Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

A Arrogância de Israel Tem um Preço

“’Eu vi este povo,’ Disse o Senhor a Moisés: “Tenho visto que este povo é um povo obstinado. Deixe-me agora, para que a minha ira se acenda contra eles, e eu os destrua. Depois vos farei uma grande nação”.’” (Êxodo 32:9-10)

Você dá uma caminhada agradável numa reserva natural no fim-de-semana e subitamente um jato de combate cai nas proximidades. Imediatamente escuta sirenes a disparar e alertas a tocar no seu telefone. O que você faz? Entra em pânico? Foge? Verifica se seus amados estão em segurança?

Bem, se você fosse uma das 100 000 pessoas na reserva natural no norte de Israel ou outras 25 000 pessoas na estância de férias da neve de Israel, Monte Hermon, no segundo fim-de-semana de Fevereiro de 2018, simplesmente teria continuado a sua caminhada ou esquiando como se nada tivesse acontecido, imperturbável pelo abatimento do avião drone iraniano que penetrou o território israelense e o avião do IDF que passado pouco tempo também foi abatido depois dos seus ataques em retaliação aos alvos na Síria.

Para os israelenses, esta é simplesmente uma situação rotineira que não levanta motivo para preocupação. Protegidos por um dos exércitos mais fortes do mundo e aquela que foi classificada como a melhor força aérea mundial, os israelenses têm boas razões para serem complacentes.

A Confiança Excessiva do Povo Israelense

Todavia, tamanha indiferença à face de perigo tão iminente indica a medida da nossa arrogância e confiança de que nossa tecnologia estará sempre lá para nos proteger. Esse é também um grande exemplo de nossa natureza obstinada.

Será que percebemos que este evento pode ser uma previsão da próxima guerra no norte de Israel, que pode se acender do dia para a noite?

Estamos atentos à futura ameaça vinda do sector norte de Israel, ou somos impermeáveis a ela, tal como estavamos há cerca de 80 anos atrás quando falhamos em detectar os riscos que conduziram ao holocausto?

Por que o Povo de Israel é ‘Obstinado’?

Segundo a sabedoria da Cabala, nossa obstinação deriva de uma ocultação embutida dentro de nós, de e pela força superior que opera nossos desejos, pensamentos e acções. Os Cabalistas durante a história apontaram para nossa era como aquela onde nós, o povo de Israel, precisaria de concretizar nossa verdadeira função no sistema global do qual fazemos parte: nos unirmos e nos tornarmos um exemplo e uma conduta de conexão social positiva para a humanidade, uma “luz para as nações.”

Como pais atenciosos que sabem como desenvolver seus filhos lhes dando problemas que precisam de resolver, a força superior nos desafia adicionando ego excessivo às nossas relações sociais, uma força repelente que nos separa e distancia uns dos outros. Portanto, tal como qualquer criança saudável que tenta superar seus pais, nós devemos pensar sobre como podemos responder maduramente a estas dicas. Usando a sabedoria que nos foi concedida como medicina preventiva para aumentarmos nossa sensibilidade para a realidade e para nosso papel nela, podemos desenvolver nosso entendimento da imagem geral que circunda cada evento e nossa consciência de como podemos usar estas pistas para incentivar maior união. Se não usarmos esta sabedoria como medicina preventiva, então ela ainda assim estará à nossa espera mais tarde. Contudo, mais tarde a usaremos como medicina para curar as feridas e dores que podemos esperar sofrer se falharmos em usá-la antes dos golpes.
Portanto, se nos relacionarmos para toda a ameaça contra nós como uma dica que nos é dada de um poder superior atencioso e amável que quer que entremos em diálogo com ele, então começaremos a usar o remédio antes do golpe. Não correríamos para gastar milhões de dólares a criar mais sistemas de defesa e tecnologia avançada uma vez que veríamos como todo esse desenvolvimento continua a expor precisamente o mesmo ponto fraco nosso: nossa natureza obstinada que nos dessensibiliza e nos desconecta uns dos outros. Trabalharíamos precisamente onde precisamos de aplicar nossa inteligência e esforços: para fortalecer e enriquecer nossa conexão de uns com os outros acima da nossa natureza que opera constantemente na direcção oposta.

Como Uma Nação Intelectualmente Avançada Parece Deficiente

Neste momento, nós parecemos ser intelectual, criativa e tecnologicamente avançados, mas em termos de atitude de união, comportamento e exemplo que o mundo realmente precisa de nós, nós parecemos lerdos e incapacitados.

Se fossemos atacados de todos os lados, veriamos então quão rapidamente nos abriríamos uns para os outros e nos uniamos. Mas por que devemos esperar pelo cenário infeliz e promovido pelo sofrimento para nos unirmos quando temos tudo nas palmas das nossas mãos para nos unirmos enquanto ainda é relativamente calmo e impedirmos o cenário doloroso de se revelar?

Como escreveu Samuel David Luzzatto há cerca de 150 anos atrás, “O sucesso da nossa nação depende somente do amor dos nossos irmãos, da nossa conexão em um único laço como membros de uma família.” Hoje, pressões crescentes se somam sobre nós, o povo de Israel, para realizarmos nossa profundamente semeada união. Entretanto, contudo, continuamos como o habitual, dormentes para as dicas que nos são oferecidas. Tudo isto vem a crédito, porém e a hora virá em que teremos de pagar. É minha esperança que sejamos capazes de despertar para nosso papel mais cedo, através de aprendizagem e sabedoria, que mais tarde, através de sofrimento e golpes.

Publicado originalmente no Breaking Israel News

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Aumento Dos Suicídios Após Robin Williams Assinala A Necessidade De Uma Revolução Na Mídia

(Oleg Dudko/Dreamstime.com)

Nova pesquisa descobriu que, nos cinco meses após o comediante Robin Williams ter cometido suicídio, houve um aumento dramático de quase 10% nas taxas de suicídio em todos os EUA, e teve muito a ver com a forma como a mídia comunicou o suicídio ao público.

Durante vários meses, os principais boletins de notícias descreveram ou especularam repetidamente sobre o método do suicídio e o local do suicídio com todos os detalhes viscerais, indo contra os padrões básicos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde sobre a forma como os meios de comunicação devem cobrir os suicídios.

As diretrizes de relatório para suicídios de celebridades não foram estabelecidas arbitrariamente. Estudos anteriores já documentaram o aumento paralelo entre as taxas de suicídio e a cobertura de suicídio na mídia e apontaram o risco de reforçar as tendências suicidas por meio da comunicação social.

Nós também sabemos que orientar a mídia sobre como cobrir suicídios tem um impacto. Por exemplo, o suicídio do popular rock star Kurt Cobain em 1994 teve muito pouco impacto nos suicídios na área de Seattle onde ele morava, com a mídia sendo restrita em sua cobertura e acompanhando-a com mensagens de prevenção de suicídios. Em contraste, o suicídio de Marilyn Monroe em 1962 foi amplamente coberto e foi seguido por um aumento de 10-12 por cento nas taxas de suicídio.

Então, se tanto a história como a ciência estão pintando um risco tão evidente para a saúde pública, o que orienta a mídia a agir de outra forma?

A resposta deve ser fácil de ver: os meios de comunicação são guiados por uma coisa, que é a classificação (rating), porque as classificações significam dinheiro. Simples assim.

É por isso que as primeiras páginas e os programas de notícias tornaram sua cobertura tão sensacionalista quanto possível no caso de Robin Williams, com alguns até retratando uma versão glorificada do que aconteceu. Contanto que possam ganhar mais pontos em sua batalha por nossa atenção, eles farão isso.

