Este ano, o Facebook celebra o seu 14º aniversário. A rede social mais popular do mundo, que conectou biliões de pessoas para revelar todo o pedacinho de informação sobre si mesmas a todo o momento, está agora a celebrar a sua meia adolescência. Nós, por outro lado, celebramos o fim da era da privacidade e o começo da era da colectividade.
O Facebook não é o único culpado. Todos nós fazemos parte disto. Desde o momento que nos tornámos viciados em tecnologia, todos nós “concordámos” ter nosso comportamento online constantemente monitorizado. Nossos detalhes são expostos no espaço virtual, sujeitos à manipulação e exploração de qualquer um que consiga gastar em publicidade e qualquer um que decida desperdiçar algum do seu tempo a aprender como hackear nossas contas.
Mas o que temos a esconder? Também, de quem e do quê temos vergonha?
Por Que Estamos Tão Ansiosos Em Relação a Nossa Privacidade?
A ansiedade que rodeia a privacidade da Internet deriva parcialmente do facto de nos sentirmos envergonhados por nos expormos completamente à sociedade. Esta vergonha surge natural e geneticamente. Nós sentimos suas dores amargas de insegurança surgirem na nossa infância e similarmente, desde tenra idade tentamos cobri-lo com um buffet de máscaras presunçosas, arrogantes e orgulhosas, tudo em prol de mantermos nossa sensação de valor próprio.
Todavia, quando entendemos que essa mesma natureza fundamental existe em todos nós – o ego humano – então podemos rapidamente perceber que nada temos de que nos envergonhar e nada para esconder.
O que é o ego humano? É uma força natural “demoníaca” que nos motiva para nos beneficiarmos às custas dos outros. Ele começa nos impulsionando a parecermos grandes entre as pessoas e depois vai muito mais longe nos fazendo atiçar, manipular, explorar e pensar negativamente acerca dos outros, para que nos possamos edificar sobre a sua ruína.
Ironicamente, enquanto pensamos que seguir as exigências do ego de lucrar às custas das outras pessoas nos vai preencher, eventualmente chegamos ao entendimento oposto: de que ele trabalha para prejudicar todos, nós inclusive.
Há mais de uma década, temos discutido o facto de que nosso mundo está numa crise crescente. Nós alcançamos uma fase do nosso desenvolvimento onde a intenção egoísta por trás de cada desejo, pensamento e acção nossas, não nos podem mais conduzir para um preenchimento significativo. Portanto, à escala pessoal, social, ecológica e económica, em toda a área de envolvimento humano, nós experimentamos problemas crescentes que parecem cada vez mais insolúveis: mais depressão, stress, ansiedade, divisão social, xenofobia, extremismo, bem como crescente instabilidade económica e ecológica.
Mas de tudo o citado, o problema da privacidade da internet lindamente exemplifica a situação globalmente interconectada e interdependente que hoje temos. Por um lado, estamos globalmente interconectados através de tecnologias como a internet e por outro lado, uma vez que o ego visa se beneficiar a si mesmo às custas das outras pessoas, descobrimos que nossos comportamentos estão sob constanet vigilância para que os publicitários lucrem de nós tanto quanto possível.
Pense em como dois políticos podem parecer bonitos e respeitáveis, se comportarem com cortesia, sorrirem e se cumprimentarem um ao outro, embora mantendo intenções degoladoras de se manipularem um ao outro tanto quanto o possível – o mesmo serve para a Internet: por trás de sites muito amigáveis e agradáveis se encontram códigos de rastreio que marcam o seu comportamento, guardam a sua informação e a fornecem a pessoas que a podem usar para o tomar como alvo e seguir com o que quer que eles queiram influenciá-lo.
Por Que Regulamentações Não Solucionarão o Problema da Privacidade da Internet… e O Que Soluciona
Nós vimos o cenário comum para lidar com estas situações como esta muitas vezes: nova política de regulamentação é proposta, seguida de uma luta entre quem beneficia mais da política – as empresas ou o povo – e eventualmente algum tipo de regulamentação é adoptada. Depois, o problema meramente é transformado para assumir uma outra forma, porque ele não foi solucionado na sua raiz: o ego excessivo que exige benefício pessoal às custas dos outros.
Regulamentações não vão aliviar a ansiedade que rodeia a privacidade da Internet. Aquilo que precisamos no seu lugar é um tipo especial de educação e treinamento.
