Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Um Mundo Global-Integral Requer uma Nova Economia

Do livro “Os Benefícios da Nova Economia”

O presente método económico não pode continuar a existir no mundo global-integral

Pontos-chave

  • Quando cada país está ligado por laços comerciais e financeiros, uma interdependência irrevogável é criada.
  • A crise global se expos à medida que os destinos de todos os países estão ligados entre si em um mundo global-integral. As soluções relativas a um único país são inaplicáveis, e a resolução desta crise mundial será possível somente através de uma solução sistêmica que leve em conta a interdependência entre os países.
  • Cada medida tomada pelos líderes mundiais para resolver a crise falhou e causou confusão apesar dos meios apropriados de ação prevalecerem.
  • A chave para resolver a crise é fechar as lacunas entre as leis do mundo global-integral e a economia egoísta, competitiva. É vital adaptar os sistemas econômicos ao princípio da responsabilidade, em que todos são responsáveis pelo bem-estar uns dos outros.
  • É imperativo fornecer educação e informação e criar um ambiente favorável para que possamos nos conectar em responsabilidade.

 

O Enorme Escopo do Comércio Global Cria a Dependência Mútua

O comércio internacional tem sido parte da economia desde os tempos antigos. Os meios de negociação melhoraram junto com a tecnologia e junto com eles as trocas internacionais evoluíram.

No passado, os países poderiam fechar-se em um mercado autárquico, existente dentro de uma economia autossuficiente, que não se baseia no comércio com outros países. Hoje, no entanto, isso não é possível. Não há um país no mundo que não exporte ou importe bens e serviços. Na verdade, não há um país no mundo que possa abastecer todas as necessidades de seus próprios cidadãos ignorando o sistema internacional.

De acordo com dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), desde a Segunda Guerra Mundial, o âmbito do comércio  internacional aumentou acentuadamente. Os Estados Unidos foi  o líder no comércio internacional de mercadorias em 2010, com um volume de comércio de 3,250

trilhões de dólares (1,97 que é importação); a China ficou em segundo lugar, com cerca de 2,970 trilhões dólares em volume (com 183 bilhões de dólares em superávit comercial de mercadoria), e a Alemanha foi terceira com 2,340 trilhões em volume de comércio de mercadorias (com um excedente de 202 bilhões de dólares). ³

O enorme alcance do comércio internacional exemplifica as conexões e dependência entre os países, tanto na economia real e em finanças.

 

Laços Mútuos e Conexões na Produção de Bens e Serviços (Economia Real)

Na economia real, há diversos laços econômicos que se manifestam no comércio de bens e serviços. Um exemplo são as conexões de comércio na indústria automobilística entre Japão e Estados Unidos. O terremoto que atingiu o Japão em 11 de março de 2011 teve um grande impacto sobre a indústria de automóveis dos EUA já que as linhas de produção e a importação de peças de reposição pararam e as importações de carros do Japão para os EUA diminuíram .

Após o aumento de preço dos carros,as vendas caíram, o que levou a uma redução na despesa de consumo pessoal (PCE), e, consequentemente, no desempenho da economia americana como um todo.

 

O Sistema Financeiro — Um Espelho do Mundo Global

Como na economia real, a profunda interdependência evoluiu no setor financeiro, também, seja por meio de empréstimos (títulos) que países tomaram de outros países ou por outros meios. O exemplo mais visível dessa interdependência é a grande quantidade de títulos dos EUA, mantidas pelo governo chinês. Por causa da velocidade que os mercados financeiros respondem a mudanças nas políticas e na economia, estes mercados tornaram-se a característica mais proeminente do mundo global e interligado em que vivemos. A interdependência entre países e investidores é palpável e tangível nesses mercados.

Outro exemplo distinto é a crise da dívida soberana, que atualmente está se desdobrando em países da Zona do Euro. A enorme dívida de muitos países demonstra como todos estão no  mesmo barco. Os Estados Unidos devem trilhões de dólares para países da Zona do Euro e Japão e trilhões mais para a China, Rússia e muitos outros proprietários de títulos dos EUA. A Alemanha deve 5,460 trilhões de dólares para os países acima mencionados; os países do PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) devem um total de 6,40 trilhões de dólares para esses países, e França deve a eles 5,460 trilhões de dólares. 2

Os laços econômicos e financeiros obrigam os países a se envolverem mais nos assuntos internos uns dos outros por medo de suas próprias economias. Por um lado, a interdependência financeira acelera os esforços internacionais para ajudar países em dificuldades, tanto diretamente como através do Fundo Monetário Internacional (FMI). Por outro lado, a interferência financeira e/ou política poderia ser interpretada como uma ameaça à soberania do país e pode instigar tensão e conflito.

