Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Qual É A Diferença Entre A Floração Da Amendoeira E A Economia Em Queda?

Os costumes de Tu BiShvat são simples e afáveis – nós comemos fruta seca, bebemos um pouco de vinho, as crianças plantam árvores, e pronto. Mas a verdade é que Tu BiShvat é um dos feriados mais significativos porque detém o segredo para a resolução dos problemas em nossas vidas. O Dr. Michael Laitman revela a chave para uma boa vida que cresce em Tu BiShvat.

Tu BiShvat não está entre os feriados “famosos”; um feriado que muitas vezes não é falado. Ele está escondido entre Sukkot, Shavuot,Pessach, intitulado o “Ano Novo das Árvores”, e ocupa um lugar “modesto” no calendário israelense. Seus costumes são simples e afáveis – nós comemos frutas secas, bebemos um pouco de vinho, as crianças plantam árvores, e pronto. A verdade é que Tu BiShvat é um dos feriados mais significativos! De acordo com os Cabalistas, Tu BiShvat detém o segredo para a resolução dos problemas em nossas vidas.

Como Tudo Está Interconectado

Nós vivemos num mundo global. De evento em evento está se tornando claro para nós quanto estamos conectados uns aos outros em todos os vários níveis da vida (1). Quando uma crise econômica eclode na China ou na Rússia, colore as bolsas de valores do mundo de vermelho; um atentado terrorista no coração de Paris coloca todas as potências mundiais em alerta; guerras civis na Síria estão causando a migração em massa que está mudando a demografia e composição da população na Europa continental, e isso sem ter falado dos preços do petróleo, da guerra iniciada na Ucrânia, ou da clima maluco que nos lembra que estamos vivendo no mesmo planeta e influenciamos o seu “humor”.

“O século XXI, ao contrário dos períodos que o precederam, consiste de uma coleção de numerosas redes de comunicações que estão conectadas entre si por cruzamentos sem fim”, escreve o professor Ludger Kühnhardt, diretor do Centro de Estudos de Integração Europeia. Junto com pesquisadores de renome, ele descreve o quanto estamos conectados (2). Infelizmente, é especificamente as crises globais que estão fazendo com que essa percepção se infiltre em nossos sentimentos (3).

O Prêmio Nobel de Economia, Professor Paul Krugman, escreve: “Na era global todos nós estamos no mesmo barco”. E hoje o barco rachou e a água está lentamente entrando. É claro para todos nós que o mundo é global e gerenciado como um sistema fechado, e apesar disso, continuamos a nos conduzir como que cada um por si, como se nada tivesse mudado. O sistema negativo de conexões entre nós está fazendo o barco afundar (4). Uma pessoa pode nos imaginar como inquilinos de um único edifício que, de repente, descobrem que assinaram um acordo que os obriga à responsabilidade mútua. De agora em diante, nós devemos pagar por qualquer dano que o filho de um vizinho faz, e os problemas de um dos inquilinos é o nosso problema também.

A lacuna e a contradição entre as conexões globais, que estão nos “pressionando” a unir, em contraste com a preocupação egoísta de cada um por si mesmo, são a causa para as várias crises que estão sendo reveladas diante de nossos olhos. ”O nosso mundo está se tornando global e integral, ou seja, todos nós estamos conectados uns aos outros”, é a maneira que o professor Yehuda Kahana da Faculdade de Administração da Universidade de Tel Aviv analisa a situação. ”A mudança no significado dos valores que necessitamos para isso é parar de pensar apenas em ‘eu’ e começar a pensar também em ‘nós’”.

A Questão É: Como Se Conectar?

Nós temos tentado vários métodos “tapar o buraco no barco”. Apenas na semana passada o Fórum Econômico em Davos, uma cúpula de prestígio, terminou. Conferências de Cúpula Mundiais, a cooperação regional, a falsa União Europeia, e inúmeras organizações internacionais não conseguiram remendar a fenda, e o barco continua a encher de água…

Não basta advertir: “Acima de tudo é preciso se unir hoje” (5), chegou a hora de fazer alguma coisa. Infelizmente, nenhuma “união” é bem-sucedida e nem será bem-sucedida em manter a sua posição, pois um método para lidar com o egoísmo que cresce continuamente está faltando. O egoísmo humano é a força negativa que destrói as relações humanas. A única sabedoria que oferece um método para se conectar acima do egoísmo que nos separa sem suprimi-lo é a autêntica sabedoria da Cabalá.