Nós precisamos de desenvolver uma nova perspectiva sobre como o ego opera todos nossos desejos, pensamentos e movimentos e o vermos como uma pressão estranha que não pertence a nós. Isto é, nós precisamos de identificar que nosso ego não é nosso eu independente. Ao distinguirmos esta força de nós mesmos, podemos então trabalhar contra ela para equilibra-la com a força oposta positiva da natureza, que a humanidade necessita verdadeiramente.
Essa força positiva é a conexão profunda e inata compartilhada por todos os seres humanos. Descobri-la requer certos ingredientes:
- Um guia que já saiba como sintonizar a força positiva da conexão e usá-la para equilibrar a força negativa do ego.
- Uma sociedade, ou pelo menos um pequeno grupo, que aprenda e exercite como se conectar positivamente, em prol de interagir com a força positiva da conexão entre seus membros, que serviria para equilibrar o ego de todos.
Envolvimento regular em tais experiências enriquecedoras de conexão beneficia-nos a dobrar: Primeiro, vamos satisfazer as exigências de nosso ego, pois nos tornamos respeitados e valorizados pela nossa contribuição para tal meio ambiente. Em segundo lugar, o meio ambiente que construímos é caloroso e amigável, inspirando seus membros com felicidade, confiança e segurança.
Hoje nossos egos são como cavalos selvagens que esbarram uns nos outros. Nos envolvendo em experiências enriquecedoras de conexão, aprendemos como domar esses cavalos, nos tornarmos seus donos, controlá-los com ambas as mãos nas rédeas e começarmos a ser capazes de direccionar essa potência numa direcção positiva: fortalecendo e espalhando a força positiva de conexão que consegue equilibrar e guiar a força negativa do ego.
Mas se a sociedade no geral é egoísta e tentarmos tornar-nos altruístas, isso não significa que nos tornamos vulneráveis para sermos atropelados por esses cavalos selvagens? Certamente parece desse jeito aos nossos egos, mas esta visão estreita falha tomar em consideração que a natureza é um sistema integrado e equilibrando nossos egos com a força positiva da natureza, convidamos uma nova qualidade construtiva para nossas vidas, que neutraliza a atitude negativa para connosco, desviando muitos dos danos de nós para começar.
Hora de Participar no Método Mais Natural de Sempre
O método para equilibrar e guiar o ego do homem sintonizando a força natural da conexão contém importância e apelo universal. De facto, este método vem da própria natureza e nós o experimentámos já involuntária e subconscientemente. Hoje, simplesmente precisamos de começar a implementá-lo conscientemente.
Desde que éramos um embrião no útero da nossa mãe, os sistemas da natureza trabalharam para nos desenvolver e formar num bebé humano capaz de sair da nossa mãe e entrar no mundo. Depois, através da infância e meninice, por um lado, começamos a ser expostos a todos os tipos de perturbações ambientais e por outro lado, nos foram dadas as forças protectoras da natureza na forma de pais, irmãos, parentes e amigos. Quanto mais crescemos, mais independentes e afastados nos tornámos da força positiva. Quando alcançamos a idade adulta, é como se a força positiva nos tivesse abandonado e nós fossemos enfrentados somente pela força negativa, que continua a inflar até este dia.
Portanto, a acção de equilíbrio de hoje requer a nossa realização consciente deste método no qual a natureza opera sobre nós e nossa completa participação em inspirar a sociedade com o mesmo tipo de força calorosa, amigável e atenciosa que sentimos desses factores naturais para nós quando crescemos.
Eu arrancaria com este método criando um espaço de Internet livre de quaisquer motivos lucrativos. Neste espaço, desenvolveria uma comunidade virtual composta de grupos, aprendizagem, actividades e exercícios que guiem cada um dos seus membros na direcção de alcançarem a força positiva de conexão da natureza, que dará poder, vida e inspiração às pessoas nesta rede para se fortalecerem e compartilharem a conexão positiva que alcançarem.
Até começarmos este processo com os ingredientes certos alocados nos alimentaria de sentimentos completamente novos de propósito e motivação. Tudo o que precisamos é conectar-nos numa rede enriquecedora de conexão e vamos começar a experimentar uma melhoria significativa a todo um novo nível de equilibrio. De um jeito ou de outro, teremos de aprender como equilibrar e guiar o ego humano na direcção da boa sociedade humana. Desejo que isto ocorra mais cedo que mais tarde.
Publicado originalmente no Newsmax