Quando Roseanne Barr acende uma tempestade por um tuíte racista tal como o Starbucks fecha 8000 lojas por um massivo treino anti-preconceito, você sabe que a América está a passar por momentos de reconhecimento em relação ao seu problema do racismo.
O presidente executivo da Starbucks, Howard Schultz, acredita que “nós vivemos num tempo na América onde há uma fracturação da humanidade.” Mas na minha visão, a fracturação estava lá muito antes deste tempo e desta vez é única no sentido que podemos ver as coisas com muito mais claridade e avançar em frente muito mais rápido.
O mundo interconectado de hoje clarificou para a Starbucks que eles precisam de tomar um movimento sério se desejam manter bons negócios, tal como isso fez a ABC rapidamente cancelar o programa popular de TV de Roseanne.
A sociedade americana, contudo, pode usar este ponto único no tempo para fazer alguns movimentos claros na direcção de um futuro mais unido.
Antes de mais, não devemos tomar como garantido que as pessoas que prestam serviços sejam objectivas para com os seus clientes. Isso requer um processo educativo e prática contínua e não deveria ser necessária uma crise para chegar lá. Todas as pessoas que trabalham no apoio ao cliente devem passar por uma sessão de treinamento básico ou uma série de sessões, onde elas aprendem como se relacionar igualmente com todos os clientes, sem qualquer relação à sua apresentação física ou de onde eles são.
Empresas e serviços ao público devem ser obrigados pela lei a qualificar seus empregados antes de os colocarem a trabalhar. Se a América verdadeiramente quer limpar todos os restos da segregação racial, esse treino deve ser mandatário para as organizações em prol de manterem sua licença para trabalhar.
Agora, enquanto as regulamentações podem resultar para situações de apoio ao cliente, quando diz respeito às nossas atitudes de uns para os outros enquanto sociedade, há um processo psicológico gradual que precisa de tomar lugar. Nós temos de ir além dos eslogans e pregação moral e desenvolver uma sensação concreta da nossa humanidade comum.
Sejamos honestos. A divisão racial não se vai embora sozinha. Nós temos de trabalhar sobre ela enquanto sociedade. Também temos de entender que as pessoas são produtos de como elas foram educadas, suas influências de infância e aquilo que elas passaram pela vida. Para algumas pessoas é mais fácil esquecer as diferenças e para outras não é.
A solução é que acima de todas as diferenças, continuamente trabalhamos para alcançar um nível mais alto de unidade social através da activação da nossa programação natural para nos conectarmos como seres humanos em toda a oportunidade possível.
Por exemplo, o que aconteceria se os EUA como um todo praticassem algo semelhante ao que a Starbucks acaba de fazer? E que tal se um treinamento básico para a solidariedade e conexão humana fosse introduzido em todas as escolas, locais de trabalho, agências federais e tudo o mais?
De uma perspectiva global, a sociedade só está a começar a raspar a superfície da nossa verdadeira natureza e não há nada de que nos envergonharmos pois todos fomos desenhados da mesma maneira. Nós precisamos de colocar tudo isto na mesa e entender como trabalhar com isso.
É interessante, eu disse tudo isso num tuíte apenas há uma semana atrás, um tuíte que recebeu um curti de Roseanne Barr.
Publicado originalmente no Medium