Este método antigo (6) nos ensina a construir laços de consideração e interesse mútuo que são tão importantes no mundo global de hoje. Ele nos dirige a perceber os antigos princípios de conexão, como: “O que é odioso para você, não faça ao seu amigo” (Shabbat 31a), “E amarás o teu amigo como a ti mesmo” (Levítico 19:18). Por meio disso nós aprendemos a descobrir o poder da conexão na ligação entre nós, o poder positivo que é inerente à natureza, e com a sua ajuda, equilibrar o egoísmo nas relações interpessoais (7).

E Como Tudo Isso Está Relacionado a Tu BiShvat?

O Ano Novo das Árvores que começa hoje nos recorda o poder positivo que existe na natureza. A semente que nós plantamos no chão simboliza o enorme potencial que existe nas relações entre nós. Essa semente vai germinar e crescer numa árvore que dá vida, e mais tarde dá frutos como: segurança pessoal nas ruas, a redução das disparidades e desigualdades na economia, um sistema de saúde que se preocupa com todos nós e uma educação em valores; ela precisa da água da vida da sabedoria da Cabalá. Quando um espírito de unidade se espalha entre nós, como água vivente, isso se infiltra em todos os sistemas sociais.

A necessidade de investir em solo fértil, a construção de um ambiente que vai içar a bandeira da importância da unidade entre nós como uma chave para a boa vida, é a mensagem central e universal de Tu BiShvat. Essa é a razão desse feriado sempre ter siso foi importante para os Cabalistas. Não é à toa que a Torá compara a humanidade a uma árvore no campo. Tu BiShvat, o Ano Novo das árvores, é um convite para o início do crescimento, o início de uma nova vida (8).

Bom Feriado para toda a casa de Israel.

Referências:

(1) “Não se surpreenda se eu misturo o bem-estar de um coletivo em particular com o bem-estar de todo o mundo, porque, na verdade, nós já chegamos a tal ponto que o mundo inteiro é considerado um coletivo e uma sociedade. Isto é, como cada pessoa no mundo extrai a medula de sua vida e seu modo de vida de todas as pessoas no mundo, ela é forçado a servir e cuidar do bem-estar de todo o mundo …. e, portanto, o bem-estar da coletividade e seu próprio bem-estar são a mesma coisa” (Rav Yehuda Ashlag – Baal HaSulam, no artigo, “Paz no Mundo“).

(2) “Para saber quem somos, devemos entender como estamos conectados” (Nicholas Christakis, professor de medicina sociológica, Universidade de Harvard, de seu livro Conectados).

“Dentro do vasto tecido da humanidade cada pessoa está conectada a seus amigos, sua família, seus colegas de trabalho e vizinhos. No entanto, essas pessoas estão conectadas a seus amigos, suas famílias, seus colegas de trabalho e seus vizinhos e assim por diante indefinidamente em distância, até que todas as pessoas no mundo estejam conectadas a todo o resto dessa ou de outra maneira” (Nicholas Christakis, professor de medicina sociológica, Universidade de Harvard, de seu livro Conectados).

(3) “A globalização não só é algo que vai nos preocupar e ameaçar no futuro, mas algo que está ocorrendo hoje e para a qual é preciso primeiro abrir os nossos olhos”. (Ulrich Beck, de uma entrevista com Brigitte Neumann, Deutschland, 2003).

“A globalidade significa que de agora em diante nada que acontece em nosso planeta é apenas um evento local limitado; Todas as invenções, vitórias e catástrofes afetam todo o mundo, e nós temos que reorientar e reorganizar nossas vidas e ações, nossas organizações e instituições, ao longo de um eixo ‘local-global’.” (Ulrich Beck, O Que É A Globalização?, 2000).

