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Desafio da Baleia Azul: Por Que Os Jovens de Hoje Sucumbem a Tais Influências de Auto-Flagelamento?

 

“SENTIMENTOS DE INSIGNIFICÂNCIA, SOLIDÃO, VAZIO E DEPRESSÃO ABUNDAM NA SOCIEDADE E NOS JOVENS DE HOJE MUITO MAIS QUE NAS GERAÇÕES ANTERIORES.”

O Desafio da Baleia Azul ganhou fama global à medida que suicídios juvenis de cada vez mais países foram conectados ao “jogo.” A Série de tarefas diárias que isolam cada vez mais seus participantes numa bolha macabra na direcção da sua 50ª tarefa final, o suicídio, está a provocar medo e preocupação, especialmente entre os pais. Como resultado, nós enquanto sociedade fomos forçados a lidar com questões chave que este fenómeno levanta:

Por que estão nossos jovens de hoje a sucumbir a influências de auto-flagelamento?

Também, o que pode ser feito para impedir que nossos filhos e filhas sejam vitimas de tal incitação?

POR QUE ESTÃO OS JOVENS DE HOJE A SUCUMBIR A TAIS INFLUÊNCIAS DE AUTO-FLAGELAMENTO?

Os jovens de hoje procuram liberdade dos seus predecessores. Eles não têm o mesmo tipo de atracção para os valores que seus pais mantiveram. Sentimentos de insignificância, solidão, vazio e depressão abundam na sociedade e nos jovens de hoje muito mais que nas gerações anteriores.

Por que é esse o caso? Isto assim é pois nossa era é especialmente inaudita. O crescimento dos desejos humanos, desde nossas necessidades básicas de comida, sexo, família e abrigo, até ao dinheiro, honra, controle e conhecimento, alcançou uma nova fase de desenvolvimento, um novo desejo por sentido e conexão, que a sociedade não conseguiu entender como concretizar.

Uma vez que a sociedade circundante está focada em preencher os desejos dos níveis anteriores – comida, sexo, família, dinheiro, honra, controle e conhecimento, mais e mais pessoas, especialmente jovens, se encontram a si mesmas internamente desconexas da sociedade, amigos e família.

Nas fases sensíveis da adolescência e idade adulta inicial, quando a formação da identidade da pessoa é a principal preocupação, os jovens consumidos por sentimentos de desconexão se tornam vulneráveis a influenciadores persuasivos que visam tirar proveito da necessidade de sentido, propósito e direcção na vida, dos jovens.

O próprio criador do Desafio da Baleia Azul, Philipp Budeikin, declarou que a manipulação psicológica que ele conduziu destinava-se a fazer as vitimas felizes aos lhes dar calor, compreensão e conexão que elas não obtinham nas suas vidas. Na mesma entrevista, ele mencionou que seu motivo para conduzir o jogo era para “purificar a sociedade” de “desperdício biológico.” Ele agora está a cumprir prisão.

É assim que o Desafio da Baleia Azul pretende funcionar: As vitimas ficam obcecadas com a concretização das tarefas, perdendo a capacidade de activar o cálculo do mecanismo protector de pensamento. Aquilo que se torna mais importante para as vitimas é a identificação e adesão ao pensamento que as controla através das tarefas. Nesse estado hipnótico, as vitimas ficam inconscientes que estão a colocar em perigo suas vidas. E tal hipnose pode conduzir as vítimas a extremos: as fazendo caminhar para a extremidade de um terraço e saltar dele (a 50ª e final tarefa).

LEMBRA-SE QUANDO QUESTIONAMOS POR QUE TANTOS JOVENS SE JUNTAVAM A ORGANIZAÇÕES TERRORISTAS COMO O ISIS? É A MESMA MENTALIDADE.

Tal como hoje a ligação do Desafio da Baleia Azul aos suicídios de adolescentes atinge as manchetes levantou questões sobre por que os jovens sucumbiriam a tais influencias, não há muito tempo atrás, as notícias estavam cheias de histórias baseadas numa mentalidade semelhante: jovens que se juntavam a organizações terroristas como o ISIS e fugiam para zonas de guerra, alguns até se tornaram bombistas suicida e as pessoas questionavam por que isso estava a acontecer.

É a mesma mentalidade que se repete de uma maneira diferente. O psicólogo Erich Fromm descreveu em 1941 como tantas pessoas foram atraídas para a ideologia nazi porque um atributo da natureza humana teme a liberdade e prefere sucumbir à autoridade que estabelecer a sua própria vida. Embora a maioria da sociedade ocidental consiga lidar com sua visão mundial pluralista, liberdade liberalista e valores individualistas, mais e mais jovens se encontram a si mesmos a experimentar o lado negro destes valores: a suposta liberdade e individualismo são experimentados em vez disso como uma opressão de incerteza sem sentido e solidão. Portanto, eles são atraídos para a ideia de se conectarem à vontade de outra pessoa ou causa, que organize e direccione esses sentimentos.

