Do livro “A Psicologia da Sociedade Integral”
– Você uma vez falou que gosta de jogos de palavras na forma de anedotas.
– Sim, não só das rudes, mas daquelas que são construídas sobre a combinação inesperada de partes opostas que em princípio não se deveriam conectar. A capacidade de conectar coisas que não se conectam é uma qualidade mental especial.
Algumas pessoas têm almas que são compostas de dois opostos e elas aspiram a conectar estes opostos numa única forma integral. Estas pessoas são especiais e se você ouvi-las contar uma anedota, então é uma verdadeira anedota. Todas as outras são rudes substitutas.
– Podemos usar esta forma no nosso método para que as crianças inventem boas histórias suas e as contem umas às outras?
– Sim. Mas não devem ser histórias mundanas sobre um marido, mulher e seus amantes. Elas não devem incluir insultos e clichés generalizados.
– Desde que idade podem estes jogos de palavras ser usados entre crianças? Quando estamos prontos para isto?
– Não acho que isso possa ser feito numa idade infantil pois isto requer sério desenvolvimento interior e experiência de vida, a capacidade de distinguir anedotas de piadas ou insultos camuflados e da agressão e calúnia que retratam os instintos mais negros do homem e portanto lhe parecerão agradáveis a ele. Mas estas não são anedotas.
Uma anedota é uma história que combina opostos de uma maneira completamente inesperada, os invertendo para revelar um aspecto especial, descobrindo a interligação, união, integração entre eles. Uma anedota é uma expressão inesperada de integração.