Em relação à crise da economia americana, funcionários chineses criticaram os Estados Unidos por seu déficit colossal, que poderia comprometer a estabilidade da economia americana e sua capacidade de pagar sua dívida à China e a outros detentores de dívida. A tensão causada pela crítica levou o vice-presidente chinês, Xi Jinping, afirmar, “A economia dos EUA está sempre altamente resistente e tem uma forte capacidade de se auto reparar. Acreditamos que a economia dos EUA vai conseguir melhor desenvolvimento no processo de lidar com desafios”.3

Porque cerca de metade dos títulos dos EUA é comprada por investidores estrangeiros, principalmente China, Japão, Rússia e Índia, a sensibilidade do sistema monetário internacional para a economia americana e para o tratamento que o governo dos EUA lhe dispensa, é óbvia. Um comentário que demonstra o envolvimento entre os países foi feito pelo Secretário  de Tesouro americano, Timothy Geithner. Em um comunicado oficial para o FMI, Geithner disse, em relação à Europa, “A ameaça de default em cascata, corridas bancárias e risco catastrófico devem ser tirados da mesa, caso contrário ela irá prejudicar todos os outros esforços, tanto na Europa e globalmente. …Decisões tais como enfrentar conclusivamente os problemas da região não podem esperar até que a crise fique mais grave.” 4

 

O Fortalecimento Econômico e Financeiro Entre os Países

O comércio internacional começou como um meio para satisfazer as necessidades de um país. Conforme o capitalismo se espalhou por todo o mundo, a principal motivação dos países mudou de provisão das necessidades para maximizar seus lucros para manter uma economia forte e estável e permitir o desenvolvimento contínuo de suas economias e bem-estar dos seus cidadãos. O balanço global foi formado através da demanda internacional e do abastecimento a nível econômico e financeiro.

Na economia real, a eficiência da produção em alguns países e as diferenças nos custos de produção podem levá-los a exportar seus produtos para outros países que têm uma demanda para esse produto. Em termos financeiros, cada país se esforça para lucrar em sua moeda e daí empresta aos outros. Assim, como o país precisa de dinheiro para manter o governo e os gastos públicos e continuar investindo para ter crescimento significativo, ele irá pedir emprestado também a outros países.

Os países também diversificam os seus investimentos entre os diferentes países para diminuir o risco e para construir uma carteira de investimento segura. Seu desejo de maximizar os seus lucros obriga-os a acompanhar a evolução na indústria, tecnologia e finanças dos outros países. Isso reforçou o comércio, bem como conexões políticas entre os países e em todo o sistema econômico global. Foi assim que o mundo tornou-se irrevogavelmente global e integral.

 

O Desamparo dos Economistas e dos Tomadores de Decisões

A interdependência entre os países foi uma das principais razões para a expansão da crise dos Estados Unidos para a economia internacional em 2008. Agora, como em 2008, todos os países são afetados pela crise. As complexas ligações entre os países e corporações exigem movimentos integrados entre os países, bem como a consideração mútua e genuína vontade de apoiar a economia vacilante. Parece que a mensagem, “estamos todos no mesmo barco” surtiu efeito. Ainda assim, as tentativas de resolver a crise através de estímulos monetários ou financeiros falharam amargamente nos EUA e na Europa.

A incapacidade do mundo para lidar com as raízes da crise global desde 2008 deixam perplexos nossos economistas e tomadores de decisões. Eles refletem sobre como conduzir o comércio e usar o vasto sistema financeiro em um mundo global e integral, bem como gerenciar o desejo dos países para maximizar seus lucros separadamente, usando reciprocidade econômica.  O  fosso entre a reciprocidade obrigatória imposta pela interdependência entre os países do mundo global- integral e a atual natureza do sistema econômico internacional — com base em abordagens estreitas e egocêntricas — é agora reconhecido pela comunidade internacional econômica como uma crise.