Infelizmente, aqueles que carregam tendências suicidas, aqueles que não são tão emocionalmente resistentes quanto o resto de nós, são os primeiros a sofrer as consequências. Mas não são apenas eles, porque estamos todos presos dentro de um círculo vicioso: as manchetes estão se tornando mais obscenas, enquanto nos tornamos cada vez mais inconscientes, o que, por sua vez, leva os produtores a criar ainda mais sensacionalismo e a bola de neve continua a rolar colina abaixo.

Robin Williams Não Era O Único Com A Personalidade Dividida

Os meios de comunicação não são responsáveis ​​por ninguém, além de seus acionistas. Enquanto isso continuar a ser a realidade, o ciclo vicioso continuará a subir. Se quisermos tornar a saúde pública uma prioridade real, os meios de comunicação devem ser obrigados por lei a trabalhar em conjunto com psicólogos, sociólogos e especialistas em saúde pública quando se trata de cobrir eventos dessa natureza.

Mas há ainda mais lições para aprender com o caso Robin Williams. Como o próprio Williams, muitas pessoas hoje levam uma vida dupla, parecendo rir do lado de fora enquanto choram por dentro. Nós construímos uma indústria de distração em expansão para nos manter continuamente entretidos, enquanto a depressão se tornou a principal causa de doença e incapacidade, e é o diagnóstico mais comumente associado ao suicídio.

As mídias sociais estão encorajando e cultivando nossa “personalidade dividida” como nunca antes. Nós podemos esconder sentimentos obscuros e sombrios por trás de fotos coloridas com filtros brilhantes. Podemos ter mil amigos no Facebook, mas ninguém com quem não conversar, milhares de contatos, mas ninguém com quem se conectar.

Novos Canais De Mídia Deverão Surgir

A mídia é o nosso ambiente comum mais amplo, e é especialmente assim na era digital. Mais cedo ou mais tarde, teremos que ver a necessidade de torná-la um ambiente saudável para nós e para os nossos filhos.

Mas uma mudança não pode acontecer antes de reconhecermos quão maleáveis ​​todos nós somos nas mãos dos canais de mídia que só se preocupam com classificações. Quer queiramos ou não dessa maneira, nossos canais de mídia nos afetam em vários níveis, desde nossas visões de mundo até nossa saúde e bem-estar.

Quando chegarmos a essa realização, canais de mídia completamente novos e responsáveis ​​perante as pessoas deverão surgir. Serão canais que reconhecem o papel e a responsabilidade da mídia na saúde pública, na manutenção de um espírito equilibrado na sociedade e não no sensacionalismo e, o mais importante, em contribuir para a unidade social e não a divisão.

A Internet já pode fornecer a infraestrutura técnica para uma revolução da mídia, mas o impulso das pessoas deve vir em primeiro lugar.

Publicado originalmente no Newsmax

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O Que Diz o Livro do Zohar Sobre a Lei Polaca do Holocausto

“Israel é o coração do mundo inteiro, tal como os órgãos do corpo não poderiam existir no mundo até por um momento sem o coração, também as nações não podem existir no mundo sem Israel.”

O Livro do Zohar, Pinehás

O Livro do Zohar explica por que a lei polaca é apenas outra expressão de uma reivindicação inata que o mundo tem para com Israel

É fácil se zangar com os polacos por tentarem passar legislação que minimiza a sua parte nos crimes nazistas do século passado. Podemos rotulá-los como negacionistas do holocausto, os culpar por distorcerem a verdade, por rescreverem a narrativa histórica e sim, até poderíamos classificar isto como uma forma de antissemitismo.

Mas sejamos honestos: o antissemitismo não nasceu ontem. Portanto, para além da raiva e frustração, devemos tentar entender de onde ele vem e o que pode ser feito para solucioná-lo na sua raiz.

A Reivindicação dos Judeus Durante a História

No começo dos anos 20, Henry Ford, que foi um antissemita reconhecido, publicou uma série de livretos intitulados O Judeu Internacional onde ele escreveu que “a sociedade tem uma grande reivindicação contra ele [o Judeu] para que ele cesse sua exclusividade, que ele cesse de tornar os grupos judaicos a meta final dos seus lucros e para que ele comece a concretizar, num sentido aquilo que sua exclusividade nunca o permitiu concretizar, a antiga profecia de que através dele todas as nações da terra devem ser abençoadas.”

Similarmente, o escritor famoso Liév Tolstoi escreveu que “o judeu é o símbolo da eternidade. … Foi ele que durante muito preservou a mensagem profética e a transmitiu a toda a humanidade. Um povo assim nunca poderá desaparecer. Ele é a personificação da eternidade.”

Se você o examinar, vai achar numerosas declarações de vários pensadores de toda a história, que soam muito semelhantes ao supracitado, alguns mais antissemitas, alguns menos e alguns até favoráveis ao povo judeu. Mas o que é exactamente essa reivindicação inata que eles exprimem para com os judeus? E por que ela pode assumir a forma de nos culpar por todos os males do mundo, como fazem muitos antissemitas?

O Zohar: As Nações Não Podem Existir Sem Israel

O Livro do Zohar é um texto seminal que oferece uma explicação extraordinária: “Israel é o coração do mundo inteiro, tal como os órgãos do corpo não poderiam existir no mundo até por um momento sem o coração, também as nações não podem existir no mundo sem Israel.”

Por outras palavras, tal como o papel do coração no corpo humano é ser a força impulsionadora para que o sangue circule pelo corpo, o papel de Israel é impulsionar a força de união e conexão humana que trás ânimo e abundância para todas as nações do mundo.

À luz do Zohar, o antissemitismo deveria ser interpretado diferentemente. Ele é como um indicador, um mecanismo de alerta que se acende quando a sociedade humana está a aproximar-se de um estado de crise. E embora nem todos os antissemitas o consigam articular, eles sentem de algum modo que os problemas do mundo têm tudo a ver com o povo judeu.

Mas como é tudo isto possível?

O Livro do Zohar mapeia as forças que operam nosso mundo e na sociedade humana. Ele explica que os termos “Israel” e “As Nações” não são apenas pessoas divididas em grupo no planeta terra. Em vez disso, elas também representam desejos que impulsionam os seres humanos por dentro. “Israel” representa os desejos por união e conexão, enquanto “Nações” representa os desejos por abundância e prazer. A questão é que a abundância e prazer na sociedade humana dependem da união e da conexão humana.

A introdução ao Livro do Zohar descreve o mecanismo: “Quando uma pessoa de Israel aumenta e dignifica a sua interioridade, que é Israel dentro dessa pessoa, sobre a exterioridade, que são as nações do mundo nela.. ela faz com que os filhos de Israel subam alto na interioridade e exterioridade do mundo também e as nações do mundo, que são a exterioridade, reconhecem e admitem o valor dos filhos de Israel.

Em contraste, se um indivíduo de Israel aumenta e valoriza a sua exterioridade, que são as nações do mundo nele, mais que a Israel interior dentro dele… ele faz com que a exterioridade do mundo no geral, as nações do mundo, subam ainda mais alto e superem Israel, os degradando para o chão e os filhos de Israel, a interioridade do mundo, a submergirem mais fundo ainda.”

Resumindo, isto significa que quando Israel não realizam sua função, eles bloqueiam a abundância de circular para o resto do mundo, gerando uma pressão negativa que se acumula dentro das nações do mundo, que é a causa raiz do antissemitismo.

Inverter a Tendência

Então como podemos aumentar nossa sensibilidade e accionar a “função de Israel” dentro de nós?

O Zohar não explica simplesmente a situação, ele também fornece o remédio. Os textos do Zohar descrevem estados sublimes de conexão entre nós que elevam o todo da humanidade para a inteireza e perfeição. Quando nos envolvemos nesses textos, nós aumentamos nossa sensibilidade e activamos essa função de Israel dentro de nós.