Tanto uma vitima do Desafio da Baleia Azul como um bombista suicida terrorista vêem que a vontade daquele que os controla como mais importante que a sua própria vida. Se conectando a essa vontade, eles são libertos dos problemas da vida, da sua incerteza e conflitos, simples e cegamente se anexando a si mesmos a essa ideia. Eles seguem essa ideia como uma sombra e vêem essa sombra como uma espécie de anjo que os conduz até às profundezas da vida.

Para uma pessoa que participa voluntariamente nesta busca, não é uma morbidez horrível e medonha. Pelo contrário, é uma linha da vida, um “anjo da vida” que as pega pela mão para uma luz branca. Elas vêem uma solução para tudo nas suas vidas.

Porém, o novo desejo dos nossos dias por sentido e conexão não desperta para as pessoas acharem consolo em bolhas isoladas, auto-flageladoras e suicidas. Pelo contrário, ele está a despertar para que descubramos toda uma nova sensação de sentido, conexão, preenchimento e felicidade, outra dimensão de existência a qual ainda não experimentamos, corrigindo nossas conexões sociais.

Portanto, se nos preocupamos com nossos jovens e gerações futuras, devemos procurar criar desafios e jogos que os ajudem a formar conexões positivas. Enquanto eles progridem e cultivam sua conexão, eles devem sentir um crescimento de calor, apoio e cuidado, bem como desenvolver seu entendimento da vida.

UM DIAGRAMA PARA A ALTERNATIVA POSITIVA AO DESAFIO DA BALEIA AZUL

Uma alternativa positiva para o Desafio da Baleia Azul é um desafio para criar, principalmente porque ele precisa de inspirar as pessoas para desenvolverem conexões sociais positivas. Para possibilitar isto, os participantes inicialmente precisam de ser organizados em pequenos grupos, cerca de dez por grupo, cada um com um espaço virtual comum onde possam comunicar.

Este agrupamento de dez por grupo é para que os participantes se sintam reciprocamente importantes, onde sua actividade (ou a falta dela) numa base diária seja claramente visível. Se fosse um grupo de centenas de pessoas, então cada pessoa simplesmente desapareceria na multidão e isso não teria o impacto desejado.

Uma vez que há 50 tarefas diárias no Desafio da Baleia Azul, então o desafio alternativo também teria 50 tarefas diárias. As tarefas diárias, que podem incluir escrever, desenhar e outro trabalho criativo, precisam de fazer cada participante trabalhar atentamente sobre uma acção durante o dia. Eles também precisam desenvolver a sensação dos participantes de conexão de uns com os outros.

A conclusão das tarefas deve ser apresentada na forma de um espaço de grupo comum online para todos os participantes verem. Cada participante deve ser capaz de ver as contribuições de todos. Isto vai motivar os participantes a completarem as tarefas, a exprimirem sua singularidade e forças durante as tarefas e também a pedirem ajuda se acharem que é difícil.

Quanto mais os participantes entrarem no espaço comum do grupo, mais eles devem sentir que estão a criar a sua própria bolha. Gradualmente, se as tarefas forem correctamente direccionadas e se os participantes levarem a cabo as tarefas, eles devem começar a sentir diferentes forças que os influenciam que as forças que eles sentem nas suas vidas do dia-a-dia: forças especiais que habitam na natureza vêm à superfície quando as pessoas trabalham em criar uma conexão positiva.

Ao cultivar esta conexão positiva, os participantes vão descobrir gradualmente todo um novo sentido para a vida: preenchimento, felicidade e liberdade dos problemas da vida. Ao contrário do Desafio da Baleia Azul, os participantes não se desconectam da vida, mas em acréscimo a todas as coisas que estão a fazer, eles desenvolvem um sentido mais profundo da vida. Como detectives, eles entrariam numa investigação para solucionar o aspecto mais interno dos pensamentos, desejos, emoções e relacionamentos da vida e se tornariam mais pensativos, curiosos e analíticos.

Portanto, vejamos como podemos providenciar uma solução para os jovens de hoje: como uma alternativa para a falta de sentido, haverá uma sensação de que a vida tem sentido e propósito; em vez da solidão, haverão sentimentos de apoio, calor e cuidado; em vez do vazio, haverá a motivação para explorar e contribuir para a sociedade e em vez da depressão, haverá felicidade. Precisamos somente de trabalhar para melhorar nossas conexões e como resultado, todo um novo mundo se abrirá para nós.

Publicado originalmente no Kabbalah.Info

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