Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Purim: o Bom, o Mau e a Bela

Aert de Gelder – Wikimedia Commons

Era uma vez um rei Persa, cujo nome era demasiado difícil de pronunciar. Um dia, sua esposa, Rainha Vashti, desobedeceu-lhe, então ele divorciou-se dela e teve um concurso de beleza para escolher a próxima rainha.

Um bom e humilde Judeu com o nome de Mordechai, também era o guardião de sua bela sobrinha, Ester. Mordechai enviou Ester para o concurso e ela derrotou todas as outras belezas e tornou-se a nova rainha. Contudo, Ester não contou ao rei que ela era Judia porque Mordechai lhe havia dito para não o mencionar.

Nessa altura havia um homem muito mau com um nome muito fácil de pronunciar – Hamã. Ele era o primeiro ministro do rei e conseguia convencer o rei para fazer praticamente tudo o que ele quisesse.

Hamã tinha um hábito especial: ele são suportava Judeus. Um dia, ele saiu até ao rei e disse-lhe: “Há um certo povo espalhado e disperso entre os povos.” Hamã explicou para o rei que ele passaria melhor sem eles porque eles não mantinham suas leis e o rei prontamente concordou e deu-lhe aprovação para matar todos eles.

Quando Mordechai ouviu falar nisso, ele ficou boquiaberto. A primeira coisa que fez foi rasgar suas roupas, se cobrir com um saco e jogou cinzas sobre si mesmo. Embora isso não mudasse o veredicto, ele começou a gritar sobre isso por toda a cidade, até que ele alcançou o portão do rei.

Ester ouviu falar do “ataque” de seu tio e ficou apavorada. Ela enviou seus servos para o vestir mas ele recusou. Ele disse-lhes para dizer a Ester sobre o plano de matar todos os Judeus e que ela devia ir e pedir ao Rei para o desfazer.

Ester ficou assustada pois ela não achava que o rei concordaria com o seu pedido. Quando ela finalmente concordou, após alguma persuasão astuta da parte de Mordechai, ela disse que sua única condição era que os Judeus se reunissem e se unissem no pensamento do seu sucesso. “Então,” disse ela, “embora seja contra o protocolo se aproximar do rei de sua própria iniciativa, eu o farei e espero um milagre.”

O resto é história: um milagre aconteceu, o rei saudou Ester calorosamente e aceitou seu pedido. Ela disse-lhe que era Judia e que Hamã planeava matar todos eles e o rei ficou tão incomodado que ele não só desfez o decreto, mas enforcou Hamã e sua família na própria árvore que Hamã havia preparado para Mordechai. Desde então que temos sido ordenados a sermos acolhedores nesse dia, comermos imensos doces chamados oznei haman (orelhas de Hamã) e ficarmos tão bêbedos que não conseguimos distinguir o certo (Mordechai) do errado (Hamã).

Além de ser muito divertido, Purim tem uma mensagem muito importante (e séria) para nós, especialmente nestes dias em que sentimentos anti-Judaicos se intensificam por todo o mundo: A única “arma” que temos contra nossos inimigos é união. Podemos e devemos nos proteger e aos nossos amados. Mas se queremos uma derrota final de nossos inimigos, lutar contra eles não será suficiente, mas nos unirmos entre nós moverá montanhas!

O costume de trazer presentes aos pobres (frequentemente doces como oznei haman e vinho) é um sinal de proximidade, uma expressão do desejo de juntar todas as facções da nação. Nossos grandes sábios durante as gerações nos disseram repetidamente que através da união seremos salvos de qualquer inimigo ou dificuldade. O Livro do Zohar até nos diz, na porção, Acharei Mot, que graças a nossa união, haverá paz no mundo.

Os nossos dias estão cheios de Hamãs ao nosso redor. Eles são lembretes que precisamos de nos unir tal como os Judeus fizeram nesse tempo na Pérsia e que se o fizermos, nenhum mal virá até nós.

Além do mais, como escreve O Livro do Zohar, através de nossa união podemos ajudar o mundo a encontrar a paz. O mundo já nos culpa por causarmos todas as guerras, embora claramente não tenhamos tais intenções. Então se lhes mostrarmos nossa união e que queremos na realidade compartilhar esta união com eles(!), isso servirá como exemplo de fraternidade que nenhuma outra nação pode realizar.

Todas as outras nações só se conseguem unir contra um inimigo comum. Nós somos a única nação na história que alguma vez nos unimos pelo bem da própria união! Hoje, é isto o que o mundo necessita – união pelo bem da união. Nós podemos agora reacendê-la entre nós e oferecê-la a um mundo sedento de amor.

Nossos sábios explicam que Hamã é um símbolo de nossa inclinação do mal, nosso próprio ódio pelos outros. Os Hamãs dentro de nós impedem-nos de nos preocuparmos com os outros, mas também fazem o mundo nos culpar por suas guerras. Nós, Judeus, uma nação que em gerações anteriores praticou “ama teu próximo como a ti mesmo,” agora podemos reanimar estes sentimentos dentro de nós e superar nossos Hamãs internos. Quando o fizermos, o mundo verá o verdadeiro valor do Judaísmo – que não se trata de ter uma sensação de superioridade, mas em vez disso cuidar verdadeiramente de todas as pessoas; uma percepção da humanidade como uma alma, uma entidade que quando unida, alcança felicidade inimaginável.

Há uma coisa que as nações devem fazer, nos empurrar para isso – para a união – para que a possamos transmitir e nos tornemos “uma luz para as nações,” como é certamente nossa tarefa. O antissemitismo das nações força-nos a unir, mas somente em prol de escapar aos apuros. Precisamos de nos unir porque união trás alegria, força e prosperidade a todos. Quando chegarmos a isso, não haverá ódio ou semelhante: nem antissemitismo, guerras e má vontade entre as pessoas

Feliz Purim a todos.

*** Por favor veja esta playlist de Purim especial no meu canal do YouTube sobre o significado de Purim de hoje para os Judeus ***

Publicado originalmente no Jewish Journal

 

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