Do livro “A Psicologia da Sociedade Integral”
– Suponhamos que criamos o meio ambiente ideal no qual a criança se forma, mas mais tarde ela tem de ser integrada na sociedade maior. O problema é que não há nada em que se integrar. Não há sociedade e as instituições sociais estão destruídas. E as crianças não aspiram a lugar algum pois vêem que não há lugar algum para onde elas possam ir.
Educar estas crianças sobre as leis da Natureza, deve criar novas instituições sociais enquanto durante o seu crescimento, ou terão elas se fazer parte de algo amorfo e nada claro?
– Agora não falamos da sociedade, mas das crianças. Sem destruir coisa alguma e sem criar algo de novo, nós temos de entregar o nosso sistema de educação a toda a pessoa.
Se falamos da sociedade, então precisamos de um programa governamental especial que se resumisse a que toda a pessoa tivesse de receber uma hora por dia do seu empregador no seu lugar de trabalho para assistir e participar neste tipo de programa durante o trabalho. Ela continuaria a receber o mesmo salário, mas estaria obrigada a estudar durante uma hora desse período.
Falamos de programas de TV no local de trabalho onde as pessoas de um ou vários departamentos se reúnem num salão. Nós transmitimos um programa especifico para elas onde vemos um grupo que lhes dê um exemplo da interacção certa e análise de situações conflituosas especificas.
Em toda a empresa deve haver um educador de preparação que comece a trabalhar com estas pessoas depois de elas terem assistido a vários programas destes. Tudo está direccionado a mostrar à pessoa que a unificação acima do egoísmo é produtiva.
Penso que o inteiro colectivo imediatamente começará a sentir o resultado, incluindo o empregador que não sentirá que está a desperdiçar uma hora do dia para que seus empregados façam isto. Porém, este não é mais um programa escolar, embora ele siga na prática o mesmo método. Nós mostramos à pessoa quem ela é, o que a impulsiona, como se elevar acima de si mesma e ser incluída na próxima e como ela consegue sair de si mesma. Isto envolve role-play onde representando diferentes papeis nos vemos do lado de fora.
Penso que veremos como as pessoas começam a entender e a aceitar calorosamente esta abordagem. Este programa foi inicialmente preparado para crianças. Ele reanima a sociedade a fazendo mais consolidada e calorosa, baixando a tensão e a criminalidade. Ele está destinado a ser aceite com gratidão e acolhido pelo governo. Se apresentado correctamente, através de distintos e famosos cientistas e activistas da sociedade, ele não pode falhar.
Não temos qualquer outra escolha. Senão agora, então dentro de alguns anos isto será muito mais necessário e procurado, mas é uma pena deixar o tempo passar!
Veremos quão benéfica esta educação é para todos e para tudo aquilo que nos rodeia. Temos de demonstrar que todos os problemas do homem residem na atitude do homem para com os outros, para o seu meio circundante.
Entendemos que é muito fácil transformar uma sociedade numa ditadura, onde nesse caso ela deixa de ser sociedade por completo. As sociedades democráticas no mundo existiram ou existem com a presença de muitas reservas, leis e limitações porque a natureza do homem está direccionada para comprar tudo, suprimir, não dando coisa alguma a ninguém e compartilhar com os outros somente na medida que eles lhe agradam ou lhe prestam serviço de alguma maneira. Esta é a lei do egoísmo.
Todas as chamadas democracias estão edificadas sobre a prevenção do egoísmo da pessoa selvaticamente se libertar. Isto é, é necessário criar um circulo de egoístas. Estes conseguem fazer praticamente tudo, enquanto aos outros é permitido fazerem ligeiramente menos. Nós lhes daremos algo também para a sua existência e daremos ainda menos a um circulo mais amplo e inferior. Serve isto para dizer, pelo bem da auto-preservação, uma hierarquia é criada na sociedade egoísta.
O mundo é controlado por indivíduos, um pequeno grupo cujos membros se conhecem muito bem uns aos outros e que são donos de tudo. Todos os outros obtêm o que quer que caia na sua porção. É assim que está organizado de cima para baixo.
Mas agora alcançamos um estado onde estes círculos poderosos também entendem a natureza finita da sua existência. Eles podem ter uma enorme quantidade de metais preciosos, pedras e dinheiro, mas isto não os salvará pois se não nos tornarmos um mundo integral, simplesmente nos consumiremos como o câncer e deixaremos de existir. Portanto, penso que há um público para o qual nos podemos voltar e uma meta que podemos alcançar.