Nouriel Roubini, Professor de economia na Universidade de Nova York e um dos poucos que previu a crise de crédito global em 2004, declarou no verão de 2011 sobre a escalada da crise global: “Karl Marx tinha razão. Em algum momento, o capitalismo pode se autodestruir.” Igualmente, o vencedor do Prêmio Nobel Joseph Stiglitz, afirmou, “De certa forma, não existe somente uma crise na nossa economia, deve haver uma crise na ciência econômica.” 5

Além disso, em 13 de setembro de 2011, Mohamed El-Erian, CEO e cofundador da PIMCO, a maior empresa de investimento e fundos de obrigações do mundo, declarou em uma entrevista de rádio no programa “Vigilância Bloomberg” com Tom Keene e Ken Prewitt, “estamos chegando perto de uma completa crise bancária na Europa. … Estamos em uma desaceleração global sincronizada. Há muito pouca confiança nas políticas econômicas na Europa e nos Estados Unidos.” 6

Em uma ocasião diferente, o Sr. El-Erian, “deu quatro razões para a restrição de uma melhoria na economia global”. Preços do petróleo… estão muito elevados, os mercados imobiliários ainda não se estabilizaram suficientemente, a Europa ainda não resolveu a sua crise da dívida e os líderes mundiais estão preocupados que políticos americanos são ‘discutindo muito.’ Diferentes seções da orquestra estão tocando uma música diferente e soa confuso¹¹.

Estas declarações e outras feitas por economistas e financistas demonstram como as aspirações dos países para maximizar seus lucros os têm levado à interdependência. Ao mesmo tempo, estas declarações atestam sua confusão e incapacidade de lidar com a realidade da econômica global.

 

A Integração Global é um Facto Inevitável?

Juntamente com a integração necessária tendo em conta as conexões econômicas descritas acima, a China, a segunda economia mais poderosa do mundo, declarou recentemente que pretende parar sua política de investimento na Europa e nos Estados Unidos. Wen Jiabao, primeiro-ministro da China, disse em um discurso na Reunião Anual dos Novos Campeões 2011, “os governos devem cumprir suas responsabilidades e pôr ordem em suas próprias casas”. “As principais economias desenvolvidas devem adotar políticas fiscais e monetárias responsáveis e eficazes, tratar devidamente os problemas da dívida.” Além disso, o Banco da China congelou as ofertas de moeda estrangeira com vários grandes bancos europeus, incluindo o BNP Paribas, Société Générale e Crédit Agricole à luz da crise da dívida na Europa e o rebaixamento da classificação de crédito pela Moody de vários grandes bancos europeus.

O Japão expressa uma visão semelhante em uma declaração do Ministro das Finanças japonês, Jun Azumi, em um Encontro do G20 entre Ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais reunidos em Paris, em outubro de 2011, “A Europa precisa organizar suas ações porque a menos que a crise tenha um fim, ela vai começar a afetar as economias emergentes que têm apresentado forte crescimento”.7

As atitudes da China e do Japão à crise da dívida na Europa levantam as questões, “A tendência ao isolamento da China e do Japão é viável no mundo global e integral de hoje? O protecionismo e separatismo dos poderes podem manter a sua estabilidade econômica? Podem eles desligar suas relações com outras nações e tornar-se autossuficientes?”

A resposta a tudo acima é um retumbante “não”. Os dias em que um país sozinho poderia abastecer todas as suas necessidades sumiram e não vão voltar. No mundo global-integral, mesmo as economias mais poderosas dependem uma das outras e de todo sistema internacional (talvez mais do que todos os outros). Assim, uma desaceleração na economia dos EUA vai induzir um declínio acentuado nas exportações da China e do Japão e vai prejudicar as economias desses países.

Além disso, os mercados de títulos de governo tornaram-se uma arena global onde países levantam fundos de outros países e investem suas próprias reservas em títulos de outros países. Imagine o que aconteceria com a economia chinesa, agora um dos dois maiores detentores de títulos do governo dos EUA, se América fosse incapaz de pagar sua dívida ou declarasse um acordo de reestruturação da dívida.

 

Os Esforços para Superar a Crise Global Tem Sido um Fracasso

Desde a crise global que começou em 2008, os Estados Unidos e países da Zona do Euro vêm tentando salvar suas economias do colapso usando vários planos emergenciais. Em geral, estes programas dependem da expansão monetária, principalmente usando cortes na taxa de juros e expansão fiscal, o que significa derramar fundos do governo no sistema econômico e oferecer benefícios fiscais para reanimar a atividade econômica.