“Não haverá uma solução para os problemas do clima, desemprego, economia, comércio, emissões de dióxido de carbono ou qualquer outro problema até que o mundo entenda que a solução para todos esses problemas reside na unidade e cooperação” (Gordon Brown, PhD em História, ex-Primeiro-Ministro britânico).

“Recentemente, a partir das conclusões de um relatório sobre as alterações climáticas do IPCC (Painel Intercontinental de Mudança Climática) afirmou-se que há uma certeza de 95 por cento que os seres humanos têm sido a causa dominante do aquecimento global desde os anos 50 do século passado. O relatório indica que “melhoria efetiva não é susceptível de ser atingida enquanto agências individuais continuarem a promover seus próprios objetivos particulares. As respostas mais comuns, incluindo a cooperação internacional, são fundamentais para melhorar o nível de emissões de gases com efeito de estufa e de se relacionar com fatores climáticos adicionais” (Stocker, Qin, Plattner, Tignor, Allen, Boschung, Midgley (2013), Relatório sobre Climate Change 2013: The Physical Science Basis.” Working Group Contribution).

“A maioria das pessoas está ciente de que o comportamento humano é nocivo para o ambiente. O dano agora vai ser perigoso – em muitas áreas estamos nos aproximando do ponto da virada que vai levar ao colapso dos ecossistemas. Isso é especialmente importante porque os seres humanos evoluíram a partir da natureza; nós dependemos da natureza para existir, pois a natureza é a fonte de toda a nutrição, ar e água. Se os sistemas da natureza que suportam a vida na Terra entrarem em colapso, a humanidade entrará em colapso” (Dr. James Lovelock, The Vanishing Face of Gaia).

“Os três riscos mais prováveis para os anos de 2012 e 2013 são o produto de um velho paradigma egoísta do pensamento, e são eles: a séria disparidade de renda, desequilíbrios fiscais crônicos e crises ecológicas, que são todos atos humanos” (Relatório de Riscos Globais 2013, Fórum Econômico Mundial, Genebra, Suíça).

“Quatro dos cinco riscos mais prováveis que a humanidade enfrenta são produto de ligações negativas entre as pessoas. Entre esses riscos encontram-se os conflitos internacionais, o fracasso da liderança, o colapso político e o desemprego” (Relatório de Riscos Globais 2015, Fórum Econômico Mundial, Genebra, Suíça, página 60).

“Quase um em cada dez americanos em seus vinte anos, e um em cada dezesseis de todas as idades, apresentou sintomas de transtorno de personalidade narcisista” (Stinson, Dawson, Goldstein, Chou, Huang, Smith, Pickering (2008), Prevalence, correlates, disability and comorbidity of DSM-IV narcissistic personality disorder: Results from the “Wave 2 National Epidemiologic Survey on Alcohol and Related Conditions,” Journal of Clinical Psychiatry, 69(7), 1033)

“O narcisismo entre os jovens está em ascensão” (Twenge e Campbell, “A Epidemia Narcisista, Living in the Age of Entitlement”, 2009).

“Nossas conexões sociais entrarão rapidamente em colapso” (Shirley Turkle, Life on the Screen, Simon and Schuster, 2011).
“Até agora o homem tem sido contra a Natureza; de agora em diante ele vai ser até contra sua própria natureza” (Professor Dennis Gabor, ganhador do Prêmio Nobel em Física).

“Não somos de forma alguma estranhos, e estamos ligados por um destino comum. E esses tempos turbulentos devem nos aproximar cada vez mais” (Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional).

“O desafio que enfrentamos hoje, no fundo da crise sistémica, é criar uma civilização que vai soldar a energia de todos nós, até mesmo o nosso ódio mútuo, para a criação de um coletivo comum” (Mikhail Delyagin, Diretor do Instituto de Globalização de Problemas).

“Há uma necessidade não só de uma mudança no sistema social, mas de algo muito mais complexo, mudanças profundas na consciência e no comportamento do homem moderno” (Boris Wolfson, especialista no estudo da educação comparada e história da educação).

