Uma Nação Como Não Há Igual
Foi por uma boa razão que o Lord Balfour e então Primeiro Ministro Britânico, David Lloyd George, iniciaram a declaração e reconheceram nosso direito de estabelecermos uma entidade nacional na terra de Israel. O povo de Israel tem um papel crucial na história da humanidade. Questionou Mark Twain, “Todas as coisas são mortais menos o Judeu; todas as outras forças passam, mas ele permanece. Qual é o segredo da sua imortalidade?” Como Twain, o romancista e poeta Johan von Goethe acreditava que “Todo o Judeu … está envolvido em certa decisiva e imediata perseguição de uma meta … esse é o povo mais perpétuo na Terra.”
As raízes de nossa nação datam de Abraão o Patriarca. Quando ele nasceu, sua pátria no Crescente Fértil era uma civilização rica. Seu povo levava uma vida pacífica, próspera e desfrutava de um sentido de coesão social. Nas palavras da Bíblia, “Toda a terra era de uma língua e de uma fala” (Gén. 11:1).
Porém, tal como tem sido pela história da humanidade, a pátria de Abraão tornou-se presa do crescente ego humano. A força negativa que irrompeu na sociedade unificada rasgou-a ao meio e quase infligiu sobre ela uma guerra civil. O livro, Pirkei de Rabi Eliezer, afirma que “Os filhos de Noé eram todos de um coração e uma fala.” Mas seus egos cresceram e também sua alienação de uns dos outros. Finalmente, “eles desejaram falar a língua uns dos outros mas não entendiam a língua uns dos outros, então cada um pegou na sua espada e lutaram uns contra os outros. Certamente, metade do mundo lá foi morto pela espada.”
Para lidar com a crise dos seus conterrâneos, Abraão começou a procurar respostas. Em Mishné Torá, Maimónides descreve as observações de Abraão da natureza que o rodeava, até que ele finalmente descobriu que uma, força unificada de amor sustenta o todo da realidade. A força então se dividia numa força positiva de amor e união e uma força negativa de ódio e separação e Abraão percebera que a ausência da força positiva na sua sociedade era a causa por trás de todos os problemas.
Encorajado pela sua descoberta, Abraão começou a clamar para as pessoas que a solução para o ódio que havia irrompido era cobri-lo com amor, ou como Rei Salomão o colocou séculos mais tarde: “Ódio incita o conflito, mas amor cobre todos os crimes” (Prov. 10:12).
Desde esse tempo, união tem sido o elemento chave na formação e perpetuação do povo Judeu. No pé do Monte Sinai, os Hebreus formalmente se tornaram uma nação depois de terem selado sua união com um voto de se unirem “como um homem com um coração.”
Assim que alcançaram esse nível de união, lhes foi confiado concretizar a visão de Abraão de uma sociedade unificada e lhes foi dada a tarefa de serem “uma luz para as nações” ao darem um exemplo de união e responsabilidade mútua. Daí para a frente, eles seriam responsáveis por trazerem a harmonia para o mundo e seriam responsabilizados quando quer que o conflito que não pudesse ser coberto com amor irrompesse.
Todavia, cerca de 2000 anos atrás, os Judeus perderam sua batalha contra o ódio interno, que causou a ruína do Templo e seu exílio da terra. Pior ainda, ao perderem sua união, eles perderam a aptidão de serem uma luz para as nações e se tornaram párias para onde quer que fossem.
O único lugar onde os Judeus estavam em casa era Israel, mas somente se fossem verdadeiramente Israel, unidos acima de seus egos e espalhando sua união pelo mundo.
Um Lar Nacional por um Propósito Internacional
Apesar do ódio por Judeus selvagem, até os mais ferozes antissemitas sempre reconheceram nosso papel especial. Até escreveu Hitler, “Quando escrutinei a actividade do povo Judeu, subitamente lá surgiu em mim a temerosa questão se o impenetrável Destino … não desejara, com resolução eterna e imutável, a vitória final desta pequena nação.”