Segundo o Zohar, os costumes e tradições judaicas com que estamos familiarizados não são de modo algum suficientes se desejamos concretizar nosso papel no mundo. Nele está escrito agudamente: “Ai daqueles.. que tornam a Torá seca, sem qualquer humidade, compreensão ou razão. Eles se confinam à parte prática da Torá e não desejam saber e entender os segredos da sabedoria da Cabala e os sabores do Mitsvá. Ai deles, pois com estas acções eles fazem manifestar a existência da pobreza, ruína, roubo, pilhagem, matança e destruições no mundo.”

Por outras palavras, enquanto desvalorizarmos o tremendo poder inato ao Livro do Zohar e ao estudo da sabedoria da Cabala, nós caminhamos cegamente no mundo, aumentando nossa preocupação pessoal, fazendo com que a lei natural do antissemitismo se revele. Como está escrito na introdução ao Zohar: “Em tal geração, todos os destruidores entre as nações do mundo levantam suas cabeças e desejam principalmente destruir e matar os filhos de Israel.”

Subconscientemente, o mundo sente que nós transportamos um remédio único dentro de nós que permitirá a bondade, paz e felicidade para todos. Não são soluções de alta-tecnologia, medicina revolucionária ou agricultura avançada que o mundo espera de nós. É somente uma coisa: “sermos uma luz para as nações,” um farol de união, uma nação que produza uma força de conexão humana que faça o mundo se reunir. Esse é o único modo de quebrar o ciclo vicioso do antissemitismo e ganhar o afeto do mundo. E essa é a única regra rígida e imediata, legislada pela natureza, com que precisamos de nos preocupar.

Publicado originalmente no Breaking Israel News

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Cabalista: Eu Estou Trazendo O Maior Presente Para A Festa De 70 Anos De Israel

Porque és povo santo ao Senhor teu Deus; e o Senhor te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres o seu próprio povo“- Deuteronômio 14:02

À medida que Israel se prepara para uma enorme festa do 70º aniversário neste Dia da Independência, eu espero que esteja pronto para receber o maior presente de sempre.

Setenta anos é, de fato, um período especial. Ele marca a vida média de uma pessoa – um período em que precisamos refletir sobre o que realizamos em nossas vidas. Da mesma forma, chegou a hora de refletir sobre o que conseguimos como nação:

Nós avançamos em direção a um objetivo tangível e unificado?

As nossas realizações em alta tecnologia, ciência, medicina e defesa realmente beneficiam os outros?

Certamente, qualquer nação que tenha alcançado o que alcançamos com os meios que temos tido nos últimos 70 anos estaria muito satisfeita consigo mesma.

No entanto, a questão permanece: nós devemos nos medir com os mesmos conjuntos de valores que as outras nações?

Nós, o povo de Israel, somos únicos. Seja a Torá descrevendo nossa singularidade como “povo escolhido” (Deuteronômio 14:02) e como um povo que “traz a Luz para o mundo” (Midrash Rabba, Cântico dos Cânticos, Porção nº4), ou as nações da mundo apontando com uma pressão antissemita cada vez mais intensa, nós é mostrado que não podemos simplesmente descansar em nossas glórias. Pelo contrário, precisamos estar atentos ao fato de que, devido à nossa singularidade, somos mantidos em um padrão superior.

Nossa história, tanto dentro como fora dos limites do Estado de Israel, é manchada de genocídio, guerra, exílio e antissemitismo. Ainda hoje, uma votação da ONU sobre a existência do Estado de Israel poderia muito provavelmente eliminar o Estado de Israel tão rapidamente como foi admitido há 70 anos.

Portanto, precisamos explorar nossa ideologia, nossa Torá, nossa história, nosso destino, a atitude para conosco de todas as nações, e depois examinar se estamos fazendo a introspecção certa neste ano especial.

Por que os mesmos conjuntos de valores não se aplicam a Israel como se aplicam a outras nações?

Enquanto Israel continua buscando o reconhecimento global por seus avanços em alta tecnologia, ciência, medicina e agricultura, Israel representa um conjunto de valores completamente diferente. Portanto, não importa o quanto Israel exporta tecnologia de ponta para o mundo, a posição do mundo em relação a Israel torna-se cada vez mais amarga e áspera.

A nação judaica foi estabelecida na antiga Babilônia por Abraão, o Patriarca. Abraão uniu as pessoas na Babilônia que vieram até ele para se juntar ao primeiro movimento de “unidade acima das diferenças”. As pessoas que se recusaram a simplesmente fluir com o decadente zeitgeist da Babilônia e que viram a verdade no chamado de Abraão para “amar o seu amigo como a si mesmo” (Levítico 19:18) se reuniram ao seu redor. Abraão uniu esse primeiro grupo de pessoas e os chamou de “Israel” (Yashar El) (Drush, Ramchal) e os guiou para a terra de Israel, a terra de Canaã.

A visão única desse grupo era sua vontade de se unir baseada simplesmente no amor fraternal comum. Foi muito difícil porque o ego de cada pessoa estava ardendo com suas demandas. No entanto, eles se esforçaram para se unir de acordo com o princípio, “o amor cobrirá todos os crimes” (Provérbios 10:12).

O método que Abraão ensinou é chamado de “sabedoria da Cabalá”. Este é um método que orienta as pessoas através de um processo de união acima das diferenças. Uma vez que a unidade é implementada em um grupo, ela pode se espalhar cada vez mais até atingir a humanidade como um todo.

No entanto, depois de retornarmos à terra de Israel, não aceitamos o princípio unificador de “amar seu amigo como a si mesmo” como o método essencial que precisamos para sustentar e crescer continuamente, que esse princípio unificador é o que nos identifica como pessoas de Israel na terra de Israel. Nós o abandonamos e ele desapareceu ao longo das gerações.

Em nossos tempos, quando a divisão social é desenfreada e a unidade é necessária mais do que nunca, não sabemos como mostrar ao mundo o método de união acima de nossas diferenças, o método que pode consertar não só o nosso, mas os problemas da humanidade.

Por que o mundo tem um rancor crescente contra Israel?

Uma vez que a unidade é uma necessidade crescente, e nossa identidade é baseada em receber o método para implantar e transmitir a unidade, então, ao não cumprirmos essa função para a humanidade, atraímos uma atitude negativa do mundo.

Inconscientemente, as nações do mundo sentem que nós possuímos uma chave especial para o sucesso, que ocultamos delas. À primeira vista, isso pode ser visto como um poder desproporcional em finanças, política, negócios e mídia, mas a raiz mais profunda desses sentimentos, que Israel e as nações do mundo ainda não podem apontar diretamente, é que se espera que possamos trazer o método de correção ao mundo. Portanto, o antissemitismo só continuará piorando até que façamos isso.

Então, onde está o maior presente para a festa do 70º aniversário de Israel?

Juntamente com a celebração, nós podemos aumentar a consciência de nossa verdadeira identidade, nosso propósito e papel no mundo. Nós podemos nos concentrar no que é necessário para progredir na nossa capacidade de se unir no futuro, aumentando a união de todos os progressos que fizemos até hoje.

A sabedoria da Cabalá, o método para unir povos e nações, é realmente o maior presente que podemos dar ao povo israelense no seu 70º aniversário, pois ele possui a solução para literalmente todos os problemas que estamos enfrentando: solução para se unir acima de nossas divisões internas políticas, religiosas e sociais; soluções para a nossa complicada situação de segurança e relações com outros países e povos; e todo o caminho para resolver nossos problemas domésticos e pessoais.

Além disso, ao se unir, as nações do mundo deixariam de sentir que estamos ocultando algo delas.

Elas começariam a sentir uma atualização na consciência, uma mudança positiva em suas vidas e a tendência ao antissemitismo se inverteria: seríamos tratados com reverência, pois seríamos sentidos como o canal do bem que preenche a vida das pessoas.

