Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Correntes Globais e Reações em Corrente

Do livro “Completando o Círculo”

“Não há um de vocês cujas ações não operam sobre as ações dos outros. …. Vocês não podem viver por si mesmos; mil fibras conectam você com os seus companheiros, e ao longo dessas fibras, como ao longo dessas fibras, como ao longo das fibras eferentes, que executam suas ações como causas, e voltam para você como resultado. “.”

Henry Melvill, diretor do the East India Company College 10

Ao longo das últimas décadas, a humanidade tornou-se cada vez mais conectada. Graças à nossa economia globalizada, podemos comprar produtos e serviços baratos de outros países, ou vendê-los a países que não podem produzi-los por conta própria. Hoje você pode obter qualquer coisa de roupas a eletrônicos e até mesmo cursos universitários de qualquer lugar do mundo.

Se, por exemplo, o seu filho precisa de um novo lápis para a escola, você pode não estar ciente disso, mas o mundo inteiro participou em sua fabricação. Pode não parecer assim no início, mas se tomarmos apenas o processo de produção do grafite como um exemplo (o material cinza no interior do invólucro geralmente amarelo), você vai ver o que quero dizer.

O grafite é geralmente escavado do solo na China ou da Índia, ou possivelmente do Brasil, em seguida, enviado para onde é processado, misturado com barro, e colocado dentro da caixa. O próprio processo de produção envolve uma grande quantidade de máquinas, que é feita em vários países. A máquina em si envolve materiais, computadores, programadores, linhas de montagem, e tudo mais necessário no processo de fabricação, que finalmente conduz o grafite que é colocado na mão do seu filho.

Se você levar em conta o transporte de materiais, tais como o próprio grafite e da argila que é misturado a ele, e o envio do maquinário utilizado para produzi-lo, então você tem que considerar tudo o que tem a ver com a construção dos navios ou os aviões que os carregam. Em suma, mesmo fazendo algo tão simples como o material cinza dentro do lápis requer o envolvimento de todo o mundo. Qualquer atraso na entrega, mesmo de um dos elementos dessa cadeia vai tornar lenta ou mesmo parar a produção de lápis de milhões de crianças.

Com este estado em mente, o professor Ian Goldin, da Universidade de Oxford, e ex-vice-presidente do Banco Mundial afirmou em uma palestra: “A globalização está ficando mais complexa, e essa mudança está ficando mais rápida. O futuro será mais imprevisível. … O que acontece em um lugar muito rapidamente afeta tudo. Este é um risco sistêmico. “11

O devastador terremoto e tsunami que atingiu o Japão em 11 de março de 2011 é uma prova real do que pode acontecer com os sistemas quando uma parte deles está danificada. O tsunami dificultou a cadeia de produção e importação de carros e peças de automóveis do Japão para os EUA por muitos meses seguintes ao evento.

O cabo de guerra em curso entre a Grécia e os poderes econômicos da zona do euro é outro exemplo da interdependência económica. A economia da Grécia está com problemas mais ou menos desde a crise financeira em 2008. Ela recebeu bilhões de dólares em empréstimos, no entanto, não pode pagá-los de volta. Como resultado, de vez em quando o governo grego ameaça dar calote em sua dívida e deixar a zona do euro, que efetivamente tem a cobrança da dívida como causa perdida.

Sempre que isso acontece, um debate emocional começa em torno da pergunta: “O que acontecerá se, ou quando, Grécia deixa a zona euro?” Parece que um país tão pobre, com uma pequena economia, dificilmente afetaria o resto do bloco europeu, mas todo mundo tem pavor de tal momento. Não é que a zona euro vai entrar em colapso se a Grécia a deixar, mas, sem dúvida, terá um forte impacto sobre seus bancos, que terão que amortizar bilhões de dólares em dívida. Pior ainda, se a Grécia se aposenta da zona do euro e consegue se recuperar economicamente, este poderia ser um incentivo para outros países com economias pobres a fazerem o mesmo. Tal reação em cadeia poderia desmontar toda a zona euro e negar a Europa o seu poderoso status econômico.

Aqui está outra metáfora, que pode acontecer mais perto do que se imagina, pense em um casal tendo um colapso no casamento. Quando chega o pico da crise, eles estão tão ressentidos um com o outro que não podem tolerar viver juntos. Enquanto eles ainda estão vivendo na mesma casa, antes que um deles faça as malas e vá embora, eles estão tão impacientes que mal podem esperar o momento de se separarem. Nesse estado, a casa parece-lhes mais como uma jaula do que uma casa. Parece que a casa os prende juntos, enquanto que a sua repulsa os empurra para longe um do outro. Como aquele casal, estamos ressentidos uns dos outros, ainda grudados e dependentes uns dos outros para nosso bem-estar, tanto físico como emocional.

“Os historiadores olharão para trás e dirão que este não era um momento comum, mas um momento de definição: um período sem precedentes de mudança global, um momento em que um capítulo terminou e outro começou – para as nações; para continentes; para todo o mundo”.12

Gordon Brown, Historiador, ex Primeiro Ministro do Reino Unido. (2008)

No passado, o mundo era um agregado de partes isoladas, mas como a rede de conexões globais cresce mais forte e mais complexa, estamos encontrando-nos em um mundo novo, volátil e imprevisível. O renomado sociólogo, Anthony Giddens, expressou ainda que de forma sucinta, mas com precisão o desenvolvimento do mundo na direção do emaranhamento: “Para melhor ou pior, estamos sendo empurrados para uma ordem global que ninguém entende totalmente, mas que está fazendo sentir seus efeitos sobre todos nós”.13

Sem planejar, nós mudamos de remar nossos próprios e pequenos barcos no mar da vida para estarmos amontoados no mesmo barco, como Christine Lagarde apontou no discurso acima mencionado. Porque agora estamos todos no mesmo barco, somos dependentes uns dos outros. Esta dependência mútua significa que, a menos que todos estejamos de acordo para onde queremos navegar, nós não seremos capazes de navegar para qualquer direção que seja. Você pode imaginar o que acontece quando você tem um cabo de guerra entre dois grupos, mas entre centenas de grupos que puxam em direções diferentes? Isto é o que a nossa economia mundial parece ser, e por isso estamos presos em uma desaceleração global por tanto tempo, sem fim à vista. A mudança só acontecerá quando todos os países concordarem para onde o mundo precisa ir.

“Como a interdependência expõe todos ao redor do mundo de uma forma sem precedentes, reger os riscos globais é o grande desafio da humanidade. Pense nas alterações climáticas; os riscos da energia nuclear …; ameaças terroristas …; os efeitos colaterais da instabilidade política; as repercussões econômicas das crises financeiras; … epidemias; e, pânicos repentinos movidos pela mídia, como recente crise do pepino da Europa. Todos esses fenômenos fazem parte do lado escuro do mundo globalizado: a contaminação, contágio, a instabilidade, a interligação, a turbulência, fragilidade compartilhada … Interdependência é, de fato, a dependência mútua, a exposição a riscos compartilhados.

Nada está completamente isolado, e assuntos estrangeiros não existem mais… O s problemas das outras pessoas agora são nossos problemas e não podemos mais olha-los com indiferença, ou esperar colher algum ganho pessoal deles”.

Javier Solana, Ex-Secretário Geral da OTAN 14

 

 

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