em vez de sermos um modelo exemplar de união, caímos para o abismo do conflito. Nos unimos somente em tempos de apuros, como nozes atadas dentro de um saco. Mas quando a ameaça desaparece, rapidamente retomamos nosso anterior desencantamento uns dos outros. Até que o próximo golpe ataque.
Nosso Destino Espera Ainda

O ódio inexplicável e irracional que tantos não-Judeus sentem com o som das palavras “Judeu” ou “Israel” é um lembrete de nossa inevitável missão. Embora eles estejam inconscientes disso, os Antissemitas estão na realidade a exigir que levemos a cabo nosso papel. Bem no fundo, eles sentem que seguramos a chave para o seu bom futuro, então faz perfeito sentido para eles nos culparem de todas suas aflições.
O Mundo Está Contra Nós, ou Será Que Não Está?

Nos nossos dias, em que muitos países se encontram firmemente por trás do Hamás, parece que o mundo inteiro está contra nós. Mas em vez de questionarmos por que eles nos odeiam, devemos prestar atenção ao que eles estão a dizer.

Muitos não-Judeus sentem que seu destino está atado ao nosso. Eles juram que nós somos a causa para toda aflição e infortúnio no mundo. Eles acreditam que se ao menos mudarmos nossas condutas para o melhor (restabelecendo nossa união), tudo estaria bem. Henry Ford, fundador da Ford Motor Company e o mais famoso Antissemita de todos os tempos, escreveu no seu livro, O Judeu Internacional — o Principal Problema do Mundo: “A sociedade tem uma grande reivindicação contra ele [o Judeu internacional] … que ele cesse de explorar o mundo … e que ele comece a concretizar … a antiga profecia que através dele todas as nações da terra sejam abençoadas.”

O Centro do Mundo

Ao nos unirmos, fazemos o mundo se unir. E assim, o poder e abundância que desfrutamos quando estamos unidos começa a fluir para eles, também. Ao mesmo tempo, separação entre nós os separa, também, impedindo o fluxo de abundância e poder e conduzindo o mundo para a guerra e ódio. É isto o que faz da nossa união tão vital para o mundo.

Uma Luz para as Nações

Não se consegue exagerar na responsabilidade histórica que carregamos. Nós somos responsáveis pela nossa união enquanto nação. Devemos abrir nossos corações uns para os outros, pois esta é a única maneira em que conseguimos nos manter uns aos outros, nossa nação e o mundo inteiro em segurança.

Nos foi dada uma chance de nos unirmos “como um homem com um coração,” para vivermos em paz entre nós e com o mundo e para ganhar o favor do mundo. Não podemos deixar passar esta janela de oportunidade. Se nos conseguirmos unir e assumirmos a tarefa de amarmos nossos próximos como a nós mesmos, ou sequer nos direccionarmos a isso, seremos inatacáveis.
Levar A Cabo a União

Nossas vidas consistem de círculos — família, amigos, colegas, etc. Faça simplesmente uma lista de pessoas e convide-as para uma reunião amigável. Sentem-se juntos num círculo e comecem a falar sobre conexões, sobre as vossas conexões.

Você pode falar sobre como manter a união nas povo a toda a hora, em vez de somente quando as dificuldades aparecem, ou sobre como se pode ser de coração mais aberto e se preocuparem verdadeiramente uns com os outros. De facto, você pode falar sobre o que você quiser, desde que mantenha certas regras.
Sabedoria do Circulo

Durante a discussão tente seguir três regras:

– Todos são iguais: a visão de ninguém é mais importante que a do próximo.
– Não há interrupções: só uma pessoa fala de cada vez e essa pessoa é escutada (dentro de um tempo razoável, tal como um minuto).
– Não há discussões: nós não contradizemos as palavras uns dos outros, só acrescentamos ao que os outros disseram.

A discussão deve fluir calmamente de um orador para o próximo. Passado um pouco você começará a sentir o calor a se espalhar entre vocês, vos conectando. Com isso, você vai descobrir a sabedoria da conexão — a mesma sabedoria debaixo da qual nascemos como nação.

Se construirmos estas conexões “circulares” entre nós vamos ganhar o favor da Natureza e nos será concedida segurança e sucesso.

Publicado originalmente no LinkedIn

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