O presente é a plenitude, a abundância e o preenchimento ilimitado que podemos sentir quando a luz da unidade entra em nossas vidas. E o meio para receber este presente é cobrir todas as nossas diferenças, divisões e conflitos sob um guarda-chuva comum de amor.

Minha organização, o Instituto de Educação e Pesquisa de Cabalá Bnei Baruch (Kabbalah L’Am em Israel), também realizará sua própria celebração dos 70 anos de aniversário de Israel com a Convenção Mundial de Cabalá nos dias 20 e 22 de fevereiro de 2018. A Convenção será uma celebração da unidade acima das diferenças, com mais de 7.000 participantes de mais de 50 países no Centro de Convenções de Tel Aviv. Eu convido calorosamente a quem desejar experimentar a verdadeira essência da identidade, cultura e singularidade de Israel para se juntar a nós. Qualquer pessoa que sinta a menor curiosidade ou atração pela sabedoria da Cabalá ou a unidade como solução para qualquer problema é bem-vinda a participar (inglês).

Publicado originalmente no Breaking Israel News

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Trump Alinhado com o Eleitorado, Não é Política Como o Habitual

(Svetlana Foote/Dreamstime)

Por Que Trump é o Precursor de uma Nova Era de Governo

Racista, misógino e antissemita, são apenas alguns dos termos que foram jogados para o Presidente Trump durante o ano passado. E embora muitos estejam a dar o seu máximo para tirar Trump do palco de alguma forma, Oprah Winfrey está agora a ser promovida como alternativa para 2020. “Pensei, ‘Ora, eu não tenho a experiência, eu não sei o suficiente,”’ diz ela para a Bloomberg TV, “e agora [referindo-se à eleição] estou a pensar, ‘Ó.'”

Embora os grandes mídia estejam continuamente a alimentar cada um com todos os tipos de nomes que devemos chamar ao Presidente Trump, eu vou salientar o que creio que maioria das pessoas está a falhar. O facto de que a maioria dos pontifices, políticos e líderes de opinião constantemente falarem contra ele mostra algo sobre o fenómeno Trump que o público, o governo e os mídia falham em reconhecer, ou com o qual não conseguem concordar.

Na minha visão, esse algo tem a ver com uma mudança fundamental que antecipo que tome lugar muito em breve em como governamos todas as coisas no planeta. O futuro não será mais como já o conhecemos. E Trump, quer ele esteja consciente disso ou não, é o precursor dessa mudança.

Como Chegámos a Este Ponto?

No passado, governar era muito mais claro. Os reis governavam todo o detalhe dos seus países e populações. Seguramente, o livre discurso não era tão desenvolvido como é hoje. Punições seriam horríveis e não haviam muitas pessoas numa posição de melhorar as coisas se quisessem. Mas um bom rei cuidava dos seus cidadãos e queria que o seu reino florescesse e prosperasse.

Os reis, contudo, estavam rodeados de muitos ajudantes. Seu papel era ajudar mais nos interesses do rei, seja como consultores de estratégia, manutenção do reino, comunicação com o público e etc. Mas com o tempo, eles perceberam que tinham grande poder e quiseram manter esse poder. E assim, nasceram os primeiros políticos: Personagens duvidosos que lambem as botas do rei, conhecem o seu caminho à volta do reino, fofocam, tramam e conspiram, tudo por um único propósito, para manterem suas posições de poder.

Isto tem durado aproximadamente há 200 anos. Hoje, os próprios políticos são chamados de “oficiais eleitos,” o método pelo qual eles preservam seu poder se chama “democracia” e aquilo no qual eles colocam maioria do seu tempo, energia e recursos é para serem eleitos no próximo mandato. Por vezes, se tivermos sorte, isso também vai ao encontro dos interesses do público.

Não está na hora de melhorarmos este sistema? Eu defendo que a hora chegou e a mudança já está a tomar forma.

Por Que Trump é Estranho

Num mundo que é caracterizado por egoísmo inflado e interdependência inseparável ao mesmo tempo, num mundo hiper-conectado onde temos a tecnologia para criar abundância para todos e todavia estamos mais próximos da Terceira Guerra Mundial, a sociedade humana está a tactear no escuro procurando um novo modelo pelo qual se organizar a si mesma.

Então quem é Sr. Trump neste processo? Além das habilidades de homem do espectáculo que dominou com os anos, Trump é impulsionado pelo ADN de um homem de negócios. Ele é a epítome do espírito empresarial que nada tem a ver com o mundo político como o conhecemos. E quer você o veja como bom ou mau, racista ou patriota, é irrelevante para essa característica.

É devido a esta característica empresarial que vejo a sua ascensão ao poder como um precursor de uma mudança muito maior no governo. Portanto, é apenas natural que ele não se encaixe em quaisquer das medidas pelas quais o mundo o está a tentar julgar. Ele não é politicamente correcto. Ele não fala ou escreve como um diplomata. Ele é directo, vulgar e não está alinhado com a “política” à qual estamos habituados.

Trump é um construtor que se desafia a si mesmo tentando que as coisas prosperem e floresçam. E até quando caiu na falência ele conseguiu subir de novo e quebrar novos recordes. E é precisamente este pragmatismo empresarial que desejo salientar em Trump.

Nós chegamos a um ponto em que o mundo está além de saturado com políticos que usam palavras vazias e chamados valores como seu bilhete para o poder. A eleição de Trump indica esse reconhecimento dentro das massas, seu desdem por belos discursos sobre ideologias e desejo de uma abordagem pragmática para solucionar os problemas.

Líderes do Futuro

Aquilo que o mundo precisa hoje são pragmáticos direccionados para resultados, empresários, construtores, inovadores, otimizadores em posições de poder. Trump, na minha visão, é apenas o madrugador da mudança. Poderia facilmente ver pessoas como Elon Musk e Jeff Bezos ocupando esse papel. A questão é que temos de reinventar nossa política, começando por substituir políticos por aqueles que foram infectados pelo “bug” do empreendedorismo.

Todavia, há um senão importante: líderes empresários do novo mundo devem sentir que o seu país é o seu negócio e que o sucesso do seu país é o seu sucesso e que o mealheiro público é o seu próprio mealheiro.

É aqui que o dinheiro desempenha um papel central. Ele permite-nos fazer aquilo que seria inversamente impossível, medir. Quando falo de dinheiro, não estou a falar do sector financeiro conduzido por Wall Streeet, que é uma bolha ocupada por um tipo diferente de político: aquele que sabe como jogar com os números para inflar a sua própria conta bancária, sem na realidade criar coisa alguma no mundo real. Muito do mundo financeiro é uma fachada que será obsoleta no futuro, mas esse é outro tema.

A economia é um reflexo das relações humanas e temos de redescobrir a base sólida para que as pessoas se relacionem umas às outras na sociedade: Aquilo que cada um de nós dá à sociedade e recebe dela. O dinheiro é no presente o nosso instrumento mais exacto para medir estas relações. Ele também nos pode ajudar no valor puro e desinchar bolhas ideológicas que nada contribuem para o nosso progresso social.

Se os EUA e a Rússia, por exemplo, resolverem seus conflitos com a meta única de obterem o melhor negócio para ambos os países, chegarão a conclusões práticas e claras sobre como podem colaborar melhor, em vez de jogarem jogos de poder, que são óptimos para os políticos, mas ineficazes para verdadeiros homens de negócios.

Esta abordagem pragmática de pessoa para pessoa, ou país para país, será um ponto fresco de partida para lidar com um mundo que se tornou globalmente interdependente, num século que está destinado a ver tremendas mudanças.

Publicado originalmente no Newsmax

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Os Pais Devem Ensinar Os Filhos A Resgatar Os Valores Das Mídias Sociais

(Cineberg Ug/Dreamstime)

Pais do século 21, a controvérsia de Logan Paul deve tornar-se seu despertador.

