Um vislumbre para um currículo escolar típico revelará tudo o que sabemos: as escolas tentam providenciar às crianças ferramentas para estudos académicos no liceu e universidades, mas elas não as preparam para a vida.
Em grande parte, as escolas de todo o mundo fornecem educação que é baseada em necessidades que foram estabelecidas no contexto da revolução industrial. Lamentavelmente, muito pouco mudou desde então, apesar do facto de que as escolas são dirigidas a preparar crianças para a vida no século 21. Além do mais, não só estão as escolas a achar difícil preparar crianças para a vida no mundo contemporâneo, elas tornam-o ainda mais difícil ao as sujeitarem a uma corrida de realizações enquanto instigando nelas padrões de competitividade em vez das práticas de consideração e colaboração.
Para alimentarmos uma geração que conduzirá o mundo para fora da crise em que ele se encontra, devemos criar um meio ambiente onde cada uma delas sente e compreende que ele ou ela está a ganhar ao contribuir com as suas capacidades únicas para o sucesso de toda a sociedade. E enquanto isso possa vir como uma surpresa, a ferramenta para desenvolver um sistema educativo complementar já existe: a Internet.
Hoje, a World Wide Web é uma realidade universal e tornou-se o meio natural da nossa juventude. A Internet já provou que ela pode servir como uma plataforma para promover noções sociais e culturais, cultivar discussões e motivar as pessoas para a acção. Ela extrai a maioria do seu poder da neutralidade, colectividade e interactividade que permite, mas maioritariamente do poder que ela dá aos internautas.
Como estabelecemos um sistema educativo que é dirigido a preparar os nossos filhos para a vida no mundo, devemos agora acrescentar educação complementar, um meio online interactivo que exalte valores tais como união, colaboração e consideração pelos outros, em prol de superar a alienação e separação que carregam pesadamente o nosso mundo de hoje.
Desde a infância, uma pessoa deve saber que o ego, ou seja, o desejo de desfrutar às custas dos outros, é a principal causa de sofrimento que existe no mundo adulto. Devemos demonstrar às crianças, através de diversos acessórios e actividades, como relações de consideração mútua, tolerância e entendimento mútuo melhorarão drasticamente as suas vidas e as nossas, tal como as relações equilibradas e harmoniosas na natureza facilitaram a existência da vida e a sobrevivência da nossa espécie até agora.
Além do mais, tal como os fundadores das psicologias sociais e comportamentais demonstraram e como os estudos nas ciências sociais indicam, o elemento decisivo para formar a personalidade e comportamento de um ser humano são as suas imediações sociais. E porque a geração mais jovem gasta a maioria do seu tempo na Internet, é necessário criar para elas uma plataforma positiva que lhes ofereça uma alternativa aos valores individualistas e narcisistas presentemente promovidos na Internet.
Da nossa experiência de trabalho com grupos de crianças de todo o mundo, vemos
provas convincentes de que o meio online pode e providencia um meio social completo e satisfatório, diminuindo as diferenças culturais, étnicas, religiosas, sexuais e raciais e permitindo todos os membros da sociedade alcançar completa integração e apoio mútuo.
Estamos seguros que ao familiarizar crianças com as complexidades da vida no mundo global através de jogos, vídeo-clipes, discussões e interacções directas, podemos resultar numa mudança global histórica e se tivermos sucesso na criação de uma geração deste modo, iniciámos então uma correcção beneficiando cada geração futura.
Passos Práticos (como apresentado a Irina bokova, Directora Geral da UNESCO, numa reunião realizada em dois de Fevereiro de 2011):
- Como primeiro passo, estamos a oferecer realizar uma conferência especial da UNESCO intitulada “Educação Virtual para o Globalismo”, para a qual as mais proeminentes figuras na educação de todo o mundo serão convidadas para discutir medidas práticas a adaptar na nossa educação para facilitar mais a vida numa realidade global e integral. A conferência seria transmitida ao vivo do site da UNESCO, bem como do site do Instituto de Investigação Ashlag (ARI), onde seria simultaneamente disseminada em sete línguas. Na sequência desta conferência, a UNESCO publicaria um livro incorporando palestras selectas da conferência que serão enviadas a todas as organizações educativas governamentais e privadas a nível mundial, bem como a potências doadores. Temos experiência comprovada e a infraestrutura para levar a cabo todas estas ideias.
- Enquanto trabalhando na conferência, estamos a oferecer iniciar umprojecto conjuntopara estabelecer um portal web sobre educação complementar sob os auspícios da UNESCO, o principal propósito do qual seria educar para o globalismo.
- Como parte deste projecto virtual, a UNESCO gostaria de estabelecer um centro de educação internacional, desprovido de interesses políticos ou económicos, para reunir as melhores mentes nas ciências da natureza e sociais de todo o mundo. Estes especialistas desenvolveriam espaços de informação para explicar sobre o novo mundo em que estamos hoje. Eles colaborariam com engenheiros de computação para descobrir maneiras inovadoras para transmitir esta informação vital às crianças (o apêndice deste documento contém um esboço inicial para tal projecto).
- Enquanto construindo o site, prepararíamos livros de estudo para ensinar um novo campo de estudos que a UNESCO ofereceria aos departamentos de educação em todo o mundo – Estudos da Humanidade Global. Estes livros de estudo providenciariam às escolas e professores métodos e ferramentas de ensino para os permitir utilizar o site no seu mais pleno potencial.
Da forma como o vemos, a UNESCO pode conduzir a montagem do sistema de informação de que o mundo agora necessita. Ao assim fazer, a UNESCO não só prova o seu compromisso ao bem estar da humanidade em geral e das crianças em particular, mas também conduzirá a humanidade em direcção à meta de um mundo melhor e mais conhecedor para todos.