(4) “Rabi Shimon bar Yochai deu uma parábola sobre pessoas sentadas num barco. Uma delas pegou uma broca e começou a perfurar debaixo dela. Seus companheiros disseram-lhe: ‘O que você está fazendo sentada?’ Ela lhes disse: ‘O que lhe importa, eu não estou furando debaixo de mim?’ Eles disseram, ‘A água está subindo e inundando o barco” (Midrash Rabá, Levítico, Parashat 4:6)

“Não se surpreenda que as ações de uma pessoa tragam elevação ou declínio para todo o mundo, pois é uma lei inflexível que o geral e o particular são tão iguais como duas ervilhas numa vagem. E tudo o que se aplica no geral, também se aplica no particular. Além disso, as partes formam o que é encontrado na totalidade, pois o geral pode aparecer apenas após o aparecimento das suas partes, de acordo com a quantidade e qualidade das partes. Evidentemente, o valor de um ato de uma parte eleva ou declina o todo completo” (Rav Yehuda Ashlag – Baal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar“, 68).

(5) Pascal Lamy, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio.

(6) “Nunca houve qualquer bondade como houve com Abraão … e ele trouxe a paz entre uma pessoa e seu companheiro, pois, afinal, ele foi o pai de muitas nações; por causa disso, ele unificou e fez a paz entre todos os seres criados” (“Gevurot HaShem“, Capítulo 6)

“Abraão tinha quarenta anos quando tomou conhecimento de seu Criador. … E ele começou a se levantar e proclamar em alta voz a todas as pessoas, para que elas soubessem que há um só Deus para todo o mundo e que Ele é digno de ser servido. E ele foi, chamou e reuniu o povo de cidade em cidade e de reino em reino … até que milhares e milhares se reuniram em torno dele, e eles eram as pessoas da casa de Abraão. E ele implantou em seus corações esse grande princípio, e escreveu livros sobre isso … e o assunto foi e aumentou entre os filhos de Jacó e naqueles que os acompanhava, e uma nação foi criada no mundo que conhece o Criador” (Rambam, Mishnah Torah, O Livro do ConhecimentoHilchot Avodah Zarah, Capítulo 1).

(7) “Os grandes males que ocorrem entre as pessoas, de uma pessoa para a outra, são derivados da ignorância. Tivesse uma pessoa o conhecimento sobre a forma humana, ela acabaria com todo o mal para si e os outros. Isso ocorre porque o conhecimento da verdade remove a animosidade e o ódio, e elimina os danos que as pessoas fazem umas às outras” (Rambam, “Moreh Nevuchim“).

“A sabedoria da Cabalá é a sabedoria da verdade” (“O Selah HaKadosh“, Toldot Adam).

“A sabedoria da verdade nos ensina a unidade do mundo, o lado igual que se encontra em todos serem, mais e mais, a imagem da forma do Criador, e como ir no caminho desta Luz sem qualquer obstáculo” (Rav Raiah Kook, “Orot HaKodesh 2″, 393)

“Somente isso é toda a sabedoria da Cabalá – conhecer o comportamento da Vontade Suprema que criou todas essas pessoas e o que ela quer delas, e qual será o fim de todas as órbitas da Terra” (Kelach Pitchei Hochmah, Prefácio 30).

“A sabedoria da Cabalá não nos deixa passar nossas vidas no pó. Em vez disso, ela eleva as nossas mentes para o cume do conhecimento” (Johannes Reuchlin, filósofo alemão e humanista, De Arte Cabbalistica).

(8) “A pessoa é chamada de árvore do campo e, em Rosh Hashaná é o tempo do julgamento, para melhor ou para pior.

“Está escrito: ‘Para sempre é a misericórdia construída” (Salmos 89:3). Assim, em Tu BiShvat, que é chamado de Ano Novo das Árvores, nós devemos ser fortalecidos com a qualidade da bondade, porque para isso merecemos a fruta, que se chama “árvore frutífera” (Rav Baruch Shalom Halevi Ashlag – Rabash, Dargot HaSulam, artigo, “Ano Novo das Árvores”).

“… pois cada indivíduo vai entender que o seu próprio benefício e o benefício do coletivo são a mesma coisa. Nisso, o mundo chegará a sua plena correção” (Rav Yehuda Ashlag – Baal HaSulam, artigo, “Paz no Mundo”).

Publicado originalmente no YNet

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