Se os seus filhos podem com o passar de um dedo assistir a um brincalhão que filma o corpo de alguém que cometeu suicidio e depois graceja sobre isso, então devemos perceber que algo correu terrivelmente mal com a geração mais jovem e ora estamos inconscientes disso ou simplesmente não queremos saber.

Pais, depois de se beliscarem para verificar se estão acordados, por favor atualizem-se do que esta a acontecer: Brincalhões do YouTube com vinte anos tornaram-se educadores e modelos exemplares para nossos filhos. Eles não são personagens com um argumento de um filme de ficção, eles são pessoas de verdade que pregam partidas de verdade no mundo real. As crianças admiram-os mais que admiram seus professores e em alguns casos mais ainda que seus pais.

Aqui há algumas perguntas para os pais colocarem a si mesmos: Sei eu que os meus filhos estão a aprender de ídolos da Internet que seguem? Sei eu que exemplos eles estão a imitar? Eu conheço o nível de conteúdo explicito ao qual eles estão expostos?

Agora falemos sobre por que Logan Paul fez aquilo que fez. Obviamente, porque agora ele ganha mais de 50.000 dólares por vídeio, ele quer atrair o máximo de espectadores possível e acabou por mostrar um corpo morto para aumentar a sua fama e fortuna. Mas de onde ele tirou a ideia de que a filmagem de um cadáver é apropriada?

Minha resposta. Logan Paul é um jovem de 22 anos que cresceu em uma cultura que o cercou com representações visuais de sangue e violência. Como os típicos americanos de sua idade, Logan assistiu mais de 200 mil atos de violência que incluem mais de 16 mil assassinatos quando tinha 18 anos. Ele também assistiu à programação infantil que mostra até 20 atos violentos por hora.

Nós, basicamente, permitimos que a geração de Logan retomasse seus exemplos, modelos e valores de uma cultura de mídia que está extremamente saturada de violência, e agora estamos deixando os modelos para os filhos de hoje.

Também, o vídeo de Logan Paul “We Found a Dead Body” obteve gostos de cerca de 600.000 pessoas antes de ter começado a repercursão, que significa que ele não estava simplesmente intoxicado pelo seu ego quando pensou que este vídeo teria sucesso. Ele na realidade conhecia o seu público bem o suficiente para saber que muitos deles o aceitariam.

Pais, é hora de olhar para a imagem geral e reconhecer a espiral descendente de mídia violenta, a degradação de valores sociais e os resultados horripilantes. Se continuarmos neste caminho, estaremos a cultivar seres humanos que estão completamente indiferentes quanto ao sangue e violência e não tomam nada em conta para além da gratificação instantanea do seu ego.

Pais, É Hora de Agir

Portanto, pais, se vocês já estão fartos e querem recuperar o controle sobre a educação de seus filhos, sugiro que deem às mãos e exijam do YouTube e outras plataformas de redes sociais que endureçam seus regulamentos, para que os usuários não possam fazer o upload de conteúdo impróprio. Dizer não à violência e sangue devem ser uma área sobre a qual todos concordamos. Não há razão para permitirmos que qualquer ganhe dinheiro a enxer as mentes de nossos filhos com conteúdo violento.

Tendo isto sido dito, regulamentos, sanções e precauções realmente não resolverão a raiz do problema. Mais cedo ou mais tarde, não haverá escapatória a não ser passar nosso sistema educacional e seus métodos por uma reforma completa. Teremos de aplicar os formatos, meios e estilos que são apelativos às crianças e os lhes darmos uma outra finalidade para espalharem valores positivos, dar bons exemplos e mais importante, criar seres humanos que tenham consideração pelos outros.

Pais, entendam o mundo dos seus filhos. Crescer com a Internet na palma das suas mãos transformou-os na primeira geração “global e virtual”. Não admira que por vezes pensemos que nossos filhos sejam criaturas inteiramente diferentes. Eles passam 8 a 11 horas por dia colados em suas telas, principalmente em mídias sociais. Eles se aborrecem facilmente e rapidamente vão para a próxima atração com o deslize do dedo.

E quanto mais o mundo ficar online, seus pensamentos, interacções e sensibilidades também se tornam globais. Cinquenta e oito por cento dos adultos de todo o mundo com idades de acima dos 35 anos concordam que “as crianças de hoje têm muito mais em comum com os seus colegas globais que com os adultos do seu próprio país.”

Passando maior parte das suas horas despertas colados nas suas telas, nossos filhos ficaram mais atraídos para o global e para o virtual que para o local e físico. Tenha em conta que todos avançamos para a realidade global-virtual e nesse respeito, nossos filhos estão mais preparados para estas mudanças.

Nós passamos pela fase onde a educação era sobre informação e conhecimento. As crianças de hoje conseguem pesquisar as respostas no Wikipedia mais rápido que seu professor lhas dá na escola.

Nossa educação agora deve se concentrar na construção do ser humano. E isso significa construir um sistema de valores dentro da pessoa e um ambiente social em torno dela que equilibre o ego humano e o dirija para uma realização positiva.

Isto não se trata de pregar valores morais. Nossos filhos não vão mais nessa uma vez que seus egos evoluiram para além disso. Nós temos de os ajudar a realizarem o seu potencial e acharem sua expressão num mundo que se está a tornar cada vez mais interconectado, lhes dando as ferramentas para se entenderem melhor a si mesmos e fundarem conexões mais significativas e saudáveis com os outros.

Isto não precisa de ser chato e didáctico para eles. Certamente podemos achar maneiras excitantes para eles experimentarem conexões positivas, através de discussões estilo discussão e projectos colaborativos com seus colegas, tanto virtual como fisicamente.

Mas para tudo isso começar a acontecer, os pais têm de entrar a bordo. Teremos de tomar a decisão de nos envolvermos com o futuro dos nossos filhos e reconhecermos a necessidade de cultivar uma mentalidade global que corresponda às condições da nova era global.

Publicado originalmente no Newsmax

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Por Que A Pena De Morte Para Terroristas Não Resolverá O Terrorismo … E O Que Resolverá

A pena de morte para a lei de terrorismo promovida em Israel pelo ministro da Defesa, Avigdor Liberman, mais uma vez, destaca um problema no centro de um cabo de guerra, mostrando a incapacidade do povo israelense de se unificar em uma posição específica. Argumentos prós e contra a lei inundaram a imprensa israelense sobre se ela realmente deteria os terroristas e o que isso significaria para os judeus.

À primeira vista, o Talmude justifica a pena de morte para uma pessoa que age com a intenção de matar outra pessoa: “Se alguém vier matá-lo, levante-se cedo e mate-o primeiro” (Talmude Babilônico, Sanhedrim 72:1). Essa lei não é diferente para um terrorista, como não é para qualquer pessoa que faça um movimento para matar outra pessoa.

No entanto, a passagem ou não da pena de morte em Israel não influenciará o problema do terrorismo na sua raiz. Todo o discurso em torno do tema é como discutir se quimioterapia ou tratamentos naturais são melhores para o tratamento do câncer: você sempre terá uma opinião diferente, dependendo a quem você perguntar, e toda a discussão não trata de analisar o problema e sua solução, desde a sua base causal.

Portanto, eu não tenho interesse em me intrometer nas leis do Estado de Israel, que são baseadas em leis do tempo do Mandato Britânico e também um pouco antes. Se o Estado de Israel e o povo judeu realmente desejassem resolver o terrorismo, teríamos que voltar a investigar nossas raízes, entender o que nos faz o povo judeu para começo de conversa, e que leis nós seguíamos quando nos tornamos o povo judeu. Então, podemos aprender algo sobre as leis que teriam o poder de desarraigar completamente o problema do terrorismo.