A política negligente de estímulo do governo dos Estados Unidos incluía três programas de estímulo de magnitude sem precedentes. No entanto, Charles I. Plosser, o Presidente do Fed da Filadélfia, disse nesse sentido: “A noção persiste que a política monetária ativista pode ajudar a estabilizar a macroeconomia… Em minha opinião, a capacidade da política monetária para neutralizar as consequências econômicas reais de tais choques é realmente bastante limitada… Tentativas para estabilizar a economia irão, mais provavelmente do que não, acabar proporcionando estímulo quando nenhum é necessário, ou vice-versa. …Então, pedir à política monetária  para  fazer  o  que  não  pode  fazer  com  agressivas  tentativas  de  estabilização pode realmente aumentar a instabilidade econômica em vez de reduzi-la.” 8

Marc Faber, um renomado economista e autor do relatório “Gloom, Boom and Doom”, foi um pouco mais direto em sua resposta ao referido plano. Ele descreveu o pacote como “Outra falha completa da economia keynesiana e intervenções corruptas,” Dr. Faber resumiu suas palavras sobre o programa, chamando-o “Uma piada completa.” 9

Como nos Estados Unidos, os países da Zona do Euro passaram por várias etapas que incluíram bombear fundos em seus mercados e cortar as taxas de juros dos bancos centrais na Europa.

Também, a Zona do Euro criou um fundo de resgate europeu com centenas de bilhões de Euros para os países mais vulneráveis do bloco.

O FMI também contribuiu com sua parte em ajudar a Europa, alocando muitos bilhões de dólares em dinheiro de resgate. Muitos países na Europa realizam, agora, medidas de austeridade para reduzir o déficit e para satisfazer os critérios para receber a ajuda dos fundos de resgate. No entanto, os cortes de orçamento estragaram as habilidades dos países de  reavivar suas economias e ajudar seus cidadãos. Isso fez o quadro piorar, levando milhões às ruas em protestos na Grécia, Espanha, Portugal e outros países da Europa.

O fracasso das políticas de incentivo dos Estados Unidos e países da Zona do Euro preparou o palco para uma crise em 2011 que diminui aquela que havia começado alguns anos antes. O tratamento de problemas a nível local não só falhou em resolver os problemas, mas os agravou, com grandes dívidas se movimentando dos bancos e instituições financeiras para os orçamentos de estado.

Christine Lagarde, chefe do FMI, disse que “O espectro das políticas disponíveis para os vários governos e bancos centrais é mais estreito, porque um monte de munição foi usado em 2009.” Prof. Roubini disse a respeito, “atingimos uma velocidade de estol na economia, não apenas nos Estados Unidos, mas também na Zona do Euro e no Reino Unido… Infelizmente, nós estamos ficando sem ferramentas políticas.” 10

 

A Receita para Resolver a Crise

Os laços globais entre os países é um assunto encerrado, resultado da evolução natural que ainda continua. Na verdade, os laços são apenas o reforço, e a crise de 2008 claramente expos que  única rede na qual os destinos de todos os países estão interligados.

Em 2008, a rede tentou reanimar-se através de tratamento local dos sintomas mais evidentes da crise. Além disso, tentou-se fazê-lo em proporções sem precedentes.

No entanto, o sistema internacional está seguindo paradigmas econômicos, sociais e políticos que foram formados após a Segunda Guerra Mundial e não são mais adequados para a rede global de hoje baseada em laços econômicos e sociais. Agora, ligação de responsabilidade mútua foi formada entre todos os países, e a discrepância entre a natureza do sistema econômico global e do modus operandi anacrônica que refletem os valores de independência econômica a todo o custo, maximizando lucros e ganhos, e desenfreada competição está no centro da crise global.

Os tomadores de decisão e economistas de todo o mundo não conseguiram adotar uma perspectiva mais ampla sobre a realidade global, pela qual as ligações entre os países os obriga a desenvolver laços de responsabilidade mútua entre eles, se não por vontade própria, então pelos fatos da vida que demandam isso. No mundo global integral de conexões de comércio, economia, bancos, finanças, um país que se preocupa apenas com própria economia, independentemente do resto dos países economia, vai falhar completamente, prejudicando todo o sistema internacional, que se esforça para conseguir equilíbrio, harmonia e colaboração, como deve ser quando suas partes são interdependentes. Mesmo que a economia de um país forte se esforce, vai inevitavelmente ser afetada pelas crises nas economias mais fracas, como é o caso da Alemanha na crise da dívida da Zona Euro em 2011.

Assim, a elaboração de uma solução requer um movimento abrangente, global, com a cooperação e a responsabilidade entre os países. Isso se manifestará em consideração mútua, cuidado, sinergia, vontade de fazer concessões e unificação fiscal, monetária e mecanismos reguladores.

Não só os laços de responsabilidade são necessários, mas um país que não siga esse princípio e não considere as necessidades dos outros países, realmente irá se prejudicar. Os países mais fortes devem ajudar o sistema internacional usando fundos internacionais de resgate e auxílio.

