Os protestos de Charlottesville imprimiram o neo-nazismo e seu criticismo pelos judeus no mapa da história moderna. A resposta judaica acarta grandes implicações.
É a semana dos protestos de Charlottesville. A ira neo-nazi se espalha instantaneamente na consciência global como expõe a Vice no coração dos protestos de Charlottesville para o mundo.
Uma cena de centenas de nacionalistas brancos que seguram uma tocha cantando “Judeus não nos substituirão!” “Sangue e solo!” “Ruas de quem? Nossas ruas!” marchando em uníssono, encontrando os protestantes da oposição esquerdista, seguidos de erupções de violência, espancamentos, bastonadas… as notícias de abertura da cobertura do programa da Vice “Carlottesville: Raça e Terrorismo” se desenrola como uma versão moderna daquilo que foi cozinhado na Alemanha dos anos 30.
É isso mesmo, a Alemanha Nazi dos anos 30. E nós sabemos para onde isso conduziu…
Charlottesville: Race and Terror – VICE News Tonight on HBO. YouTube.
Os Protestos de Charlottesville Marcam o Começo de Uma Insurgência Neo-Nazi Que Repetidamente Culpará Os Judeus
Por muito que os judeus não queiram ouvir falar disso, isto é apenas o princípio de uma insurgência que repetidamente apontará o dedo aos judeus.
“Os judeus têm sido ampla e excessivamente representados na esquerda da história e na esquerda de agora. Eles são excessivamente representados naquilo a que você pode chamar ‘o sistema,’ ou seja pessoas da Ivy League que determinam realmente a política.”
– Richard Spencer, presidente da organização de nacionalismo branco no Instituto de Política Nacional que esteve por trás dos protestos de Charlottesville, numa entrevista para o Canal 2 de Israel.
Alguns dias passaram e o criticismo dos nacionalistas brancos sobre a “representação excessiva” dos judeus na política americana se gravou a si mesmo na consciência da sociedade. A origem deste criticismo exige escrutínio…
É Realmente a Influência Judaica Desproporcional Sobre a América a Causa Basilar do Criticismo e Ansiedade Para Com os Judeus Na América?
Segundo a sabedoria da Cabala, não.
“É um facto que Israel é odiada por todas as nações, seja por razões religiosas, raciais, capitalistas, comunistas ou cosmopolitas, etc. Isto assim é pois o ódio precede todas as razões, mas cada um meramente resolve sua aversão segundo sua própria psicologia.”
– Yehuda Leib HaLevi Ashlag, “Os Escritos da Última Geração, Parte Primeira.”
A causa deste criticismo pelos judeus se aprofunda muito mais: até ao subconsciente da humanidade. Ele está enraizado na própria natureza e emerge enquanto parte de um processo evolucionário que todos nós, membros da humanidade, estamos a atravessar.
A humanidade está a desenvolver-se para um estado final de completa e harmoniosa união. O caminho para este estado final, contudo, pode assumir uma de duas formas:
1. Um processo negligente onde a união da humanidade assumirá formas egoístas como o nazismo e fascismo, onde avançaremos para o resultado harmonioso através de imenso sofrimento pelo caminho; ou
2. Um processo de aprendizagem pro-activa para entendermos nossa conexão com a natureza e uns com os outros e como nos unirmos acima das nossas diferenças para alcançar o equilíbrio com a natureza.
Desde metade dos anos 90, a humanidade entrou no período de transição mais significativo da sua história: o fim do seu desenvolvimento egoísta e individualista e o começo do seu desenvolvimento enquanto um todo interdependente e integral. Economias, tecnologias, comércio, transporte e comunicações globalmente interligadas se desenvolveram da nossa necessidade de sobrevivermos no nosso meio global cada vez mais interdependente, que nos ata como um novelo de lã.
Contudo, tais conexões externas e superficiais são insuficientes para nos fazerem sentir seguros. Pelo contrário, quanto mais estas conexões externas se desenvolvem sem uma atitude de mudança da nossa parte, mais ansiosos e ameaçados nos sentimos, pois nossos espaços privados, públicos e nacionais são cada vez mais perturbados e comprometidos.