Lord Balfour e Lloyd George sentiam que os Judeus tinham um direito à terra de Israel. Mas tal como qualquer outra pessoa no mundo, eles sentiram que esta terra era destinada a uma finalidade maior. Com sua declaração, eles nos deram uma chance de reinstalar nossa união e nos tornarmos aquilo que éramos suposto sermos, “uma luz para as nações,” compartilhando a luz da união e amor pelos outros pelo mundo fora.
Talvez tenha levado mais tempo que Balfour tenha imaginado, mas no final a “terra nacional do povo Judeu” foi estabelecida. Agora devemos dar bom uso a nosso compromisso, ou a terra será retirada uma vez mais, tal como as votações tais como aquela na UNESCO indicam. Baal Hasulam escreveu que “nos foi dada a terra, mas nós não a recebemos” (“Um Discurso pela Conclusão do Zohar“). Por outras palavras, aqui vivemos, mas ainda não levamos a cabo nossa tarefa.
Num mundo cheio de crises que derivam somente da má vontade, nada é mais vital que um antídoto para nossos egos. O mundo não precisa de outra nação startup. Ele precisa de ver como as pessoas superam seus egos e se unem acima deles. Nós, os pioneiros pré-históricos, aqueles que plantaram no coração de todo o ser humano os princípios, “ama teu próximo como a ti mesmo” e “aquilo que odeias, não faças aos outros”, somos evocados a completar nossa tarefa.
Ninguém senão nós seremos capazes de responder à questão que o historiador T.R. Glover coloca: “É estranho que as religiões vivas do mundo todas se edifiquem sobre ideias religiosas derivadas dos Judeus. …A grande questão não é ‘o que aconteceu?’ mas ‘por que aconteceu?’ Por que vive o Judaísmo?” (O Mundo Antigo). A resposta não virá em palavras; ela virá em acções, na união que implementaremos entre nós e subsequentemente compartilharemos com o mundo inteiro.
A Inovação Judaica que Todos Precisam
David Ben Gurion, o primeiro Primeiro Ministro de Israel, disse uma vez que “A imagem espiritual e solidez interna do Estado de Israel serão o elemento chave na nossa segurança e no nosso estatuto internacional” (Estrelas e Pó). Alcançámos o ponto de ruptura: Ora vivemos pelos valores de união e responsabilidade mútua sobre os quais nossa nação foi estabelecida e damos um exemplo positivo ao mundo, ou perderemos nosso direito a esta terra aos olhos do mundo.
Pouco depois do estabelecimento do Estado de Israel, Baal Hasulam escreveu, “O judaísmo deve apresentar algo de novo às nações. É isto que elas esperam do retorno de Israel a sua terra! Não está noutros ensinamentos, pois nisso nós nunca inovámos. Em vez disso, é a sabedoria da doação, justiça e paz. Nisto, maioria das nações são nossos discípulos e esta sabedoria nos é exclusiva a nós” (Os Escritos da Última Geração). Mais à frente no livro, Baal Hasulam acrescenta que a menos que levemos a cabo nosso papel, “O sionismo será cancelado por completo. Este país é muito pobre e seus residentes estão destinados a atravessar muito sofrimento. Indubitavelmente, ora eles ou seus filhos vão abandonar o país e somente uma mão cheia permanecerá, que será por fim engolida entre os Árabes. …Um retorno como o de hoje não impressiona de todo as nações e devemos temer que elas venham a vender a independência de Israel por suas necessidades, desnecessário será mencionar o regresso de Jerusalém.”
A Escolha Está nas Nossas Mãos
Quase um século depois da Declaração de Balfour, estamos a ficar sem tempo. Mas a escolha está nas nossas mãos. Se escolhermos união sobre a separação, vamos reacender a força que nos fez uma nação para começar. Maimónides escreveu em Um Guia para o Perplexo, “Tivesse o homem conhecimento da forma humana, todo o mal infligido sobre ele e sobre os outros teria sido prevenido. Ao conhecer a verdade, a animosidade e ódio desaparecerão e pessoas que se magoam umas às outras cessam.”
Nós, os donos do método da conexão, devemos estabelecê-lo entre nós e compartilhá-lo com o mundo. Nunca foi tão pertinente e tão vital para nosso futuro. A Declaração de Balfour afirma nosso direito a esta terra, mas também nosso compromisso para o mundo. Nós temos a terra, ainda nos falta sermos uma luz para as nações.