O emoji da neutralidade do gênero; um novo pronome de gênero neutro para ocultar a identidade sexual da pessoa, salas de banho neutras e um movimento de pais neutros de gênero que permitem às crianças escolher o seu próprio sexo – o que está a tendência da neutralidade de gênero a sinalizar para nós?
O movimento da neutralidade de gênero está a impulsionar novas políticas, linguagem e outras práticas culturais, enquanto incita grande controvérsia. Se você a apoiar, pode ser rotulado como radical ultra-liberalista que está a desviar a sociedade do seu curso. Se você estiver contra ele, você pode ser rotulado de primitivo que priva os seres humanos das suas liberdades.
Mas antes de discutir sobre isso, é vantajoso entender de onde vem este fenómeno. Por que é que tantas pessoas nos nossos dias têm um desejo para mudar o seu gênero e redefinir o gênero no geral?
“Por que é que milhões de homens e mulheres se identificam como Neutros de Gênero?”
Uma Questão de Evolução
Uma explicação essencial reside em entender o desenvolvimento espiritual da humanidade, como é explicado pelos princípios básicos da sabedoria da Cabala. Ela explica que uma força que motiva as pessoas, homens e mulheres igualmente, é o desejo. Nosso desejo constantemente muda e evolui dentro de nós, assim moldando toda a experiência humana. Ele começa com os desejos animalescos como comida, sexo e família e depois avança para desejos sociais humanos tais como dinheiro, reconhecimento, poder e conhecimento. Em cada fase de desenvolvimento, o desejo dominante organiza a nossa vida bem como molda a sociedade humana, sua estrutura e atmosfera cultural.
Nos nossos tempos, o desejo humano está a alcançar uma nova fase no seu desenvolvimento, preenchimento espiritual. Ao contrário dos tempos passados da história onde somente alguns poucos concretizavam o seu potencial espiritual, hoje este desejo motiva massas de pessoas, quer elas estejam conscientes disso ou não.
Se uma pessoa aprender como concretizar o seu novo desejo espiritual correctamente, ele ou ela desenvolve a sua identidade espiritual. Isto significa que enquanto permanecendo no seu corpo físico, seja ele macho ou fêmea, com suas tendências sexuais sejam elas quais forem, seu eu espiritual desenvolve-se acima do seu sexo biológico. Nesse estado, os elementos masculinos e femininos que existem dentro de cada um de nós chegam a se completar um ao outro harmoniosamente.
Durante a história da evolução, vemos que a natureza é feita para dois, macho e fêmea, mais e menos, quente e frio, duas forças opostas que estão também desenhadas para se completar uma à outra dentro da alma humana. Quando isso acontece, “toda a alma é macho e fêmea, atados juntos como um,” está escrito no Livro do Zohar. Neste ponto, a identidade sexual baseada na biologia se dissolve, ou por outras palavras, torna-se claro que a alma não tem gênero.
Há 500 anos atrás, nos dias do Santo Ari, a humanidade iniciou o período de desenvolvimento espiritual, mas o patamar deste desenvolvimento começou no século anterior. Hoje, o desejo pelo desenvolvimento espiritual está a brotar em muitos milhões de pessoas, incitando grandes pressões, agitação e falta de satisfaçãoc om a vida, bem como questões existênciais e fundamentais não só sobre o gênero, mas sobre identidade sexual, política e social também.
“Enquanto permanecendo no seu corpo físico, seja ele macho ou fêmea, com suas tendências sexuais sejam elas quais forem, seu eu espiritual desenvolve-se acima do seu sexo biológico”
A Era do Espírito
O crescente movimento pela neutralidade do gênero dos nossos tempos é um claro sintoma de que temos de preencher a nossa carência de identidade espiritual. A guerra dos sexos que está por todas as manchetes, também demonstra a forte necessidade de reconciliação entre os elementos macho e fêmea dentro de cada um de nós. Toda a tentativa de harmonizar os elementos macho e fêmea somente no nível terreno vai falhar.
É por uma boa razão que a sabedoria da Cabala, que tem estado oculta durante milhares de anos, está a vir à superfície. Ela é um método capaz de desenvolver e preencher o desejo espiritual que conduzirá o humano ao equilíbrio interior e o mundo inteiro ao equilíbrio exterior.
O nosso elemento feminino é a parte em nós que deseja receber prazer. O elemento masculino é a capacidade de receber prazer de um modo que isso beneficie os outros. Quando a pessoa se desenvolve espiritualmente, estes dois aspectos crescem dentro dela e alcançam uma acção unificada: receber e dar prazer total ao mundo inteiro. Pois “o humano é a inclusão do macho e fêmea e o mundo não pode ser construído, se macho e fêmea não estiverem ambos presentes” (O Livro do Zohar).
“O crescente movimento pela neutralidade do gênero dos nossos tempos é um claro sintoma de que temos de preencher a nossa carência de identidade espiritual.”
Publicado originalmente no KABNET