Do livro “A Psicologia da Sociedade Integral”
– Uma das características mais importantes de um jogo é o seu aspecto competitivo.
Há um livro intitulado Como se Tornar o Pai que Você Nunca Teve: Um Tratamento para Extremos de Medo, Raiva e Culpa. Este livro começa dizendo que todos somos vencedores pois 500 milhões de células de espermatozóides competiram e o vencedor fui…
– Eu.
– Sim, eu venci. Uma vez que este elemento competitivo foi enraizado em nós pela própria Natureza, como o podemos usar correctamente?
– Não falemos do acaso ou de como isto é programado na Natureza. Nesta competição especifica o vencedor é o mais forte, aquele que tem características especiais.
Uma pessoa que participa na vida da sociedade ou do meio ambiente num plano multifacetado pode ser melhor que as outras de um jeito e ser pior que as outras de outro. Mas se toda a pessoa descobrir a melhor maneira de aplicar os seus fortes e capacidades, então os defeitos da pessoa são “cobertos” pelos méritos da outra. Uma pessoa feliz é aquela que achou a maneira ideal de se concretizar a si mesma e isto é algo que ela tem de discernir no interior. Se ela consegue ser veloz e alerta, se ela consegue superar a adversidade e vencer às outras, então sua vitória vai beneficiá-la e às pessoas ao seu redor.
Eu gostaria de sublinhar em particular que a vitória será virtuosa se a sua meta for usar as habilidades da pessoa para fornecer ajuda máxima ao meio ambiente, à sociedade. Então isso será expresso no sistema humano comum e permanecerá impresso lá e isso será registado na conta ela.
Mas se a pessoa se realizar a si mesma incorrectamente, então apesar de ter talentos maravilhosos, ela terá o resultado inverso. Nós temos de iluminar as habilidades da criança e encorajar o seu desenvolvimento.
Quando eu começava o liceu, era moda se especializar em ciência e campos técnicos e estes departamentos tentavam atrair todos. Lembro-me de quão agitados os estudantes estavam e quão grande a desilusão foi posteriormente.
Entendo e lembro respectivamente de vários dos meus colegas que abandonaram os estudos não por não terem sucesso. Eles viram que os estudos técnicos não tinham o romance com que eles haviam sonhado. Trabalhar com impulsos e calcular parâmetros? Eles ficaram convencidos que essa não era absolutamente a profissão que eles pretendiam. Eles partiram sem hesitar muito e estavam certos em fazer isso pois acharam o seu chamamento noutro lugar.
No nosso sistema de educação estamos a tentar reconhecer a inclinação da criança cedo para que ela não cometa erros. Ela tem de ver e se familiarizar com todas as áreas de actividade humana e se encontrar a si mesma durante o período de ensino no nosso sistema. A busca da profissão adequada é muito importante e ocupa imenso tempo da nossa vida. É uma alegria quando uma pessoa se encontra a si mesma em certa profissão.
– Então não há nada de perigoso em expressar talentos especiais e não devemos tentar homogeneizar as crianças?
– Não. Pelo contrário, nós temos de fazer manifestar os seus talentos durante o período da adolescência. Nós preparamos crianças para que aos 13 ou 14 anos de idade elas comecem a estudar um currículo de nível universitário.
Antes disso elas têm de discernir claramente o que está certo para elas. Nossa tarefa é empurrá-las a tomar a escolha que se ajuste a suas inclinações em vez de serem dependentes de oportunidades que surjam na escada empresarial ou do tamanho do seu salário futuro.
– Mas a sua contribuição para o bem comum é sempre avaliada?
– É claro. Inversamente os parâmetros interiores da pessoa não vão corresponder à profissão escolhida, ela não vai beneficiar ninguém e não será feliz consigo mesma também. A solução certa para este problema é boa tanto para o indivíduo como para a sociedade.
Me lembro como nesse tempo todos do conselho entraram em departamentos técnicos porque isto tinha muita procura pelo governo e os tempos o exigiam. Todos os outros eram menosprezados. Departamentos pedagógicos e de humanidades ficaram vazios uma vez que todos foram para a ciência e engenharia.
Como resultado, penso que o verdadeiro valor desta geração nunca foi revelado. Rapidamente ela ficou esgotada, deixando para trás um meio ambiente de coração vazio.
– Sim, há até o termo, “a inteligência técnica,” que de umas maneiras não se ocupava de questões técnicas, mas das artes liberais.
– Quando escrevi a minha dissertação no Instituto Russo de Filosofia, encontrei muitos dos meus antigos colegas lá. Mas assim que as pessoas receberam uma educação técnica, elas abandonaram e aprenderam outra profissão porque na sua juventude elas foram atraídas para o lugar errado, então ainda assim mais tarde elas mudaram de profissão.