Como Substituir as Leis do Estado pelas Leis da Natureza: Um Guia para o Povo de Israel

O que nos torna um povo judeu é a tendência de se unir (a palavra hebraica para “judeu” [Yehudi] vem da palavra “unido” [yehudi] [Yaarot Devash, Parte 2, Drush n° 2]). Nossos antepassados ​​perceberam essa tendência na época em que Abraão fundou grupos não de acordo com as leis do Estado, mas de acordo com as leis da natureza. Enquanto a antiga sociedade babilônica estava desmoronando em níveis devastadores de divisão social em torno dele, Abraão se recusou a aceitar a norma divisória da época. Em vez disso, ele dedicou sua vida a um processo de autodescoberta e à pesquisa da natureza e do sistema da criação. Através de sua pesquisa, ele descobriu como as leis mais fundamentais da natureza são amor, doação, bondade e unidade. Além disso, descobriu como essas leis operam em cada elemento da realidade e reuniu pessoas que também buscavam vidas melhores, formou grupos delas e as orientou sobre como realizar as leis da natureza de amor e unidade nas relações sociais. Esse grupo tornou-se conhecido como “os judeus”.

Como um povo judeu unido, desfrutamos momentos de felicidade e prosperidade durante o Primeiro e Segundo Templos. Ao longo do tempo, no entanto, o egoísmo humano evoluiu para um novo nível na humanidade, incluindo o povo judeu. Isso nos afastou e nos tornamos distantes de nossa conformidade com as leis da unidade da natureza. Em última análise, substituímos as leis da natureza pelas leis do Estado feitas pelo homem.

O egoísmo nos faz considerar o benefício pessoal como tendo maior importância do que beneficiar os outros e toda a sociedade em que existimos. Se não nos aplicarmos para se unir acima de nossa tendência egoísta natural, nós construímos nossas vidas de uma maneira cada vez mais oposta à natureza. O terrorismo é apenas uma das maneiras óbvias onde o nosso mundo hoje nos mostra o resultado de nosso desenvolvimento natural e egoísta ao longo de milhares de anos.

Nós dividimos a humanidade em vários segmentos, subsegmentos e sub-subsegmentos. Valorizamos a individualidade sobre a integralidade e o sucesso pessoal de indivíduos únicos ou grupos seletos sobre o sucesso coletivo da sociedade como um todo. Isso é o oposto de como a natureza funciona. A natureza vê o planeta e todos os seus habitantes como um único sistema, colocando igual importância em todas as suas partes. É semelhante às células e órgãos de um corpo humano que desempenham um papel vital na saúde, sustento e funcionamento de todo o corpo.

Nossa abordagem cada vez mais egoísta e separada da natureza, não só nos divide como um povo, mas é a causa de cada infortúnio e dor na humanidade. Tal como acontece com o exemplo do corpo humano, quando uma determinada célula ou grupo de células começa a receber mais do que precisa em função de outras células, é considerado como um crescimento cancerígeno. Nossa ênfase no benefício próprio sobre beneficiar a sociedade humana como um todo nos separa de identificar e seguir as leis da natureza de amor e unidade, e nos faz sucumbir a seguir as leis de Estado feitas pelo homem. Então, quanto mais problemas forem encontrados em todo o mundo em escalas pessoais, sociais e globais, mais precisamos revisar nossas leis feitas pelo homem, como a necessidade de revisar nossos medicamentos para o tratamento de novas epidemias.

Portanto, se abordarmos o diagnóstico e a cura dos muitos problemas do mundo, incluindo o terrorismo, na sua origem – a nossa separação das leis da unidade da natureza -, então, aprendendo quais são as leis da natureza e como podemos observá-las, podemos pavimentar o caminho para uma sociedade harmoniosa e unificada, em equilíbrio com a natureza.

O Ressurgimento do Método para a Descoberta e Aplicação das Leis da Natureza

O método para a descoberta e aplicação dessas leis é o mesmo método que Abraão desenvolveu, a sabedoria da Cabalá. Hoje, este método está passando por um ressurgimento moderno na medida em que milhares de pessoas em todo o mundo, que sentem que os caminhos atuais do mundo estão levando a becos sem saída, começam a se reunir regularmente para descobrir sua longa conexão perdida com a natureza e revitalizar o sentido de propósito, amor, unidade e proximidade com a natureza que o grupo de Abraão foi pioneiro.

Usando esse método, esse grupo mundial tornou-se um laboratório de pesquisa de uma sociedade baseada na descoberta e aplicação das leis da natureza. Se há laços fortes e unidos nas relações sociais impulsionados pela contínua aprendizagem, encorajamento e promoção de valores pró-sociais, como unidade, amor, doação, consideração mútua e bondade, então os fenômenos egoístas negativos não terão chance de emergir. Por exemplo, o castigo não surgirá como o conhecemos no nosso mundo hoje, como uma penalidade por uma ofensa que foi feita. O castigo seria sentido como uma sensação interior dentro da pessoa, quando a inclinação egoísta agarra os desejos e os pensamentos da pessoa com sua exigência de realização pessoal em função dos outros.

Em uma sociedade que funciona de acordo com as leis da natureza, cada pessoa teria as bases, as ferramentas e o ambiente social de suporte necessários para trabalhar com suas inclinações egoístas e criminosas antes delas se materializarem. Da mesma forma, uma pessoa seria capaz de aplicar punições, incluindo até mesmo a “pena de morte” para suas próprias inclinações egoístas, pois não desejaria prejudicar a atmosfera social. No método da Cabalá, tal versão de punição é chamada de “correção” de nossa natureza. Essas correções nos aproximam cada vez mais da abertura de uma natureza nova e expansiva, onde os segmentos de amor, unidade e consideração nos unem.

Além dos tempos acima mencionados do Primeiro e Segundo Templos, nunca criamos esse tipo de ambiente social, e hoje nosso egoísmo corre desenfreado na sociedade. À medida que os efeitos do crescimento da divisão social, das tendências nazistas, fascistas e xenófobas e do terrorismo disparam, nós podemos continuar tentando criar diferentes tipos de curativos e colocá-los em todo o lugar, ou podemos começar a nos alinhar com as leis da natureza e tratar esses problemas e outros na sua raiz.

Eu espero que possamos descobrir essa atmosfera social positiva que aspira a se equilibrar com as leis da natureza antes que seja tarde. O grupo mundial que agora trabalha na implementação deste método está aberto para que todos se juntem, e já em seus estágios iniciais, as pessoas imediatamente testemunham novas e maravilhosas sensações e percepções que se abrem para elas, como resultado da realização minuciosa de pequenos esforços para conexão e amor em uma sociedade que sustenta esses valores. Também espero que a sociedade humana descubra o esplendor da vida de acordo com as leis da natureza, e que isso aconteça mais cedo, através do aprendizado e encorajamento, e não mais tarde, através de dores e tristezas.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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Por Que Motivo Chamar Lorde de ‘Intolerante’ Não Dará a Israel Pontuação de RP… e o Que Dará

A publicação publicitária de página inteira no Washington Post ripostando para Lorde por ter decidido cancelar o seu concerto de Israel devido à pressão do BDS a chamando de “intolerante” e atacando a Nova Zelândia ao mesmo tempo, não é o tipo de resposta que dará qualquer pontuação à imagem de Israel.

Seguramente, Israel está certa nos seus esforços para combater as várias campanhas de desligitimização. Mas em vez de tentar dizer para aqueles que guardam rancor por Israel que estão errados, primeiro devemos explicar para nós mesmos de onde vêm verdadeiramente estes sentimentos.