A mudança conceitual de valores vai motivar a reestruturação da economia internacional, onde um país ajuda o outro, ou todo o sistema, porque todos os países entendem que se não o fizerem, irão prejudicar a si mesmos devido às inter-relações estreitas no sistema.

Ao mesmo tempo deve haver oferta de educação e de informação sobre a realidade global, conectada, no qual o sistema internacional tem evoluído. Isto mudará gradualmente a visão da população do mundo e de seus tomadores de decisão. Como resultado, a nova natureza da economia internacional não vai ser percebida como um mal necessário, mas como uma nova ideia que tem em si grande potencial econômico e social para o mundo inteiro.

Além disso, devemos entender que a economia global é um reflexo das relações internacionais. Por esta razão, a mudança necessária em primeiro lugar é uma mudança conceitual das relações entre eles. Isso exigiria a construção de laços de responsabilidade entre os países de acordo com as necessidades de cada um, juntamente com as necessidades de todo o sistema internacional.

Isso se manifestará em ampla colaboração e solidariedade entre os países.

Como dito acima, a economia reflete os laços sociais entre os indivíduos e nações. Portanto, alterando as relações internacionais e adaptando os laços à natureza global e interdependente do sistema econômico mundial resultará na mudança antecipada de uma ameaça de crise global para uma economia internacional equilibrada e sustentável. Isto será radicalmente diferente do que conhecemos hoje. A mudança de valores é necessária para a melhoria das relações interpessoais e internacionais.

Para resumir, a economia é uma ciência que reflete as relações existentes entre as pessoas. A nova economia, que é adequada para o mundo global e integral, é radicalmente diferente da que temos hoje.

A crise econômica é uma ameaça para todos nós. Todas as tentativas para lidar com ela usando meios econômicos tradicionais falharam. A única esperança de alcançar o equilíbrio econômico está na implementação da responsabilidade. A crise global resulta do abismo entre a natureza competitiva e individualista do sistema atual e o que deve existir em um sistema global e integral. Essa crise também vai acelerar a transformação.

Os principais economistas já estão começando a entender que a predisposição para manter o sistema existente mesmo quando ele já está falhando não serve aos nossos interesses. Em vez disso, temos de nos concentrar na construção de uma boa, harmoniosa e sólida realidade.

É importante notar que um caminho em direção a uma economia equilibrada, harmoniosa e estável não implica revolução. Em vez disso, ela implica em deliberação, transparência de informações e processos de tomada de decisão e mais claras explicações e educação sobre as leis de nosso novo mundo global-integral.

 

2 “Eurozone debt web: Who owes what to whom?,” BBC News Business (November 18, 2011), http://www.bbc.co.uk/news/business-15748696

3 “Xi Jinping and US Vice President Biden Attend China-US Business Dialogue,” Ministry of Foreign Affairs of the People’s Republic of China, (August 19, 2011), http://www.fmprc.gov.cn/eng/zxxx/t850833.htm

4 Ben Rooney, “Geithner sounds alarm on Europe,” CNN Money, (September 25, 2011), http://money.cnn.com/2011/09/24/markets/geithner_debt/index.htm

5 “Short films from the 2011 Lindau Nobel Laureate Meeting in Economic Sciences,” The New Palgrave Dictionary of Economics Online, http://www.dictionaryofeconomics.com/resources/news_lindau_meeting (the above-mentioned statement is in Stiglitz’s video after 10:05 minutes.

6 John Detrixhe and Tom Keene, “Europe Close to Banking Crisis, El-Erian Says: Tom Keene,” Bloomberg (September 13, 2011), http://www.bloomberg.com/news/2011-09-13/europe-close-to-banking-crisis-el-erian.html

7 “G20 nations urge Europe to act decisively on debt,” Reuters (October 15, 2011), http://www.france24.com/en/20111015-debt-crisis-europe-us-g20-pledges-adequate-funding-for-imf

8 James Saft, “Don’t expect coordinated easing,” Reuters (September 22, 2011),http://blogs.reuters.com/james- saft/tag/federal-reserve/

9 Patrick Allen, “Marc Faber: Obama’s Job Package ‘a Complete Joke,’” CNBC (September 9, 2011), http://www.cnbc.com/id/44449276/Marc_Faber_Obama_s_Job_Package_a_Complete_Joke

10 “Roubini on U.S. Recession Risk, Europe and China,” Bloomberg (August 31, 2011), http://www.bloomberg.com/video/74655083/

Publicado em Artigos