Portanto, uma mudança de atitude é necessária para desenvolver-nos harmoniosamente para o estado final unido da humanidade. Nossas atitudes devem corresponder ao nível de interdependência para o qual estamos a ser naturalmente empurrados. Não trabalhando nesta mudança de atitude, continuamos a nos relacionar uns para os outros de maneira egoísta e individualista, enquanto a natureza continua a exigir o oposto: relações altruístas e integrais. Como resultado, sentimos um monte de problemas.
Ao povo judeu, há cerca de 4000 anos atrás durante o tempo de Abraão, foi dado o método para desbravar o processo da humanidade implementando esta mudança de atitude e estabelecer a união acima das nossas diferenças. Como está escrito no livro, Shem Mishmuel:
“A intenção da criação foi para que todos fossem como um feixe… mas por causa do pecado [egoísmo] a matéria foi corrompida. A correcção começou na geração da Babilónia, ou seja a correcção da reunião e assemblagem de pessoas que começaram com Abraão. …E a correcção final será quando todos se tornarem um feixe.”
Se os judeus tiverem sucesso em iniciar a correcção a tempo, então a união será revelada na sua forma positiva: como união acima das nossas diferenças.
Se, todavia, os judeus se atrasarem na sua correcção, então a união será revelada na sua forma negativa, como nazismo: a união de um povo que se opõe e odeia activamente os outros.
Qual é a Natureza da Insurgência Neo-Nazista?
Este processo de desenvolvimento é semelhante a aquele de um fruto em crescimento. O fruto continua simplesmente a crescer e crescer. No momento em que chega à sua maturidade, se ele não for apanhado e comido, então ele simplesmente continua a crescer e começa a ficar estragado. Quando maduro, o fruto é bom para nós. Mas quando ele apodrece, ele se torna venenoso e prejudicial.
Como está relacionada esta analogia à humanidade? Desde metade do século 20 que precisavamos de começar a usar o “fruto” correctamente – a mudarmos nossas relações do egoísmo e individualismo para altruístas e unidas, mas não o fizemos. Como resultado, hoje experimentamos todos os tipos de mutações.
O nazismo é uma dessas mutações. Ele une as pessoas, que é parcialmente correcto. Contudo, ele une as pessoas de maneira egoísta e com ódio, que é onde ele falha.
A chave para o bom futuro de todos, ou alternativamente, para o futuro desastroso de todos, está nas mãos dos judeus. Ora exercemos o método que nos foi dado e nos unimos em amor de uns pelos outros, acima das nossas diferenças, ou precisaremos de atravessar a forma oposta da união que começa a mostrar sua face de novo; a união nazi, que conecta os seus defensores com ódio apaixonado e comum.
Por Que Os Protestos de Charlottesville Têm Importância Histórica para os Judeus e para o Neo-Nazismo
Os protestos de Charlottesville são uma erupção muito significativa. Eles imprimiram o neo-nazismo e seu criticismo pelos judeus no mapa de história moderna. Daqui para a frente, teremos de lidar com esse dedo acusador que aponta directamente para nós.
Porém, nós temos o método pelo qual mudamos a atitude por trás dos dedos que apontam para nós: de culpa, criticismo e ódio para o respeito, valorização e honra.
Por muito rebuscado que isso soar, o resultado depende de nós percebermos que nosso papel enquanto povo judeu (a palavra hebraica para “Judeu” [Yehudi] vem da palavra “unido” [yihudi] [Yaarot Devash, Parte 2, Drush nº 2]). Nos devemos unir acima de toda a migalha de ódio que temos uns pelos outros em prol de “amarmos nosso amigo como a nós mesmos” e para sermos uma “luz para as nações.”
Se pudermos abrir nossos olhos um pouco para vermos a ampla quantia de responsabilidade que seguramos tanto pelo nossso destino como pelo da humanidade e tentarmos entender a natureza da atitude do mundo por nós, então começaríamos a dar passos na direcção certa. Até o fazermos, é esperado que o neo-nazismo aumente.
Para a Verdade: Solucionando o Enigma Judeu – Trailer do Documentário.
Publicado originalmente no Kabbalah.Info