Em vez de derramar dinheiro em ataques de relações públicas que causam a divisão, que nos fazem a todos aparentar não mais maduros que crianças de escola maldizendo umas das outras, seria muito mais benéfico para Israel, para os Judeus do mundo inteiro e até para a sociedade humana no geral, investir numa estratégia de RP que destape a verdadeira base do povo judeu e a razão profundamente enraizada para que tantas pessoas odeiem Israel e o povo judeu e o que pode ser feito construtivamente acerca disso.

Eu concentraria a mensagem de tal esforço de relações públcias nos seguintes três pontos:

1. Qual é a razão do ódio?

A razão do ódio pelos judeus está profundamente enraizada na humanidade. A palavra hebraica para “Judeu” (Yehudi) vem da palavra “unido” (yihudi) (Yaarot Devash, Parte 2, Drush nº 2), pois o povo judeu foi fundado sob o princípio da união acima das diferenças. Como consequência, é esperado que eles exemplifiquem essa união para que a humanidade a siga. Fazendo isso, eles se tornariam uma conduta vital que tem poder para substituir a divisão, conflitos e sofrimento da humanidade por união, paz e felicidade. Como escreve o Rav Kook, “Em Israel reside o segredo da união do mundo.”

A humanidade está conectada como uma única rede e o povo de Israel são o “ponto de acesso” da rede. O Zohar afirma que os pensamentos e acções do povo judeu têm um efeito de ondulação pela humanidade e que todas as crises no mundo estão relacionadas à função que é suposto que eles concretizem dentro da rede.

Portanto, quanto mais negativos os fenómenos que se acumulam no mundo, mais o mundo guarda rancor por Israel e pelo povo judeu, indirectamente nos pressionando a realizarmos o nosso papel. Se mostrassemos ao mundo o exemplo de união que ele espera, imediatamente sentiríamos uma resposta positiva. Enquanto não agirmos desse modo, então mais e mais pessoas sentem ódio inexplicável pelo povo judeu.

2. De onde vêm os Judeus?

A nação de Israel não é uma nação típica. Ela surgiu na antiga Babilónia quando indivíduos, famílias e tribos concordaram seguir a ideia espiritual revolucionária que Abraão o Patriarca havia cunhado.

Era um tempo de imensa divisão social. Abraão foi um Babilónio que recusou sucumbir ao fluxo da rotina diária, que empurrava as pessoas umas contra as outras. Em vez disso, ele embarcou numa jornada de auto-descoberta, o estudo da natureza e do sistema da criação. Isto o conduziu para uma descoberta inédita: a percepção da humanidade como uma rede unificada, onde duas forças fundamentais estão em jogo: uma força de união positiva e uma força negativa de egoísmo. A força positiva constantemente opera para unificar todos os indivíduos em um únito todo, enquanto a força negativa constantemente gravita na direcção oposta, distanciando os indivíduos uns dos outros.

A descoberta de Abraão salientava que as leis que actuam sobre o indivíduo são as mesmas leis que actuam sobre escalas maiores da natureza. Ele concluiu que a crise da sociedade babilónia poderia ser concertada se o equilíbrio entre as duas forças fosse restaurado, fortalecendo a força positiva da união. Ele formou grupos e os orientou para cultivarem a união como valor supremo, os ensinando a como se elevarem acima da força egoísta que os separava.

Foi assim que o método de se elevar acima do ego humano e manter a união acima das diferenças foi desenvolvido. Com o decorrer das gerações, este método ficou conhecido como “a sabedoria da Cabala.”

3. Por quê agora?

A humanidade tem se desenvolvido rapidamente em anos recentes. Alcançamos novos máximos de desenvolvimento tecnológico e cientifico, perigosamente em conjunto que novos mínimos na qualidade das nossas relações humanas. O mundo de hoje está imerso em divisão e conflito, com divisão social baseada na política que se intensifica, o ressurgimento das tendências nazis, fascistas e xenofóbicas e um aumento da ansiedade sobre o armamento e guerra nuclear.

O Secretário Geral da ONU António Guterres inaugurou 2018 emitindo “um alerta vermelho para o nosso mundo” e enfatizando a necessidade de “juntos resolvermos os conflitos, superarmos o ódio e defendermos os valores compartilhados” esse é um claro sinal de alerta para os nossos tempos.

A solução para as ansiedades intensificadas de hoje, que tem o poder para elevar a sociedade humana para um novo nível de relações baseado em união e responsabilidade mútua, é a capacidade de nos elevarmos acima do ego humano separador. O método para implementar esta solução reside fundo dentro do coração do povo judeu.

É simples: quanto mais o sistema exigir que nós judeus nos unamos acima das nossas diferenças, mais forte se tornará o ódio para connosco. Ou numa luz mais positiva: quanto mais nos unirmos, mais vamos “desbloquear” o sistema, permitindo que a força positiva unificadora da natureza flua para as relações humanas.

Portanto, se regressarmos ao escrutínio inicial de “O que sentem verdadeiramente os boicotadores de Israel?” antes de simplesmente os contraatacarmos com uma reacção impulsiva para aqueles que nos atacam, eles estão certos em nos recordarem das exigências duras do mundo para que o povo judeu leve a cabo o seu papel. Independentemente das inovações de alta-tecnologia que Israel trouxer ao mundo, o mundo permanece desinteressado, subconscientemente esperando algo muito mais significativo e substancial do povo judeu.

Na semana passada, a voz de Lorde foi despojada do palco musical e amplificada na exploração política. contudo, com esforços de RP mais articulados, poderemos ser capazes de começar a ouvir um chamamento muito mais profundo por trás do cancelamento de Lorde em Israel: a voz do mundo que deseja que Israel e o povo judeu comecem a dar um exemplo positivo e unificador.
Publicado originalmente no Breaking Israel News

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Cortes nos Impostos Poderiam ‘Gotejar’ Com Investimento na Subclasse

(Danielfela/Dreamstime)

Os cortes fiscais do Presidente Trump acenderam controvérsia inesperada. Vozes da esquerda chamam-lhe “suicídio económico.” Aquelas da direita dizem que são um “milagre.” Mas a pergunta que importa realmente agora é “será que vão gotejar?”

Para responder à enganadora pergunta da “gota,” creio que precisamos de olhar além da teoria económica e tomar a natureza humana e valores sociais em consideração também.

O Incentivo Económico

“A Economia em Cascata” é a ideia de que quanto mais riqueza estiver na classe alta, mais os negócios de investimento serão realizados para fazer crescer a economia e assim beneficiando as classes média e baixa também. Contudo, o criticismo sobre esta ideia cresce uma vez que os dados parecem pintar um quadro diferente.

Por exemplo, o contribuidor da Forbes e fundador da firma de serviços financeiros Wendell Charles, Evan Kirkpatrick, concluiu que os dados sobre o crescimento económico e taxas de impostos desde 1945 não demonstram correlação entre baixar os impostos e o aumento da actividade económica.

Em paralelo, a tendência rapidamente crescente da automação nos negócios levanta uma grande pergunta em relação aos investimentos futuros na mão-de-obra humana, uma vez que a relação custo-eficiência da automação aplicada cresce continuamente. Um estudo PwC recente sugere que quase 40 por cento dos empregos nos EUA podem ser automatizados nos primeiros anos da década de 2030.

Então de uma rápida observação da história e especulação para o futuro, o incentivo para a riqueza gotejar do topo parece questionável. Mas e se o incentivo não for puramente económico? É possível incentivar os ricos a fazerem investimentos que beneficiem as classes baixas, até se isso não aumentar o seu lucro directo?

O Incentivo Social

De uma perspectiva sociológica, quando os ricos ganham mais zeros na sua conta bancária, eles ganham algo além do lucro material. Eles ganham estatuto social, porque o jogo financeiro é jogado de um jeito que transforma a acumulação de riqueza numa meta em si mesma.

Embora os jogadores e indivíduos da classe alta não precisem necessariamente de um corte nos impostos, eles não o vão afirmar, pois ainda assim lhes interessa. E não é maior liberdade financeira que eles procuram, é estatuto social.

Será que qualquer um de nós se comportaria diferentemente no seu lugar? Baseando-nos na nossa psicologia, claro que não. Pense nos super-ricos como estrelas da NBA. Eles procuram aumentar a pontuação constantemente, porque esse é o jogo que todos à sua volta estão a jogar, um jogo que é respeitado pelo resto da sociedade. Tanto os super-ricos como as estrelas da NBA personificam nossa natureza social enquanto seres humanos.

Mas o que aconteceria se fornecessemos à classe alta o mesmo incentivo para investir na sociedade? E se nossa sociedade jogasse um tipo diferente de jogo, onde aquele que contribui para o bem-estar da sociedade é aquele que “pontua” mais?

Enquanto criaturas sociais, vergonha e honra moldam nosso comportamento social mais que qualquer outra coisa. Se transformassemos as contribuições sociais num valor supremo da nossa cultura, então nossos heróis culturais seriam aqueles que personificariam isso e colocaríamos toda uma diferente dinâmica na competição da sociedade.

Em vez de competirmos por mais zeros na nossa conta bancária, competiríamos e mediríamos pelo maior impacto positivo na socieddade, através do investimento na ciência, educação, medicina, infraestrutura ou qualquer outra coisa que contribua directamente para tornar o todo da sociedade mais próspero.

Para reconhecer o impacto potencial do reconhecimento social, pense apenas na recente campanha do “#Me Too” que denunciava os maus tratos sexuais e pense quais seriam os resultados de uma campanha semelhante na sua intensidade, mas que colocasse os holofotes naqueles que sistematicamente acumulam extrema riqueza e evitam contribuir para a sociedade. Seguramente, esse é um cenário extremo, mas facilita para ver como uma mudança nos valores sociais é praticável.

Nós temos de cultivar uma cultura que encoraje a contribuição social, gerando doadores, não pela força ou regulamentação, mas através de uma activação melhorada da nossa natureza social. Por outras palavras, se queremos certificar-nos que a “economia em cascata” funciona, temos de a acoplar a uma “humanidade de baixo para cima.”

Publicado originalmente no Newsmax

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Israel Deve Ser o Símbolo da Paz Que o Mundo Espera

Crédito: Embaixada Americana de Tel Avive

 

Setenta anos após a declaração da independência de Israel garantem um olhar profundo ao nosso presente estado. Especialmente dado que no começo desta semana um presidente americano subitamente se sentiu obrigado a fazer uma declaração reconhecendo o direito à existência de Israel.

“Continuou indefinidamente, durante muitos momentos enervantes dessa noite de inverno de 1947. Finalmente o anunciante americano rompeu o silêncio com a sua declaração: 33 em favor, 13 contra, a resolução foi aprovada. O estado de Israel foi declarado. Depois veio a dança e as lágrimas e as bandeiras apareceram. Carros buzinaram tão alto quanto podiam e os sons dos Shofarot soaram de todas as sinagogas… Meu pai me disse enquanto deambulávamos entre os círculos de dançarinos, ‘Olha bem para isto meu filho, pois nunca te esquecerás desta noite enquanto viveres e contarás aos teus filhos e netos sobre ela muito depois de termos partido.'”

Amos Oz, Um Conto de Amor e Trevas

Certamente nunca esquecemos essa noite. Algures nos corredores da memória colectiva de Israel, essas saudações de ânimo e explosões de cantoria espontânea ainda podem ser escutadas, como um lembrete irritante que não foi apenas um sonho. Durante um breve momentos experimentamos o que significa verdadeiramente estarmos juntos, unificados como um.

Setenta anos de guerras intermináveis, lutas internas e a busca esgotante pelo nosso caminho, faz-o parar e questionar por vezes, se esses eventos realmente alguma vez aconteceram. Por um lado, não podemos descartar nossas concretizações. Nós temos uma bandeira e um hino, uma companhia da electricidade, um aeroporto, um exército, uma indústria de alta tecnologia próspera e rica cultura. Há muito de que nos orgulharmos.

Mas imagine se pudessemos pegar em todas as esperanças e sonhos do fundo dos corações daquelas pessoas dançantes e as derramassemos na mesa face à nossa presente vida no estado de Israel; Se fizermos uma dura observação e formos honestos para nós mesmos, será que algumas dessas aspirações que tivemos se tornaram realidade? Será que resultamos do jeito que esperavamos, um povo unificado, independente e livre na nossa própria terra? Será que as Nações Unidas votariam do mesmo jeito se hoje votassem de novo?

APRENDEMOS ALGUMA COISA DO NOSSO EXÍLIO?

A diferença entre os sonhos do passado e a realidade de hoje é inegável. Algures no caminho, devemos ter falhado algo importante. Regressamos à terra dos nossos antepassados depois de dois mil anos de exílio e tentamos criar uma versão dos dias modernos da cultura hebraica, mas não se aproxima sequer.

Em certo ponto as mãos que em tempos se seguraram firmes umas às outras começaram a perder a sua força e até a puxarem na sua própria direcção. Setenta anos passaram e ainda não descobrimos uma fórmula tornar para essa sensação fugidia de união numa experiência duradoura.

Com todo o devido respeito às Nações Unidas, a justificação para o estado de Israel data de há muito, do tempo em que Abraão o patriarca reunira discípulos na antiga Babilónia que procuravam a origem da vida. Juntos eles descobriram o método para se elevarem acima do seu ego e cultivarem preocupação recíproca genuína de uns pelos outros. O grupo cresceu até que finalmente se tornou uma nação, a nação de Israel que habitou a sua dada terra sob a base de “ama teu próximo como a ti mesmo.”

Desde então, nossa obrigação espiritual e moral sempre foi “sermos uma luz para as nações” e servirmos como exemplo positivo para o mundo. Essa é a única exigência para a nossa existência enquanto nação bem como para com a terra sobre a qual residimos.

O POVO ESCOLHIDO TEM UMA MISSÃO ESPIRITUAL

Os longos anos do exílio nos fez esquecer que temos uma missão espiritual. Mas perto do final do século 19 uma mudança fatídica tomou lugar e o povo judeu começou novamente a desejar regressar à sua terra e construir um estado independente. Foi precisamente neste tempo que o método de Abraão começou a ressurgir como “a sabedoria autêntica da Cabala.” Com este novo rumo dos acontecimentos, Baal Hasulam e Rav Kook, dois dos maiores Cabalistas do século 20, declaram que nossa independência externa depende directamente de alcançarmos nossa independência espiritual:

“Enquanto não elevarmos nosso propósito acima das nossas vidas corpóreas” escreveu Baal Hasulam no seu artigo “Exílio e Redenção,” não teremos um renascimento corpóreo, pois nós somos o povo do ideal”.

Estando os olhos do mundo colocados sobre Jerusalém, a importância do excerto acima torna-se mais relevante que nunca: Israel não pode ser uma sociedade baseada em valores e princípios egoístas, até se parecer ser bem sucedida noutros países. O povo de Israel deve redescobrir a sua fundação de amor recíproco e ser um símbolo da paz para o mundo inteiro.

Em Israel de 2017, a Terra Prometida se tornou a terra do leite, do mel e Coca Cola e automóveis que só buzinam nas ruas depois de um grande triunfo futebolístico ou basquetebolista no estrangeiro.

Todavia, o mundo precisa de um exemplo positivo de união agora mais que nunca no passado. A presente realidade fracturada na sociedade israelita apresenta a oportunidade perfeita para construir uma nova base para nossa vida compartilhada enquanto nação. É hora dos israelitas começarem a dançar à volta do ideal espiritual do amor. Depois, também Jerusalém, poderá ser o farol da paz que tantos à volta do mundo esperam que ela seja.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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